Académique Documents
Professionnel Documents
Culture Documents
Tecnologia dos
Materiais II
Prof: J. E. Guimarães
1
Quando aplicamos uma força a uma peça, ela sofre uma deformação que é
proporcional ao esforço aplicado. Essa deformação pode ser:
a) elástica – quando, cessando o esforço, cessa a deformação
b) plástica - quando a deformação é permanente; cessando o esforço, a deformação
permanece.
Se denominarmos o comprimento inicial da peça por “ l ” e a deformação por
“Δl “ teremos a deformação unitária:
ε = Δl / l
Temos também:
σ= F/A
Onde os pontos:
a – é denominado limite de proporcionalidade; que na maior parte das
vezes se confunde com o limite elástico
b e c – limites de escoamento inferior e superior
d – limite de resistência, limite de ruptura
- A linha o a é chamada zona elástica
- A linha a d é chamada zona plástica
2
Lei de HOOKE
A relação entre a tensão e a deformação elástica de um material foi demonstrada
em 1678 por Robert Hooke que ficou conhecida como lei de Hooke e podemos escrever:
σ=ε.E
Então:
σ=F/A e σ = ε . E assim:
F/A=ε.E mas ε = Δl / l e teremos:
F / A = Δl . E / l o que nos dá:
Δl = F . l / E . A
Exercícios
1) Calcule a deformação elástica que acontece em um tirante que está submetido a uma
força de tração de 8 000 N. O tirante tem seção circular constante cujo diâmetro vale
4
6 mm, seu comprimento é 0,3 m e seu material tem módulo de elasticidade valendo
2,1 x 105 N / mm2.
0,3 m
Resposta: 0,4 mm
F = 10 000 N F = 10 000 N
Recozimento
Esse tratamento térmico tem por objetivo o amolecimento do aço, redução da dureza
que os aços possam apresentar devido a tratamentos anteriores tais como: conformação a
5
Normalização
Pode ser também chamado de recozimento de normalização. O seu objetivo é dotar o
aço de suas características normais (material laminado a quente e resfriamento ao ar). A
normalização refina a granulação do aço, apaga vestígios de tratamentos térmicos
anteriores, elimina microestruturas brutas de fundição, regulariza microestruturas em juntas
soldadas. As peças normalizadas apresentam dureza média e uma boa resistência mecânica
ao contrário das peças recosidas que são bem macias, maleáveis e pouco resistentes.
O tratamento consiste em aquecer o material até a temperatura de transformação da
austenita e fazer-se resfriamento ao ar. As microestruturas obtidas na normalização são
semelhantes às do recozimento apenas com a diferença de que a perlita se apresenta mais
fina resultando daí uma maior dureza e resistência.
Têmpera
O tratamento de têmpera consiste em elevar-se a temperatura do material à temperatura
de transformação da austenita e resfriar-se o material rapidamente. Esse resfriamento deve
ser mais rápido quanto menor for o teor de carbono no material. Podemos utilizar como
meios de resfriamento desde a salmoura gelada, passando por resfriamento em água gelada,
água à temperatura normal, óleo, ar soprado ou ar normal. Utilizamos todos esses devido à
variedade de aços que podemos dispor.
Os tratamentos de têmpera também podem apresentar diversas maneiras de serem
efetuados. Temos a têmpera comum com pouco controle no resfriamento ou as têmperas
mais elaboradas que por isso mesmo recebem os nomes de austêmpera ou martêmpera.
A microestrutura que se deseja obter na têmpera comum é a martensita. Essa
microestrutura apresenta elevada dureza, elevada resistência mecânica e elevada
fragilidade.
A têmpera comum causa um grau elevado de tensões internas podendo gerar trincas e
empenos em peças mais delicadas. Outro resultado dessa têmpera é a perda de tenacidade.
Para reduzir esses inconvenientes é indicado a seguir um tratamento de revenimento.
6
Revenimento
É um tratamento térmico subcrítico (abaixo da temperatura de transformação da
austenita) Tem como objetivo aliviar as tensões na martensita reduzindo significativamente
sua fragilidade reduzindo conseqüentemente a dureza obtida na têmpera. A microestrutura
obtida é chamada martensita revenida. As temperaturas do revenido podem variar de
acordo com o desejo de maior ou menor alívio de tensões internas e a sua conseqüente
perda de dureza. Altas temperaturas de revenido podem estar entre 550 650° C e baixas
temperaturas estão entre 300 e 400° C.
Para se entender os tratamentos térmicos a seguir é necessário conhecer as curvas TTT.
As curvas, Temperatura, Tempo, Transformação (TTT) são características que os aços
apresentam no resfriamento. Visto em um gráfico x, y (temperatura, tempo) elas assim se
apresentam:
T austenita
perlita grossa
1
2 perlita fina
Mi
bainita
Mf
martensita
0 a t
Mi - início da transformação da martensita
Mf - final da transformação da martensita
Vejamos, então como podemos aproveitar essas características dos aços ao serem
resfriados. Quando queremos obter uma transformação na estrutura interna de uma peça de
aço, devemos aquece-la a uma temperatura acima da linha de transformação da austenita.
Ao resfria-la podemos faze-lo mais ou menos lentamente. A distância (tempo) entre o zero
e o ponto “a” no gráfico varia para cada tipo de aço podendo ser muito grande ou menor
que zero. Por isso devemos conhecer essas curvas do aço que queremos temperar para que
possamos utilizar o tipo de têmpera mais adequado.
7
T
austenita
0 a t
Mi - início da transformação da martensita
Mf - final da transformação da martensita
Temperabilidade
Temperabilidade é a capacidade que tem o aço de ser endurecido pelo tratamento de
têmpera. A temperabilidade dos aços está ligada às curvas TTT. Quanto mais distantes do
eixo “y” estiverem suas curvas “1” e “2” maior temperabilidade terá um aço.
Martêmpera
A martêmpera tem por objetivo obter na peça tratada uma estrutura de martensita como
na têmpera comum porém, devemos controlar o resfriamento para que quando a
temperatura alcançar a linha Mi (início da formação da martensita) esse resfriamento é
retardado de maneira que a transformação se complete mais lentamente. O meio de
resfriamento é normalmente óleo ou sal fundido. O material é mantido maior tempo entre
as duas linhas de transformação para que a formação da martensita se dê de maneira
uniforme, gerando menores tensões internas. Em seguida a peça é resfriada a qualquer
velocidade.
Esse tratamento normalmente necessita o tratamento de revenimento para aliviar
tensões residuais.
Apresentamos a seguir a curva do tratamento de martêmpera.
8
T austenita
perlita grossa
1
2 perlita fina
Mi
bainita
Mf
martensita
0 a t
Austêmpera
É um tratamento de endurecimento dos aços que consiste em aquecer o material acima
da temperatura de formação de austenita manter essa temperatura até a completa
transformação e fazer um resfriamento brusco até uma temperatura ligeiramente acima da
linha Mi (início da transformação da martensita) mas de maneira que não atinja a curva “1”,
na altura da temperatura de formação da bainita. Esse processo é obtido através da
manutenção do material em banho de chumbo ou sal (fundidos) (260 a 440° C). Deixando o
material a uma temperatura constante durante o tempo em que a linha de resfriamento
ultrapassa as curvas “1” e “2” na altura de transformação da bainita(sempre em temperatura
constante). A temperatura escolhida depende da dureza que queremos obter. Quanto mais
baixo no gráfico atingimos a bainita maior endurecimento vamos conseguir.
Esse tratamento dispensa o revenimento por gerar baixas tensões internas. É
normalmente indicado para temperar peças delicadas onde os empenos e as deformações
são críticos. A desvantagem desse tratamento é que ele não pode ser feito em aços de baixa
temperabilidade além de ser um tratamento mais caro.
9
T austenita
perlita grossa
1
2 perlita fina
Mi bainita
Mf
martensita
0 a t
Mi - início da transformação da martensita
Mf - final da transformação da martensita
Cementação
A finalidade da cementação é fazer com que um aço de baixo teor de carbono (macio)
fique com a superfície dura, reunindo assim as duas características ideais de uma peça. Que
seja macia o suficiente para não de partir com a continuidade de choques e não se desgastar
por abrasão nos pontos onde se atrite com outras peças, como nos mancais.
Esse tratamento é feito aquecendo a peça em um ambiente rico em carbono. O material
da ambiente em que fica a peça pode ser sólido, líquido ou gasoso. A peça deve permanecer
nesse ambiente por um tempo suficiente para que o carbono migre através do material da
peça tornando assim, a superfície rica em carbono. A espessura da camada dura depende do
tempo de permanência da peça nesse ambiente. Essa permanência a alta temperatura faz
com que cresça demasiadamente a granulação do material cementado. Para que isso não
aconteça o aço deve ser especial para cementação, quer dizer, deve ter elementos de liga
que iniba o aumento do grão, com a temperatura.
Após o tratamento superficial (cementação) a peça deve ser temperada para que a
camada superficial, rica em carbono adquira a dureza desejada. Muitas vezes esse
endurecimento é feito através da têmpera por indução.
Nitretação
È um tratamento semelhante à cementação. Apenas em vez do uso da atmosfera de
carbono, utiliza-se uma atmosfera rica em nitrogênio. Esse elemento combina-se com
alguns elementos de liga do aço (principalmente o alumínio), formando nitretos que têm
10
elevada dureza. Esse tratamento tem como vantagem sobre a cementação o fator de não
necessitar têmpera e ainda aumentar a resistência da peca à fadiga e à corrosão. Tem ainda
a vantagem de utilizar temperaturas menores que a cementação (entre 500 e 560° C) com
menores riscos de empenos da peça nitretada. Tanto na nitretação como na cementação o
interior da peça não sofre modificações consideradas.
Ensaio Jominy
Após esse resfriamento, são tomadas durezas (dureza Rockwell) em intervalos regulares
a partir da ponta que recebeu o jato de água refrigerante. O gráfico de durezas reveladas
nesse ensaio no indica a capacidade de endurecimento do aço conforme o seu resfriamento.
Apresentamos abaixo como exemplo, um gráfico de um ensaio Jominy de um aço.
11
Ensaios de Dureza
Ensaio de dureza Brinell
Obs: O diâmetro (d) impressa é medida com a ajuda de uma pequena luneta com o visor
graduado. Toma-se 2 diâmetros (d) perpendiculares entre si e faz-se a média.
Usa-se:
P / D2 = 30 para aços, ferros fundidos e ligas não ferrosas bastante duras
= 10 para ligas de cobre e duro-alumínio
= 5 para cobre e alumínio
= 2,5 chumbo, estanho, antimônio e outros materiais bastante macios.
12
Diâmetro D P / D2
do penetrador 30 10 5 2,5
10 mm 3 000 kgf 1 000 kgf 500 kgf 250 kgf
5 mm 750 kgf 250 kgf 125 kgf 62,5 kgf
2,5 mm 187,5 kgf 62,5 kgf 31,2 kgf 15,6 kgf
P
D
d
13
HV – Dureza Vickers
P – carga
S – área da superfície piramidal impressa na peça
L – média das duas diagonais de impressão
HV = P / S
HV = P / {L2 / [2 sen(136 / 2)]}
HV = 1,8544 (P / L2) em kgf / mm2
Obs.: A diagonal L da impressão é medida com o auxílio de uma pequena luneta com o
visor graduado e será a média das medidas das duas diagonais.
70 HV 10 => 70 representa 70 kgf / mm2, HV => dureza Vickers, 10 => carga utilizada, em
kgf.
1 INTRODUÇÃO
1.1 Histórico
Data de 1920 o início do desenvolvimento do ensaio não destrutivo hoje
denominado “Ensaio de Partículas Magnéticas”, quando observando os efeitos dos campos
magnéticos em materiais ferromagnéticos, que V. de Forest realizou os primeiros
experimentos que resultaram nos processos fundamentais das técnicas hoje utilizadas. Foi
largamente usado durante a 2ª Guerra Mundial, quando então surgiram surgiram novas
técnicas que aumentaram sua sensibilidade técnicas[1]
2.9 Saturação
É o estágio no qual qualquer incremento na força de magnetização, aplicada
a uma peça, não produz nenhum aumento na densidade de fluxo.
3 ELETROMAGNETISMO
Figura 2 - campos de fuga gerados por defeitos profundos e por defeitos sub-superficiais.
Notar que somente o campo de fuga de um defeito sub-superficial aflora à superfície da
peça
5 ELETRICIDADE
A corrente elétrica, cuja unidade é o Ampère (símbolo A) pode ser entendida como o
fluxo de elétrons que percorre um condutor quando fechamos um circuito entre uma
diferença de potencial elétrico e um consumidor, que pode ser por exemplo, uma lâmpada
elétrica. Dependendo da forma como se comporta a diferença de potencial, e
conseqüentemente a corrente, podemos classificar as correntes elétricas em:
6 PARTÍCULAS MAGNÉTICAS
7 ILUMINAÇÃO
B = μ.H
e podemos medir a intensidade com aparelhos que nos indique esses valores de A / cm.
Mas de uma forma mais prática utilizamos os padrões que são peças com defeitos típicos
que de forma rápida nos indique essas variáveis. Esses defeitos podem ser furos de diversos
diâmetros e de profundidades variáveis, onde os campos de fuga terão efeitos diversos e
com a aplicação das partículas magnéticas sobre eles, indicam essa variação dos campos de
23
fuga servindo para avaliação da intensidade de campo no local. Temos, por exemplo, o
indicador padrão da Petrobrás N-1598 mostrado na figura 3 que, se colocado no local a ser
medida a intensidade de campo magnético e através da aspersão de partículas magnéticas
sobre ele nos indica se a intensidade naquele local está dentro dos padrões previstos de 17 a
65 A / cm além de nos indicar a direção das linhas de força
. Outros padrões também são adotados por outras normas com a finalidade de
medições diferentes como por exemplo o da figura 4 adotado pela norma americana MIL
1-6868 que é utilizado para controle de campos magnéticos circulares.
9 YOKE
ponto negativo de maior monta a sua impossibilidade de uso automatizado. Seu peso é
aproximadamente 3 kg (figura 5).
Este campo foi dito teórico porque, como o campo magnético que produz é
longitudinal, somente as descontinuidades que estiverem transversais a esse campo serão
detectadas então é necessário que se faça uma rotação de 90º no yoke para que possamos
garantir uma inspeção total na área. Com isso, a área inspecionada, torna-se na prática, um
quadrado que resulta da superposição das duas áreas em forma de oito colocadas uma sobre
a outra a 90º. Ainda mais; como normalmente a inspeção deve-se dar por uma extensão
muito maior que esse referido quadrado ( em um cordão de solda por exemplo) vamos, na
prática, ter o nosso quadrado anterior transformado em um quadrado de área um pouco
menor e que gira em 45º como na figura 6.
para que possamos dar continuidade, sem risco de deixarmos área não coberta em uma
inspeção de uma área longa como na figura 7 [1].
Figura 7 – Esquema que deve ser adotado para inspeção de uma área longa (por exemplo
um cordão de solda) com a utilização de um yoke. [2]
26
10 DESMAGNETIZAÇÃO
10.3 Desmagnetização
Existem várias maneiras de desmagnetização
a) remoção do interior da bobina
b) bobina operando com corrente contínua revertendo a polaridade
c) eletroímã operando com corrente contínua revertendo a polaridade
27
Bibliografia: