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A Lei nº 8069, de 13 de julho de 1990, institui no Brasil o Estatuto da Criança e do

Adolescente, norma que regulamenta e protege os direitos das pessoas entre 0 a 18 anos
Antes do Estatuto da Criança e do Adolescente a lei que regulava os direitos das crianças
e dos adolescentes era o Código de Menores (Lei nº 6.697, de 10 de outubro de 1979),
considerada por muitos uma lei apenas para pobres, abandonados, carentes ou infratores,
sendo que não oferecia possibilidades de participação da sociedade.
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) é composto por 267 artigos, divididos em
várias matérias. [1]
O ECA instituiu no Brasil o chamado princípio da proteção integral de toda a criança e
adolescente. Antes de comentar o conceito desse princípio, é importante apresentar o
conceito de criança e de adolescente previsto no ECA.
Para o ECA (art. 2º) criança é a pessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescente
é aquela entre doze e dezoito anos de idade. Nesse conceito, foi previsto um critério
cronológico absoluto, ou seja, a idade da pessoa. O ECA não se aplica aos maiores de 18
anos. Veja esse exemplo: um menor de 18 anos, ainda que casado, continuará sendo
protegido pelas normas previstas no ECA.
Caso um menor de idade pratique um fato definido como crime (o ECA denomina de ato
infracional) antes dos 18 anos, sofrerá as conseqüências previstas no ECA, mesmo após
sua maioridade.
Nesse caso, essa pessoa não receberá uma pena, e sim uma medida sócio-educativa,
prevista no art. 112 do ECA.[2] Caso aquele que esteja cumprindo uma medida sócio-
educativa vier a cometer novo ato infracional (depois dos 18 anos), será aplicado o
Código Penal e não o ECA devido a sua maioridade.
O princípio da proteção integral é aquele que coloca sob proteção permanente e integral
toda criança e adolescente, independente de qualquer situação externa existente e
independente de condições materiais ou psicológicas. Dessa forma, toda criança e
adolescente estará protegido mesmo que não se encontre em situações, ou sob o risco de
sofrer danos ou prejuízos.
O princípio da proteção integral está previsto no art. 1º do ECA: “Esta Lei dispõe sobre a
proteção integral à criança e ao adolescente.”
O ECA também prevê que é dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do
poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à
vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à
cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária de
todas as crianças e adolescente.
Essa garantia de prioridade compreende: primazia de receber proteção e socorro em
quaisquer circunstâncias, precedência de atendimento nos serviços públicos ou de
relevância pública, preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas
e destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção à
infância e à juventude. [3]
O Estatuto da Criança e do Adolescente também estabelece os direitos fundamentais de
toda criança e adolescente no Brasil. São eles:
1 – Direito à vida e à saúde – arts. 7º a 14:
Ao prever o direito à vida o ECA protege a criança desde a vida intra-uterina, ainda como
feto, desde a fecundação e não apenas do nascimento com vida. Já ao direito à saúde,
toda criança e adolescente têm direito a atendimento médico e odontológico obrigatório
pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Veja outras disposições previstas nessa parte do
ECA.
2 – Direito à liberdade, ao respeito e à dignidade – arts. 15 a 18:
A liberdade de locomoção prevista no ECA não é ampla. O próprio estatuto estabelece
limitações[4]. O direito à liberdade compreende os seguintes aspectos:
I - ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitários, ressalvadas as
restrições legais;
II - opinião e expressão;
III - crença e culto religioso;
IV - brincar, praticar esportes e divertir-se;
V - participar da vida familiar e comunitária, sem discriminação;
VI - participar da vida política, na forma da lei;
VII - buscar refúgio, auxílio e orientação.
O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral da
criança e do adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da
autonomia, dos valores, idéias e crenças, dos espaços e objetos pessoais.
3 – Direito à convivência familiar e comunitária – arts. 19 a 24:
O ECA determina uma regra: a permanência da criança e do adolescente com sua família
natural (é aquela formada pelos ascendentes e descendentes). Toda criança ou
adolescente tem direito a ser criado e educado no seio da sua família e,
excepcionalmente, em família substituta, assegurada a convivência familiar e
comunitária, em ambiente livre da presença de pessoas dependentes de substâncias
entorpecentes.
4 – Direito à educação, cultura, esporte e lazer – arts 53 a 59:
O ECA prevê que a criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno
desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para
o trabalho, assegurando-se-lhes:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II - direito de ser respeitado por seus educadores;
III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias escolares
superiores;
IV - direito de organização e participação em entidades estudantis;
V - acesso à escola pública e gratuita próxima de sua residência.
Prevê ainda que é dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente:
I- ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram
acesso na idade própria;
II - progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio;
III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência,
preferencialmente na rede regular de ensino;
IV - atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a seis anos de idade;
V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo
a capacidade de cada um;
VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do adolescente trabalhador;
VII - atendimento no ensino fundamental, através de programas suplementares de
material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde.
Questão interessante é saber se todos esses direitos previstos no ECA são realmente
observados no Brasil.
Pois bem, o art. 55 dispõe que os pais ou responsável têm a obrigação de matricular seus
filhos ou pupilos na rede regular de ensino.
5 – Direito à profissionalização e proteção no trabalho – arts. 60 a 69:
Com relação ao direito à profissionalização e à proteção do trabalho dos menores, devem
ser observadas as regras previstas na Constituição Federal . São três regras, a saber:
1 – Proibição de TRABALHO PERIGOSO, NOTURNO OU INSALUBRE (aquele que
afeta ou causa algum dano a saúde da pessoa) para MENORES DE 18 ANOS.
2 – Proibição de QUALQUER TRABALHO para MENORES DE 16 ANOS.
3 – Permissão da condição de aprendiz para os maiores de 14 anos.
Dessa forma, temos que:
- Até os 14 anos a criança NÃO PODE EXERCER QUALQUER FORMA DE
TRABALHO;
- dos 14 aos 16 anos NÃO PODE EXERCER QUALQUER FORMA DE TRABALHO;
- dos 16 aos 18 anos PODERÁ TRABALHAR desde que o trabalho não seja
PERIGOSO, NOTURNO OU INSALUBRE.
O art. 67 do ECA estabelece que ao adolescente empregado, aprendiz, em regime familiar
de trabalho, aluno de escola técnica, assistido em entidade governamental ou não-
governamental, é vedado trabalho:
I - noturno, realizado entre as vinte e duas horas de um dia e as cinco horas do dia
seguinte;
II - perigoso, insalubre ou penoso;
III - realizado em locais prejudiciais à sua formação e ao seu desenvolvimento físico,
psíquico, moral e social;
IV - realizado em horários e locais que não permitam a freqüência à escola.
Bibliografia básica
CADERNOS DE DIREITO DA CRIANCA E DO ADOLESCENTE, 1

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