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• A apelação deve ser interposta por petição escrita, perante o próprio órgão que
proferiu a sentença, obrigatoriamente instruída com a comprovação do preparo,
sempre que exigível. Pode ser interposto por fac-simile, desde que protocolado o
original em até cinco dias da data do envio (Lei 9.800/99, art. 2º).
• A apelação tem efeito apenas devolutivo nos casos dos incisos I a VII, do art. 520.
Nesse caso, poderá o relator suspender o cumprimento da decisão até o
pronunciamento definitivo da câmara ou turma (CPC, art. 558, parágrafo único).
• Cabe agravo da decisão que recebe a apelação, com equívoco, porém, no que diz
respeito aos seus efeitos.
• "Incumbe ao órgão judicial mandar remeter os autos ao tribunal para o qual foi ela
interposta. Ainda que lhe pareça ter-se equivocado o apelante na respectiva
indicação, não é dado ao juiz corrigi-lo; só ó órgão ad quem poderá declarar a sua
própria incompetência para conhecer da apelação e encaminhar os autos àquele
que repute competete" (Barbosa Moreira [4]).
AGRAVO
· O agravo tem efeito devolutivo restrito à questão recorrida e, de regra, não tem
efeito suspensivo.
· O agravo retido, embora exija apelação (art. 523), com ela não se confunde. Não
constitui "preliminar" da apelação. Por isso, divergência ocorrida no julgamento de agravo
retido não enseja embargos infringentes (art. 530).
O artigo 530 do CPC agora dispõe: “Cabem embargos infringentes quando o acórdão não
unânime houver reformado, em grau de apelação, a sentença de mérito, ou houver
julgado procedente ação rescisória. Se o desacordo for parcial, os embargos serão
restritos à matéria objeto da divergência”.
Assim, mesmo que o julgamento não tenha sido unânime, não cabem embargos
infringentes contra acórdão que: a) não conhecer da apelação; b) conhecer da apelação
para anular a sentença; c) conhecer da apelação para manter a sentença; d) apreciar
sentença terminativa, seja para mantê-la, seja para reformá-la.
Quanto à ação rescisória, não cabem embargos infringentes, ainda que não unânime o
acórdão que (a) não admitir a ação rescisória ou (b) julgá-la improcedente.
Cabem embargos infringentes se, prolatada pelo juiz singular, decisão terminativa, o
tribunal, em grau de apelação, aplicando o artigo 530 do CPC, julgar o mérito, proferindo
decisão não unânime.
Em ação rescisória, para o cabimento dos embargos, basta que, por decisão não
unânime, seja acolhido o juízo rescindendo (iudicium rescindens). Não é preciso que seja
acolhido também o juízo rescisório (iudicium rescissorium).
O prazo para a interposição do recurso é de 15 dias, tendo o recorrido igual prazo para
responder.
De acordo com a Lei, o relator recebe ou não o recurso após o oferecimento das contra-
razões. Sendo, porém, manifesta a inadmissibilidade, nada impede que o relator lhe
negue seguimento, ainda antes de ouvir o recorrido. Juízo de inadmissibilidade pode
também ser proferido pelo novo relator.
Da decisão do relator que não admite os embargos, cabe o agravo interno a que se
refere o artigo 557, § 1º, do CPC.
O relator não pode, por decisão singular, dar provimento aos embargos, não sendo
invocável o disposto no artigo 557, § 1º - A, do CPC.
O artigo 498 do CPC dispõe: “Quando o dispositivo do acórdão contiver julgamento por
maioria de votos e julgamento unânime, e forem interpostos embargos infringentes, o
prazo para recurso extraordinário ou recurso extraordinário ou recurso especial,
relativamente ao julgamento unânime, ficará sobrestado até a intimação da decisão nos
embargos. Parágrafo único. Quando não forem interpostos embargos infringentes, o
prazo relativo à parte unânime da decisão terá como dia de início aquele em transitar em
julgado a decisão por maioria de votos”.
O disposto no parágrafo único não se aplica à parte vencida, por maioria, em capítulo
autônomo da decisão, porque, deixando de interpor os embargos, terá deixado de
atender ao requisito do esgotamento das vias ordinárias, exigido para o cabimento dos
recursos especial e extraordinário.
Ainda quanto ao parágrafo único do artigo 498: Tendo findado no 15º dia o prazo para a
interposição de embargos, que não foram interpostos, esse será o termo “a quo” do prazo
para os recursos extraordinário e especial. Assim, o 16º dia será, de regra, o primeiro
para a interposição destes recursos.
Baseado em: Leonardo José Carneiro da Cunha, Inovações nos embargos infringentes.
Revista de Processo, São Paulo, (108): 85-103.