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Ingedore Koch conceitua a coesão como: “o fenômeno que diz respeito ao modo como os
elementos linguísticos presentes na superfície textual se encontram interligados, por meio de
recursos também linguísticos, formando sequências veiculadoras de sentido”.
Para Platão e Fiorin, a coesão textual: é a ligação, a relação, a conexão entre as palavras,
expressões ou frases do texto. Segundo esses dois autores, há dois tipos de coesão:
a por retomada ou por antecipação de termos;
a por encadeamento de segmentos textuais ou elementos conectivos.
Elementos conectivos
Como qualquer pronome, os relativos são usados em uma oração para se evitar a repetição
de termos anteriormente referidos; mas servem também como elementos conectivos, como
elementos de coesão, entre os termos da oração ou entre as orações.
Na frase, o pronome que substitui livro, anteriormente referido, interligando as orações. Sem o uso
do pronome, teríamos o seguinte texto:
É possível o uso de formas variáveis do pronome que: o qual, a qual, os quais e as quais. Devem, no
entanto, ser utilizadas com critério para se evitar o pedantismo, o texto que se quer "difícil" e
"intelectualizado". O mais correto é usá-las para impedir ocorrência de ambiguidade, como no
exemplo abaixo:
Além do pronome que, vejamos outros dois relativos, cuja utilização pode criar algum embaraço no
momento de se redigirem textos.
Onde: tal pronome deve ser usado apenas para indicar lugar.
Podemos, eventualmente, substituir tal pronome por um outro: em que (no qual, na qual, nos quais,
nas quais).
Prática muito comum, no entanto, é usar o pronome onde como uma espécie de curinga, criando-se
o fenômeno do "ondismo", ou seja, o pronome passa a ser usado em diversas relações oracionais.
. O século XXI iniciou-se com uma nova guerra, onde acho que isso é errado.
COESÃO TEXTUAL
"A coesão não nos revela a significação do texto, revela-nos a construção do texto enquanto
edifício semântico." --M. Halliday
A metáfora acima representa de forma bastante eficaz o sentido de coesão, assim como as
partes que compõem a estrutura de um edifício devem estar bem conectadas, bem “amarradas”, as
várias partes de uma frase devem se apresentar bem “amarradas”, para que o texto cumpra sua
função primordial ? veículo de articulação entre o autor e seu leitor.
A coesão é essa “amarração” entre as várias partes do texto, ou seja, o entrelaçamento
significativo entre declarações e sentenças. Existem, em Língua Portuguesa, dois tipos de coesão: a
lexical e a gramatical.
A coesão lexical é obtida pelas relações de sinônimos, hiperônimos, nomes genéricos e
formas elididas. Já a coesão gramatical é conseguida a partir do emprego adequado de artigo,
pronome, adjetivo, determinados advérbios e expressões adverbiais, conjunções e numerais.
Seguem alguns exemplos de coesão:
1. Perífrase ou antonomásia - expressão que caracteriza o lugar, a coisa ou a pessoa a que se faz
referência
Ex.: O Rio de Janeiro é uma das cidades mais importantes do Brasil. A cidade maravilhosa é
conhecida mundialmente por suas belezas naturais, hospitalidade e carnaval.
4. Um termo síntese - usa-se, eventualmente, um termo que faz uma espécie de resumo de vários
outros termos precedentes, como uma retomada.
Ex.: O país é cheio de entraves burocráticos. É preciso preencher uma enorme quantidade de
formulários, que devem receber assinaturas e carimbos. Depois de tudo isso, ainda falta a emissão
dos boletos para o pagamento bancário. Todas essas limitações acabam prejudicando as relações
comerciais com o Brasil.
5.Pronomes - todos os tipos de pronomes podem funcionar como recurso de referência a termos ou
expressões anteriormente empregados. Para o emprego adequado, convém rever os princípios que
regem o uso dos pronomes.
Ex.: Vitaminas fazem bem à saúde, mas não devemos tomá-las sem a devida orientação. / A
instituição é uma das mais famosas da localidade. Seus funcionários trabalham lá há anos e
conhecem bem sua estrutura de funcionamento. / A mãe amava o filho e a filha, queria muito tanto a
um quanto à outra.
8. Elipse - essa figura de linguagem consiste na omissão de um termo ou expressão que pode ser
facilmente depreendida em seu sentido pelas referências do contexto.
Ex.: O diretor foi o primeiro a chegar à sala. Abriu as janelas e começou a arrumar tudo para a
assembléia com os acionistas.
9. Repetição de parte do nome próprio - Machado de Assis revelou-se como um dos maiores
contistas da literatura brasileira. A vasta produção de Machado garante a diversidade temática e a
oferta de variados títulos.
Exemplo: André e Pedro são fanáticos torcedores de futebol. Apesar disso, são diferentes. Este
não briga com quem torce para outro time; aquele o faz.
Explicação: O termo isso retoma o predicado são fanáticos torcedores de futebol; este recupera a
palavra Pedro; aquele , o termo André; o faz, o predicado briga com quem torce para o outro
time – são anafóricos.
Explicação: O pronome possessivo seu e o pronome pessoal reto ele antecipam a expressão o
professor – são catafóricos.
De que trata a coerência textual ? Da relação que se estabelece entre as diversas partes do texto,
criando uma unidade de sentido. Está, portanto, ligada ao entendimento, à possibilidade de
interpretação daquilo que se ouve ou lê.
Teoria: PIS
Progressão, Informatividade e Situacionalidade
Ao se fazer um texto, devemos sempre nos preocupar com alguns aspectos da produção
dele, especialmente quando o contexto em que ele é inserido é o científico. Assim, é fundamental
para quaisquer produções textuais, a preocupação constante com algumas características do texto
chamadas de Progressão, Informatividade e Situacionalidade.
Para haver razão de se ler um texto, especialmente os argumentativos, é imprescindível o
acréscimo de novas ideias e a sucessão organizada delas com o intuito de que o texto seja de fato
um todo compreensível e bem articulado, a esse critério é dado o nome de Progressão Textual.
Circuito Fechado
Chinelos, vaso, descarga. Pia, sabonete. Água. Escova, creme dental, água, espuma, creme de
barbear, pincel, espuma, gilete, água, cortina, sabonete, água fria, água quente, toalha. Creme para
cabelo, pente. Cueca, camisa, abotoaduras, calça, meias, sapatos, gravata, paletó. Carteira, níqueis,
documentos, caneta, chaves, lenço, relógio, maço de cigarros, caixa de fósforo. Jornal. Mesa,
cadeiras, xícara e pires, prato, bule, talheres, guardanapo. Quadros. Pasta, carro. Cigarro, fósforo.
Mesa e poltrona, cadeira, cinzeiro, papéis, telefone, agenda, copo com lápis, canetas, bloco de
notas, espátula, pastas, caixas de entrada, de saída, vaso com plantas, quadros, papéis, cigarro,
fósforo. Bandeja, xícara pequena. Cigarro e fósforo. Papéis, telefone, relatórios, cartas, notas, vales,
cheques. (...) Ricardo Ramos
“A inclusão digital ela vem crescendo cada dia mais, pois está incluído desde aquelas
pessoas mais humildes até aquelas pessoas de classe alta. O mundo digital ele é um mundo que trás
várias informações como: esportes, entretenimento, notícias, diversão.
Ela vem crescendo pela facilidade de comprar, pela necessidade do uso, pela influência de
jovens entre outros. A facilidade de comprar acontece porque a facilidade de uma pessoa comprar
um objeto, pelo fato de o objeto ser dividido em várias prestações. Pela necessidade de uso, pois
está tudo ligado a tecnologia, como nas escolas que os alunos eles precisam de ter o computador, a
televisão, o rádio. Pela influência de jovens pois os objetos digitais eles são viciantes, e faz com
que os jovens influencie outros jovem fazendo com que cresce a inclusão digital no mundo de hoje.
Com todas essas influências, a inclusão digital ela vem só crescendo, concluindo que o
mundo hoje está tudo ligado a inclusão digital”..
Todo texto é uma estrutura informacional e, em virtude disso, devemos nos preocupar
severamente com o que informamos nele e, fundamentalmente, como ele é compreendido pelo(s)
interlocutor(s) ou leitor(s) em relação ao que o autor pensa ter comunicado. A essa relação difícil e
complexa, deu-se o nome de Informatividade, isto é, o cálculo preciso do que informamos ao outro
quando produzimos um texto, tais preocupações estendem-se desde a veracidade das informações
incluídas no discurso até a forma de utilizá-las, tanto quanto é crucial a apresentação de dados
suficientes para a interpretação correta de determinado trecho da enunciação. A Informatividade,
enfim, no caso específico das redações de concurso, representa a preocupação de se construir uma
redação de forma a não exigir do leitor informações externas ao texto.
No caso da Situacionalidade, observa-se o uso correto e adequado da norma padrão, o
respeito às regras de produção de texto ditadas por associações com a Associação Brasileira de
Normas Técnicas (ABNT), a adequação à modalidade textual exigida, dentre outros procedimentos.
Seguem alguns aspectos importantes sobre Progressão, Informatividade e
Situacionalidade comentados de forma pormenorizada.
• O uso das pessoas do discurso nos textos de vestibular;
• O texto dissertativo é avesso a qualquer argumentação de cunho religioso;
• Dissertações e textos opinativos de concurso não podem empregar expressões centradas no
exagero, em visões generalistas, em ideias preconceituosas ou em premissas falsas;
• Repetições de palavras em textos de vestibular;
• O uso de gírias e expressões da oralidade em dissertações;
• O emprego de provérbios, clichês e ditos populares em textos de concurso é reprovado;
• O uso de linguagem excessivamente adornada, arcaica ou incomum;
• O uso de linguagem conotativa;
• O uso de jargão técnico;
• Períodos curtos e longos no texto de concursos;
• O uso de estrangeirismos.
Exercícios
1- Apresentamos alguns segmentos nos discursos separados por ponto final. Retire o ponto final
estabeleça entre eles uma relação lógica. Para isso, use os elementos coesivos adequados.
a) O solo do nordeste é muito seco e aparentemente árido. Quando caem as chuvas, imediatamente
brota a vegetação.
b) Uma seca desoladora assolou a região sul. Principal seleiro do país. Vai faltar alimento e os
preços vão disparar.
c) A televisão é em grande parte, responsável pela chamada “crise na linguagem”. Proporciona
horas de lazer. Leva os telespectadores a uma atitude passiva. Exclui o diálogo. Exclui a
interação.
Muitos trabalhadores não conseguem comprar sua casa própria porque recebem salários baixos.
a) como
b) já que
c) visto que
d) tão que
A situação social do país é tão preocupante que muita gente tradicionalmente omissa resolveu agir.
a) como
b) porque
c) de modo que
d) uma vez que
Apesar de que existem provas contra o réu, ele continua a dizer-se inocente.
a) embora
b) conquanto
c) ainda que
03. Reescreva os trechos fazendo a devida coesão. Utilize artigos, pronomes ou advérbios. Não se
esqueça de que a elipse (omissão de um termo) também é um mecanismo de coesão.
a) A gravata do uniforme de Pedro está velha e surrada. A minha gravata está novinha em folha.
b) Ontem fui conhecer o novo apartamento do Tiago. Tiago comprou o apartamento com o dinheiro
recebido do jornal.
c) Perto da estação havia um pequeno restaurante. No restaurante costumavam reunir-se os
trabalhadores da ferrovia.
d) No quintal, as crianças brincavam. O prédio vizinho estava em construção. Os carros passavam
buzinando. As brincadeiras, o barulho da construção e das buzinas tirava-me a concentração no
trabalho que eu estava fazendo.
e) Os convidados chegaram atrasados. Os convidados tinham errado o caminho e custaram a
encontrar alguém que orientasse o caminho aos convidados.
f) Os candidatos foram convocados por edital. Os candidatos deverão apresentar-se, munidos de
documentos, até o dia 24.
a) Um homem caminhava pela rua deserta: esfarrapado, cabisbaixo, faminto, abandonado à própria
sorte. __ parecia não notar a chuva fina que caía e ___ encharcava os ossos.
b) Os grevistas paralisaram todas as atividades da fábrica. ___ durou uma semana.
c) Vimos o carro do ministro aproximar-se. Alguns minutos depois, ___ estacionava no pátio do
Palácio do Governo.
d) Imagina-se que existam outros planetas habilitados. ___ tem ocupado a mente dos cientistas
desde que os OVNIS começaram a ser avistados.
e) O presidente americano disse: Quem é favorável ao Eixo do Mal estará contra mim. __ marcou
uma etapa nas relações internacionais.
Texto I
Subi a porta e fechei a escada.
Tirei minhas orações e recitei meus sapatos.
Desliguei a cama e deitei-me na luz
Tudo por que
Ele me deu um beijo de boa noite... (AUTOR ANÔNIMO)
Texto II
Circuito Fechado
Chinelos, vaso, descarga. Pia, sabonete. Água. Escova, creme dental, água, espuma, creme de
barbear, pincel, espuma, gilete, água, cortina, sabonete, água fria, água quente, toalha. Creme para
cabelo, pente. Cueca, camisa, abotoaduras, calça, meias, sapatos, gravata, paletó. Carteira, níqueis,
documentos, caneta, chaves, lenço, relógio, maço de cigarros, caixa de fósforo. Jornal. Mesa,
cadeiras, xícara e pires, prato, bule, talheres, guardanapo. Quadros. Pasta, carro. Cigarro, fósforo.
Mesa e poltrona, cadeira, cinzeiro, papéis, telefone, agenda, copo com lápis, canetas, bloco de
notas, espátula, pastas, caixas de entrada, de saída, vaso com plantas, quadros, papéis, cigarro,
fósforo. Bandeja, xícara pequena. Cigarro e fósforo. Papéis, telefone, relatórios, cartas, notas, vales,
cheques. (...) Ricardo Ramos
08. A coesão de um texto se constrói com base no uso de elementos como: conjunções, pronomes
relativos, pessoais, possessivos, advérbios etc.
I. No texto 2, a conjunção aditiva “e” articula as diferentes ações realizadas pelo narrador.
II. No texto 1, o pronome “tudo” retoma todas as ações realizadas pelo narrador.
III- No texto 1, o pronome “tudo” está indefinido, não se sabe a quem se refere.
IV- No texto 2, os sinais de pontuação (ponto e vírgula) servem como organizadores textuais.
(CESPE)
No mundo moderno em que vivemos, é certamente difícil reconstituir as sensações, as
impressões que tiveram os primeiros homens em contato com a natureza. A imensa variedade de
corpos e acontecimentos que nos envolvem gerou as noções de matéria, de espaço e de tempo,
fundamentalmente entrelaçadas no conhecimento das coisas.
No estado de repouso e de movimento dos objetos — esta casa parada, aquela pedra atirada que cai,
o movimento do sol, da lua, no céu — estão intimamente associados os conceitos de lugar que
ocupam sucessivamente os corpos, de espaço e de tempo.
Tempo, espaço e matéria são, pois, ideias que penetram o nosso conhecimento das coisas,
desde o mais primitivo, e que evoluíram por meio das especulações filosóficas até as modernas
investigações científicas, que as integraram em um nível mais profundo de síntese, uma unificação
que levou milênios para ser atingida. José Leite Lopes. Tempo = espaço = matéria. In: Adauto
Novaes (Org.). Tempo e História. São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p. 167 (com adaptações).