Vous êtes sur la page 1sur 2

EUCARISTIA: celebração da “memória”, comunhão com o

universo
“Celebra a memória quem, em si, prolonga algo da pessoa lembrada” (Frei
Cláudio)

Cultivar a “memória de Jesus”, de tudo que celebrou na Última Ceia, é tornar


viva e atual Sua presença nas diferentes refeições junto ao seu povo. Consciente
da missão que o Pai lhe confiara, Ele despertava as pessoas para seu próprio
valor, para a dignidade e originalidade de cada um...
Nessa perspectiva, Ele as libertava da banalidade do medo, do poder excludente,
da ansiedade, da culpa e da passividade na submissão, para um sentido superior
de ser e conviver.
Na prática do amor, Jesus se fez presente-doação em todas as situações de exclusão e marginalidade,
envolvendo a todos com a solicitude misericordiosa do Pai.
Tal doação-entrega atingiu o cume na partilha do pão e do vinho na celebração da Eterna Aliança.
O dom eucarístico, portanto, tal como a humanidade de Jesus, não pode ser reduzido a um simples
objeto desligado das demais relações envolventes (com Deus, com os outros e com toda a Criação).
“Como o pão é um só e o mesmo, formamos todos um só corpo” (1Cor. 10,17).

Em Jesus, Deus se revelou encarnado na história e, por sua atuação, morte e


ressurreição, evidenciou que fez do universo seu corpo. A presença real de
Jesus, no pão e vinho da Eucaristia, nos desperta a reconhecê-Lo presente no
coração do Cosmos e da História.
Céu e Terra estão integrados; o finito se faz espaço e revelação do Infinito, e
Deus acontece nas relações humanas interpessoais e nos cuidados por tudo que
diz respeito à harmonia neste mundo.
O “Evento-Jesus” tirou o véu que encobria o desígnio de Deus para a humanidade e o universo.
Jesus apontou e recapitulou o sentido do curso da História, em sua forma mais ampla e profunda.
A riqueza de seus frutos vai-se apresentando ao longo do processo da história, em que nós, hoje, somos
parceiros de peregrinação. Como discípulos do Senhor, temos a missão de servidores no amor, dentro
das relações vividas no cotidiano de nossa realidade.

Pela Eucaristia, valorização definitiva do universo pela comunhão, somos


confrontados com a presença transformadora de Deus em tudo e em todos.
A Eucaristia nos educa no respeito e cuidado para com tudo aquilo que nos
cerca. Tudo e todos são sinais do divino, que rejeita toda forma de dominação e
exclusão, exploração e divisão, substituindo-a pelo respeito à força
transcendente que integra a natureza, promove a vida e confraterniza a
convivência.
A Eucaristia clarifica e atualiza a Vontade do Pai: “Que não se perca nenhum de todos
que, em Cristo,
Ele assumiu em seu amor, mas que tenham a vida da ressurreição” (Jo.
6,39)

No repartir do Pão da Eucaristia, palpita a vida que transcende as fronteiras da


morte.
Quem come desta Pão, entrega-se ao poder da Ressurreição, comprometendo-se
com a luta contra as forças da morte: egoísmo, violência, indiferença, omissão política,
desonestidade na gerência dos bens,
descuido nas relações afetivas, isolamento no medo, destruição do meio-ambiente,
poluição...
Ao acolhermos Jesus, vivo em nós, aproximamos a terra do Céu e nossa
fugacidade da ressurreição.
Deus se aproximou ao máximo da Criação: em e por Jesus, mediante sua vida,
morte e ressurreição, Ele se revelou um só com todos, por um amor de total
gratuidade, sem exclusão.
Simbolicamente, na Eucaristia, o pão é partido para significar a doação de Jesus;
e ao comermos deste pão, aceitamos ser como o grão de trigo que, caído no chão
da história, produz frutos para o bem e todos.
Essa presença mística de Cristo em nós, dinamizada pela Eucaristia, consagra
irmãos solidários, cidadãos do mundo. Aqui está o fundamento de toda
espiritualidade.
(cf. J.M. Hennaux, sj – L’adoration eucharistique – NRT
123 (2001)

Vous aimerez peut-être aussi