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TRÊS CLASSES DE HOMENS (EE.

149-157)

“... quando os DESEJOS se embaraçam”


S.Inácio, em virtude de sua experiência pessoal, vê o ser humano com um ser de
desejo.
Para ele, o ser humano, antes de ser memória, inteligência e vontade, é
primeiramente desejo, querer.
Nós somos um verdadeiro feixe de desejos, uma central produtora de desejos.
E esses desejos são algo formidável, apresentando uma amplitude, uma
constancia e uma capacidade de re-criações infinitas. Se é que nos conhecemos
verdadeiramente, sabemos ser uma autêntica fornalha de desejos.
O ser humano nunca se cansa de desejar e querer, nunca se dá por satisfeito.
Os desejos da pessoa são formidáveis porque são vividos na força multiplicadora
e aceleradora dos sentimentos e emoções.
Não são desejos sutís como um fio de seda, mas volumosos como uma
avalanche, que se mistura com as emoções, que continuam a crescer. Esse é o
mistério que levamos dentro de nós.
Para sermos verdadeiramente nós mesmos, para conseguirmos realmente ser
autênticos e saber amar, precisamos nos apropriar desses desejos, colocar
“ordem” neles, clarificá-los, mantê-los vivos e não apagá-los. Apagá-los seria a
morte.
Por outro lado, também não podemos deixar os desejos agir tumultuosamente
por sua própria conta, porque assim correm o risco de se tornarem destruidores
de nós mesmos e dos outros.
Em muitas ocasiões, acontece um autêntico caos no mundo dos desejos ou uma
dispersão dos
mesmos. Confluem numa mesma pessoa desejos em boa medida contraditórios e de
níveis
muito díspares., sem que a pessoa não só seja capaz de pô-los em ordem, mas às vezes
nem
seque percebe a contradição entre eles.

Essa incapacidade de percepção pode ser mais ou menos ingênua ou


interessada, fruto do auto-engano ou da falta de liberdade. Produz-se então um
“emaranhamento” do desejo que impede um avanço em qualquer sentido e
produz, a longo prazo, a profunda insatisfação de não estar fazendo nada sério,
de não avançar com decisão para parte alguma.
Desta dispersão dos desejos resultam comportamentos claramente
inconsequentes:
falta de um ritmo de vida equilibrado e pessoal (ativismo exagerado ou de passividade insensível);
ausência de critérios próprios; indecisão crônica; adiamentos sem fim;
intermináveis “discernimentos”; contradições entre teoria e vida;
incapacidade de conexão das grandes motivações com a vida real e cotidiana...
Estas são algumas das manifestações externas de um DESEJO disperso e emaranhado.

Por que tudo isso?


Falta de clarificação do significado da vida cristã? Insuficiente conhecimento e
valorização
da complexidade e da força de seu mundo de desejos? Concepção voluntarista do
seguimen-
to? Insatisfação a respeito de si mesmo e da própria capacidade de seguimento...?

Em algumas ocasiões, o não haver levado a sério rupturas necessárias, o


não tê-las feito de todo o coração, aflora deste modo:
“querer jogar em vários campos leva a pessoa a situar-se
fora do jogo”.
Ou se trata de debilidade pessoal, diante de uma multiplicidade indiscri-
minada de exigências?
Consequência: quando se vive mais dependente dos estímulos do exte-
rior que da vida interior, não é estranho que os desejos
se “emaranhem”, se “embaracem”...
Texto bíblico: Mc l0,l7-3l

Na oração: Nos Exercícios Espirituais, a oração ordena os desejos, assumindo-os e orientando-os para o
bem.
A oração nos ajuda a não apagá-los.
E isso é vital, pois, sem os desejos, sentimentos e emoções, as nossas ações teriam a espessura de
uma teia de aranha e nunca faríamos nada, nem construiríamos nada.

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