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RESUMO – PRINCIPAIS PONTOS - Desigualdade de Renda no Brasil: uma

análise da queda recente

Com artigos de alguns dos maiores especialistas em desigualdade do país, o Ipea


reuniu em livro uma visão abrangente do tema, inclusive sob óticas distintas. O estudo
documenta a evolução recente da desigualdade de renda no Brasil, que, a partir de
2001, começou a declinar de forma acentuada e contínua. O coeficiente de Gini, uma
das medidas de desigualdade mais utilizadas, declinou 4,6%, passando de 0,594, em
2001, para 0,566 em 2005.

Mas, a despeito dessa queda importante na desigualdade, o país ainda permanece


ocupando posição negativa de destaque no cenário internacional, como um dos países
com maior grau de desigualdade de renda no mundo. Mesmo no ritmo acelerado com
que vem reduzindo a desigualdade, o país ultrapassou apenas 5% dos países no
ranking de desigualdade. Além disso, ainda seriam necessários mais de 20 anos para
que o Brasil atingisse um nível similar ao da média dos países com maior grau de
desenvolvimento. Portanto, é preciso persistir. Os autores mostram que as estimativas
obtidas sobre a queda recente da desigualdade de renda independem da medida de
desigualdade, da existência de economias de escala ou de necessidades diferenciadas
de crianças, de adultos e de idosos, e são estatisticamente significativas.

O estudo também documenta a contribuição da queda recente da desigualdade para o


crescimento da renda dos mais pobres e, conseqüentemente, para a redução da
pobreza e da extrema pobreza no país. Na investigação do crescimento da renda dos
mais pobres, entre 2001 e 2005, houve crescimento anual de 0,9% da renda nacional,
porém os mais ricos perderam. A taxa de crescimento anual da renda dos 10% e dos
20% mais ricos foi negativa (0,3% e 0,1%, respectivamente). Então, para a renda
nacional ter crescido, os mais pobres necessariamente devem ter ganhado. De fato, a
taxa de crescimento da renda dos 10% mais pobres atingiu 8% ao ano. Portanto, o
período 2001-2005 foi marcado por duas transformações desejáveis na distribuição de
renda brasileira: houve crescimento (embora muito modesto) e a desigualdade
reduziu- se significativamente (o coeficiente de Gini, por exemplo, conforme já foi
explicado, caiu 4,6%).

Ao contrário do que historicamente sempre aconteceu no país, recentemente, a queda


na pobreza resultou sobretudo da redução no grau de desigualdade. A porcentagem de
pobres e também a de extremamente pobres caíram cerca de 4,5 pontos percentuais
cada uma. A novidade desse período é que, ao contrário de outros episódios históricos
em que a pobreza também se reduziu significativamente, dessa vez a principal força
propulsora foi a redução na desigualdade e não o crescimento. Por fim, ao analisar o
grau de substituição e complementaridade entre crescimento e reduções na
desigualdade para o combate à pobreza, o estudo mostra que, para alcançar a mesma
queda na pobreza, contando apenas com o crescimento, seria necessário aumentar a
renda de todas as famílias em 14,5% e para alcançar a mesma queda na extrema
pobreza, seria necessário um crescimento de 22%.

Ao avaliar os determinantes desta queda acentuada, o trabalho destaca ainda que


cerca de 50% do declínio da desigualdade resultou da evolução da renda não derivada
do trabalho, apesar de ela representar menos de 1/4 da renda total. Mudanças na
distribuição da renda do trabalho explicam cerca de 1/3 da queda observada na
desigualdade, embora essa renda represente mais de 3/4 da renda total. Também
importante para a queda no grau de desigualdade foi a redução na associação entre
essas duas fontes de renda.
Outro ponto importante do livro é a investigação da magnitude da subestimação da
renda das famílias, obtida a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
(Pnad) e seu potencial impacto sobre a aferição do nível e da evolução da desigualdade
de renda brasileira. Para tanto, é feita uma análise comparativa das informações da
Pnad com as da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) e do Sistema de Contas
Nacionais (SCN). A Pnad é uma pesquisa domiciliar que busca vários dados sobre as
famílias. Visita anualmente 100 mil famílias. A Pesquisa de Orçamento Familiar é mais
específica sobre consumo, gasto, renda, mas também é nacional. Já o Sistema de
Contas Nacionais, é a consolidação do produto, da renda, da despesa de um ano. A
análise é feita em três etapas. Primeiro, foi avaliado o grau de subestimação da renda
total das famílias por parte da Pnad. Segundo, os impactos dessa subestimação sobre
a aferição do grau de desigualdade de renda. Por fim, em que medida a subestimação
do nível de desigualdade afeta a estimação da variação no grau de desigualdade entre
2001 e 2003. Entre os resultados obtidos, o trabalho conclui que, embora o grau de
subestimação da renda das famílias na Pnad seja significativo, o grau de subestimação
da desigualdade é bastante reduzido.

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