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Seminário Especial
A Biodiversidade como Estratégia Moderna de
Desenvolvimento da Amazônia
Rio de Janeiro, setembro de 2001
* Professor Adjunto de Ecologia da Universidade de Brasília, Pesquisador Titular do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística e Diretor de Conservação da Biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente, Brasília, DF.
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BALANÇO DA BIODIVERSIDADE NA AMAZÔNIA: UMA INTRODUÇÃO AO DESCONHECIDO
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BALANÇO DA BIODIVERSIDADE NA AMAZÔNIA: UMA INTRODUÇÃO AO DESCONHECIDO
A moderna legislação ambiental estabelece um vínculo estreito entre meio ambiente e diversidade
biológica e adota um entendimento dinâmico de meio ambiente. A Política Nacional do Meio
Ambiente (Lei 6938/1981) define MEIO AMBIENTE como o "conjunto de condições, leis,
influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em
todas as suas formas" (Artigo 3o/item I) e a Convenção sobre Diversidade Biológica define
ECOSSISTEMA como "um complexo dinâmico de comunidades vegetais, animais e de
microrganismos e o seu meio inorgânico que interagem como uma unidade funcional" (Decreto
Legislativo 2-94/Artigo 2o).
DIVERSIDADE BIOLÓGICA é definida pela Convenção sobre Diversidade Biológica como "a
variabilidade de organismos vivos de todas as origens, compreendendo, dentre outros, os
ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos e os complexos ecológicos de que
fazem parte; compreendendo ainda a diversidade dentro de espécies, entre espécies e de
ecossistemas (Decreto Legislativo 2-94/Artigo 2o).
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A Política Nacional do Meio Ambiente (Lei 6938/1981) define RECURSOS AMBIENTAIS como
"a atmosfera, as águas interiores, superficiais e subterrâneas, os estuários, o mar territorial, o solo, o
subsolo, os elementos da biosfera, a fauna e a flora" (Artigo 3o/item V), e a Convenção sobre
Diversidade Biológica define que RECURSOS BIOLÓGICOS "compreende recursos genéticos,
organismos ou partes destes, populações, ou qualquer outro componente biótico de ecossistemas, de
real ou potencial utilidade ou valor para a humanidade", que RECURSOS GENÉTICOS "significa
material genético de valor real ou potencial" e que MATERIAL GENÉTICO "significa todo
material de origem vegetal, animal, microbiana ou outra que contenha unidades funcionais de
hereditariedade" (Decreto Legislativo 2-94/Artigo 2o).
Diversidade Biológica, antes de mais nada, é uma das propriedades fundamentais do meio ambiente.
É, portanto, um dos componentes básicos da "qualidade ambiental", e qualquer perda de diversidade
biológica, seja a nível de ecossistemas, espécies ou populações, representa uma perda de qualidade
ambiental. Por outro lado, os componentes da diversidade biológica são elementos-chave do
funcionamento dos ecossistemas e mantenedores dos processos ecológicos básicos responsáveis
pelo "equilíbrio ecológico". A perda da diversidade biológica, portanto, compromete a manutenção
do equilíbrio ecológico.
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extinção) e de sua distância do continente mais próximo (taxa de colonização). Huston em 1979
propôs modelo que relaciona biodiversidade com a taxa de produtividade e o regime de distúrbio do
local, indicando que locais de alta fertilidade e baixo distúrbio têm baixa biodiversidade por causa
da exclusão competitiva, e locais de baixa fertilidade e alto distúrbio têm igualmente baixa
biodiversidade porque a taxa de recolonização pós-distúrbio e menor que a taxa de destruição
causada pelos distúrbios muito freqüentes e/ou intensos. Outro padrão encontrado por vários
pesquisadores é o de alta biodiversidade em ecossistemas de baixa fertilidade, situação que favorece
a especialização para explorar recursos escassos resultando em numerosas espécies de baixa
densidade demográfica ou restritas a biótopos especializados (as chamadas espécies raras).
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O Princípio da Precaução, aprovado na Declaração do Rio durante a Conferência das Nações Unidas
sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento - CNUMAD (Rio-92), estabelece que devemos agir já e
de forma preventiva ao invés de continuarmos acomodados aguardando a confirmação das previsões
para então tomarmos medidas corretivas, em geral caras e ineficazes.
3. Sistemas e políticas econômicas que não atribuem o devido valor ao meio ambiente e aos
recursos naturais: falta de apoio para causas não utilitárias, falência de planejamento a longo prazo.
4. Sistemas jurídicos e institucionais que promovem exploração não sustentável dos recursos
naturais.
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Pastagens plantadas
Monoculturas agrícolas
Reflorestamentos
Piscicultura
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Segue na tabela abaixo alguns exemplos de indicadores para monitorar diferentes processos
impactantes sobre diferentes níveis e componentes da biodiversidade.
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TAXA DE DISPERSÃO
PERDA CULTURAL <PATRIMÔNIO CULTURAL RIQUEZA DE POVOS
(VARIABILIDADE CULTURAL) RIQUEZA DE LÍNGUAS
EQUITABILIDADE CULTURAS
PERDA ECONÔMICA < EXTINÇÃO ECONÔMICA CAPTURA POR ESFORÇO
(VARIABILIDADE ECONÔMICA) < SPP DESEJÁVEIS CONSUMO PER CAPITA
> SPP INDESEJÁVEIS VOLUME COMERCIALIZADO
< SUSTENTABILIDADE VALOR DE MERCADO
DENSIDADE (HISTÓRICA)
NÚMERO DE ACIDENTES
O Direito Romano, base dos sistemas legais atuais dos países ocidentais, estabeleceu uma dicotomia
básica entre plantas e animais:
Os animais silvestres, por serem móveis, são considerados res nullius, ou seja objetos sem
dono, que podem ser livremente apropriados por quem capturá-los;
As plantas e os animais domésticos, por estarem presos à terra, são considerados como parte
da propriedade imóvel (as terras) onde se localizam, sujeitando-se, portanto, ao regime de
propriedade privada, consagrado nos códigos civis;
Esta dicotomia do direito romano foi incorporada, por exemplo, nas Ordenanças Filipinas, que
regeram os países ibero-americanos durante o período colonial e, no caso do Brasil, durante o
período imperial e da república velha. Posteriormente, estes preceitos foram incorporados nos
códigos civis destes países (por exemplo o Código Civil brasileiro de 1916) e seus reflexos
aparecem posteriormente nos códigos de caça e pesca, proteção à fauna, florestais e ambientais a
partir da década de 1930.
Com base no princípio da função social, muitos países, como o Brasil, estabeleceram restrições ao
uso da terra em propriedades rurais, privadas ou públicas, visando a proteção da vegetação,
especialmente florestal. O Código Florestal brasileiro (Lei 4.771 de 1965), por exemplo, estabelece
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Infelizmente, tanto o regime de res nullius como o de propriedade coletiva/bem do estado, nas
sociedades modernas, leva ao desperdício e ao uso não sustentável: o conhecido conceito da
Tragédia [das Áreas e Bens] Comuns [the Tragedy of the Commons].
A Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) reconhece o direito soberano das nações sobre a
diversidade biológica, incluindo os recursos genéticos, encontrada nos territórios sob sua jurisdição.
A CDB introduziu no cenário legal e diplomático internacional alguns parâmetros e princípios
inovadores, descritos a seguir.
2. A CDB estabeleceu pela primeira vez, no relacionamento entre as nações, a ligação entre a
Conservação da Biodiversidade e o Desenvolvimento da Biotecnologia, reconhecendo o princípio
da repartição dos benefícios advindos da comercialização de produtos da Biotecnologia entre os
países que desenvolverem um produto biotecnológico e os países de origem dos recursos genéticos
que servirem de base para o desenvolvimento desse produto; e o princípio de rateio dos custos de
conservação da Biodiversidade, com os países mais ricos se comprometendo a arcar com parcelas
significativas do custo da conservação [os custos adicionais], tanto in situ quanto ex situ,
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especialmente nos países pobres economicamente, porém ricos em Biodiversidade. Esse tema
representou o eixo central de disputa e negociação das reuniões preparatórias da CDB.
a) parte da biodiversidade:
Convenção Internacional para a Proteção das Aves (Paris,1950)
Convenção Internacional de Proteção às Plantas (Roma,1951)
Convenção Internacional dos Recursos Vivos de Alto-Mar (Genebra,1958)
Convenção Internacional sobre Áreas Úmidas e Aves Aquáticas - RAMSAR (1971)
Convenção Internacional de Proteção ao Patrimônio Cultural e Natural (Paris,1972)
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A Convenção sobre Diversidade Biológica representa a consolidação dos dois últimos conceitos ao
nível da relação entre as nações, sem desconsiderar os conceitos anteriores. A CDB não é uma
convenção sobre Áreas Protegidas, mas sim uma convenção sobre a biodiversidade enquanto
recurso biológico e função ecológica garantidora do equilíbrio ecológico e da sustentabilidade dos
sistemas produtivos.
7. A CDB deixou várias questões mais controvertidas para serem detalhadas em negociações
posteriores, que resultarão provavelmente em protocolos específicos, porém contém em seu bojo
definições, princípios e compromissos suficientes para nortear uma solução negociada dos
interesses conflitantes entre nações consumidoras e produtoras de biodiversidade.
8. A CDB não tem caráter intervencionista e tampouco adere ao conceito de "interesses globais".
Ao contrário, confirma e defende a soberania de cada nação sobre a biodiversidade de seu território,
assegurando compromissos, das nações que a ratificarem, garantidores desses direitos.
O acesso ao patrimônio genético existente no País somente será feito mediante autorização da União
e terá o seu uso, comercialização e aproveitamento para quaisquer fins submetidos à fiscalização,
restrições e repartição de benefícios nos termos e nas condições estabelecidos nesta Medida
Provisória e no seu regulamento (Art. 2o da Medida Provisória No 2.186-16).
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Art. 1o O art. 20 da Constituição passa a vigorar acrescido do seguinte inciso XII: "XII – o
patrimônio genético, exceto o humano, cabendo à lei definir as formas de acesso e de exploração."
A biodiversidade total estimada a nível mundial varia entre 3 e 100 milhões de espécies, sendo a
melhor estimativa atual de 13 milhões de espécies (Global Biodiversity Assessment, PNUMA,
1995). A maior parte da biodiversidade ainda por descobrir está nos trópicos e especialmente nos
trópicos americanos, metade dos quais estão em território brasileiro. Portanto, pode-se estimar que
existem pelo menos mais 3 milhões de espécies no território nacional ainda desconhecidas
cientificamente, isto é, 10 a 20 vezes mais do que o número de espécies já conhecidas no país.
Brasil detém a maior parcela da biodiversidade mundial, pelo menos 10 a 20% da biodiversidade já
catalogada no mundo que é de cerca de 1.5 milhão de espécies, ou seja 150 a 300 mil espécies. Da
biodiversidade já catalogada no Brasil, pode-se considerar como minimamente conhecida e
caracterizada cientificamente de forma satisfatória não mais do que 10%, isto é, cerca de 15 a 30 mil
espécies.
Das espécies nativas brasileiras já catalogadas cientificamente, não mais do que 1% foram objeto de
estudos quanto ao seu potencial enquanto recursos genético e não mais de 1% foram objeto de
estudos parciais de caracterização genética, isto é, menos de 1500 a 3000 espécies. Não passam de
poucas dezenas o número de espécies nativas brasileiras que já tiveram parte de sua seqüência
gênica determinada.
Por outro lado, das cerca de duas centenas de etnias indígenas existentes hoje em território
brasileiro, menos de 10% foram objeto de estudo sistemático de resgate e proteção dos
conhecimentos tradicionais sobre uso e manejo da biodiversidade nativa.
No ritmo atual das pesquisas sobre a biodiversidade brasileira, serão necessários mais de 1000 anos
para que toda a biodiversidade brasileira esteja catalogada e razoavelmente caracterizada.
Precisamos de mais pesquisadores e por outro lado precisamos fazer melhor uso das técnicas mais
modernas e expeditas de investigação da biodiversidade.
O Brasil é o país com maior biodiversidade (é o maior dos "países de megadiversidade"), contando
com um número estimado entre 10 e 20% do número total de espécies do planeta. O Brasil conta
com a mais diversa flora do mundo, com mais de 45.000 espécies descritas (perto de 20% do total
mundial). O país possui, por exemplo, a maior riqueza de espécies de palmeiras (390 espécies) e de
orquídeas (2300 espécies). Diversas espécies de plantas de importância econômica mundial são
originárias do Brasil, destacando-se dentre elas o abacaxi, o amendoim, a castanha do Pará, a
mandioca, o caju e a carnaúba.
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riqueza da fauna brasileira e de seu desconhecimento, cinco novas espécies de macacos foram
descritas no país nos últimos anos.
Apesar dessa riqueza de espécies nativas, a maior parte de nossas atividades econômicas está
baseada em espécies exóticas: nossa agricultura está baseada na cana-de-açucar da Nova Guiné, no
café da Etiópia, no arroz das Filipinas, na soja da China, no cacau do México, na laranja da China,
trigo da Ásia Menor, etc; nossa silvicultura depende de eucaliptos da Austrália e de pinheiros da
América Central; nossa pecuária depende de capins Africanos, bovinos da Índia, eqüinos da Ásia
Central, etc; nossa piscicultura depende de carpas da China e tilápias da África Oriental; nossa
apicultura está baseada em variedades da abelha-europa provenientes da Europa e da África
Tropical, e assim por diante.
A síntese apresentada a seguir está baseada nos resultados do diagnóstico sobre o Estado Atual do
Conhecimento da Biodiversidade Brasileira coordenado por Thomas Lewinsohn encomendado pelo
Programa Nacional da Diversidade Biológica do Ministério do Meio Ambiente com recursos do
Projeto Estratégia Nacional da Diversidade Biológica, um projeto de cooperação internacional com
recursos do Fundo para o Meio Ambiente Global - GEF por meio do Programa das Nações Unidas
para o Desenvolvimento – PNUD (Projeto BRA 97/G31).
O principal objetivo do projeto foi de traçar um perfil da capacitação atual e conhecimento sobre
biodiversidade brasileira e, assim, subsidiar a definição de ações prioritárias para o desenvolvimento
futuro deste conhecimento e seu aproveitamento para cumprir os compromissos assumidos pelo
Brasil sob a Convenção de Diversidade Biológica, no âmbito internacional, e na Constituição
Federal e legislação específica sobre meio ambiente, no âmbito nacional.
O trabalho foi desenvolvido por um grupo de consultores, cujas tarefas foram divididas por grupo
taxonômico e/ou ambiente, aproveitando assim a familiarização e facilidades de contato entre
especialistas que trabalham em táxons e/ou ambientes afins. Conforme esta divisão foram
produzidos sete relatórios detalhados, que compõem os resultados do projeto, junto com a base de
dados das informações obtidas e um relatório síntese: diversidade genética; diversidade microbiana;
invertebrados terrestres; invertebrados marinhos; organismos de água doce (exceto vertebrados);
vertebrados; e plantas vasculares terrestres.
A principal fonte de informações foi um questionário, distribuído pelos consultores principais e seus
colaboradores a especialistas de diferentes grupos taxonômicos, áreas de conhecimento e
instituições. O objetivo do questionário foi obter informações recentes de especialistas sobre:
condição da taxonomia dos grupos, estado de conhecimento da biodiversidade no Brasil e no
mundo, importância do grupo, estudos genéticos, recursos humanos, estado e abrangência de
coleções biológicas, e necessidades e prioridades para o avanço do conhecimento. No total 175
especialistas responderam os questionários.
Outras fontes de dados examinadas para obter informações complementares incluíram bases de
dados e diretórios de especialistas, informações na Internet, diversas bases bibliográficas em CD-
ROM e Internet, publicações e os estudos preparados para as Avaliações das Ações Prioritáarias
para a Conservação e Uso sustentável da Biodiversidade dos grandes biomas do Brasil (Amazônia,
Caatinga, Cerrado & Pantanal, Mata Atlântica & Campos Sulinos e a Zonas Costeira & Marinha.
Não há, até o momento, compilações extensivas o suficiente para uma contagem precisa do número
de espécies já registradas no Brasil. No entanto, pela primeira vez foi possível fazer uma estimativa,
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A diversidade dos táxons melhor conhecidos no país indica que o número de espécies do Brasil
representa cerca de 14% da biota mundial. Extrapolando-se esta taxa para o total de espécies
estimadas para o mundo em cada táxon, Lewinsohn & Prado (2000) estimam que haja no Brasil
cerca de 2 milhões de espécies. Tal valor deve ser tratado como uma aproximação, dadas as
imensas lacunas de conhecimento, mas sinaliza que a biodiversidade brasileira é cerca de dez vezes
maior que a atualmente conhecida.
Lewinsohn & Prado (2000) concluem que a maioria dos táxons (gêneros, e muitas vezes famílias)
necessitam de revisão taxonômica. A identificação segura ao nível de espécie quase sempre
necessita de especialistas taxonomistas e de coleções de referência. No entanto, as coleções
biológicas brasileiras foram julgadas suficientes para trabalho apenas em 25% dos táxons avaliados,
e totalmente inadequadas para 27%. Mesmo nas principais coleções a falta de curadores com
vínculo efetivo é um problema crítico.
Bibliotecas científicas no país foram consideradas satisfatórias para estudo de 47% dos táxons e
totalmente inadequadas para 7% deles. Parte das lacunas dos acervos bibliográficos devem-se à
inexistência de literatura de identificação, como guias e chaves. Não há qualquer publicação desse
tipo acessível para 35% dos táxons amostrados. Além disto, uma fração significativa (38%) da
literatura considerada importante pelos próprios especialistas consultados foi publicada em formas
de circulação bastante restrita, como teses e relatórios. No entanto, as respostas aos questionários
indicam que no Brasil há pesquisadores capacitados a produzir guias de identificação para a maioria
dos táxons, e que, em geral, estes poderiam ser completados num prazo de 4 e 6 anos.
Lewinsohn & Prado (2000) chamam a atenção que tanto as coleções como as bibliotecas, tidas
como melhores, estão concentradas em poucas instituições, principalmente na região Sudeste.
Quase 80% das coleções mais representativas, segundo os especialistas, estão nas regiões Sudeste e
Sul. Sete instituições apenas abrigam metade de todas as coleções importantes referidas pelos
especialistas; destas, quatro estão na região Sudeste, uma na região Sul e duas na Amazônia.
Grandes institutos de pesquisa ou universidades guardam coleções múltiplas de plantas e animais,
porém as coleções microbianas destacadas tendem a ser encontradas num conjunto de instituições
distinto das demais.
O número de especialistas em atividade foi considerado insuficiente para a maioria dos táxons, e há
muitos grupos importantes sem um único taxonomista ativo, principalmente entre os invertebrados.
Apenas em 5% dos táxons os especialistas opinaram haver um número suficiente de pesquisadores
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no país. Da mesma forma como os acervos científicos e bibliográficos, a maioria dos especialistas –
cerca de 80% – concentra-se nas regiões Sul e Sudeste do país.
O grau de coleta (levantamentos biológicos) foi considerado deficiente para a maioria dos biomas
brasileiros em todos os táxons, com exceção de plantas vasculares. Em termos relativos, a Mata
Atlântica é o bioma melhor conhecido e cujo grau de amostragem e estudo é tido como razoável a
bom no maior número dos táxons avaliados de plantas, vertebrados e invertebrados terrestres. No
outro extremo, a Caatinga e Pantanal são biomas considerados menos amostrados e menos
conhecidos para a grande maioria dos táxons avaliados.
Segundo Lewinsohn & Prado (2000), um levantamento bibliográfico dos últimos 15 anos indica que
os inventários de espécies no Brasil concentram-se muito em alguns grupos taxonômicos, não
necessariamente os menos conhecidos. Além disto, 60% dos inventários são para as regiões Sul e
Sudeste, e metade dos realizados em áreas naturais o foram nos biomas da Mata Atlântica ou
Amazônia. Destaca-se, ainda, a elevada proporção de inventários em ecossistemas modificados pelo
uso humano, cerca de 1/3 do total de publicações, focalizando principalmente táxons de importância
médico-veterinária ou agrícola.
Em seu conjunto, os resultados sintetizados por Lewinsohn & Prado (2000) mostram um nível
muito insatisfatório, embora bastante heterogêneo, de conhecimento da biodiversidade no Brasil, e
de recursos para fazer avançar este conhecimento. Perante este quadro, e as demandas urgentes de
informação de biodiversidade, os objetivos de investigação e capacitação para o futuro devem ser
estabelecidos com uma estratégia abrangente e clareza quanto aos usos pretendidos desta
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BALANÇO DA BIODIVERSIDADE NA AMAZÔNIA: UMA INTRODUÇÃO AO DESCONHECIDO
informação. Os autores sugerem diversas ações cujas prioridades e detalhamento devem se adequar
ao estado de conhecimento de cada grupo taxonômico e que são exemplificadas abaixo:
Novas iniciativas:
• Criação e fortalecimento de núcleos regionais, especialmente nas regiões Nordeste e Centro-
Oeste, engajando-os em projetos nacionais ou regionais de inventariação e monitoramento
em parceria com instituições consolidadas;
• Realização de novos inventários em regiões e hábitats pouco conhecidos, sempre com geo-
referenciamento e métodos que permitam análise comparativa e quantitativa;
• Aplicação de tecnologias bioinformáticas para acelerar a catalogação e difusão do
conhecimento sobre biodiversidade e facilitar seu acesso e uso;
• Integração a iniciativas internacionais, especialmente as que fomentarem parcerias com
instituições com acervos importantes e especialistas em biota neotropical.
Novos inventários
Esta é, sem dúvida, uma demanda crítica e de máxima urgência, dada a rapidez de desaparecimento
e alterações que atingem ecossistemas naturais em toda a extensão do Brasil.
Lewinsohn & Prado (2000) destacam diversas frentes, todas igualmente importantes, para aumentar
substancialmente nosso conhecimento de biodiversidade brasileira:
• novas regiões: há ainda vastas extensões do território brasileiro que nunca foram amostradas
para a maioria ou mesmo para qualquer grupo de organismos. Ressalte-se que existem
lacunas geográficas importantes mesmo nas regiões melhor coletadas (v. Relatório de
Plantas Terrestres, Sphepherd, 2000).
• novos hábitats: muitos táxons são incompletamente conhecidos porque hábitats de difícil
acesso (como áreas oceânicas profundas ou o dossel de florestas tropicais, que ambos
demandam equipamentos especiais) ainda permanecem virtualmente intocados. Programas
extensos de coleta deverão multiplicar o número de espécies conhecidas para táxons que
vivem exclusivamente, ou preferencialmente, em tais hábitats. Podemos também incluir
entre os “novos hábitats” a maioria dos organismos vivos que jamais foi investigada quanto
a seus parasitas ou demais simbiontes.
• novos métodos: métodos especiais de coleta são indispensáveis para inventariar diversos
tipos de organismos, especialmente os muito pequenos e frágeis. A coleta, extração e
preparação de organismos tais como o picoplâncton (organismos, especialmente algas,
menores que 2 µm – dois milionésimos de milímetro), ou a maioria dos invertebrados e
microrganismos de solo, exigem técnicas próprias, sem as quais a existência destes
organismos permanecerá em grande parte desconhecida (v. Relatório de Diversidade
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Microbiana, Manfio, 2000). Vale relembrar que este desconhecimento não tem qualquer
relação com a importância destes grupos que, de modo geral, respondem por processos
essenciais aos ecossistemas e têm enorme potencial biotecnológico e farmacológico.
Como princípio geral, Lewinsohn & Prado (2000) recomendam a adesão a todas as iniciativas que
sejam relevantes e potencialmente úteis para o Brasil, sendo especialmente importantes iniciativas
de capacitação taxonômica, visando a realização de inventários e o monitoramento de áreas críticas
para conservação de biodiversidade. Empreendimentos internacionais foram propostos ou
nucleados por ONGs e, especialmente, por várias das maiores instituições de pesquisa com grandes
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BALANÇO DA BIODIVERSIDADE NA AMAZÔNIA: UMA INTRODUÇÃO AO DESCONHECIDO
coleções mundiais, como os Herbários de Kew (Inglaterra), Nova York e Missouri (Estados Unidos)
e os Museus de História Natural de Londres, Washington e Nova York.
A cooperação com estas e outras instituições que detêm acervos excepcionais de espécies da biota
brasileira, incluindo muitos espécimes-tipo de espécies descritas, é da maior importância para o
conhecimento da biota brasileira. Há, de fato, uma longa tradição de intercâmbios, variando de
contatos pessoais e informais entre pesquisadores até convênios entre instituições. No entanto, estas
tradições tornaram-se inadequadas ou insuficientes por várias razões. Em vários dos programas
internacionais que iniciaram, estas instituições internacionais entram como matrizes capacitadoras e
lideram programas pioneiros em países clientes, usualmente do Terceiro Mundo, financiados por
organismos internacionais. Este modelo de relação não é apropriado para países como a África do
Sul, o México ou o Brasil que têm recursos institucionais e de pesquisadores consideráveis. Para
nossas condições e necessidades, os modelos de cooperação e intercâmbio devem seguir um outro
padrão, levando em consideração o aporte e necessidades de custeio de cada parte.
Princípios Básicos
• Políticas setoriais brasileiras devem incluir uma vertente ambiental e o país deve investir
numa política pública de conservação de biodiversidade.
• O sistema de conservação na região deve ser concebido de forma a incluir terras indígenas,
unidades de conservação federais, estaduais e municipais, de uso direto e indireto, e
estratégias de uso sustentado de recursos naturais.
• Tendo em visto as enormes lacunas de conhecimento sobre a distribuição, conservação e uso
da biodiversidade, a pesquisa deve ser priorizada na Amazônia Legal.
Ações Críticas
• Implementação de UCs já criadas;
• Regularização fundiária das UCs;
• Resolução de conflitos com terras indígenas e populações tradicionais;
• Incremento nos recursos humanos para gestão de UCs;
• Cooperação institucional;
• Desenvolvimento da pesquisa científica;
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BALANÇO DA BIODIVERSIDADE NA AMAZÔNIA: UMA INTRODUÇÃO AO DESCONHECIDO
Ações Propostas
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BALANÇO DA BIODIVERSIDADE NA AMAZÔNIA: UMA INTRODUÇÃO AO DESCONHECIDO
Princípios gerais e orientações estratégicas que devem nortear o uso econômico em áreas
alteradas
O uso econômico e a recuperação de áreas alteradas através de manejo florestal, sistemas agro-
florestais e reflorestamento, por exemplo, podem criar um “cinturão verde” que permita conter a
expansão da fronteira agrícola nos atuais padrões insustentáveis.
Futuros assentamentos humanos devem ser orientados para ocupar áreas já desmatadas que, em
muitos casos, já dispõem de boa infra-estrutura, sempre atendendo a requisitos sociais e ambientais
básicos.
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BALANÇO DA BIODIVERSIDADE NA AMAZÔNIA: UMA INTRODUÇÃO AO DESCONHECIDO
O governo brasileiro deve avançar nas discussões relativas à regulamentação do MDL – Mecanismo
de Desenvolvimento Limpo, pois o mesmo é um dos mecanismos mais promissores de
financiamento não convencionais para apoiar atividades econômicas em AA’s, neste momento.
As áreas estabelecidas como de preservação permanente que sofreram alteração (p.ex. margens e
cabeceiras de rios, cumes de morros, dentre outros) deverão ser recuperadas.
As áreas urbanas na Amazônia foram consideradas como áreas alteradas pelo grupo de trabalho,
porém, não foram tratadas devido à complexidade de sua abordagem.
Os elementos fundamentais que deverão orientar o uso econômico nas áreas alteradas são:
agregação de valor aos produtos; distribuição mais eqüitativa da renda; valorização das ações locais;
diversificação da base produtiva local; e melhoria da qualidade de vida das populações locais.
Ações propostas
Extrativismo/artesanato
Agricultura familiar
Reflorestamento
Agropecuária intensiva
Manejo pecuário
Ecoturismo
Aqüicultura
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BALANÇO DA BIODIVERSIDADE NA AMAZÔNIA: UMA INTRODUÇÃO AO DESCONHECIDO
Extrativismo
• Fortalecer o associativismo;
• Apoiar pesquisas técnicas para agregar valor aos produtos extrativos;
• Ampliar as linhas de crédito (FNO – Prodex) para as populações fora das RESEX;
• Implementar oficinas de treinamento para capacitação técnica das comunidades, troca de
experiências entre projetos, comunidades e atividades;
• Estruturar e/ou divulgar bolsa de negócios para produtos extrativistas com participação
das agências financiadoras;
• Diversificar a cesta de produtos extrativistas;
• Melhorar a participação e representação dos extrativistas nas instâncias para tomada de
decisão referentes ao extrativismo;
• Assegurar o uso sustentável através de planos de manejo;
• Fortalecer iniciativas de certificação.
Agricultura familiar
• Garantir o acesso à terra e regularização fundiária;
• Crédito: adequar os prazos de pagamento em relação à maturação de investimento,
liberar o crédito no prazo compatível com os aspectos sazonais (p.ex. liberar crédito para
preparo de área antes da época de chuvas) e compatibilizar os juros com a capacidade de
retorno do investimento;
• Apoiar as escolas famílias;
• Disseminar modelos agrícolas semi-intensivos;
• Fortalecer o associativismo e cooperativismo.
Reflorestamento
• Garantir o acesso e título sobre áreas para diminuir os riscos de se perder o investimento
(reflorestamento) no futuro;
• Implantar associações de reposição florestal para a região;
• Estruturar linhas de financiamento que atendam as condições de investimento de longo
prazo;
• Priorizar as espécies nativas e espécies de múltiplo uso (óleos, lenha, madeira);
• Estimular parcerias de pequenos agricultores (para plantar essências florestais) e
indústria madeireira;
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BALANÇO DA BIODIVERSIDADE NA AMAZÔNIA: UMA INTRODUÇÃO AO DESCONHECIDO
Manejo Florestal
• Garantir a titulação de áreas para manejo florestal (em particular aquelas que possuem
comunidades);
• Apoiar a certificação do manejo florestal e campanhas para estimular o consumo de
madeira certificada;
• Estabelecer centros de treinameto em técnicas de manejo florestal;
• Estimular o desenvolvimento do manejo comunitário florestal: disseminar experiências,
intercâmbio entre projetos, etc;
• Melhorar a articulação inter-institucional para facilitar o manejo florestal em áreas
indígenas, onde apropriado;
• Regulamentar o manejo florestal em UCs e TIs.
Agropecuária intensiva
• Priorizar a melhoria da infra-estrutura em áreas já tradicionalmente ocupadas
(desmatadas) e não em áreas ainda florestadas;
• Estimular programas de melhoramento zoo e fitotécnico para pequenos agricultores
familiares;
• Fortalecer a assistência técnica das associações e cooperativas;
• Estimular parcerias entre associações e ONGs locais;
• Estimular criação de animais silvestres em cativeiro.
Ecoturismo
• Estruturar programas para qualificar e capacitar a mão-de-obra local;
• Capacitar as populações do entorno para que o ecoturismo seja uma oportunidade de
geração de renda local;
• Efetivar o planejamento e gestão participativa (através de um conselho gestor) dos
projetos de ecoturismo para diminuir os impactos negativos nas populações locais;
• Criar infra-estrutura adequada às características locais;
• Estruturar linhas de crédito específicas ao setor e apoiar a elaboração de projetos em
comunidades com potencial turístico e que tenham tal demanda.
25
BALANÇO DA BIODIVERSIDADE NA AMAZÔNIA: UMA INTRODUÇÃO AO DESCONHECIDO
Aqüicultura
• Estimular a pesquisa com espécies nativas;
• Articulação inter-institucional na região buscando a troca de experiências e difusão de
resultados;
• Estabelecer um centro de específico para pesquisa na região.
• Rever (por lei ou decreto) os atos de criação de Flonas incidentes em TIs de modo a eliminar
a sobreposição existente.
• Apoiar os povos indígenas ocupantes das terras incluídas entre as prioritárias para a
conservação da biodiversidade para a realização de etno-zoneamento.
26
BALANÇO DA BIODIVERSIDADE NA AMAZÔNIA: UMA INTRODUÇÃO AO DESCONHECIDO
Populações Tradicionais devem ser entendidas como aquelas cujos sistemas de produção e uso de
recursos naturais são de baixo impacto ambiental, permitindo a reprodução dos ecossistemas. Essas
populações, que somam, aproximadamente, 2 milhões de pessoas na região amazônica, e as UCs de
uso direto, cobrindo hoje 7,2% da Amazônia Legal, desempenham um papel relevante na
conservação da biodiversidade, porque associam demandas sociais com o uso sustentável dos
ecossistemas e dos recursos biológicos.
27
BALANÇO DA BIODIVERSIDADE NA AMAZÔNIA: UMA INTRODUÇÃO AO DESCONHECIDO
28
BALANÇO DA BIODIVERSIDADE NA AMAZÔNIA: UMA INTRODUÇÃO AO DESCONHECIDO
• Oferecer salários competitivos para a atração de novos recursos humanos qualificados para
as instituições amazônicas;
29
BALANÇO DA BIODIVERSIDADE NA AMAZÔNIA: UMA INTRODUÇÃO AO DESCONHECIDO
30
BALANÇO DA BIODIVERSIDADE NA AMAZÔNIA: UMA INTRODUÇÃO AO DESCONHECIDO
Disseminação de Informações
• Disponibilizar recursos para a publicação das revistas científicas regionais;
• Formar grupos temáticos para propor novas formas de analisar os dados sobre
diversidade biológica e cultural;
• Produção de material didático sobre a Amazônia para ser utilizado nas escolas do ensino
fundamental e médio do Brasil;
• Produção de material de apoio para professores dos ensinos fundamental e médio da
região;
• Cursos de treinamentos para jornalistas sobre conceitos básicos sobre diversidade
biológica e cultural da Amazônia;
• Produzir livros temáticos sobre a Amazônia, tais como guias taxonômicos e guias
ambientais;
• Desenvolvimento de pesquisas museológicas e de educação ambiental visando divulgar
as informações das pesquisas feitas sobre a diversidade biológica e cultural da Amazônia
para o público leigo;
• Desenvolvimento de campanhas para a valorização da diversidade biológica e cultural da
Amazônia;
• Apoio a iniciativas de programas de rádio e televisão de divulgação científica feitos na e
sobre a Amazônia;
• Estruturação de um grande sistema de informações sobre a diversidade biológica e
cultural da Amazônia, incluindo desde os acervos das bibliotecas regionais até
experiências bem sucedidas de desenvolvimento sustentável.
31
BALANÇO DA BIODIVERSIDADE NA AMAZÔNIA: UMA INTRODUÇÃO AO DESCONHECIDO
Objetivo geral: apoiar a intensificação da agropecuária nas áreas já desmatadas. isso traria um
aumento na produtividade, elevaria a rentabilidade econômica e fixaria os produtores nessas áreas.
dessa maneira, haveria poucos incentivos para a expansão da fronteira agrícola nas áreas
florestadas.
Para assegurar a efetividade dessa sugestão, o grupo recomenda as seguintes ações específicas:
• Infra-estrutura: aumentar e melhorar as estradas locais, a rede de transmissão de energia e a
comunicação nas áreas desmatadas. essa intensificação da infra-estrutura contribuiria para a
redução do custo de transporte, melhoraria o acesso da população ao serviços (saúde,
educação), aperfeiçoaria as comunicações e propiciaria um aumento na produtividade
agrícola;
• Crédito: redirecionar o crédito oriundo de banco públicos (Basa, Bando do Brasil, BNDES)
para incentivar o uso sustentável de recursos e intensificar o uso de áreas alteradas, com o
objetivo fixar a população nestas áreas e, conseqüentemente, frear o avanço da fronteira
agrícola sobre as terras florestadas, favorecendo, em especial, os pequenos produtores;
• Extensão: garantir assistência técnica e treinamento, especialmente, aos pequenos
produtores para elevar a produtividade agrícola nas áreas desmatadas;
• Zoneamento econômico-ecológico: condicionar a alocação de recursos públicos (crédito,
infra-estrutura, serviços) e créditos agropecuários às recomendações dos ZEEs;
32
BALANÇO DA BIODIVERSIDADE NA AMAZÔNIA: UMA INTRODUÇÃO AO DESCONHECIDO
33
BALANÇO DA BIODIVERSIDADE NA AMAZÔNIA: UMA INTRODUÇÃO AO DESCONHECIDO
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BALANÇO DA BIODIVERSIDADE NA AMAZÔNIA: UMA INTRODUÇÃO AO DESCONHECIDO
39
BALANÇO DA BIODIVERSIDADE NA AMAZÔNIA: UMA INTRODUÇÃO AO DESCONHECIDO
40
BALANÇO DA BIODIVERSIDADE NA AMAZÔNIA: UMA INTRODUÇÃO AO DESCONHECIDO
P A ÍS D IV E R S ID A D E E N D E M IS M O TO TA L
B ra s il 30 18 48
Ind o né s ia 18 22 40
C o lô m b ia 26 10 36
A us t rá lia 05 16 21
M é x ic o 08 07 15
M a d a g a sc a r 02 12 14
P e ru 09 03 12
C h ina 07 02 09
F ilip in a s 00 08 08
Índ ia 04 04 08
E q ua d o r 05 00 05
V e ne z ue la 03 00 03
Tabela 2. Diversidade
ecológica
Fonte: MMA,1998
T A M A N H O D A B IO D IV E R S ID A D E
B R A S IL E IR A
F o n te: L e w in so h n & P ra d o , 2 0 0 0
TAXON C O N H E C ID O E S T IM A D O
V IR U S 350 5 5 .0 0 0
B A C T É R IA S 1 .2 0 0 1 3 6 .0 0 0
FU NG OS 1 3 .0 0 0 2 0 5 .0 0 0
ALGAS 2 0 .0 0 0 5 4 .0 0 0
PLA NTAS 4 7 .5 0 0 5 2 .0 0 0
P R O T O Z O Á R IO S 8 .5 0 0 2 7 .0 0 0
A N IM A IS 1 3 2 .0 0 0 1 .3 3 7 .0 0 0
TOTAL 2 2 3 .0 0 0 1 .8 6 7 .0 0 0
41
BALANÇO DA BIODIVERSIDADE NA AMAZÔNIA: UMA INTRODUÇÃO AO DESCONHECIDO
Mandioca B 59 43 41 27
A 41 57 45 40
? - - 6 -
Macaxeira B 0 0 2 21
A 0 0 6 12
Total/ tipo de uso mdc 100 100 92 67
mcx 0 0 8 33
Total/ categoria de cor B 59 43 43 48
A 41 57 51 52
total de variedades levantadas A+B 39 37 66 41
Fonte: Emperaire, 1999
ARUA'K
1 Tariano Rio Vaupês, Alto Rio 62 62 0 levantamento numa Chernela, J.,
Negro, Brasil aldeia 1980
2 Amuesha Palcazu, Amazônia, Peru 204 204 0? 16 comunidades Salick et al. 1997
CARIB
7 Makuxi sur da Guyana 77 76 1 1 povoado com 26 Elias, no prelo
famílias Makuxi, 4
Wapixuna
JE
12 Kayapó Rio Fresco, Pará, Brasil 22 ? ? não mencionado Kerr, Posey,
1984
GUAHIBO
13 Guahibo Vichaya, Colombia + 13 ? Morey, 1974
HUAORANI
15 Huaorani entre Napo e Curaray, + 0 + não mencionado Rival, 1993
Amazônia, Ecuador
42
BALANÇO DA BIODIVERSIDADE NA AMAZÔNIA: UMA INTRODUÇÃO AO DESCONHECIDO
HUITOTO
5 Bora Amazônia, Peru 23 20 3 Guyot, 1975
JIVARO
16 Aguaruna Alto Marañon Amazônia, 100 ? ? 70 mulheres de Boster, 1984
Peru uma comunidade
MAKU
20 Nukak Alto Vaupês, Colombia ? ? ? não mencionado Politis, 1996
MUNDURUKU
22 Munduruku limite Pará/Amazonas, 10 ? ? não mencionado Frikel, 1959
Brasil
PANO
23 Mayoruna Jutaí-Javari, Amazonas, 5 0 5 não mencionado Erikson, 1994
Brasil
24 Kashinawa Alto Juruá, Acre, Brasil 22 0 22 não mencionado Pantoja et al. (no
prelo)
25 Katukina Alto Juruá, Acre, Brasil 14 0 14 não mencionado Pantoja et al. (no
prelo)
PEBA YAGUA
27 Yaguas Putumayo Javari, Peru ? 0 6 não mencionado Chaumeil, 1994
TIKUNA
28 Ticuna áreas indígenas Evare I e II, 16 15 não mencionado Cordeiro, 1988
Amazonas, Brasil
31 Mai huna (oc.) Amazônia, Colombia ±15 15 qqs não mencionado Bellier, 1994
32 Tukano aculturados (or.) rio Cueiras, Amazônia, 3 3 ? não mencionado Grenand, 1996
Brasil
33 Arapaso (or.) Rio Vaupês, a.i. Alto Rio 64 64 0 1 aldeia Chernela, 1980,
Negro, Amazonas, Brasil 1986
34 Tatuyo (or.) Rio Papuri, Rio Vaupês, ? +++ + 1 aldeia Dufour, 1985
Colombia
TUPI-GUARANI
35 Sateré-Mawé Tapajós-Madeira, 40 40 0 não mencionado Figueroa, 1997
Amazonas, Brasil
43
BALANÇO DA BIODIVERSIDADE NA AMAZÔNIA: UMA INTRODUÇÃO AO DESCONHECIDO
38 Wayãpi Trois Sauts, Guyana 26, 30 26, 30 ? não mencionado Grenand, 1996;
francesa Grenand,
Haxaire, 1977
40 Urubu (Urubu Kaapor Rio Gurupi, Maranhão, 8 7 1 não mencionado Ribeiro, 1976
Brasil
UANANO
42 Uanano Rio Vaupês, a.i. Alto Rio 49 49 0 1 aldeia Chernela, 1980,
Negro, Amazonas, Brasil 1986
YANOMAMI
43 Yanomami Padamo, sur da Venezuela 6 ? ? não mencionado Hames, 1983
49 pop. trad. agricultores ilha do Careiro, Amazonas, 2 2 ? não mencionado Grenand, 1996
(caboclos) Brasil
44
BALANÇO DA BIODIVERSIDADE NA AMAZÔNIA: UMA INTRODUÇÃO AO DESCONHECIDO
Nematomorpha 11 0 0.0
Nematoda ? 127 ?
Chaetognatha 18 0 0.0
Mollusca 3900 111 2.8
Nemertea 43 0 0.0
Sipuncula 30 2 6.7
Echiura 9 0 0.0
Pogonophora 1 0 0.0
Annelida 1150 106 9.2
Tardigrada 61 1 1.6
Crustacea ? 190 ?
Pycnogonida 58 10 17.2
Arachnida 6900 807 11.7
Insecta 75000 5071 6.8
Chilopoda 150 1 0.7
Diplopoda 350 26 7.4
Phoronida 6 0 0.0
Entoprocta 9 0 0.0
Bryozoa 284 11 3.9
Brachiopoda 2 0 0.0
Echinodermata 329 2 0.6
Hemichordata 7 0 0.0
Urochordata 146 1 0.7
Cephalochordata 2 1 50.0
Chondrichthyes 150 2 1.3
Osteichthyes 2657 330 12.4
Amphibia 517 115 22.2
Reptilia 468 63 13.5
Aves 1677 10 0.6
Mammalia 524 18 3.4
a
TOTAL 95853 7320 7,63a
Fonte: Lewinsohn & Prado, 2000 segundo registros no Zoological Record
a
Total e percentual total: somas dos grupos em que constam estimativas de espécies conhecidas no Brasil.
45
BALANÇO DA BIODIVERSIDADE NA AMAZÔNIA: UMA INTRODUÇÃO AO DESCONHECIDO
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BALANÇO DA BIODIVERSIDADE NA AMAZÔNIA: UMA INTRODUÇÃO AO DESCONHECIDO
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BALANÇO DA BIODIVERSIDADE NA AMAZÔNIA: UMA INTRODUÇÃO AO DESCONHECIDO
48
BALANÇO DA BIODIVERSIDADE NA AMAZÔNIA: UMA INTRODUÇÃO AO DESCONHECIDO
RO 0 0 243044 0.000
RR 0 0 230104 0.000
TO 0 0 301926 0.000
(fonte : SHEPHERD, 2000 segundo Peixoto e Barbosa, 1998 - Valores diferem ligeiramente devido a algumas atualizações)
49
BALANÇO DA BIODIVERSIDADE NA AMAZÔNIA: UMA INTRODUÇÃO AO DESCONHECIDO
Tabela 19. Número de espécies descritas por classe de vertebrado entre 1978 e 1995, para
o Brasil, média de descrições por ano, número de espécies registradas atualmente, razão
entre número de espécies descritas e conhecidas atualmente.
Classe N Descritas Média descrições / N atual de spp. Razão spp. descritas:
(1978-1995)* ano N atual
50
BALANÇO DA BIODIVERSIDADE NA AMAZÔNIA: UMA INTRODUÇÃO AO DESCONHECIDO
Tabela 20. Número de coleções representativas de cada Classe de Vertebrado, por região
do país. Fonte: SABINO & PRADO, 2000
Classe N NE CO SE S Total
Chondrichthyes 2 1 0 2 1 6
Osteichthyes 2 1 0 6 5 14
Amphibia 2 1 2 7 2 14
Reptilia 3 2 2 4 3 14
Aves 1 0 1 8 1 11
Mammalia 2 3 1 7 4 17
Total 12 8 6 34 16 76
Tabela 21. Número de Especialistas em cada Classe de Vertebrado, por região do país.
Fonte: SABINO & PRADO, 2000
Classe N NE CO SE S Total
Chondricthyes 1 2 0 3 1 7
Osteichthyes 5 1 4 18 5 33
Amphibia 3 1 2 11 1 18
Reptilia 4 4 4 24 5 41
Aves 2 1 2 11 1 17
Mammalia 4 4 4 16 8 36
Total 19 13 16 83 21 152
Tabela 22. Grupos taxonômicos com representantes em água doce: Estimativas Gerais e
número de espécies conhecidas no Brasil.
Sub Reino Filo N° de Classe/Ordem Nº de Nº de espécies
espécies espécies de de água doce
total água doce no Brasil
Protozoa Protozoa 30.000 - 118
Mesozoa Mesozoa 50-100 -
Parazoa Porifera 20.000- Demospongiae 149 44
30.000
Metazoa Cnidaria 11.000 Classe Hidrozoa 27 7
" Platyhelminthes 10.000 Turbellaria
" " - Monogenoidae
" " - Digenoidae
" Nemertea 800 -
" Aschelminthes 17.000 Rotifera 2.000 467
" " - Gastrotricha 250 63
" " - Nematoda
" " - Nematomorpha
" Bryozoa 4.000 -
" Mollusca 80.000 Gastropoda 45.000 193
" " - Bivalvia 30.000 115
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BALANÇO DA BIODIVERSIDADE NA AMAZÔNIA: UMA INTRODUÇÃO AO DESCONHECIDO
R INSETOS
I
Q
U
E
Z
A
56
BALANÇO DA BIODIVERSIDADE NA AMAZÔNIA: UMA INTRODUÇÃO AO DESCONHECIDO
Abundância X Raridade
F
R
E
Q CORTINA
U
E
N RARAS COMUNS
C
I
A
CLASSES LOG DE ABUNDÂNCIA CRESCENTE
DETERMINANTES DA
D BIODIVERSIDADE
I BAIXA
S
T
A
Ú IM
X
Á
R M
B
BAIXA
I
O P R O D U T I V I D A D E
57
BALANÇO DA BIODIVERSIDADE NA AMAZÔNIA: UMA INTRODUÇÃO AO DESCONHECIDO
ESPÉCIES
CATALOGADAS
ESPÉCIES DESCONHECIDAS
ESPÉCIES BEM
CARACTERIZADAS CARACTERIADAS
GENETICAMENTE
BELÉM
MANAUS
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ÁREAS COM
INVENTÁRIOS
DE ANFÍBIOS
Fonte: Heyer,1997
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LIMITES DA
SUSTENTABILIDADE
P
R LIMIAR
E
S
S NÃO LINEAR
Õ LINEAR
E
S
SUSTENTABILIDADE
Figura 11
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BALANÇO DA BIODIVERSIDADE NA AMAZÔNIA: UMA INTRODUÇÃO AO DESCONHECIDO
Figura 12
Figura 13
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Figura 14
Tepuis
Interflúvio
Negro/Branco Florestas das Guianas
Campinaranas
escala 1:30.000.000 Savanas
do Rio Negro
das Guianas
Tepuis
Várzeas de Marajó
Uatuma-Trombetas
moist forests
Interflúvio
Floresta de Japurá-Solimões
Caqueta
Várzeas de Interflúvio
Iquitos Purus/Madeira
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Hidrografia
Anfíbios Remanescentes Unidades de Conservação
Répteis
• Unidades de Conservação Planejamento Regional
Aves Vegetação Estratégias de Conservação
Mamíferos Ecoregiões Educação Ambiental
Botânica Outros... Socioeconomia
•
Invertebrados
Peixes
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