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SUMÁRIO 
 
FRIO  2
EFEITOS DO FRIO  2
MEDIDAS DE PROTEÇÃO CONTRA O FRIO  3
ACLIMATAÇÃO  3
REGIME DE TRABALHO  3
EXAMES MÉDICOS PRÉ‐ADMISSIONAIS  3
EXAMES MÉDICOS PERIÖDICOS 3
VESTIMENTAS ADEQUADAS  4
EDUCAÇÃO E TREINAMENTO  4
NR‐29 ‐ FRIGORÍFICOS  5
LEGISLAÇÃO – CLT ‐ DO CONFORTO TÉRMICO  6
DOS SERVIÇOS FRIGORÍFICOS 6
REGULAMENTO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL ‐ A N E X O II DO DECRETO 3.048 7
REGULAMENTO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL ‐ A N E X O IV DO DECRETO 3.048 8
CALOR  9
MECANISMOS DE TROCAS TÉRMICAS  9
PERDA E GANHO DE CALOR PELO ORGANISMO 10
REAÇÕES DO ORGANISMO AO CALOR  11
VASODILATAÇÃO PERIFÉRICA 11
SUDORESE  11
DOENÇAS DO CALOR  11
EXAUSTÃO DO CALOR  12
DESIDRATAÇÃO  12
CÂIMBRAS DE CALOR  12
CHOQUE TÉRMICO  12
FATORES QUE INFLUEM NAS TROCAS TÉRMICAS 12
TEMPERATURA DO AR  13
UMIDADE RELATIVA DO AR  13
VELOCIDADE DO AR  13
CALOR RADIANTE  14
TIPO DE ATIVIDADE  14
AVALIAÇÃO  14
TÉCNICAS DE MEDIÇÃO  14
TEMPERATURA DO AR  15
UMIDADE RELATIVA DO AR  15
VELOCIDADE DO AR  15
CALOR RADIANTE  15
TIPO DE ATIVIDADE EXERCIDA PELO TRABALHADOR 16
LOCAL DA MEDIÇÃO  16
LIMITES DE TOLERÂNCIA PARA EXPOSIÇÃO AO CALOR 16
ÍNDICE DE BULBO ÚMIDO – TERMÔMETRO DE GLOBO – IBUTG 16
LIMITES DE TOLERÂNCIA PARA EXPOSIÇÃO AO CALOR, EM REGIME DE TRABALHO INTERMITENTE COM PERÍODOS  17
DE DESCANSO NO PRÓPRIO LOCAL DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO. 
LIMITES DE TOLERÂNCIA PARA EXPOSIÇÃO AO CALOR, EM REGIME DE TRABALHO INTERMITENTE COM PERÍODO  18
DE DESCANSO EM OUTRO LOCAL (LOCAL DE DESCANSO). 
MEDIDAS DE CONTROLE  22
 
   

Texto retirado do livro Agentes Físicos da FUNDACENTRO com modificações e inclusões.
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TEMPERATURAS EXTREMAS 
 
FRIO 
 
A exposição ocupacional ao frio intenso pode constituir problema sério implicando em uma 
série de inconvenientes que afetarão a saúde, o conforto e a eficiência do trabalhador. Trabalhos 
ao ar livre em climas frios são encontrados em regiões a grandes altitudes, bem como em algumas 
zonas temperadas, no período de inverno. 
Fora das atividades realizadas ao ar livre, o frio intenso é ainda encontrado em ambientes 
artificiais,  como  as  câmaras  frigoríficas  de  conservação,  que  implicam  em  exposições  a 
temperaturas bastante reduzidas. 
Estudos realizados na indústria norte‐americana, no início do século XX, evidenciaram que 
a  incidência  de  lesões  por  acidentes  era  menor  a  uma  temperatura  de  18  graus  Celsius  que  em 
outras  inferiores  ou  superiores  a  esta.  O  aumento  da  freqüência  de  acidentes  em  baixas 
temperaturas foi atribuído à perda da destreza manual. 
EFEITOS DO FRIO 
Os  efeitos  causados  no  organismo  dependem  principalmente  da  temperatura  do  ar, 
velocidade  do  ar  e  da  variação  do  calor  radiante.  Todos  estes  fatores  influem  no  equilíbrio 
homeotérmico do corpo, provocando uma seqüência de reações no organismo, com conseqüentes 
distúrbios. 
A baixa temperatura corporal resulta de um balanço negativo entre a produção e a perda 
de calor. A produção de calor diminui e a perda de calor aumenta. 
A vasoconstrição periférica é a primeira ação reguladora que ocorre no organismo, quando 
se inicia uma excessiva perda de calor. O fluxo sangüíneo é reduzido em proporção direta com a 
queda da temperatura. 
Quando a temperatura corpórea fica abaixo de 35 graus celsius, ocorre diminuição gradual 
de  todas  as  atividades  fisiológicas:  cai  a  freqüência  do  pulso,  da  pressão  arterial  e  da  taxa 
metabólica, desencadeando um tremor incontrolável (tiritar) para produzir calor. 
No  tremor,  o  número  de  contrações  musculares  por  unidade  de  tempo  é  elevado, 
resultando um aumento da produção de calor e uma maior atividade muscular. 
Se a produção de calor é insuficiente para manter o equilíbrio, a temperatura do corpo vai 
decrescendo, resultando no fenômeno de hipotermia. Quando a temperatura do núcleo do corpo 
vai  abaixo  de  29  graus  celsius,  o  hipotálamo  perde  a  capacidade  termo‐reguladora  e  as  células 

Texto retirado do livro Agentes Físicos da FUNDACENTRO com modificações e inclusões.
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cerebrais  são  deprimidas,  inibindo  a  atividade  dos  mecanismos  termocontroladores  do  Sistema 
Nervoso Central, evoluindo para sonolência e coma. 
MEDIDAS DE PROTEÇÃO CONTRA O FRIO 
A  produtividade  humana  depende  da  integridade  funcional  do  cérebro  e  das  mãos  do 
homem. Em ambientes frios, deve‐se conservar o calor do corpo para manter a temperatura do 
cérebro ao redor de 37°C, assegurando a adequada irrigação do sangue às extremidades. 
ACLIMATAÇÃO 
Após  uma  longa  exposição  a  um  ambiente  que  apresenta  condições  extremas,  como 
excesso de calor ou frio, ocorrem alterações fundamentais nas respostas termo‐reguladoras. Este 
fenômeno é denominado aclimatação, que permite aos indivíduos trabalharem com eficácia, em 
condições que, originalmente, seriam intoleráveis. 
Indivíduos  que  trabalham  ao  ar  livre,  em  climas  frios,  têm  demonstrado  sua  aclimatação 
local  evidenciada  pela  maior  irrigação  de  sangue  nas  mãos,  que  permanecem  quentes  e  mais 
funcionais do que as de pessoas não totalmente aclimatizadas. 
No entanto, apesar das prolongadas pesquisas realizadas em laboratório e nas expedições 
polares, não existe uma evidência fisiológica de aclimatização genérica ao frio. 
REGIME DE TRABALHO 
O trabalhador não deve permanecer por longos períodos em ambientes com frio intenso. 
Recomenda‐se  períodos  de  trabalho  intercalados  por  períodos  de  descanso  para  regime  de 
trabalho.  
EXAMES MÉDICOS PRÉ‐ADMISSIONAIS 
Quando  é  realizada  a  seleção  de  profissionais  para  a  execução  de  trabalhos  em  câmaras 
frias, devem‐se excluir os portadores de diabetes, epilépticos, fumantes, alcoólatras, aqueles que 
já  tenham  sofrido  lesões  devidas  ao  frio,  os  que  possuem  “alergia”  ao  frio,  os  portadores  de 
problemas  articulares  e  os  que  tenham  doenças  vasculares  periféricas.  Com  este  controle, 
reduzem‐se os índices de doenças devidas ao frio. 
EXAMES MÉDICOS PERIÓDICOS 
Devem‐se  realizar  exames  médicos  periódicos  nos  trabalhadores  de  câmaras  frias, 
atentando  para  o  diagnóstico  precoce  de  vasculopatias  periféricas,  ulcerações  térmicas,  dores 
articulares,  perda  da  sensibilidade  tátil  ou  repetidas  infecções  das  vias  aéreas  superiores,  tais 
como: faringites, rinites, sinusites, amigdalites, e também a ocorrência de pneumonias. 
Aos que apresentam essas alterações, recomenda‐se a mudança do setor de trabalho e um 
adequado tratamento médico. 

Texto retirado do livro Agentes Físicos da FUNDACENTRO com modificações e inclusões.
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VESTIMENTAS ADEQUADAS 
Quando a exposição às intempéries é inevitável, os trabalhadores devem estar providos de 
roupas de proteção, que constituam uma barreira isolante entre a superfície quente do corpo e o 
meio ambiente frio. Quanto maior é a diferença entre a temperatura da pele e a do ar circulante, 
maior é o isolamento necessário para manter o microclima que cerca a pele, a níveis confortáveis. 
Quando o corpo se encontra em atividade, há um aumento de produção de calor, sendo 
necessário um menor isolamento para manter o equilíbrio entre o calor produzido e perdido. 
A  discrepância  entre  os  isolamentos  necessários  para  os  períodos  de  trabalho  e  de 
descanso dá lugar a um dos maiores problemas para trabalhadores que executam tarefas externas 
e  ficam  por  longos  períodos  em  clima  frio.  A  tendência  do  inexperiente  é  vestir‐se  demais.  O 
resultado  é  uma  intensa  sudorese,  tentando  manter  o  equilíbrio  calórico  do  corpo,  enquanto  o 
indivíduo trabalha. A pesada vestimenta não permitirá o suficiente esfriamento por evaporação. 
Uma considerável quantidade de suor é acumulada na vestimenta e continua a evaporar durante o 
período de descanso subseqüente, anulando, por algum tempo, o isolamento adequado, quando o 
mesmo é mais necessário. 
As vestimentas de frio devidamente confeccionadas, permitem a saída do excesso de calor. 
A  retenção  excessiva  de  calor,  constitui  um  sério  problema  em  ambientes  frios,  pois  o  suor 
produzido se acumula nas roupas, evaporando durante o descanso, e produzindo esfriamento. 
Conclui‐se  que  a  quantidade  de  roupa  a  ser  vestida  em  um  ambiente  frio,  deve  ser 
determinada de forma a não criar os problemas acima citados. 
EDUCAÇÃO E TREINAMENTO 
Informar ao trabalhador quanto à necessidade do uso de vestimentas adequadas e da troca 
das  roupas  e  calçados  quando  estiverem  úmidos,  molhados  ou  apertados.  Quando  na  sala  de 
repousos, manter‐se quente, seco e em movimento, realizando exercícios freqüentes com braços, 
as pernas e os dedos das mãos e dos pés, para manter ativa a circulação periférica. 
Nos intervalos de almoço, evitar exercícios violentos, como jogos coletivos, para não haver 
dispersão de calor excessivo, e para evitar choques térmicos quando retornar ao trabalho. 
As atividades ou operações executadas no interior de câmaras frigoríficas, ou em locais que 
apresentem  condições  similares,  que  exponham  os  trabalhadores  ao  frio,  sem  a  proteção 
adequada, serão consideradas insalubres em decorrência de laudo de inspeção realizada no local 
de trabalho. [ANEXO 9 da NR‐15] 
 

Texto retirado do livro Agentes Físicos da FUNDACENTRO com modificações e inclusões.
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NR‐29 ‐ FRIGORÍFICOS 
 
Locais “frigorificados”. 
Nos  locais  “frigorificados”  é  proibido  o  uso  de  máquinas  e  equipamentos  movidos  a 
combustão interna. 
O trabalho em locais “frigorificados” deve obedecer a seguinte tabela: 
 
Tabela 1 
Faixa  de  Máxima  Exposição  Diária  Permissível  para  Pessoas  Adequadamente 
Temperatura  de  Vestidas para Exposição ao Frio. 
Bulbo Seco (° C) 
+15,0 a ‐17,9 *  Tempo total de trabalho no ambiente frio de 6 horas e 40 minutos, sendo 
+12,0 a ‐17,9 **  quatro  períodos  de  1  hora  e  40  minutos  alternados  com  20  minutos  de 
+10,0 a ‐17,9 ***  repouso e recuperação térmica fora do ambiente de trabalho. 
‐18,0 a ‐33,9  Tempo total de trabalho no ambiente frio de 4 horas alternando‐se 1 hora 
de trabalho com 1 hora para recuperação térmica fora do ambiente frio. 
‐34,0 a ‐56,9  Tempo total de trabalho no ambiente frio de 1 hora, sendo dois períodos 
de 30 minutos com separação mínima de 4 horas para recuperação térmica 
fora do ambiente frio. 
‐57,0 a ‐73,0  Tempo total de trabalho no ambiente frio de 5 minutos  sendo o restante 
da jornada cumprida obrigatoriamente fora de ambiente frio. 
Abaixo de ‐73,0  Não  é  permitido  a  exposição  ao  ambiente  frio,  seja  qual  for  a  vestimenta 
utilizada. 
(*) faixa de temperatura válida para trabalhos em zona climática quente, de acordo com o mapa 
oficial do IBGE. 
(**) faixa de temperatura válida para trabalhos em zona climática sub‐quente, de acordo com o 
mapa oficial do IBGE. 
(***) faixa de temperatura válida para trabalhos em zona climática mesotérmica, de acordo com o 
mapa oficial do IBGE. 
   

Texto retirado do livro Agentes Físicos da FUNDACENTRO com modificações e inclusões.
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LEGISLAÇÃO 
CLT 
 
DO CONFORTO TÉRMICO 
 
Art.  176.  Os  locais  de  trabalho  deverão  ter  ventilação  natural,  compatível  com  o 
serviço realizado. 
Parágrafo  único.  A  ventilação  artificial  será  obrigatória  sempre  que  a  natural  não 
preencha as condições de conforto térmico. 
 
Art. 177. Se as condições de ambiente se tornarem desconfortáveis, em virtude de 
instalações geradoras de frio ou de calor, será obrigatório o uso de vestimenta adequada para o 
trabalho  em  tais  condições  ou  de  capelas,  anteparos,  paredes  duplas,  isolamento  térmico  e 
recursos similares, de forma que os empregados fiquem protegidos contra as radiações térmicas. 
 
Art.  178.  As  condições  de  conforto  térmico  dos  locais  de  trabalho  devem  ser 
mantidas dentro dos limites fixados pelo Ministério do Trabalho. 
 

DOS SERVIÇOS FRIGORÍFICOS 
 
Art. 253. Para os empregados que trabalham no interior das câmaras frigoríficas e 
para  os  que  movimentam  mercadorias  do  ambiente  quente  ou  normal  para  o  frio  e  vice‐versa, 
depois  de  1  (uma)  hora  e  40  (quarenta)  minutos  de  trabalho  contínuo,  será  assegurado  um 
período de 20 (vinte) minutos de repouso, computado esse intervalo como de trabalho efetivo. 
Parágrafo  único.  Considera‐se  artificialmente  frio,  para  os  fins  do  presente  artigo,  o  que  for 
inferior,  nas  primeira,  segunda  e  terceira  zonas  climáticas  do  mapa  oficial  do  Ministério  do 
Trabalho,  a  15º  (quinze  graus),  na  quarta  zona  a  12º  (doze  graus),  e  nas  quinta,  sexta  e  sétima 
zonas a 10º (dez graus). 
   

Texto retirado do livro Agentes Físicos da FUNDACENTRO com modificações e inclusões.
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REGULAMENTO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL 
 
A N E X O II DO DECRETO 3.048 
 
AGENTES PATOGÊNICOS CAUSADORES DE DOENÇAS PROFISSIONAIS OU DO TRABALHO, 
CONFORME PREVISTO NO ART. 20 DA LEI Nº 8.213, DE 1991 
 
_______________________________________________________________________ 
LISTA A 
 
AGENTES OU FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL RELACIONADOS COM A 
ETIOLOGIA DE DOENÇAS PROFISSIONAIS E DE OUTRAS DOENÇAS RELACIONADAS COM O 
TRABALHO 
 
 
AGENTES ETIOLÓGICOS OU  DOENÇAS CAUSALMENTE RELACIONADAS COM OS RESPECTIVOS 
FATORES DE RISCO DE  AGENTES OU FATORES DE RISCO (DENOMINADAS E CODIFICADAS 
NATUREZA OCUPACIONAL  SEGUNDO A CID‐10) 
XXVII  ‐  Agentes  físicos,  1. “Dermatoses  Pápulo‐Pustulosas  e  suas  complicações 
químicos  ou  infecciosas” (L08.9) 
biológicos,  que  2. Dermatite Alérgica de Contato (L23.‐) 
afetam  a  pele,  não  3. Dermatite de Contato por Irritantes (L24.‐) 
considerados  em  4. Urticária Alérgica (L50.0) 
outras rubricas  5. “Urticária Física” (devida ao calor e ao frio) (L50.2) 
6. Urticária de Contato (L50.6) 
7. Queimadura Solar (L55) 
8. Outras  Alterações  Agudas  da  Pele  devidas  a  Radiação 
Ultravioleta  (L56.‐):  Dermatite  por  Fotocontato  (Dermatite  de 
Berloque)  (L56.2);  Urticária  Solar  (L56.3);  Outras  Alterações 
Agudas  Especificadas  da  Pele  devidas  a  Radiação  Ultravioleta 
(L56.8);  Outras  Alterações  Agudas  da  Pele  devidas  a  Radiação 
Ultravioleta, sem outra especificação (L56.9); 
9. Alterações da Pele devidas a Exposição Crônica a Radiação Não 
Ionizante (L57.‐) : Ceratose Actínica (L57.0); Outras Alterações: 
Dermatite  Solar,  “Pele  de  Fazendeiro”,  “Pele  de  Marinheiro” 
(L57.8) 
10. “Cloracne” (L70.8) 
11. “Elaioconiose” ou “Dermatite Folicular” ((L72.8) 
12. Outras  formas  de  hiperpigmentação  pela  melanina: 
“Melanodermia” (L81.4) 
13. Leucodermia,  não  classificada  em  outra  parte  (Inclui  “Vitiligo 
Ocupacional”) (L81.5) 
14. Úlcera Crônica da Pele, não classificada em outra parte (L98.4) 
15. Geladura (Frostbite) Superficial: Eritema Pérnio (T33) (Frio) 
16. Geladura (Frostbite) com Necrose de Tecidos (T34) (Frio) 
 
   

Texto retirado do livro Agentes Físicos da FUNDACENTRO com modificações e inclusões.
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DOENÇAS DO SISTEMA CIRCULATÓRIO RELACIONADAS COM O TRABALHO (Grupo IX da CID‐10) 
 
DOENÇAS  AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE RISCO DE NATUREZA 
OCUPACIONAL 
IX ‐ Síndrome de Raynaud (I73.0)  1. Cloreto de vinila (X46.‐; Z57.5)(Quadro 13) 
2. Vibrações localizadas (W43.‐; Z57.7) (Quadro 22) 
3. Trabalho em baixas temperaturas (frio) (W93.‐; Z57.6) 
X  ‐  Acrocianose  e  Acroparestesia  1. Cloreto de vinila (X46.‐; Z57.5) (Quadro 13) 
(I73.8)  2. Vibrações localizadas (W43.‐; Z57.7) (Quadro 22) 
3. Trabalho em baixas temperaturas (frio) (W93.‐; Z57.6) 
 
DOENÇAS DA PELE E DO TECIDO SUBCUTÂNEO RELACIONADAS COM O TRABALHO (Grupo XII da 
CID‐10) 
 
DOENÇAS  AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE RISCO DE 
NATUREZA OCUPACIONAL 
XXI  ‐  Urticária  devida  ao  Calor  e  ao  Exposição  ocupacional  a  calor  e  frio  (W92,‐;  W93.‐;  Z57.6) 
Frio (L50.2)  (Quadro 27) 
 
DOENÇAS DA PELE E DO TECIDO SUBCUTÂNEO RELACIONADAS COM O TRABALHO (Grupo XII da 
CID‐10) 
 
DOENÇAS  AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE RISCO DE 
NATUREZA OCUPACIONAL 
XXXIV ‐ Geladura (Frostbite) Superficial  1. Cloreto  de  etila  (anestésico  local)  (W93.‐;  Z57.6) 
(T33): Eritema Pérnio  (Quadro 13) 
  2. Frio (X31.‐; W93.‐; Z57.6) (Quadro 27) 
XXXV  ‐  Geladura  (Frostbite)  com  Necrose  1. Cloreto  de  etila  (anestésico  local)  (W93.‐;  Z57.6) 
de Tecidos (T34)  (Quadro 13) 
  2. Frio (X31.‐; W93.‐; Z57.6) (Quadro 27) 
 
REGULAMENTO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL 
ANEXO IV 
CLASSIFICAÇÃO DOS AGENTES NOCIVOS 
 
CÓDIGO  AGENTE NOCIVO  TEMPO DE 
EXPOSIÇÃO 
2.0.0   AGENTES FÍSICOS   
  Exposição acima dos limites de tolerância especificados ou às   
atividades descritas. 
2.0.4  TEMPERATURAS ANORMAIS  25 ANOS 
  a) trabalhos com exposição ao calor acima dos limites de  tolerância    
estabelecidos  na  NR‐15,  da Portaria no 3.214/78. 
 

Texto retirado do livro Agentes Físicos da FUNDACENTRO com modificações e inclusões.
9

CALOR 
 
ANEXO 3 da NR‐15 
 
Verifica‐se  a  presença  de  calor  em  inúmeras  operações  industriais,  como  na  fundição  de 
metais,  na  laminação  a  quente,  nos  altos‐fornos,  nos  vazamentos  em  aciarias,  em  fornos  de 
cerâmica etc. 
O  trabalho  efetuado  com  exposição  a  altas  temperaturas  provoca  fadiga  intensa  e, 
conseqüentemente,  a  diminuição  do  rendimento  normal  do  trabalhador,  em  razão  do  maior 
desgaste físico e da perda de água e de sais. 
Os  principais  quadros  clínicos  causados  pelo  calor  são:  a  intermação,  a  desidratação,  a 
prostração  térmica,  as  câimbras  do  calor,  e  os  problemas  de  pele.  Somente,  após  3  semanas 
trabalhando  sob  calor,  é  que  o  trabalhador  consegue  a  aclimatação,  tornando‐se  mais  fácil  e 
menos perigoso o trabalho em ambientes sob altas temperaturas. 
O  controle  médico  do  trabalhador  deve  ser  rigoroso,  principalmente  na  fase  de 
aclimatação,  (ou  adaptação),  inicial,  e,  também,  após  o  retorno  de  ferias  ou  após  qualquer 
afastamento por mais de 2 semanas, depois do que o indivíduo perde totalmente a adaptação ao 
calor. 
Há,  portanto,  a  necessidade  de  conhecer  como  se  processa  a  interação  térmica  entre  o 
organismo  humano  e  o  meio  ambiente;  conhecer  seus  efeitos  e  determinar  como  quantificar  e 
controlar esta interação. 
MECANISMOS DE TROCAS TÉRMICAS 
Condução  –  Quando  dois  corpos  em  temperaturas  diferentes  são  colocados  em  contato, 
haverá  um  fluxo  de  calor  do  corpo  com  temperatura  maior  para  o  de  temperatura  menor.  Este 
fluxo torna‐se nulo, no momento em que as temperaturas dos dois corpos se igualam. 
Condução‐convecção – A troca térmica se processa como no caso anterior, somente que, 
neste caso, pelo menos um dos corpos é um fluido. Desta forma, a transição do calor entre os dois 
corpos provocará a movimentação do fluido. 
Radiação  –  Quando  dois  corpos  se  encontram  em  temperaturas  diferentes,  haverá  uma 
transferência de calor, por emissão de radiação infravermelha, do corpo com temperatura maior 
para  o  corpo  de  temperatura  menor.  Este  fenômeno  ocorre,  mesmo  não  havendo  um  meio  de 
propagação  entre  eles.  O  calor  transmitido  através  deste  mecanismo  é  denominado  calor 
radiante. 
Texto retirado do livro Agentes Físicos da FUNDACENTRO com modificações e inclusões.
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Evaporação  –  Um  líquido  que  envolve  um  sólido  em  uma  determinada  temperatura 
transforma‐se  em  vapor,  passando  para  o  meio  ambiente.  Este  fenômeno,  denominado 
evaporação,  é  função  da  quantidade  de  vapor  já  existente  no  meio  e  da  velocidade  do  ar  na 
superfície do sólido. Considerando‐se que a pressão de vapor no meio se mantém constante para 
que  um  líquido  passe  a  vapor,  no  processo  de  evaporação,  é  necessário  que  o  mesmo  absorva 
calor.  No  caso  citado,  o  líquido  retira  calor  do  sólido  para  passar  a  vapor.  Concluindo,  pode‐se 
afirmar que o sólido perdeu calor para o meio ambiente, pelo mecanismo de evaporação. 
PERDA E GANHO DE CALOR PELO ORGANISMO 
Os principais meios de perda e ganho de calor pelo organismo são: 
1°  o  calor  produzido  pelo  próprio  organismo,  que  varia  consideravelmente  segundo  a 
atividade física desenvolvida; 
2° a condução‐convecção e a radiação que podem implicar em um ganho ou perda de calor 
pelo organismo, conforme a temperatura da pele seja mais baixa ou mais alta que a temperatura 
do ar; 
3° a evaporação do suor na superfície do corpo implica, necessariamente, em uma perda 
de calor. 
Perda ou ganho de calor pelo organismo também ocorrem no processo da respiração e na 
ingestão  de  alimentos  quentes  ou  frios.  Estas,  no  entanto,  constituem  pequenas  quantidades  e, 
portanto, não serão consideradas. 
Para manter o corpo em equilíbrio térmico, a quantidade de calor ganha pelo organismo 
deve  ser  contrabalanceada  pela  quantidade  de  calor  perdida  para  o  meio  ambiente.  As  trocas 
térmicas entre o corpo e o meio ambiente podem ser relacionadas através da seguinte expressão 
matemática: 
M ± C ± R – E = S 
Onde: 
M – calor produzido pelo metabolismo; 
C – calor ganho ou perdido por condução‐convecção; 
R – calor ganho ou perdido por radiação 
E – calor perdido por evaporação; 
S – calor acumulado no organismo (sobrecarga térmica). 
 
O organismo se encontrará em equilíbrio térmico, quando S for igual a zero. 
 

Texto retirado do livro Agentes Físicos da FUNDACENTRO com modificações e inclusões.
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REAÇÕES DO ORGANISMO AO CALOR 
Na medida em que há um aumento de calor ambiental, ocorre uma reação no organismo 
humano  no  sentido  de  promover  um  aumento  da  perda  de  calor.  Inicialmente  ocorrem  reações 
fisiológicas  paras  para  promover  a  perda  de  calor,  mas  estas  reações,  por  sua  vez,  provocam 
outras alterações que, somadas, resultam num distúrbio fisiológico. 
Os  principais  mecanismos  de  defesa  do  organismo  humano,  quando  submetido  a  calor 
intenso, são a vasodilatação periférica e a sudorese. 
Vasodilatação Periférica 
Quando a quantidade de calor que o corpo perde por condução‐convecção ou radiação é 
menor  que  o  calor  ganho,  a  primeira  ação  corretiva  que  se  processa  no  organismo  é  a 
vasodilatação  periférica,  que  implica  num  maior  fluxo  de  sangue  na  superfície  do  corpo  e  num 
aumento  da  temperatura  da  pele.  Estas  alterações  resultam  em  um  aumento  da  quantidade  de 
calor  perdido  ou  numa  redução  do  calor  ganho.  O  fluxo  de  sangue  no  organismo  humano 
transporta calor do núcleo do corpo para sua superfície, onde ocorrem as trocas térmicas. 
Sudorese 
Outro  mecanismo  de  defesa  do  organismo  é  a  sudorese.  O  número  de  glândulas 
sudoríparas ativadas é diretamente proporcional ao desequilíbrio térmico existente. 
A quantidade de suor produzido pode, em curtos períodos, atingir até dois litros por hora, 
embora, em um período de várias horas, não exceda a um litro por hora. Pela sudorese no ritmo 
de um litro por hora um homem pode, teoricamente, perder 600 Kcal/hora para o meio ambiente. 
 
Doenças do calor 
Se o aumento do fluxo  de sangue na pele e a produção de suor foram  insuficientes para 
promover  a  perda  adequada  de  calor,  ou  se  estes  mecanismos  deixarem  de  funcionar 
apropriadamente,  uma  fadiga  fisiológica  pode  ocorrer.  Existem  quatro  categorias  principais  de 
doenças devidas ao calor: 
• exaustão do calor; 
• desidratação; 
• câimbras do calor; 
• choque térmico. 
   

Texto retirado do livro Agentes Físicos da FUNDACENTRO com modificações e inclusões.
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Exaustão do calor 
É decorrente de uma insuficiência do suprimento de sangue do córtex cerebral, resultante 
da  dilatação  dos  vasos  sanguíneos  em  resposta  ao  calor.  Uma  baixa  pressão  arterial  é  o  evento 
crítico resultante, devido, em parte, a uma inadequada saída de sangue do coração e, em parte, a 
uma vasodilatação que abrange uma extensa área do corpo. 
Desidratação 
Em seu estágio inicial, a desidratação atua, principalmente, reduzindo o volume de sangue 
e promovendo a exaustão do calor. Mas, em casos extremos produz distúrbios na função celular, 
provocando  até  a  deteriorização  do  organismo.  Ineficiência  muscular,  redução  da  secreção 
(especialmente das glândulas salivares), perda de apetite, dificuldade de engolir, acúmulo de ácido 
nos tecidos irão ocorrer com elevada intensidade. Uremia temporária, febre e morte ainda podem 
ocorrer. 
Câimbras de calor 
Ocorrem espasmos musculares, seguindo‐se uma redução do cloreto de sódio no sangue, 
de  modo  a  atingir  concentrações  inferiores  a  um  certo  nível  crítico.  A  alta  perda  de  cloreto  é 
facilitada pela intensa sudorese e falta de aclimatização. 
Choque térmico 
Ocorre  quando  a  temperatura  do  núcleo  do  corpo  é  tal,  que  põe  em  risco  algum  tecido 
vital que permanece em contínuo funcionamento. É devido a um distúrbio no mecanismo termo‐
regulador, que fica impossibilitado de manter um adequado equilíbrio térmico entre o indivíduo e 
o meio. 
Fatores que influem nas trocas térmicas 
A  complexidade  do  estudo  do  calor  reside  no  fato  de  haver  diversos  fatores  ou  variáveis 
que influem nas trocas térmicas entre o corpo humano e o meio ambiente, e que definem, desta 
forma, a severidade da exposição ao calor. 
Entre  os  inúmeros  fatores  que  influem  nas  trocas  térmicas,  cinco  principais  devem  ser 
considerados na quantificação da sobrecarga térmica: 
• temperatura do ar 
• umidade relativa do ar 
• velocidade do ar 
• calor radiante 
• tipo de atividade 
 

Texto retirado do livro Agentes Físicos da FUNDACENTRO com modificações e inclusões.
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Temperatura do ar 
A influência da temperatura do ar na troca térmica entre o organismo e o meio ambiente 
pode  ser  avaliada,  observando‐se  a  defasagem,  positiva  ou  negativa,  existente  entre  esta 
temperatura e a temperatura da pele. Quando a temperatura do ar é maior que a temperatura da 
pele,  o  organismo  ganha  calor  por  condução‐convecção.  Quando  a  temperatura  do  ar  é  menor 
que  a  temperatura  da  pele,  o  organismo  perde  calor  pelo  mesmo  mecanismo.  A  quantidade  de 
calor ganha ou perdida é diretamente proporcional à defasagem existente entre as temperaturas, 
em cada um dos casos. 
Umidade relativa do ar 
Influi na troca térmica que ocorre entre o organismo e o meio ambiente pelo mecanismo 
da  evaporação.  Embora,  teoricamente,  o  organismo  humano  possa  perder  600  Kcal/hora  pela 
evaporação do suor, esta razão poderá ser diminuída em função da umidade relativa do ar. Se, por 
exemplo,  a  umidade  relativa  do  ar  for  100%,  este  estará  saturado  de  vapor  de  água,  o  que 
certamente dificulta a evaporação do suor para o meio ambiente. Neste caso, a perda de calor por 
evaporação  será  reduzida.  Se,  por  outro  lado,  a  umidade  relativa  do  ar  for  0%  (zero  por  cento), 
haverá  condição  para  o  organismo  perder  600Kcal/hora  para  o  ambiente.  Observando‐se  o  que 
ocorre nos dois extremos acima descritos torna‐se fácil perceber que quanto maior é a umidade 
relativa do ar, menor será a perda de calor por evaporação. 
Velocidade do ar 
Pode alterar o intercâmbio de calor entre o organismo e o ambiente, interferindo, tanto na 
troca térmica por condução‐convecção, como na troca térmica por evaporação. 
No mecanismo de condução‐convecção, o aumento da velocidade do ar acelera a troca de 
camadas de ar próximas ao corpo, aumentando o fluxo de calor entre este e o ar. Portanto, se a 
temperatura  do  ar  for  menor  que  a  temperatura  do  corpo,  o  aumento  da  velocidade  do  ar 
implicará em maior perda de calor do corpo para o meio. Mas se a temperatura do ar for maior 
que  a  temperatura  do  corpo,  este  ganhará  mais  calor  com  o  aumento  da  velocidade  do  ar. 
Conclui‐se, neste caso, que a variação da velocidade do ar pode ter uma ação positiva ou negativa 
na troca térmica por condução‐convecção. 
No mecanismo da evaporação, o aumento da movimentação do ar perto da superfície do 
corpo  implica  na  remoção  da  camada  de  ar  próxima  da  pele,  que  se  encontra  com  alto  teor  de 
vapor d’água, proveniente da evaporação do suor. Desta forma, evita‐se que a camada de ar que 
envolve o corpo fique com uma umidade relativa superior à do ambiente e dificulte a evaporação 
do  suor.  Observa‐se  que  o  aumento  da  velocidade  do  ar  sempre  facilita  a  perda  de  calor  por 

Texto retirado do livro Agentes Físicos da FUNDACENTRO com modificações e inclusões.
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evaporação.  É  conveniente  lembrar  que,  devido  às  limitações  fisiológicas  já  descritas,  a  taxa  de 
evaporação do suor não se elevará indefinidamente. 
Calor radiante 
Quando uma pessoa se encontra em presença de fontes apreciáveis de calor radiante, isto 
é, fontes que estejam emitindo considerável quantidade de radiação infravermelha, o organismo 
humano ganhará calor pelo mecanismo da radiação. No estudo do calor, este fator não deve ser 
desprezado,  pois  contribui  significativamente  para  a  elevação  da  sobrecarga  térmica.  Caso  não 
haja  fontes de  calor radiante  ou  se as  mesmas forem  controladas,  o  organismo  humano  poderá 
perder calor pelo mecanismo da radiação. 
Tipo de atividade 
Quanto mais intensa for a atividade física exercida pelo indivíduo, tanto maior será o calor 
produzido  pelo  metabolismo.  Para  indivíduos  que  trabalham  em  ambientes  quentes,  o  calor 
decorrente da atividade física constituirá parte do calor total ganho pelo organismo e, portanto, 
deve ser considerado, na quantificação da sobrecarga térmica. 
Avaliação 
Na avaliação do calor, devem‐se levar em consideração todos os parâmetros que influem 
na sobrecarga térmica a que estão submetidos os trabalhadores. 
Para tanto, é necessário quantificar cada um destes parâmetros e considerá‐los de forma 
adequada, obtendo, assim, resultados finais que expressem as condições reais de exposição. 
Como é sabido, existem cinco fatores que devem ser considerados na avaliação do calor: 
• temperatura do ar; 
• umidade relativa do ar; 
• velocidade do ar; 
• calor radiante; 
• tipo de atividade exercida pelo trabalhador. 
Combinando estes fatores adequadamente, determinam‐se os índices de conforto térmico 
e de sobrecarga térmica para cada local de trabalho. 
 
Técnicas de medição 
Os  quatro  primeiros  são  fatores  ambientais  e  podem  ser  quantificados  através  de 
aparelhagem especial, mas a quantificação do calor produzido pela atividade física do trabalhador 
é bastante complexa e, portanto, na prática, é apenas estimada através de tabelas ou gráficos. 
 

Texto retirado do livro Agentes Físicos da FUNDACENTRO com modificações e inclusões.
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Temperatura do ar 
Deve ser medida com termômetro de mercúrio comum, mas de funcionamento confiável, 
permitindo leituras até 1/10 de grau Celsius. 
A leitura é feita quando o termômetro está estabilizado. 
Umidade relativa do ar 
Na medição deste parâmetro, utiliza‐se o aparelho denominado psicrômetro. 
O  psicrômetro  é  basicamente  constituído  de  dois  termômetros  idênticos  colocados 
paralelamente.  Um  deles  possui  o  seu  bulbo  revestido  por  tecido  que  deve  ser  umedecido  com 
água destilada durante a medição. Após a estabilização, faremos duas leituras: a temperatura de 
bulbo seco e a temperatura de bulbo úmido. 
A temperatura de bulbo seco, nada mais é do que a temperatura do ar, e, portanto, esta 
última pode ser obtida diretamente no psicrômetro. 
A  circulação  de  ar  pelos  bulbos  do  termômetro  é  um  fator  importante  e  deve  ser 
observada.  Da  não  observância  deste  detalhe  resulta  uma  leitura  incorreta,  pois  logo  que  o 
psicrômetro  é  exposto  ao  calor,  vapores  de  água  destilada  são  emitidos  do  bulbo  úmido  para  o 
ambiente  mantendo‐se  em  equilíbrio  com  a  umidade  do  mesmo.  Se  não  há  movimentação 
adequada do ar, ocorre uma rápida saturação de vapor em torno do bulbo, invalidando a leitura. 
Os valores obtidos nos dois termômetros são colocados em um gráfico denominado carta 
psicrométrica, obtendo‐se desta forma a umidade relativa do ar. 
Velocidade do ar 
A medição da velocidade do ar é feita com aparelhos denominados anemômetros. 
Existem  uma  variedade  muito  grande  de  anemômetros,  porém,  os  mais  indicados  para  o 
levantamento de calor são anemômetros bastante sensíveis a pequenos fluxos de ar, que podem 
fazer leituras contínuas da movimentação de ar não direcional. 
Calor radiante 
Este parâmetro é medido indiretamente através de um aparelho denominado termômetro 
de globo. É composto de uma esfera oca de cobre com aproximadamente 15 cm de diâmetro e um 
1mm  de  espessura,  pintada  externamente  de  preto‐fosco;  e  um  termômetro  cujo  bulbo  deve 
localizar‐se no centro da esfera. Este aparelho deve ser montado no local da medição sem contato 
direto com o suporte, a fim de evitar perda de calor por condução. A leitura obtida é denominada 
temperatura de globo. A leitura correta é obtida após 30 minutos de estabilização do aparelho. 
 
 

Texto retirado do livro Agentes Físicos da FUNDACENTRO com modificações e inclusões.
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Tipo de atividade exercida pelo trabalhador 
A  quantidade  de  calor  produzida  pelo  organismo  é  proporcional  ao  esforço  físico 
despendido  pelo  trabalhador.  Devido  à  grande  dificuldade  em  efetuar  sua  avaliação,  este 
parâmetro deve ser estimado através de tabelas que estabelecem valores em função da atividade 
exercida. 
Local da medição 
Cabe ainda salientar a importância da localização dos aparelhos de medição. Estes devem 
ser montados no local onde permanece o trabalhador, à altura da região do corpo mais atingida, 
para que as leituras representem as condições reais da exposição. 
É  igualmente  importante  que  os  trabalhos  de  avaliação  não  interfiram  nas  condições 
normais do ambiente, a fim de que os resultados sejam significativos. 
 
LIMITES DE TOLERÂNCIA PARA EXPOSIÇÃO AO CALOR 
 
A legislação brasileira, através da portaria 3.214 de 8 de junho de 1978, do Ministério do 
Trabalho, estabelece que a exposição ao calor deve ser avaliada através do Índice de Bulbo Úmido‐
Termômetro de Globo (IBUTG). 
Índice de Bulbo Úmido – Termômetro de Globo – IBUTG 
Consiste em um índice de sobrecarga térmica, definido por uma equação matemática que 
correlaciona alguns parâmetros medidos no ambiente de trabalho. A equação, para o cálculo do 
índice, varia em função da presença, ou não, de carga solar no momento da medição, conforme é 
apresentado a seguir: 
A exposição ao calor deve ser avaliada através do "Índice de Bulbo Úmido Termômetro de 
Globo" ‐ IBUTG definido pelas equações que se seguem: 
Ambientes internos ou externos sem carga solar: 
IBUTG = 0,7 tbn + 0,3 tg 
Ambientes externos com carga solar: 
IBUTG = 0,7 tbn + 0,1 tbs + 0,2 tg 
onde: 
tbn = temperatura de bulbo úmido natural 
tg = temperatura de globo 
tbs = temperatura de bulbo seco. 
 

Texto retirado do livro Agentes Físicos da FUNDACENTRO com modificações e inclusões.
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Os  aparelhos  que  devem  ser  usados  nesta  avaliação  são:  termômetro  de  bulbo  úmido 
natural, termômetro de globo e termômetro de mercúrio comum. 
As  medições  devem  ser  efetuadas  no  local  onde  permanece  o  trabalhador,  à  altura  da 
região do corpo mais atingida. 
 
Limites  de  tolerância  para  exposição  ao  calor,  em  regime  de  trabalho  intermitente  com 
períodos de descanso no próprio local de prestação de serviço. 
Em função do índice obtido, o regime de trabalho intermitente será definido no Quadro 1. 
 
QUADRO 1 
Regime  de  Trabalho  Intermitente  c/  Tipo de atividade 
descanso no  próprio local de trabalho (  Leve  Moderada  Pesada 
por hora ) 
Trabalho contínuo  até 30,0  até 26,7  até 25,0 
45 minutos trabalho  30,1 a 30,6  26,8 a 28,0  25,1 a 25,9 
15 minutos descanso 
30 minutos trabalho  30,7 a 31,4  28,1 a 29,4  26,0 a 27,9 
30 minutos descanso 
15 minutos trabalho  31,5 a 32,2  29,5 a 31,1  28,0 a 30,0 
45 minutos descanso 
Não  é  permitido  o  trabalho  sem  a  adoção  de  acima de 32,2 acima de 31,1  acima de 30,0 
medidas adequadas de controle. 
 
Os períodos de descanso serão considerados tempo de serviço para todos os efeitos legais. 
A determinação do tipo de atividade (Leve, Moderada ou Pesada) é feita consultando‐se o 
Quadro 3. 
 
Desta  forma  determinam‐se  períodos  de  trabalho  alternados  por  períodos  de  descanso, 
que são realizados no próprio local de trabalho. 
Conforme  observa‐se,  este  critério  é  utilizado  para  definir  regimes  de  trabalho‐descanso, 
para as condições de operação nas quais o trabalhador não pode abandonar o local de trabalho, 
entre a execução de uma tarefa e a seguinte. 
Neste  caso,  o  limite  de  tolerância  para  exposição  ao  calor  será  considerado  excedido, 
quando os valores obtidos na avaliação não forem compatíveis com quadro 1. 
Exemplo: 
Observando‐se um operador de forno de uma empresa, verifica‐se que o mesmo gasta 3 
minutos carregando o forno, aguarda 4 minutos para que a carga atinja a temperatura esperada 

Texto retirado do livro Agentes Físicos da FUNDACENTRO com modificações e inclusões.
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sem, no entanto, sair do local e, em seguida, gasta outros 3 minutos para descarregar o forno. Este 
ciclo de trabalho é continuamente repetido durante toda jornada de trabalho. 
Determinando‐se os parâmetros necessários ao cálculo do IBUTG, obteve‐se: 
Tg=35°C 
Tbn=25°C 
Tipo de atividade – Moderada (Quadro 3) 
Calculando‐se o IBUTG, temos: 
IBUTG=0,7x25+0,3x35=28°C 
Consultando‐se o quadro 1, conclui‐se, que cada hora corrida de trabalho, o operário pode 
trabalhar, no máximo, 45 minutos e descansar, no mínimo, 15 minutos. E importante lembrar que 
este regime é recomendado, considerando‐se que o trabalhador não sai do local analisado. 
Analisando‐se,  agora,  o  regime  de  trabalho  observado  na  empresa,  constata‐se  que,  em 
cada  10  minutos  corridos,  o  operário  trabalha  6  minutos  (3  minutos  carregando  o  forno  e  3 
minutos  descarregando)  e  aguarda  4  minutos  a  elevação  da  temperatura,  sem  sair  do  local, 
operação esta considerada como “descanso no próprio local de trabalho” para fins deste critério 
de avaliação. 
Como  o  ciclo  observado  continuamente  se  repete,  pode‐se  afirmar  que,  em  cada  hora 
corrida de trabalho, o ciclo se repete 6 vezes e o operário trabalha um total de 36 minutos (6x6 
minutos) e descansa 24 minutos (6x4 minutos). 
Sendo que se verificou, através do quadro 1, que o operário pode, em cada hora corrida, 
trabalhar  45  minutos  e  descansar  15  minutos,  conclui‐se  que  o  ciclo  de  trabalho  observado  na 
empresa  é  compatível  com  a  atividade  física  do  trabalhador  e  com  as  condições  térmicas  do 
ambiente analisado e, portanto, o limite de tolerância não é excedido. 
 
Limites  de  tolerância  para  exposição  ao  calor,  em  regime  de  trabalho  intermitente  com 
período de descanso em outro local (local de descanso). 
Para os fins deste item, considera‐se como local de descanso ambiente termicamente mais 
ameno, com o trabalhador em repouso ou exercendo atividade leve. 
Os limites de tolerância são dados segundo o Quadro 2. 
 
 
 
 

Texto retirado do livro Agentes Físicos da FUNDACENTRO com modificações e inclusões.
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QUADRO 2 
 
M ( Kcal/h)  Máximo IBUTG 
175  30,5 
200  30,0 
250  28,5 
300  27,5 
350  26,5 
400  26,0 
450  25,5 
500  25,0 
 
 
Onde:  M  é  a  taxa  de  metabolismo  média  ponderada  para  uma  hora,  determinada  pela 
seguinte fórmula: 

M= (Mt x Tt + Md x Td)/60 
sendo: 
Mt = taxa de metabolismo no local de trabalho. 
Tt = soma dos tempos, em minutos, em que se permanece no local de trabalho. 
Md = taxa de metabolismo no local de descanso. 
Td = soma dos tempos, em minutos, em que se permanece no local de descanso. 
_____ 
IBUTG  é  o  valor  IBUTG  médio  ponderado  para  uma  hora,  determinado  pela  seguinte 
fórmula: 
______ 
IBUTG = (IBUTGt x Tt + IBUTGd x Td)/60 
 
 
sendo: 
IBUTGt = valor do IBUTG no local de trabalho. 
IBUTGd = valor do IBUTG no local de descanso. 
Tt e Td = como anteriormente definidos. 
Os tempos Tt e Td devem ser tomados no período mais desfavorável do ciclo de trabalho, 
sendo Tt + Td = 60 minutos corridos. 
As taxas de metabolismo Mt e Md serão obtidas consultando‐se o Quadro 3. 
Texto retirado do livro Agentes Físicos da FUNDACENTRO com modificações e inclusões.
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Os períodos de descanso serão considerados tempo de serviço para todos os efeitos legais. 
 
QUADRO 3 
TAXAS DE METABOLISMO POR TIPO DE ATIVIDADE 
 

 
 
Quando,  observando‐se  os  procedimentos  de  trabalho  de  um  operário  que  atua  junto  a 
uma  fonte  de  calor,  se  verifica  que  o  mesmo  executa  seu  trabalho  intercalado  por  períodos  de 
descanso em outro local termicamente mais ameno, a interpretação das condições de exposição 
ao calor é feita através do quadro 2. 
Para valores de “M” intermediários aos existentes no quadro 2, recomenda‐se considerar, 
como limite, o máximo IBUTG relativamente ao “M” imediatamente mais elevado. 
A  determinação  do  metabolismo,  tanto  para  o  local  de  trabalho,  como  para  o  local  de 
descanso, é feita consultando‐se o quadro 3. 
Neste  caso,  o  limite  de  tolerância  para  exposição  ao  calor  será  considerado  excedido, 
quando os valores obtidos na avaliação não forem compatíveis com o quadro 2. 
 
Exemplo: 
Observando‐se um operador de forno de uma empresa, verifica‐se que o mesmo gasta 3 
minutos carregando o forno, aguarda 4 minutos para que a carga atinja a temperatura esperada e, 
em seguida, gasta outros 3 minutos para descarregar o forno. Durante o tempo em que aguarda a 
elevação  da  temperatura  da  carga  (4  minutos),  o  operador  do  forno  fica  fazendo  anotações, 
sentado a uma mesa que está afastada do forno. Este ciclo de trabalho é continuamente repetido 
durante toda jornada de trabalho. 

Texto retirado do livro Agentes Físicos da FUNDACENTRO com modificações e inclusões.
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Neste caso, para fins de aplicação do índice, denomina‐se local de trabalho, o local onde 
permanece o trabalhador quando carrega e descarrega o forno, e local de descanso, o local onde o 
operador do forno permanece sentado, fazendo anotações. 
Determinando‐se os parâmetros necessários ao cálculo do IBUTG, obteve‐se: 
a) local de trabalho 
tg=54°C 
tbn=22°C 
M=300 Kcal/h 
Calculando‐se o IBUTG, temos: 
IBUTGt=0,7x22+0,3x54=31,6°C 
b) local de descanso 
tg=28°C 
tbn=20°C 
M=125Kcal/h 
Calculando‐se o IBUTG, temos: 
IBUTGd=0,7x20+0,3x28=22,4°C 
Como no exemplo anterior, pode‐se afirmar que, em cada hora corrida de trabalho, o ciclo 
se repete 6 vezes e o operário trabalha um total de 36 minutos e descansa 24 minutos. 
Calculando‐se M (médio) e IBUTG (médio), temos: 
M=(300x36+125x24)/60=230 Kcal/h 
IBUTG=(31,6x36+22,4x24)/60=27,9°C 
 
Como o valor de “M” (médio) encontrado, 230 Kcal/h, não consta do quadro 2, considera‐
se  o  máximo  IBUTG  recomendado  ao  “M”  (médio)  imediatamente  mais  elevado,  ou  seja,  250 
Kcal/h. 
Portanto, para as condições observadas no ambiente de trabalho, o máximo IBUTG (médio) 
aceito  é  28,5°C  (vide  quadro  2).  Como  o  IBUTG  calculado  foi  27,9°C,  conclui‐se  que  o  ciclo  de 
trabalho  observado  na  empresa  é  compatível  com  a  atividade  física  do  trabalhador  e  com  as 
condições térmicas do ambiente analisado e, portanto, o limite de tolerância não é excedido. 
 
 
 
 

Texto retirado do livro Agentes Físicos da FUNDACENTRO com modificações e inclusões.
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Medidas de Controle 
Além das medidas de controle ambiental, recomenda‐se sempre a aplicação de medidas 
relativas ao homem, de modo a se atenuar a sobrecarga térmica a curto prazo. 
 
As medidas podem ser: 
• Limitação do tempo de exposição: 
Esta medida consiste em adotar um período de descanso, visando reduzir a sobrecarga 
térmica a níveis compatíveis com o organismo. 
Como se pode observar no índice analisado (IBUTG), a limitação do tempo de exposição é 
medida de controle sempre presente. Quando os tempos de exposição não forem 
compatíveis com as condições de trabalho observadas, deve‐se promover um reestudo dos 
procedimentos de trabalho, no sentido de determinar um regime de trabalho‐descanso que 
atenda os limites recomendados. 
 
• Exames médicos: 
Recomenda‐se a realização de exames médicos admissionais com a finalidade de se detectar 
possíveis  problemas  de  saúde  que  possam  ser  agravados  com  a  exposição  ao  calor,  tais 
como:  problemas  cardio‐circulatórios,  deficiências  glandulares  (principalmente  glândulas 
sudoríparas), etc.  
Tais  exames  permitem  selecionar  um  grupo  adequado  de  profissionais  que  reúnem 
condições adequadas ao trabalho. Exames médicos periódicos também devem ser realizados 
com a finalidade de promover um contínuo acompanhamento dos trabalhadores. 
 
• Soro hidratante: 
É importante mencionar que em períodos de calor, o funcionário vai perder cloreto de sódio 
pela transpiração, sendo necessário a sua reidratação, o que pode ser feito ingerindo muita 
água e soro hidratante em doses adequadas, recomendadas por médico. 
 

Texto retirado do livro Agentes Físicos da FUNDACENTRO com modificações e inclusões.

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