Vous êtes sur la page 1sur 27

UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE

Centro de Ciências Sociais e Aplicadas

A Relação entre os Níveis de Governança Corporativa e o


Nível de Disclosure das Informações nas Empresas de Capital
Aberto

Caio Hayashi
Keila Morishima
Taís Levenstein
Vinícius Souza

São Paulo
2010
2

Caio Hayashi
Keila Morishima
Taís Levenstein
Vinícius Souza

A Relação entre os Níveis de Governança Corporativa e o


Nível de Disclosure das Informações nas Empresas de Capital
Aberto

Projeto do Trabalho de Graduação


Interdisciplinar apresentado ao Centro de
Ciências Sociais e Aplicadas da Universidade
Presbiteriana Mackenzie, como exigência para
elaboração da pesquisa de TGI II

Orientador: Profa. Ms. Liliane Cristina Segura

São Paulo
2010
3

Ficha de Avaliação - TGI- II


Título
A Relação entre os Níveis de Governança Corporativa e o Nível de Disclosure das
Informações nas Empresas de Capital Aberto

Autores Turma/sem/ano
1. Caio Hayashi Yosioka Cód.: 3075459-3 Turma: X
2. Keila Yumi Morishima Cód.: 4053785-4 Semestre: 7o
3. Tais Carolina L. Levenstein Cód.: 3065228-6 Ano: 2010
4. Vinicius Tawaraya Souza Cód.: 3064314-7

Curso Orientadora
Ciências Contábeis Profa. Ms. Liliane Cristina Segura

Estrutura Formal (3.0) 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1.0


1. Normatização: o trabalho está dentro dos
requisitos exigidos pela ABNT: capa, folha de
rosto, formatação, paginação, numeração,
abreviaturas, quadros, tabelas, figuras, citações
bibliográficas.
2. Aspecto estrutural do trabalho: O trabalho
apresenta delimitação do tema, justificativa,
objetivos, problema de pesquisa, referencial
teórico, procedimentos metodológicos, resultados,
conclusão e referências bibliográficas.
3. Linguagem: A linguagem está clara, concisa,
gramaticalmente correta e com leitura fluída.

Análise do Conteúdo (7.0) 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1.0


4. O estudo está justificado e apresenta as
contribuições esperadas.

5. O Problema de Pesquisa é claro, compreensível


e viável(tempo e recurso)
6. O Objetivo (Geral e os Específico) foram
formulados com clareza e são factíveis.
7. O Referencial Teórico é adequado, coerente,
relevante e utilizado de forma consistente.
8. Os conceitos centrais que orientam a pesquisa
estão definidos claramente.
9. Os procedimentos metodológicos são
4

consistentes com o Problema de Pesquisa e o


Instrumento de Coleta de Dados (mesmo que em
desenvolvimento) foi minimamente idealizado
com base na literatura.
10. Qualidade na apresentação: clareza e
adequação da linguagem, uso do tempo,
participação de todos os autores e domínio do
trabalho.

Observações:_________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_______________________

Projeto:

Nota:
Aprovado Reprovado

Participação Individual:

Alunos Avaliação Projeto Média Final


Parcial Concluído
1. Caio Hayashi Yosioka
2. Keila Yumi Morishima
3. Tais Carolina L. Levenstein
4. Vinicius Tawaraya Souza

________________________________ ____/____/____
Professora Orientadora data

SUMÁRIO
5

1. INTRODUÇÃO ------------------------------------------------------------------- 07

2. REFERENCIAL TEÓRICO ----------------------------------------------------- 08

2.1. BOVESPA – História ------------------------------------------------------------- 08

2.1.1. Segmentos especiais da BOVESPA -------------------------------------------- 08

2.1.1.1. Novo mercado --------------------------------------------------------------------- 09

2.1.1.2. Nível 2 ------------------------------------------------------------------------------ 10

2.1.1.3. Nível 1 ------------------------------------------------------------------------------ 10

2.1.1.4. BOVESPA Mais ------------------------------------------------------------------- 11

2.2. Disclosure ---------------------------------------------------------------------------12

2.2.1. Tomada de decisão ---------------------------------------------------------------- 16

2.2.2. Teoria da agência e assimetria informacional ------------------------------- 16

2.2.3. Governança corporativa ---------------------------------------------------------- 17

2.2.4. Pronunciamento técnico CPC 26 – Apresentação das Demonstrações


Contábeis -------------------------------------------------------------------------------------- 18

2.2.5. Notas explicativas ----------------------------------------------------------------- 19

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ----------------------------------- 20

3.1. Tipos de pesquisa ----------------------------------------------------------------- 21

3.2. Técnicas de pesquisa ------------------------------------------------------------- 21

3.3. População e amostra -------------------------------------------------------------- 22

3.4. Problema de pesquisa ------------------------------------------------------------- 22

3.5. Objetivo da pesquisa -------------------------------------------------------------- 22

3.6. Hipótese da pesquisa -------------------------------------------------------------- 22

3.7. Coleta de dados -------------------------------------------------------------------- 23

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ----------------------------------------- 23

LISTA DE QUADROS
6

QUADRO 1 Quadro comparativo dos tipos de segmentos utilizados na


BOVESPA ------------------------------------------------------------------------------------ 12

QUADRO 2 Divulgação Financeira ------------------------------------------------------- 15

QUADRO 3 Divulgação requerida pelo Pronunciamento Técnico CPC 26 --------- 20

QUADRO 4 Relação das empresas listadas na BOVESPA ---------------------------- 22

QUADRO 5 Tabela exemplificativa da análise de dados a ser efetuada ------------- 24

QUADRO 6 – Modelo da apuração de dados e comparação entre a


classificação de pontos com o nível de Governança Corporativa
conforme segmentos da BOVESPA ------------------------------------------------------- 25
7

1. INTRODUÇÃO
As recentes modificações nas normas e procedimentos contábeis brasileiros,
para adequação aos padrões internacionais (IFRS), ocasionaram uma transformação no
modo de evidenciar as demonstrações contábeis e notas explicativas. Este novo modo
de evidenciação tem um papel extremamente importante, pois garante informações
diferenciadas para os vários tipos de usuários (IUDÍCIBUS, 2009; HENDRIKSEN e
VAN BREDA, 1999). Além de possibilitar aos investidores melhor análise da situação
financeira das empresas. Essas modificações ocorrem simultaneamente com a explosão
do mercado de capitais brasileiro e com o crescimento vertiginoso do país, colocando
empresas nacionais em destaque no cenário mundial. (IUDICIBUS, 2009).
Além do nível de disclosure nas informações contábeis, os investidores
priorizam empresas que possuem padrões elevados de governança corporativa por
acreditarem na redução na assimetria informacional entre controladores e
administradores. Consciente destes fatos, a BM&FBOVESPA segrega as empresas em
segmentos de acordo com o nível de governança corporativa de cada entidade, sendo o
Novo Mercado o nível mais elevado de governança corporativa.
Estes dois fatores são avaliados pelos investidores e podem se tornar um fator
crítico para o sucesso ou fracasso de uma empresa, considerando o alto grau de
competitividade atual acentuada pela globalização. Considerando os aspectos citados e
a relevância atual destes assuntos, o tema a ser estudado trata da relação entre o nível
de disclosure e o nível de governança corporativa de todas as companhias brasileiras
de capital aberto.
O estudo contribui para a pesquisa em contabilidade e também aborda o
contexto de investimento, além de ser atual, considerando que as modificações nos
pilares da contabilidade ainda estão em processo e a previsão de crescimento do
mercado de capitais é ainda maior nos próximos anos. Ao mesmo tempo visa aumentar
o conhecimento sobre um tema que carece de novas contribuições.
A pesquisa é possível de ser realizada em função da CVM (Comissão de
Valores Mobiliários) exigir a disponibilidade e publicação periódica das informações
contábeis, as quais são a base para nossa pesquisa. Analisando as informações
8

publicadas pelas empresas, a pesquisa objetiva responder à seguinte questão de


pesquisa: Qual a relação entre o nível de governança corporativa e o nível de
disclosure das informações nas empresas de capital aberto?
Obter conhecimento suficiente sobre a evidenciação das notas explicativas das
empresas e compará-las com o nível de governança corporativo estabelecido pela
BM&FBOVESPA é o objetivo central da pesquisa. O estudo também busca
demonstrar os principais aspectos que diferenciam a qualidade das notas explicativas
além de avaliar as informações complementares (voluntárias) informadas.
Para atingir os objetivos supramencionados, será realizada uma pesquisa
empírica descritiva, pelo método quantitativo, com a obtenção das notas explicativas
das companhias listadas na BM&FBOVESPA, analisando-as de acordo com o
segmento de governança estabelecido.

2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1. BOVESPA - História

Segundo LAMEIRA (2003), Bolsas de Valores são instituições civis as quais


não possuem fins lucrativos e realizam as negociações com as ações das sociedades
anônimas. Fazem parte destas instituições as sociedades corretoras de títulos e valores
mobiliários. As Bolsas de Valores também funcionam como fiscalizadoras das
operações efetuadas pelos seus membros, ocupando a figura de auto-reguladora do
mercado.
Desde 1967, quando a Bolsa Oficial de Valores de São Paulo acompanhou o
surgimento de corretoras e do operador de pregão e passou a ser chamada de Bolsa de
Valores de São Paulo (BOVESPA) até o final da década de 1990, o mercado brasileiro
de capitais era irrelevante e pouco desenvolvido, comparado às principais bolsas de
valores do mundo, como a Bolsa de Valores de Nova Iorque e de Tóquio.
O primeiro fator que fortaleceu a BOVESPA ocorreu no final da década de
1980. Foi o escândalo no mercado de opções na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro,
onde o maior especulador deste marcado quebrou, trazendo graves problemas a saúde
financeira daquela que era a principal bolsa brasileira em termos de volumes
negociados. Em função desta crise, deu-se início a uma transferência de liquidez da
Bolsa do Rio de Janeiro para a BOVESPA, que começou a ganhar importância no
cenário nacional.
Conforme descrito na BM&FBOVESPA, no início da década de 1990, o
mercado de capitais brasileiro manteve sua irrelevância no cenário econômico e ainda
não era visto como uma alternativa ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social), único opção de captação de recursos de longo prazo. Em meados
da década de 1990, com o início da privatização de diversas empresas estatais, o
mercado brasileiro de capitais passou a receber maior atenção dos investidores
estrangeiros, entretanto, o país não estava preparado e sucumbiu a crise que afetou os
países emergentes, em meados de 1997.
No final da década de 1990, pelo fato de mais de 90% do volume negociado no
país ser negociados na BOVESPA, foi feito um acordo entre a BOVESPA e as outras
nove bolsas de valores do Brasil, que previa a concentração da listagem e negociação
9

de ações de companhias abertas na BOVESPA. Este fator consolidou a BOVESPA


como a principal bolsa de valores do país.
De acordo com BOVESPA (2005), em meados de 2002 surgiu um projeto de
popularização da BOVESPA, cujo objetivo principal era tornar a bolsa mais
transparente e acessível, atraindo pequenos investidores e trabalhadores. O projeto,
batizado de “BOVESPA Vai Até Você”, ocorreu em todo o país e ajudou a disseminar
a cultura de investir em ações. Foi criada também a figura do Ombudsman,
profissional independente e responsável por intermediar eventuais conflitos entre
investidores e corretoras.
Em 2008, foi criada a BM&FBOVESPA (Bolsa de Valores, Mercadorias e
Futuros) após a integração da Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F) e a Bolsa de
Valores de São Paulo (BOVESPA).

2.1.1. Segmentos especiais da BOVESPA

No final da década de 1990 a BM&FBOVESPA enfrentava um momento


complicado de sua história. O Brasil estava se recuperando da crise que atingiu os
países emergentes e ainda era visto com desconfiança pelos investidores estrangeiros e
o mercado de capitais não era considerado pelas empresas nacionais, as quais
preferiam captar seus recursos de longo prazo junto ao BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social).
Segundo ponto de vista da BM&FBOVESPA, um dos principais problemas do
mercado de capitais brasileiro era o fato da maioria das ações free float (ações em
circulação no mercado) serem preferenciais (sem direito a voto), o que aumenta o
poder do acionista controlador. A legislação brasileira também era falha e não oferecia
aos acionistas minoritários garantias reais de proteção contra abusos dos controladores,
tornando-os escravos das medidas adotadas pelo acionista controlador, o que inibia os
novos investidores.
A BM&FBOVESPA precisava encontrar recursos que não dependessem das
demoradas reformas na estrutura da legislação brasileira, e passou a procurar
instrumentos que pudessem ser acionados por ela, sem depender das condições
institucionais do mercado brasileiro. Como solução, criou regras de listagem próprias
que contribuíssem para a melhoria da governança corporativa das companhias listadas.
As melhorias da governança corporativa estavam mais relacionadas ao
equilíbrio no tratamento dos acionistas minoritários e majoritários. O foco da
BOVESPA era aumentar o poder do acionista minoritário, oferecendo garantias como
direito a voto e concessão de tag along (porcentagem do valor pago pela ação, caso a
empresa tenha seu controle acionário alienado).
Em dezembro de 2000, a BM&FBOVESPA implantou segmentos especiais de
listagem cujo objetivo era proporcionar um ambiente de negociação que estimulasse,
ao mesmo tempo, o interesse dos investidores e a valorização das companhias. Neste
período foi criado o Novo Mercado e os Níveis Diferenciados de Governança
Corporativa – Nível 2 e Nível 1. Esta foi a primeira ação da BM&FBOVESPA no
âmbito de classificar e considerar as companhias listadas de acordo com seu nível de
governança corporativa. Embora tenham fundamentos semelhantes, os novos
10

segmentos possuem diferenças conceituais, que implica em diferentes níveis de


governança em cada segmento.
Aos investidores, os benefícios do Novo Mercado e dos Níveis Diferenciados
de Governança Corporativa são a maior segurança quanto aos seus direitos acionários e
conseqüente redução no risco. Para as companhias listadas, os benefícios são a melhora
na imagem da companhia além da maior demanda de suas ações e conseqüente
valorização dos papéis da empresa.

2.1.1.1. Novo mercado

Conforme descrito pela BM&FBOVESPA, é o segmento de nível mais elevado


de governança corporativa. As companhias listadas neste segmento devem cumprir
uma série de exigências, principalmente na esfera das regras societárias, as quais visam
equilibrar os direitos dos acionistas controladora e não-controladores, reduzindo a
assimetria informacional entre os usuários. As principais exigências da
BM&FBOVESPA para o Novo Mercado são: (i) Mínimo de 25% de free float (ações
disponíveis no mercado); (ii) composição do capital somente com ações ordinárias;
(iii) concessão de 100% de Tag Along; (iv) conselho de administração com, no
mínimo, cinco membro, dos quais pelo menos 20% devem ser independentes; e (v)
Demonstrações Financeiras Anuais em padrão US GAAP ou IFRS.
Segundo a BM&FBOVESPA, o Novo Mercado é direcionado principalmente
para empresas que venham a abrir o capital. Isto devido principalmente as exigências
mencionadas, pois as empresas que tenha o interesse em ingressar neste segmento
conseguiriam reestruturar seu quadro societário, atendendo as exigências.
Para as companhias que possuem o capital aberto, esta reestruturação seria
muito mais complexa, tendo em vista que grande parte das ações está no mercado.
Considerando estas empresas, a BM&FBOVESPA criou outros dois níveis
diferenciados de governança corporativa, o Nível 2 e o Nível 1.

2.1.1.2. Nível 2

De acordo com BM&FBOVESPA, considerando a hierarquia de governança


corporativa, é o segundo nível mais elevado, ficando apenas atrás do Novo Mercado. O
Nível 2 possibilita as empresas a manter as ações preferenciais, muito embora tenha
direito a voto nas seguintes ocasiões:

• Transformação, incorporação, fusão ou cisão da companhia.


• Aprovação de contratos entre a companhia e o seu controlador ou outras sociedades
nas quais o controlador tenha interesse, desde que sejam matéria de assembléia.
• Avaliação de bens que concorram para aumento de capital.
• Escolha de empresa especializada para determinação do valor econômico da
companhia, nos casos exigidos pelo Regulamento de Práticas Diferenciadas de
Governança Corporativa Nível 2.

Conforme a BM&FBOVESPA, as demais exigências são: (i) Mínimo de 25%


de free float (ações disponíveis no mercado); (ii) concessão de 80% de Tag Along para
ações preferenciais; (iii) concessão de 100% de Tag Along para ações ordinárias; (iv)
11

conselho de administração com, no mínimo, cinco membro, dos quais pelo menos 20%
devem ser independentes; e (v) Demonstrações Financeiras Anuais em padrão US
GAAP ou IFRS.

2.1.1.3. Nível 1

Segundo BM&FBOVESPA, dentre os Níveis Diferenciados de Governança


Corporativa, é o nível mais próximo ao exigido pela Legislação Brasileira. As
principais exigências neste segmento referem-se à prestação de informações que
facilitem o acompanhamento e fiscalização dos atos da administração e dos
controladores da companhia. Além das informações já exigidas por Lei, a companhia
do Nível 1 deve incluir os seguintes itens:

• Demonstrações financeiras consolidadas.


• Demonstração dos fluxos de caixa da companhia e do consolidado.
• Abertura da posição acionária, por espécie e classe, de qualquer acionista que detiver
mais de 5% das ações de cada espécie e classe do capital social, de forma direta ou
indireta, até o nível de pessoa física.
• A quantidade e as características dos valores mobiliários de emissão da companhia
detidos pelos grupos de controladores, membros do Conselho de Administração,
diretores e membros do Conselho Fiscal.
• Evolução da posição descrita acima em relação aos 12 meses anteriores.
• Quantidade de ações em circulação, por espécie e classe, e sua porcentagem em
relação ao total das ações emitidas.
• Relatório de revisão especial emitido por auditor independente.

Em 2002, o conselho de Administração da BM&FBOVESPA decidiu tornar


obrigatório, para qualquer nova abertura de capital, a inserção no Nível 1 de
governança corporativa.

2.1.1.4. BOVESPA mais

Conforme BM&FBOVESPA, é um segmento de listagem do Mercado de


Balcão Organizado, idealizado para as companhias que pretendem realizar a abertura
do capital de forma gradativa. Os parâmetros de negociação e as regras de listagem são
menos exigentes do que os do Mercado de Bolsa, entretanto, a BM&FBOVESPA
acredita que ao ingressar neste segmento, os investidores identificarão companhias
com firme propósito de se desenvolver no mercado. As companhias devem atender os
seguintes compromissos societários:

• Emitir apenas ações ordinárias.


• As ações preferenciais já emitidas não são admitidas à negociação e devem ser
conversíveis em ordinárias.
• Não ter partes beneficiárias.
• Em caso de alienação de controle, todos os titulares de ações ordinárias • têm direito
de vendê-las nas mesmas condições obtidas pelo controlador (tag along).
12

• Realizar oferta pública de aquisição de ações em circulação, no mínimo, pelo valor


econômico nos casos de “deslistagem” ou fechamento de capital.
• Aderir à Câmara de Arbitragem do Mercado para a solução de conflitos societários.

Quadro 1 – Quadro comparativo dos tipos de segmentos utilizados na BOVESPA


BOVESPA NOVO
NÍVEL II NÍVEL I TRADICIONAL
MAIS MERCADO

25% de free float


Percentual até o sétimo ano
Mínimo de Ações de listagem, ou No mínimo 25% No mínimo 25% No mínimo 25%
Não há regra
em Circulação condições de free float de free float de free float
(free float) mínimas de
liquidez

Somente ações
ON podem ser Permite a
Permite a Permite a Permite a
Características das negociadas e existência de ações
existência somente existência de ações existência de ações
Ações Emitidas emitidas, mas é ON e PN (com
de ações ON ON e PN ON e PN
permitida a direitos adicionais)
existência de PN

Mínimo de cinco Mínimo de cinco


Mínimo de três Mínimo de três Mínimo de três
membros, dos membros, dos
Conselho de membros membros membros
quais pelo menos quais pelo menos
Administração (conforme (conforme (conforme
20% devem ser 20% devem ser
legislação) legislação) legislação)
independentes independentes

Demonstrações
Financeiras US GAAP ou US GAAP ou
Facultativo Facultativo Facultativo
Anuais em Padrão IFRS IFRS
Internacional

100% para ações 80% para ações 80% para ações


Concessão de Tag 100% para ações 100% para ações
ON 80% para ON (conforme ON (conforme
Along ON ON
ações PN legislação) legislação)
Adoção da
Câmara de
Obrigatório Obrigatório Obrigatório Facultativo Facultativo
Arbitragem do
Mercado
Fonte: BOVESPA

2.2. Disclosure

“Disclosure diz respeito à qualidade das informações de caráter financeiro e


econômico, sobre as operações, recursos e obrigações de uma entidade, que sejam
úteis aos usuários das demonstrações contábeis, entendidas como sendo aquelas que de
alguma forma influenciem na tomada de decisões, envolvendo a entidade e o
acompanhamento da evolução patrimonial, possibilitando o conhecimento das ações
passadas e a realização de inferências em relação ao futuro.” (NIYAMA e GOMES,
1996 apud DANTAS, 2005).
O Manual de Normas Internacionais de Contabilidade (2009) cita a importância
das informações sobre o desempenho e as oscilações da posição financeira da entidade
13

dando suporte às avaliações e tomadas de decisões econômicas, por onde os usuários


poderão melhor avaliar a capacidade líquida da empresa se informações necessárias
lhes forem fornecidas.
De acordo com a Lei Federal 11.638 de 28 de Dezembro de 2007, que revogou
dispositivos da Lei 6.404 de 1976, diz no artigo 176:
“ao final de cada exercício social, a diretoria fará elaborar, com base na
escrituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações
financeiras, que deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio
líquido da companhia e as mutações ocorridas no exercício:

I – Balanço Patrimonial

II – Demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados

III – Demonstração do Resultado do Exercício

IV – Demonstração dos fluxos de caixa

V – Se Companhia Aberta, Demonstração do Valor Adicionado.”

Para Hendriksen e Van Breda (1999), informação suficiente deve ser


apresentada para permitir os usuários a interpretar tendências futuras e a variabilidade
de dividendos.
Martinez (2004) diz que o alto nível de transparência das informações traz
benefícios não somente para os investidores, analistas e sociedade, mas também para a
própria companhia, pois são maiores as chances de atrair investimentos com baixo
custo de capital.
Com isso, a globalização da economia mundial exige cada vez mais a
transparência das informações aos usuários das informações financeiras relevantes.
(DIAS, MENDES E NETO, 2009)
Segundo Iudícibus (2004), o disclosure está ligado aos objetivos contábeis ao
garantir informações diferenciadas aos usuários proporcionando evidências necessárias
para que não as tornem enganosas. De acordo com Hendriken citado por Iudícibus:

“as seguintes situações poderiam tornar enganosos os demonstrativos, se


não reveladas:

1. Uso de procedimentos que afetam materialmente as apresentações


de resultados ou de balanço comparados com métodos alternativos que
poderiam ser supostos pelo leitor, na ausência da evidenciação;

2. Mudança importante nos procedimentos de um período a outro;

3. Eventos significativos ou relações que não derivam das atividades


normais;

4. Contratos especiais ou arranjos que afetam as relações de


contratantes envolvidos;
14

5. Mudanças relevantes ou eventos que afetariam normalmente as


expectativas; e

6. Mudanças sensíveis nas atividades ou operações que afetariam as


decisões relativas à empresa..”

De acordo com Bushman e Smith (2003, p.72), citados por CUNHA E


RIBEIRO (2008) enfatizam que a divulgação é essencial para avaliar as oportunidades
de investimentos em uma economia com seu papel de auxiliar os investidores a
alocarem seus recursos da forma mais eficiente dentre as diversas opções que o
mercado oferece. Sendo a divulgação um diferencial em relação à forma de apresentar
o desempenho, suas estratégias e diferenciais competitivos da companhia.
Nota-se a importância do sistema de divulgação no modelo regulatório
brasileiro, definidas na Instrução CVM no. 358/02 alterada pelas Instruções CVM no.
369/02 e 449/07, que tem como objetivo permitir os investidores e potenciais
investidores tomar decisões de compra, venda ou manutenção de posições a partir do
fornecimento de informações iguais e disponibilizadas simultaneamente para todos.
Todavia, a quantidade de divulgação das informações para os usuários, segundo
Hendriksen e Van Breda (1999), precisa ser ao mesmo tempo adequada, justa e
completa. Excessiva quantidade de evidências pode ocultar informações relevantes e
dificulta na interpretação dos relatórios financeiros. Isso significa que para a instituição
alcançar a transparência pretendida deve-se divulgar informações qualitativas e
quantitativas. Há também aquelas informações de eventos ocorridos após as
demonstrações que afetam na interpretação e elas devem estar adequadamente explicita
no relatório. Conforme os autores acima citados, existem dois eventos relevantes que
podem ocorrer após a data das demonstrações e antes da conclusão do relatório:
“Eventos que afetam diretamente os valores divulgados nas demonstrações
financeiras e eventos que alteram significativamente a validade de
avaliações no balanço ou as relações entre titulares de direito, ou afetam
significativamente a utilidade das atividades do exercício para fins de
predição do exercício corrente”

A falta da divulgação dessas informações provoca alteração de avaliações,


portanto, estas devem ser ajustadas antes da publicação.
A Divulgação envolve um completo processo na escolha de um melhor método
de divulgação que podem ser classificados de acordo com Hendriksen e Van Breda
(1999) da seguinte forma:
1. Formato e disposição das demonstrações formais

2. Terminologia e apresentações detalhadas

3. Informação entre parênteses

4. Notas explicativas

5. Demonstrações e quadros complementares

6. Comentários no parecer de auditoria

7. Carta do presidente do conselho de administração


15

QUADRO 2 – Divulgação Financeira

ILUSTRAÇÃO 2.2 - Divulgação Financeira

Toda informação útil para a tomada de decisões de investimento,


concessão de crédito e decisões semelhantes.

Informações financeiras

Área diretamente afetada pelos padrões do


Fasb em vigor

Demonstrações
Financeiras básicas

Escopo da
Declaração de
Conceitos de
Reconhecimento e
Mensuração

Notas às Outros Instrumento


Demonstrações Informações
Demonstrações de Divulgação Outras Informações
Financeiras Complementares
Financeiras Financeira

Demonstração de Reconhecimento e
Exemplos: Exemplos: Exemplos: Exemplos:
Posição Financeira mensuração nas
Discussão das demonstrações
Informações
condições de financeiras de
ajustadas por
concorrência e empresas
Demonstração de variação do nível de
Discussão e análise pedidos em carteira
Resultado e Lucro Políticas Contábeis preços
pela administração no formulário 10-K da
Abrangente (Pronunciamento no.
SEC (de acordo com
33 do Fasb e suas
a instrução S-K da
emendas)
SEC)
Informações a
respeito de reservas
Demonstração de Relatórios de
Contingências de petróleo e gás Cartas a acionistas
Fluxo de Caixa analistas
(Pronunciamento no.
69 do Fasb)
Demonstração de
Investimentos pelos Métodos de
Estatísticas
Proprietários e Avaliação de
econômicas
Distribuições aos Estoques
Proprietários
Número de Ações Noticiários a respeito
Existentes da empresa
Medidas Alternativas
(valores de mercado
de itens
contabilizados a
custo histórico)

Fonte: VAN BREDA; HENDRIKSEN, 1999,p.514

O Comitê de Orientação para Divulgação de Informações ao Mercado –


CODIM foi criado para aperfeiçoar o alinhamento das Melhores Práticas de
Divulgação, oferecendo sugestões às empresas e ao público geral interessado em maior
qualidade, transparência, tempestividade, acessibilidade e detalhamento de dados, e
também, para impedir o uso de informações privilegiadas (inside information).
Para Hendriksen e Van Breda (1999), a assimetria informacional surge quando
há níveis diferentes de conhecimentos sobre o mesmo assunto pelas partes
interessadas. E segundo Lopes e Martins (2007, pág. 35) a assimetria informacional é
16

decorrente do conflito de agência proveniente devido ao “interesse dos administradores


da empresa e das outras classes de participantes.” (apud Dias, Mendes e Neto 2009)
Dantas, Zendersky, Santos e Niyama (2005) ressalta que, após escândalos
corporativos como o caso da Enron, justifica-se a necessidade da credibilidade das
informações divulgadas para que forneçam igualdade de direitos entre os acionistas.
Mitchell (2003) relata a adoção da Lei Sarbanes-Oxley para intimidar o processo
gerencial do resultado, tornando-o mais transparente. (apud Dantas, Zendersky, Santos
e Niyama ,2005, pág. 72)
Conforme Bushman e Smith (2003, p.72), o disclosure seria, então, o
responsável por diminuir a assimetria de informações entre os gestores e investidores,
contribuindo assim, para que os usuários das informações tenham as ferramentas
necessárias para uma adequada alocação de seus recursos. Destacam também a
importância da governança como instrumentos de monitoramento dos gestores da
empresa pelos investidores externos.

2.2.1. Tomada de descisão

Dentro de uma empresa, os responsáveis pela sua administração estão


fequentemente tomando decisões. Para isto, é necessário que existam caminhos para
chegada às principais informações da empresa além da preocupação com a veracidade
das informações coletadas para divulgação ao mercado e órgão reguladores. No
entanto, Iudícibus(2009) cita a dificuldade da obtenção das informações incorrendo na
elaboração de uma contabilidade irreal, distorcida em conseqüência da elaboração
apenas para cumprir prazos ou exigências fiscais. Estas distorções, muitas vezes, vão
além dos limites da empresa, ou seja, dificulta possíveis análises e avaliação por parte
de investidores, interessados em ingressar na empresa e até empresas interessadas em
fusão, incorporação ou compra. Assim, os principais usuários externos das informações
divulgadas são: Investidores, Fornecedores de bens e serviços de crédito, Bancos,
Governo, Sindicatos, Clientes entre outros.
Desta maneira, Iudícibus (2009) conceitua o contador como o produtor e
gerenciador das informações úteis aos usuários para tomada de decisão.

2.2.2. Teoria da agência e Assimetria informacional

“A aversão relativa ao risco dos administradores e dos


proprietários que gera as questões mais interessantes em
teoria de agency para os contadores. A informação é uma das
maneiras de reduzir a incerteza, dando aos contadores papel
importante na divisão de riscos entre administradores e
proprietários.” (HENDRIKSEN, 1999, p.139)
A assimetria informacional é conceituada por problemas causados por
informações incompletas, onde algumas consequencias não são consideradas pelo
usuário da informação. Desta maneira, surgem os conflitos de agência das
organizações que, para Iudícibus (2004) os agentes ligados a empresa colocam seus
interesses pessoais a frente dos interesses da organização prejudicando seu andamento.
Bedicks relata a teoria da agência como todos os conflitos existentes entre os
17

proprietários e os administradores considerando que seus interesses nem sempre estão


alinhados.
Casos como o das empresas “Enron” e “Worldcom” ocorridos nos anos 90,
ambos como principais causas os problemas de agência, despertaram a necessidade de
implantação de novas regras de proteção e segurança dos acionistas. Com isso, ouve-
se falar em governança corporativa onde, sua principal importância consiste em
amenizar o conflito de agência das organizações e manter a transparência dos
procedimentos efetuados pelas mesmas.

2.2.3. Governança corporativa

A governança corporativa é o conjunto de processos, procedimentos, normas,


regulamentos e manuais que regulam a maneira de atuação da administração das
organizações. De acordo Iudícibus (2004 pág. 180) que cita Sheleifer e Vishny (1997 :
737):

“Corporate governance deals with the ways in which supliers of finance to


corporations assure themselves of getting a returno n their investment. How
do supliers of finance get managers to return some of the profits to them?
How to make sure the managers do not steal the capital they supply or
invest it in bad projects? How do suppliers of finance control managers.”

“A governança corporativa trata das formas pelas quais os fornecedores de


financiamento para as empresas asseguram um retorno em seus
investimentos. Como os fornecedores de financiamento fazem com que os
administradores devolvam parte do lucro para eles? Como ter certeza de
que os administradores não roubem o capital ou invistam-no em projetos
ruins? Como os fornecedores de capital podem controlar os
administradores?”

O Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) define a origem da


Governança Corporativa pela necessidade de proteção de possíveis abusos da diretoria
executiva nas empresas. Com isto, criou o guia de melhores práticas, onde sua
aplicação é voluntária, no entanto, facilita muito o acesso ao capital por parte do
investidor demonstrando transparência nas informações divulgadas. A Comissão de
Valores Mobiliários (CVM) conceitua como conjunto de práticas que protege as partes
interessadas na empresa (investidores, empregados, clientes, credores etc), facilitando
o acesso ao capital e seu alcance envolve transparência, equidade de tratamentos dos
acionaistas e prestação de contas.
A adoção das práticas da Governança Corporativa agrega mais valor a empresa
uma vez que, este é um dos itens que o investidor leva em consideração na hora de
investir na empresa. As práticas envolvem todas as partes da empresa, desde o
empregado até o diretor e, se estas forem corretamente seguidas, a apresentação de
desempenhos constantes ou melhores aumentará a confiança do investidor e o mesmo
obterá o conhecimento de que o retorno dos investimentos efetuados será usufruído
igualmente a todos.
Em 2002, foi assinado o ato Sarbanes-Oxley pelo senador e Paul Sarbanes e
deputado Michael Oxley ambos dos Estados Unidos. A Lei, uma das mais rigorosas
18

regulamentações já aplicada para companhias abertas norte-americanas, motivada


pelos escândalos des empresas norte-americanas, objetiva a recuperação da
credibilidade do mercado de capitais gerando novas obrigações, responsabilidades e
sanções aos administradores afim de evitar possíveis fraudes. Além disso, ela institui
que as empresas constituam comitê de auditoria formado por conselheiros
independentes. No Brasil, a Lei é aplicada à todas as empresas que possuem ADRs
(American Depositary Receipts) na Bolsa de Valores de Nova Iorque. Aliado à isso,
originou-se o código das melhores práticas, criação da segmentação das empresas de
listagem na BOVESPA , revisão da Lei das S.A., alterações nos itens de independência
e alcance da Lei da CVM.

2.2.4. Pronunciamento técnico CPC 26 – Apresentação das Demonstrações


Contábeis

Em 2000, foi apresentado pela CVM um Projeto de Lei No 3.741 que


proporcionaria reformas à Lei 6.404/76 tornando-a mais adequada às necessidades
locais e globais de informação. Modificando o capítulo XV da Lei das Sociedade por
Ações, visa atualizar e modernizar a legislação eliminando possíveis barreias
regulatórias e alinhando às normas e práticas contábeis internacionais – IFRS
(International Financial Report Standard) ou IAS(Internacional Accounting
Standards ).
Em outubro de 2005, foi criado o CPC (Comitê dos Pronunciamentos
Contábeis) que é formado por: Associação Brasileira de Companhias Abertas
(ABRASCA), Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado
de Capitais (APIMEC), Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros (BM&FBOVESPA),
Conselho Federal de Contabilidade (CFC), Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis,
Atuariais e Financeiras (FIPECAFI USP), Instituto dos Auditores Independentes do
Brasil (IBRACON).
O pronunciamento tem com objetivo definir a base para a apresentação das
demonstrações contábeis, para comparar com as demontrações cotábeis de períodos
anteriores da mesma entidade quanto com as demontrações de outras entidades. Nesse
cenário, o pronunciamento estabelece regras gerais para apresentação das
demonstrações, diretrizes para a sua estrutura e os requisitos mínimos para seu
conteúdo.
Todas as empresas de Capital Aberto que serão analisadas nesta pesquisa estão
subordinadas a CVM que determina a obrigatoriedade da utilização dos
Pronunciamentos Técnicos divulgados.

Segundo o Manual das Sociedades por Ações – FIPECAFI, com a nova


obrigatoriedade no Brasil, permitirá uma maior comparabilidade das demonstrações
financeiras com as de outros países que adotam o mesmo conjunto de normas.
Adicionalmente, virá a diminuir os custos com a elaboração de tais
demonstrações por parte das empresas que emitem relatórios no exterior e ainda,
promoverá uma modernização do pensamento contábil, aprimorando a qualidade das
informações financeiras geradas.

2.2.5. Notas explicativas


19

O enfoque da pesquisa é identificar se as divulgações descritas como


obrigatórias no item 112 do Pronunciamento que trata da apresentação e divulgação
requerida nas notas explicativas para as demonstrações contábeis conforme
demonstrado no quadro abaixo:

QUADRO 3 – Divulgação requerida pelo Pronunciamento Técnico CPC 26

Fonte: Pronunciamento Técnico CPC – 26.

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
20

Collis e Hussey (2005) definem Metodologia como a modo completo de


abordar o processo de pesquisa, desde a base teórica até a coleta e análise de dados. De
acordo com Cervo e Bervian(2004) o método é a ordem que se deve atribuir aos
diferentes processos indispensáveis para atingir um resultado desejado, ou seja, um
meio de acesso ao resultado final. Nas ciências, abrange-se por método o conjunto de
processos aplicados na verificação e na declaração da verdade.
Pesquisa é definidacomo:

“A pesquisa é a ferramenta para conhecer o que nos rodeia e seu caráter é


universal. A pesquisa científica é concebida como um processo, termo que
significa dinâmico, mutante e evolutivo. Ao pesquisar, sempre iniciamos
com uma idéia e uma exposição, e terminamos com a coleta, a análise de
dados e um relatório de estudo.” ( SAMPIERE, COLLADO E
LUCIO ,pag 4, 2006)

3.1. Tipos de pesquisa

Köche (2004) explica que no planejamento de uma pesquisa as dúvidas sobre o


assunto abordado, a natureza e a situação em que se encontram são essenciais para
definir o nível adequado de conhecimento a ser investigado. Isso explica a existência
de inúmeros tipos de pesquisa.
Adotando o procedimento geral utilizado, o critério obtém no mínimo três
importantes tipos de pesquisa: a bibliográfica, experimental e descritiva. A
bibliográfica procura explicar um problema a partir de conhecimentos de teorias
disponíveis em publicações e tem como objetivo buscar e analisar as principais
contribuições teóricas existente sobre um determinado assunto. A experimental
caracteriza-se pela manipulação de variáveis relacionadas ao fenômeno observado para
avaliar as relações identificadas na construção das hipóteses. Já a descritiva, procura
entender a relação de diversas situações em condições específicas, geralmente com
aleatoriedade da amostra e alto nível de manipulação.
Para Cervo e Bervian (2004) os estudos exploratórios propõem pesquisas quase
ou não científicas, portanto, não elaboram hipóteses a serem testadas, restringindo-se a
definição de objetivos e busca por novas informações e requer planejamento bastante
flexível para possibilitar a consideração de diversos aspectos de um problema ou
situação.
A pesquisa adotará o tipo exploratório acima citado, levando em consideração a
recente adoção da Lei nº 11.638/08 pelas empresas de capital aberto, que ainda não
divulgaram conhecimento aprofundado sobre o assunto alterado ou adicionado por essa
lei.

3.2. Técnicas de pesquisa

Collis e Hussey (2005) citam a pesquisa quantitativa como sendo, objetiva,


abrangendo coletar e analisar informações numéricas além de aplicar testes estatísticos.
Sampieri, Collado e Lucio (2006) explicam que a investigação quantitativa nos
possibilita expandir os resultados de maneira mais extensa, ou seja, concede-nos
domínio sobre os fatos e um ponto de vista de apuração e intensidade em relação a
21

eles. Assim, oferece uma grande possibilidade de replicação e um enfoque sobre


pontos específicos de tais fenômenos, além de facilitar a comparação entre estudos
similares.
A pesquisa qualitativa utiliza coleta de dados sem avaliação numérica para
descobrir ou apurar questões de pesquisa e pode ou não provar hipóteses em seu
processo de interpretação.
Uma vez que nossa pesquisa está atrelada ao nível de divulgação das
informações nas notas explicativas, utilizaremos o enfoque qualitativo do qual não se
pratica medições numéricas e sim, análise de comparação dos dados divulgados com os
necessários por lei e em relação ao nível de Governança Corporativa relacionado.

3.3. População e amostra

Collis e Hussey (2005) definem amostra como formação de alguns membros de


uma população. Uma população pode fazer referência a um grupo de pessoas ou a
qualquer outro grupo de elementos sendo considerados para a finalidade de pesquisa.
Para os autores, é imprescindível assegurar-se que a amostra não tenha preconceito.
Sampieri, Collado e Lucio (2006) referem-se a amostra no enfoque qualitativo
como unidade de análise ou conjunto de pessoas, eventos ou episódios sobre o qual se
coletam os dados sem que fundamentalmente sejam representativos do universo.
A pesquisa empregará como população todas as empresas listadas na
BOVESPA. Serão excluídas da população os segmentos que não se enquadram nos
níveis de Governança Corporativa (Balcão Tradicional, BDR Nível 3 e Balcão não
organizado) e todas as empresas denominadas como “Financeiro e Outros” uma vez
que seu órgão regulador (BACEN) não aprovou todas as divulgações efetuadas e
posteriormente, empresas com dados insuficientes para análise.
A amostra será constituída por 126 empresas dos segmentos acima descritos.
22

Quadro 4 – Relação das empresas listadas na BOVESPA

Sendo:

3.4. Problema de pesquisa

Problema consiste em dizer de maneira clara e concisa qual a dificuldade do


qual enfrentamos e que pretendemos resolver. O objetivo da formulação do problema
de pesquisa é tornar a pesquisa mais específica.
Nesta pesquisa o problema é: Qual a relação entre o nível de governança
corporativa e o nível de disclosure das informações nas empresas de capital aberto?
23

3.5. Objetivo da pesquisa

O objetivo dessa pesquisa é verificar se há relação significativa entre o nível de


Governança Corporativa e o nível de divulgação das informações por meio da nota
explicativa.

3.6. Hipótese da pesquisa

A hipótese desta pesquisa é verificar se há relação significativa entre os níveis


de Governança Corporativa e o nível de disclosure das informações nas empresas de
capital aberto.

3.7. Coleta de dados

A coleta de dados será executada no banco de dados eletrônico da BOVESPA


onde serão analisadas, as notas explicativas das 126 empresas selecionadas para
pesquisa(Quadro 5).
Após a análise, será preenchida a tabela demonstrada a seguir (Quadro 6) para
cada empresa atribuindo-se pontos pelo seu nível de informação divulgada. A seguir,
será apurado o total de pontuação por segmento verificando desta maneira, se existe
relação entre o nível de Governança Corporativa e o nível de divulgação em sua nota
explicativa.
24
25

a - Somatório dos itens apresentados como “Sim” na pesquisa.


b - Somatório de todos os itens (quantificáveis) apresentados como obrigatórios na
tabela acima.
c – Percentual de pontos da empresa: Dividindo-se o item “a” sobre o item “b”.
d – Contagem de palavras da nota explicativa da empresa analisada.
e – O índice de divulgação será utilizado como “classificação” para posterior análise
do segmento de Governança Corporativa classificado.

QUADRO 6 – Modelo da apuração de dados e comparação entre a classificação de


pontos com o nível de Governança Corporativa conforme segmentos da BOVESPA.

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BERVIAN, Pedro A.; CERVO, Amado L. Metodologia Científica, São Paulo:


Prentice Hall,2007

BM&F BOVESPA. Guia IBRI – BOVESPA de relação com investidores.


Disponível em: < http://www.bmfbovespa.com.br/empresas/download/guiarela.pdf>.
Acesso em: 16 mai. 2010.

BOVESPA, A Bolsa dos brasileiros – Uma breve história da BOVESPA e do


mercado de capitais, 2005
26

BM&fBOVESPA. Disponível em: http://www.bmfBOVESPA.com.br/ Acesso em:


10/06/2010

BRASIL. Lei Federal n. 11.638, de 28 de dezembro de 2007. Altera e revoga


dispositivos da Lei n. 6.404, de 15 de dezembro de 1976, de 7 de dezembro de 1976, e
estende às sociedades de grande porte disposições relativas à elaboração e divulgação
de demonstrações financeiras. Brasília, 2008.

BRASIL, Pronunciamento Técnico CPC 26 – Apresentação das Demonstrações


Contábeis. São Paulo, 2009.

COLLADO, Fernández; SAMPIERI, Hernández;CARLOS,Baptista Lucio Principal


Metodologia de pesquisa São Paulo : McGraw-Hill, 2006

CUNHA, Jacqueline V. A.; RIBEIRO, Maria de S.. Divulgação voluntária de


informações de natureza social: um estudo nas empresas brasileiras. Revista Adm.
Eletrônica, São Paulo, v.1, n.1, art. 6, jan./jun. 2008.

CVM – Cartilha das Melhores Práticas da CVM Disponível em:


http://www.ecgi.org/codes/documents/cartilha.pdf Acesso em: 10/05/2010

DANTAS, José A.; ZENDERSKY, Humberto C.; SANTOS, Sérgio C. dos; NIYAMA,
Jorge K.. A dualidade entre os benefícios do disclosure e a relutância das
organizações em aumentar o grau de evidenciação. E&G Economia e Gestão, Belo
Horizonte, v.5, n.11, p.56-76, dez. 2005.

DIAS, Warley de O.; MENDES Rodrigo C.; NETO, João E. B.. Disclosure no
mercado de capitais: um estudo do nível de evidenciação de plano de opções em
ações das empresas brasileiras com ações negociadas na Bovespa e NYSE. VI
CONVIBRA – Congresso Virtual Brasileiro de Administração, 2009.

ENERST&YOUNG - FIPECAFI Manual de Normas Internacionais de


Contabilidade. São Paulo: Atlas, 2009

HENDRIKSEN, Eldon; VAN BREDA,Michael F. Teoria da Contabilidade . São


Paulo: Atlas, 1999.

HUSSEY, Roger; COLLIS, Jill Pesquisa em Administração: um guia prático para


alunos de graduação e pós-graduação, Porto Alegre Bookman, 2005

IBGC – Instituto Brasileiro de Governança Corporativa. Disponível em:


http://www.ibgc.org.br/Secao.aspx?CodSecao=18 Acesso em:13/05/2010

IUDÍCIBUS, Sergio. Teoria da contabilidade. São Paulo: Editora Atlas, 2004.


27

IUDÍCIBUS,Sérgio de;MARION, José Carlos;MARION, Ana Cristina de Faria,


Introdução a Teoria de contabilidade , São Paulo, Atlas 2009

LAMEIRA, Valdir de Jesus Mercado de Capitais. Rio de Janeiro: Forense


Universitária, 2003

LANZANA, Ana Paula. Relação entre disclosure e governança corporativa das


empresas brasileiras. Disponível em:
<http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12139/tde-11022005-094807/>. Acesso
em: 20 mai. 2010.

KÖCHE, José Carlos Fundamentos da metodologia científica: teoria da ciência e


iniciação à pesquisa. Rio de Janeiro: Vozes, 2002.

MARTINEZ, Ana Paula. Política de divulgação de informações no âmbito do


mercado de capitais. Disponível em:
<http://www.cvm.gov.br/port/protinv/programa.asp>. Acesso em: 14 mai. 2010.

SILVEIRA, Alexandre de Micheli Governança Corporativa e Estrutura de


Propriedade

Vous aimerez peut-être aussi