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INTRODUÇÃO
Por isso, não se pode acreditar que não venham a ocorrer decisões incoerentes.
Mesmo, no duplo grau de jurisdição, a parte que se sentir prejudicada poderá
buscar em grau superior a modificação da decisão.
A primeira, seguida por Gilles, Betti, Provincialli, Mortora, Guasp e Delpozo, entre
outros, diz que o recurso é uma ação autônoma relativamente àquela que lhe deu
origem, e que se trata de ação de natureza constitutiva. Estes fazem um paralelo
entre o direito de ação e o de recorrer, identificando o direito de recorrer como
sendo o exercício, após a decisão judicial, do próprio direito de ação. Devem estar
presentes as condições da ação recursal bem como dos pressupostos
processuais. Para esta corrente, o recurso é uma ação autônoma de impugnação
de conteúdo constitutivo negativo, já que o recurso visa à desconstituição da
decisão judicial.
Carnelutti acentua:
Não se operando a preclusão, porque o fato de ter sido recebido, não impede que
após, seja rejeitado, independentemente de alegação da outra parte. Vale dizer,
tendo ou não, uma das partes feito a alegação a respeito dos pressupostos
recursais, o juízo de origem ou recursal tem o dever de examinar a questão, como
matéria preliminar de conhecimento.
2.1 CABIMENTO
O artigo 496 do CPC estabelece em seus incisos I a VII, o rol de recursos cabíveis
em nosso ordenamento jurídico: agravo, embargos infringentes, embargos de
declaração, recurso ordinário, recurso especial, recurso extraordinário, embargos
de divergência, em recurso especial e em recurso extraordinário. Porém, além
destes existem outros recursos previstos em leis extravagantes e no próprio
Código de Processo Civil.
2.2 LEGITIMIDADE
A legitimidade para recorrer vem estabelecida no artigo 499 do CPC, que diz: "o
recurso poderá ser interposto pela parte vencida, pelo terceiro prejudicado e pelo
Ministério Público". [7]
2.3 TEMPESTIVIDADE
A tempestividade é o pressuposto de natureza temporal, isto é, diz respeito ao
prazo. É indispensável que o recurso seja interposto no prazo legal, conforme
preceitua o artigo 177 do CPC, sob pena de não ser conhecido por intempestivo.
O prazo de 05 dias para recorrer foi estabelecido pelos artigos a seguir: art. 536
(embargos de declaração), artigo 532 (agravo da decisão que não admitir
embargos), artigo 545 (da decisão do relator que não admitir o agravo de
instrumento, negar-lhe provimento ou reformar o acórdão proferido, caberá
agravo), e, parágrafo único do artigo 557 que estabelece ser cabível agravo da
decisão do relator que nega seguimento a recurso manifestamente inadmissível,
improcedente, prejudicado ou em confronto com a súmula ou com a jurisprudência
dominante.
O prazo de 15 dias foi fixado, pelo artigo 508 do CPC, para os recursos de
apelação, embargos infringentes, recurso ordinário, recurso especial, recurso
extraordinário e nos embargos de divergência. Os prazos são, doutrinariamente,
classificados em: Legais, judiciais e convencionais.
Salienta-se que não havendo preceito legal, nem assinação pelo juiz, será de 05
dias o prazo para prática do ato processual a cargo da parte, conforme preceitua
artigo 185 do CPC.
2.6 PREPARO
Uma questão que vem sendo trazida a debate é referente aos horários
diferenciados, de maneira que o prazo para recorrer se esgota no fim do
expediente, enquanto o prazo para preparo se esgota com o encerramento do
expediente bancário. Aparentemente estava pacificado, com o entendimento de
que o anterior encerramento do expediente bancário não seria considerado como
motivo relevante para posterior preparo, pois é de todos conhecido. Ademais o
preparo não depende de recurso, e sim o contrário, a parte dispõe de todo o curso
recursal para o devido preparo.
A constituição atual de forma implícita, nos artigos 102, II e III, 105, II e III E 108,
assegura, não só a dualidade como a pluralidade de jurisdição.
Caso a parte proponha dois recursos simultâneos, deverá ela ser intimada a
decidir por um ou outro, caso não se decida, o juiz resolve, sujeitando-se o
recorrente a eventuais prejuízos daí decorrentes.
Ataliba Vianna com muita prioridade ensina que a errônea capitulação do recurso
não prejudicará que dele reconheça o Tribunal ad quem, a não ser que constitua
erro grosseiro ou que denuncie má-fé do recorrente. Não colherão mais, destarte,
as especiosas razões com que fechavam os tribunais as suas porta ao recorrente
que, embora cheio de razões, tinha má sorte de eleger, entre os fundamentos,
igualmente admissíveis, o que não fosse da predileção dos juízes. [12]
O código de Processo Civil vigente, não mais contempla tal dispositivo, isso
porque, no sistema atual, os recursos cabíveis para cada decisão atacada são
bem evidentes e claros, não mais justificando a necessidade de uma previsão
legal do princípio da fungilibilidade.
O recurso possui efeito suspensivo quando sua interposição impede que os efeitos
da sentença impugnada se produzam desde logo. Ou seja, é uma qualidade do
recurso que perdura até que adia a produção dos efeitos da decisão impugnada
assim que interposto o recurso e perdura até que transite em julgado a decisão
sobre o recurso. A execução da decisão impugnada não pode ser efetivada até
que seja julgado o recurso. Em conseqüência, somente pode-se atribuir-se o efeito
suspensivo ao recurso se a decisão impugnada for recorrível, e mais, se para o
recurso respectivo for prevista a suspensão. O efeito suspensivo do recurso tem
início com a publicação da decisão impugnável por recurso para a qual a lei prevê
efeito suspensivo, e termina com a publicação da decisão que julga o recurso.
5 RECURSO ADESIVO
O recurso adesivo está previsto no artigo 500 do Código de Processo Civil. Ele é
aplicável aos casos em que autor e réu fiquem vencidos parcialmente, segundo
disposição do referido diploma legal: Cada parte interporá o recurso
independentemente, no prazo e observadas as exigências legais.
Isto é, sendo vencidos parcialmente autor e réu, qualquer deles pode aderir ao
recurso interposto pelo outro. A parte que não estiver firmemente disposta a
recorrer pode aguardar, em sua indecisão, que a outra recorra, para só então
requerer o reexame da matéria, obviando com isso, que somente para o
adversário se abra a oportunidade do recurso.
O código de Processo Civil de 1939 previa o recurso adesivo, com isso a parte
parcialmente vencida se via forçada a recorrer, se tivesse o receio de que a parte
contrária recorresse sozinha. Isso provocava um aumento de ações,
sobrecarregando os órgãos judiciais. Com a previsão legal do recurso adesivo, foi
proporcionada ao litigante a possibilidade de esperar a iniciativa recursal de seu
adversário, também vencido, para só então, provocar o reexame da providência
na parte que lhe foi desfavorável. A grande vantagem da existência do recurso
adesivo é que este gera uma diminuição da sobrecarga do judiciário e impede que
sejam apreciados recursos que não decorrem do efetivo empenho das partes na
reforma da decisão.
CONCLUSÃO
Então, quem já foi litisconsorte, assistente deste e chamado à lide não é terceiro
prejudicado porque parte já é no processo, sendo então, parte vencida no juízo a
quo. O terceiro prejudicado não se enquadra entre estes e sofre prejuízo, o que o
legitima a recorrer, para reaver ou ser restituído dos danos sofridos.
Fonte: http://www.webartigos.com/articles/5384/1/Processo-Civil---
Recursos/pagina1.html#ixzz0wW1UAq4E