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ii - RESUMO
A inserção de um medidor de vazão num determinado escoamento é um problema quando
este passa, por exemplo, por pequenas tubulações com pequenos diâmetros, pois o espaço fica
limitado. Outro fator problemático é a interferência no escoamento que o instrumento causa.
Neste projeto, é proposta a montagem e a calibração de um medidor não invasivo de vazão por
efeito Doppler das ondas sonoras. A montagem de uma primeira bancada experimental é feita,
onde se tenta fazer a medição da vazão de ar em uma tubulação, emitindo-se um som em uma
determinada freqüência e captando este com um microfone. O sinal emitido é direcionado de
maneira que atravesse o escoamento e chegue ao receptor, havendo, assim, variação entre a
freqüência emitida e a captada de acordo com a velocidade do escoamento. Visto que ocorre
falha neste primeiro estudo, associam-se os erros de leitura à camada limite do escoamento
dentro da tubulação e, possivelmente, devido à vibração da canalização na mesma freqüência da
onda emitida. É montada, então, uma segunda bancada experimental, agora em um túnel de
vento, no qual os fatores de falha do primeiro experimento são minimizados. São encontradas
variações entre a freqüência emitida pela fonte e a freqüência captada pelo microfone e, com
isso, pode-se determinar a velocidade por efeito Doppler. Porém, estes valores são
demasiadamente altos para o escoamento. Revisões feitas no experimento mostram que há erros
conceituais, não percebendo que, quando ambos os sensores (emissor e receptor) estão imersos
ou sujeitos ao mesmo escoamento, não há velocidade relativa entre eles e, portanto, não há efeito
Doppler sonoro. Os valores altos de velocidade encontrados possivelmente estão associados ao
movimento das pás do ventilador que promove o escoamento. Para que se torne possível a
medição da velocidade do escoamento, são necessárias partículas inseridas no escoamento assim
como o auxilio de um método um tanto mais básico, tempo de trânsito.
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iii – ABSTRACT
“Flow Meter by Doppler Efecct”
The insertion of an outflow measurer in a determined flow is a problem when it is passing,
for example, by small pipes with small diameters, the space is limited. Another problematic
factor is the interference in the draining that the instrument maybe cause. In this project it was
proposal the assembly and the calibration of a not invasive outflow measurer for Doppler Effect
of the sonorous waves. Was executed the assembly of a first experimental benches where was
tried to make a measurement of the air outflow in a pipe being emitted a signal in a determined
frequency and catching this with a microphone. The emitted signal was directed to cross the air
flow to be captured by the receiver, thus having variation between the emitted and the received
frequency according the outflow speed. The error is associated with the boundary layer of the
draining inside the pipe and possibly whit the vibration of the canalization in the same frequency
of the emitted signal. A second experimental bench was proposed, now in the wind tunnel, in
which the factors of imperfection if the first experimental would be minimized. Variations
between the frequency emitted by the source had been found and trapped by the microphone,
with this can be determined the speed by Doppler Effect, however these values had been too high
for the draining. Revisions made in the experiment show that it has conceptual errors, not
perceiving that, when both the sensors (emitter and receiver) are immersed or subjected for the
same outflow, it does not have relative speed between them, therefore, it does not have sonorous
Doppler Effect. The high values of speed are possibly associates to the movement of the shovels
of the fan that promotes the draining. So to become the measurement of the flow speed possible,
are necessary to be inserted particles in the draining as well change to a basic method, the transit
time.
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iv - SUMÁRIO
Pág.
1. INTRODUÇÃO................................................................................................................... vi
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA........................................................................................... vi
3. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL.............................................................................. ix
3.1 Material e equipamentos..............................................................................................ix
3.2 Descrição do procedimento experimental.....................................................................x
4. VALIDAÇÃO.......................................................................................................................x
4.1 Experimento 1..............................................................................................................x
4.2 Experimento 2............................................................................................................xiii
5. RESULTADOS...................................................................................................................xv
5.1 Bancada experimental 1..............................................................................................xv
5.2 Bancada experimental 2.............................................................................................xiii
6. PROBLEMAS ENCONTRADOS......................................................................................xxi
6.1 Bancada experimental 1.............................................................................................xxi
6.2 Bancada experimental 2............................................................................................xxii
7. CONCLUSÕES.................................................................................................................xxii
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................................xxiv
ANEXO 1....................................................................................................................................xxv
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v - LISTA DE SÍMBOLOS
1. INTRODUÇÃO
Na medição de vazão em escoamentos dentro de tubulações há alguns requisitos mínimos
para se obter bons resultados. Um deles é evitar ao máximo que os equipamentos utilizados
influenciem no escoamento durante a medição da vazão. As soluções adotadas ainda têm custo
elevado e, mesmo assim, afetam de alguma maneira o escoamento. Uma proposta para a medição
de vazão, que possua mínima influência sobre as propriedades do escoamento, é a utilização do
efeito Doppler. Conhecidas as características desse fenômeno, pode-se fazer um estudo da
propagação do som em um fluido sujeito a um escoamento, o qual sofre influência na sua
freqüência refletida por partículas presentes no mesmo à medida que se varia a velocidade desse
escoamento. Assim, conhecendo-se as propriedades do fluido pode-se calcular-se a vazão através
da variação de freqüência da resposta.
Efeito Doppler é uma característica observada nas ondas sonoras, quando emitidas ou
refletidas por um objeto que está em movimento em relação a um referencial, que no caso das
ondas sonoras é o ar movimentando as partículas que refletem o som. O efeito Doppler está
presente e pode ser observado na variação da velocidade entre a fonte emissora e a fonte
receptora de uma onda qualquer em relação às partículas presentes no ar. O efeito consiste em
uma variação de freqüência da onda obtida em função da velocidade relativa entre o emissor e o
receptor. Utilizamos este conceito no nosso experimento e a fórmula que nos fornece a variação
de freqüência em função da velocidade é a equação 1. A figura 1 ilustra o efeito Doppler.
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Uma aplicação bastante usual do efeito Doppler é a aplicação para medição da vazão e
fluxo sangüíneo. Exames Doppler e Eco Doppler são bastante difundidos e estudados no campo
biomédico. Esta medição é baseada na existência de particulado no fluido em movimento. Essas
partículas se movem com o escoamento refletindo o som com freqüência diferente. As figuras 2,
3 e 4 exemplificam a aplicação citada.
O escoamento dos fluidos corporais é um escoamento com partículas que refletem o som,
portanto pode-se emitir uma onda sonora de amplitude de freqüência constante, através de um
alto-falante, e analisar-se essa freqüência através de um microfone, que é um sensor piezo-
elétrico, posicionado a uma determinada distância que capture o som refletido das partículas
(efeito Doppler). Variando-se a velocidade desse escoamento, haverá uma variação na freqüência
do som refletido pelas partículas. Conhecendo-se a massa especifica do fluido, pode-se calcular a
vazão do escoamento, tendo-se a velocidade do mesmo e a área da seção transversal por onde
ocorre o fluxo do fluido. Assim, pode-se fazer uma calibração para medição da vazão em função
da variação de freqüência imposta pela variação da velocidade do escoamento.
Ainda existe a medida também por efeito Doppler porém considerando agora o tempo de
trânsito também. Neste método a distância entre a fonte sonora e o receptor servem pra a
mensura da velocidade do escoamento juntamente com o efeito Doppler. Mais precisa também é
amplamente difundida.
Nos métodos usuais de análise por Doppler os ângulos de incidência e absorção do sinal
são conhecidos. No nosso experimento introduziremos um dos dispositivos, emissor ou receptor,
no escoamento e o conseguinte fora. Segundo a teoria isto gerará uma diferença de velocidades
em relação ao inercial, o ar. Esta diferença de velocidades alterará a freqüência da onda por
Doppler. Os ângulos entre o sensor, o receptor e o escoamento serão paralelos de modo a
simplificar as medidas obtidas.
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3. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
Foram feitas duas tentativas com tipos diferentes de dutos de escoamento. A primeira em
uma tubulação de ar; a segunda, em um túnel de vento; ambos do laboratório LETA. Em ambas
bancadas foi usado um Tubo de Pitot e um computador que fazia a emissão e a leitura da do sinal
estudado. Os softwares Spectrogram 16 e Spectrum Play faziam a leitura das freqüências
captadas. O software NCH Tone Generato gerou o sinal requerido.
3 VALIDAÇÃO
3.1 Experimento 1
O primeiro experimento consistiu em obter dados sobre a velocidade do escoamento em
uma canalização fechada, e assim inferir a respeito de sua vazão.
Para gerar o escoamento utilizou-se um moto-inversor conectado a um moto-ventilador
(parte em azul mostrada a seguir na figura 1). O moto-inversor controla a frequência de rotação
do moto-ventilador, permitindo o controle da vazão do fluido dentro da tubulação.
Figura 5 - Tubulação de ar
A fonte sonora foi colocada no ponto b da figura 5, onde foi apoiada por um pedestal e
direcionada de modo que ficasse de frente para o escoamento.
Um sinal de freqüência conhecida foi emitido pela fonte e simultaneamente captado no
microfone. O sinal foi gerado no computador através do software NCH Tone Generator e o sinal
captado no microfone foi analisado através do software Spectrum Play. Repetimos para várias
velocidades e vazões gravando os resultados de freqüência obtidos.
Um tubo de Pitot calibrado montado na canalização fornecia dados instantâneos a respeito
da velocidade do escoamento. Este instrumento foi usado para se ter uma comparação da
velocidade dada pelo Tubo de Pitot e pelo método em análise. A seguir na figura 7 vê-se o local
na tubulação onde foi montado o Pitot, representado pelo ponto ‘b da figura 5
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freqüência sofria alteração. Porém, com o aumento de velocidade, havia aumento dos ruídos,
principalmente oriundos do motoacionador. Esses ruídos chegavam, a partir de certa velocidade,
a ser tão altos que impossibilitava a visualização da alteração da freqüência.
5. RESULTADOS
5.1 Bancada experimental 1
A seguir pode-se ver um série de gráficos (intensidade sonora x freqüência sonora)
fornecidos pelo software Spectrum play para uma freqüência emitida pela fonte sonora de 1225
Hz e uma variação na freqüência fornecida ao moto-ventilador que vai de 20 a 60 Hz.
Inicialmente fez-se uma leitura dos ruídos externos emitindo-se o som na freqüência
determinada e mantendo-se o moto-ventilador desligado.
Aumentou-se a velocidade do escoamento atraves da frequência de alimentação do
motoventilador. A freqüência máxima de alimentação elétrica do moto-ventilador usada foi de
60 Hz. Próximo deste limite máximo, ruídos externos quase se equiparavam ao pico proposto
para análise. O pico considerado é mostrado pela elipse em vermelho na figura 9 abaixo.
Nos testes seguintes o mesmo comportamento foi observado, não houve variação na
amplitude da freqüência no ponto considerado. A única alteração notada foi no ruído gerado pelo
moto-ventilador em alta rotação. A seguir são indicados os gráficos dos testes na tubulação para
as frequencias de 30, 40, 50 e 60 Hz.
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Na figura 14 foram sobrepostos os gráficos das figuras 9 e 13, assim pode-se visualizar a
invariação nos pontos em análise (circulado em vermelho) e a forte influência dos ruidos
externos. A linha amarela que representa uma média dos ruidos externos quando o moto-
ventilador recebe 20 Hz de frequência, se desloca para cima até a linha em laranja que representa
os ruidos externos para o moto-ventilador operando a 60 Hz.
Foi então montada uma segunda bancada experimental, no túnel de vento, onde esperou-se
que fossem reduzidos erros como a forte influência da camada limite do escoamento presente
dentro da tubulação. Algumas tentativas foram feitas e o melhor resultado alcançado pode ser
observado nos gráficos a seguir.
Testou-se assim como na bancada 1, freqüências de rotação do moto-ventilador variando
de 0 a 30 Hz porém agora com uma freqüência emitida pela fonte sonora igual a 12.000 Hz.
Abaixo, na figura 16, foram determinados quais seriam os ruídos externos presentes na leitura
gráfica dada pelo software Spectrum Play, mantendo o moto-ventilador com rotação nula. O pico
estudado é indicado pela elipse em vermelho a seguir.
Como resposta obteve-se uma freqüência lida de aproximadamente 11615Hz o que nos
remonta a uma velocidade de 10,91 m/s. O resultado obtido pelo Tubo de Pitot foi de 4,2 m/s.
O último teste foi realizado com uma freqüência selecionada no moto-inversor de 30 Hz.
Teste expresso em termos gráficos representado pela figura 18.
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Obtivemos uma freqüência lida (pico presente no circulo em vermelho da figura 18) de
aproximadamente 11505 Hz, o que nos resulta em uma velocidade de 11,60 m/s. O resultado
obtido pelo Tubo de Pitot foi de 14,03 m/s.
6 PROBLEMAS
6.1 Problemas encontrados no experimento 1
Depois do primeiro experimento buscaram-se explicações e soluções para a inalteração da
freqüência obtida pelo microfone. Algumas respostas foram encontradas em bibliografia.
O conceito de camada limite da mecânica dos fluidos pode ter contribuído para a
inalteração da freqüência detectada. O som quando emitido na canalização se propaga pelo ar em
movimento, tanto por regiões em que a velocidade é alta, quanto em regiões de velocidade quase
nula. O som que se propaga pelas regiões onde a velocidade é nula ou quase nula tem sua
freqüência inalterada, porém o som que se propaga pelas regiões de alta velocidade tem sua
freqüência modificada pelo efeito Doppler. Esses dois sinais são captados e interpolados
eletronicamente pelo software Spectrum Play. O software trabalha com transformada de Fourier
e a interpolação de dados não pode ser percebida pois o sinal mais forte prevalece. Nas figuras
19 e 20 pode-se ver a ánalise de Fourrier dos sinais para um escoamento turbulento e laminar,
respectivamente.
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Outra possibilidade seria de que o som emitido faz com que a canalização vibre,
acarretando que a onda sonora captada seja igual à emitida, portanto na mesma freqüência. Para
escapar deste efeito imergiu-se o microfone no escoamento através de um furo na canalização. A
leitura permaneceu inalterada, o som ainda se propagava pelo duto atingindo o microfone com
mesma freqüência de saída. O efeito do choque do escoamento diretamente com o microfone não
influenciou significativamente nos resultados.
Utilizaram-se sons de várias freqüências neste experimento de Efeito Doppler. Utilizaram-
se freqüências baixas, até 400 Hz, mas as freqüências maiores se mostraram mais imunes a
interferências de ruídos externos ao experimento. A voz humana e grande parte dos ruídos
mecânicos não ultrapassaram os 1500 Hz, logo para um sinal gerado com freqüência abaixo de
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1500 Hz essas ondas sonoras externas foram significativas para os resultados. Para evitar estas
interferências trabalhou-se com freqüências sonoras superiores a 1500 Hz.
7. CONCLUSÕES
Um fator importante não foi considerado no experimento. Cometemos um erro conceitual.
Ambos os sensores estavam inseridos no escoamento, velocidade relativas entre si zero, o efeito
Doppler não pode ocorrer com velocidade relativa zero.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Dalmée, G.J.,1983, Manual de Medição de Vazão, Editora Edgard Blücher Ltda, São Pau-
Lo
Fox, R.W. e McDonald, A.T., 1995, Introdução à Mecânica de Fluidos, Editora Guanaba-
ra Koogan S.A., Rio de Janeiro
Halliday, David, Fundamentos de Física, 6.ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos,
c2001-c2003. 4 v. 2
http://www.unesco.org.uy/phi/libros/hidromecanica/Res6.htm
http://paws.kettering.edu/~drussell/Demos/doppler/doppler.html
http://astro.if.ufrgs.br/Doppler/Doppler.htm
http://galileoandeinstein.physics.virginia.edu/more_stuff/flashlets/doppler.htm
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ANEXO 1
As velocidades encontradas nas leituras dos graficos anteriores foram muito altas para o
escoamento dentro do tunel de vento, sendo que a velocidade de escoamento máxima atingida
com a frequência do moto-ventilador a 60 Hz é de aproximadamente 10 m/s. Após análise
chegou-se a conclusão de que os resultados encontrados diziam respeito a velocidade de rotação
das pás do ventilador. A seguir pode-se ver na tabela 1 em amarelo as rotações associadas para
cada frequência do moto-ventilador.
Tabela 1: velocidades e rotações correspondentes no ventilador
Freq.Moto- Velocidade Rotações por
ventilador Freq. Lida (m/s) minuto
10 Hz 11745 Hz 7,23 230
20 Hz 11615 Hz 10,91 346
30 Hz 11505 Hz 14,03 447