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INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA NEUROANATOMIA

I - Generalidades

Quanto mais se estuda o sistema nervoso cada vez menos se


pode dissociar o estudo anatômico da abordagem multidisciplinar
neste contexto. Para acolher essa interdisciplinaridade, criou-se há
alguns anos o dispensável nome de Neurociência.
Após uma longa evolução, as neurociências afirmam-se, hoje em dia, como o
estudo do sistema nervoso, das suas composições moleculares e bioquímicas, e as
diferentes manifestações deste sistema e do tecido através das nossas atividades
intelectuais, tais como a linguagem, o reconhecimento das formas, a resolução de
problemas e a planificação das ações.
Até o século XVIII - função glandular, proposta de Galeno.
No final do século XIX seu estudo tornou-se mais preciso devido às técnicas
histológicas, Camilo Golgi (MO) descreveu a célula nervosa com corpo, dendritos e
axônio. Ramon e Cajal marcaram células individualizadas, demonstrando que o SN não é
uma massa contínua de células, mas uma intrincada rede de células, o qual conecta-se
ao outro somente em partes especializadas de interação chamada sinapse (doutrina do
neurônio). Esta proposta foi sustentada pela embriologia (Harrison), achando que a ponta
do axônio dá origem ao cone de crescimento, o qual chefia o avanço do axônio ao seu
alvo.
No final do século XVIII (Galvani) - surge a neurofisiologia, descobrindo que a
atividade da célula nervosa fornece uma maneira de conduzir o sinal que transporta
informações de uma célula a outra.
A farmacologia surge no final do século XIX, demonstrando que drogas interagem
com receptores específicos sobre a célula, base da transmissão sináptica química.
A quinta disciplina para o entendimento do cérebro, a psicologia, foi inicialmente
formulada por filósofos da Grécia, seguidos por René Descartes, David Hume e John
Locke. Após a metade do século XIX teve início a observação individual do
comportamento através de Charles Darwin, proporcionando a análise do comportamento
científico: a psicologia experimental (estudo do comportamento em laboratório) e a
etiologia ( estudo do comportamento na natureza).

II - Conceitos:
2.1 - Sistema Nervoso: É um conjunto de órgãos responsáveis pela coordenação e
integração dos demais sistemas orgânicos, relacionando o organismo com as variações
do meio externo e controlando o funcionamento visceral.
2.2 - Neuroanatomia: É à parte da Anatomia que estuda o sistema nervoso. VIII -
Alguns conceitos importantes em neuroanatomia:

III - Alguns conceitos importantes em neuroanatomia:

1. Célula Nervosa (neurônio): são células altamente excitáveis, comunicam-se


entre si ou com células efetuadoras usando basicamente uma linguagem elétrica. Nos
vertebrados após a diferenciação os neurônios não se dividem, ou seja, após o
nascimento não são mais produzidos novos neurônios.
1.1 - Constituição:
1.1.1 - Corpo celular ou soma - tem tamanho
muito variado, geralmente triangular ou piramidal; parte da célula
que contém o núcleo-centro metabólico do neurônio. É rico em
organelas citoplasmáticas.
1.1.2 - Prolongamentos:
a) Dendritos - geralmente são curtos e ramificam-
se em prolongamentos cada vez mais fino. São especializados em
receber o estímulo.
b) Axônio (fibra nervosa) - tem diâmetro de 0,2 a
20 µm e estende-se até 1 metro; é especializado em gerar e conduzir
o estímulo, é a unidade condutora, mantém a capacidade de um
transiente elétrico que quando modificado determina o potencial de
ação.
c) Bainha de mielina: é uma bainha de tecido gorduroso que envolve
as fibras nervosas agindo como meio isolante

2 - Tipos de células:
2.1 - Quanto à função:
2.1.1 - Neurônio sensitivo: levam informações ao sistema nervoso central.
2.1.2 - Neurônio motor: levam a resposta elaborada ao orgão efetuador da
resposta.
2.1.3 - Neurônio de associação: analisa as informações, armazena sob a
forma de memória, elabora padrões de resposta ou geram respostas espontâneas.
Quanto maior o número de neurônio de associação participando melhor o padrão da
resposta.
2.2 - Quanto à morfologia:
2.2.1 - Pseudo-unipolar - tem o corpo celular localizado no gânglio
(neurônios sensitivos)
2.2.2 - Bi-polar - possui dois prolongamentos que deixam o corpo celular
(dendrito e axônio) São encontrados na retina e no gânglio espiral do ouvido interno
(neurônios sensitivos).
2..2.3 - Multi-polar - Possui vários dendritos e apenas um axônio
(neurônios motores).

3 - Sinapses:
1.3.1 - Elétricas
1.3.2 - Químicas

4 - Cadeia neuronal: é a disposição dos neurônios no circuito ou vias


nervosas.

5 - Neuróglia: tem como funções sustentação, revestimento ou isolamento,


modulação da atividade neural e defesa (fagocitose). Conserva a capacidade de realizar
mitose (crescimento)
5.1 - No sistema nervoso central: Oligodendrócitos (produzem a
bainha de mielina)
5.2 - No sistema nervoso periférico: Células de Schwann (produzem a
bainha de mielina)
6 - Substância branca e cinzenta:
6.1 - Substância branca: formada pelo predomínio de fibras nervosas
envolvidas por bainha de mielina.
6.2 - Substância cinzenta: formada pelo predomínio de corpos celulares dos
neurônios.

IV - Considerações sobre algumas propriedades fundamentais das células:

3.1 - Irritabilidade
3.2 - Conductibilidade
3.3 Contratilidade

V - Filogênese do sistema nervoso:

1 - Seres unicelulares (protozoários) - possuem apenas reações rudimentares,


não se especializaram.
2 - Fibras neuromusculares primitivas (espongiários)
3 - Neurônios primitivos (celenterados) - células especializadas em irritabilidade
ou excitabilidade e condutibilidade
3.1 - Receptores
4 - Centralização do sistema nervoso (anelídeos):
4.1 - Neurônios sensitivos
4.2 - Neurônios motores
4.3 - Neurônios de associação
4.4 - Arcos reflexos:
4.4.1 - Intra-segmentares
4.4.2 - Inter-segmentares
5 - Evolução dos três neurônios fundamentais:
5.1 - Neurônios sensitivos - superficiais. Diferenciam-se em células capazes
de receber os estímulos do meio ambiente.
5.2 - Neurônios motores - nos metazoários passam a ser mais profundos.
Levam a resposta elaborada ao órgão efetuador da resposta (músculo ou glândula). 5.3 -
5.3 - Neurônios de associação - profundos. Analisa as informações,
armazena sob a forma de memória, elabora padrões de resposta ou geram respostas
espontâneas. Quanto maior o número de neurônios de associação participando em uma
via nervosa, mais elaborada será a resposta. (anelídeos)

VI - Divisão do sistema nervoso:

1. Critério Morfológico:
1.1 - Sistema Nervoso Central: a parte do sistema nervoso situado dentro da
caixa craniana e no canal vertebral. Analisando as informações, armazena sob a forma de
memória, elabora padrões de resposta ou geram respostas espontâneas.

1.1.1 - Encéfalo
1.1.2 - Medula espinhal
1.2 - Sistema Nervoso Periférico: É a parte do sistema nervoso situada fora
da caixa craniana e do canal vertebral, interligando o SNC a todas as regiões do corpo.

2. Critério Funcional:
2.1 - Sistema Nervoso Somático (SNS) - aquele que relaciona o indivíduo
com o meio externo (meio ambiente). Sistema de vida de relação.
2.2 - Sistema Nervoso Visceral (SNV)- se relaciona com a inervação e
controle das estruturas viscerais (meio interno). Sistema de vida vegetativa.

3. Critério por Segmentação:


3.1 - Sistema Nervoso Segmentar - é aquele sistema que se relaciona com
os nervos espinhais e nervos cranianos (M.E e T.E).
3.2 - Sistema Nervoso Supra-segmentar - aquele que não se relaciona aos
nervos. Cérebro e cerebelo. Obs - O I e II nervos não são nervos típicos.

VII - Sistema nervoso central:


É aquele que se localiza dentro do
esqueleto axial.
1. Encéfalo: dentro do crânio neural.
1.1 - Cérebro ( Hemisférios Cerebrais D e
E)
1.1.1 - Telencéfalo
1.1.2 - Diencéfalo
1.2 -Tronco cerebral (encefálico):
1.2.1 - Mesencéfalo
1.2.2 - Ponte
1.2.3 - Bulbo (Medula Oblonga)
1.3 - Cerebelo ( Hemisférios
Cerebelares D e E )

2. Medula espinhal: dentro do canal


vertebral.

VIII - Sistema nervoso periférico:

1. Terminações Nervosas: estruturas


situadas na extremidade livre das fibras nervosas
com capacidade de transformar energia em
impulso elétrico (receptor) e vice-versa) (efetor)
1.1 - Sensitivas (receptores) - podem
ser classificados em gerais e especiais/somáticas
ou viscerais. Localizam-se na superfície (pele,
neuroepitélio) ou no interior (músculos, tendões
ou vísceras)
1.2 - Motoras (efetores) - somáticas ou viscerais

2. Nervos: são cordões esbranquiçados constituídos por um conjunto de fibras


nervosas envolvidas por bainha de mielina.
2.1 - Espinhais
2.2 - Cranianos
2.3 - Classificação quanto à função das fibras nervosas:
a - Nervos sensitivos
b - Nervos motores
c - Nervos mistos

3. Gânglios: São aglomerados de corpos de neurônios fora do SNC.


3.1 - Sensitivos
3.2 - Motores (viscerais)
IX - Distribuição da substâncias branca e cinzenta no SNC:

1 - Substância Cinzenta:

1.1 - Distribuição na medula espinhal


1.2 - Distribuição no tronco cerebral
1.3 - Distribuição no cérebro e cerebelo:
1.3.1 - Córtex
1.3.2 - Núcleos

2 - Substância Branca:

2.1 - Distribuição na medula espinhal:


2.1.1 - Funículos
2.1.2 - Fascículos
2.1.3 - Tratos
2.2 - Distribuição no tronco cerebral:
2.2.1 - Fascículos
2.2.2 - Tratos
2.2.3 - Lemniscos
2.3 - Distribuição no cérebro e cerebelo:
2.3.1- Centros brancos
medulares

X - Organização morfo-funcional do sistema


nervoso:

1. Concepção Clássica:
1.1 - Vias aferentes: trazem
informações ao sistema nervoso central

1.1.1 - Receptor
1.1.2 - Gânglio sensitivo

1.2 - Vias de Associação: analisa as informações, armazena sob a forma


de memória, elabora padrões de resposta ou geram respostas espontâneas. Quanto mais
neurônios de associação mais refinada será a resposta.
1.2.1 - No sistema nervosos central

1.3 - Vias eferentes: levam a resposta elaborada ao órgão efetuador da


resposta (músculo ou glândula)
1.3.1 - Efetor (efetuador)

2. Concepção Moderna ( LÚRIA)


2.1 - Bloco Energético (de regulação do tônus cortical, da vigília):
2.1.1 - Formação Reticular
2.1.2 - Sistema Ativador Reticular Ascendente (SARA)
2.1.3 - Área de controle do comportamento emocional

2.2 - Bloco Sensitivo (de recebimento, elaboração e conservação de


informações):
2.2.1 - áreas primárias (análise)
2.2.2 - áreas secundárias (síntese)
2.2.3 - áreas terciárias (integradora)

2.3 - Bloco Motor (de planejamento, de elaboração, execução e


acompanhamento):
2.3.1 - áreas primárias (aprendizagem motora)
2.3.2 - áreas secundárias (automatiza movimentos)
2.3.3 - áreas terciárias (elabora padrão motor)

X - O Cérebro de Lúria

O neurologista soviético A. R. Lúria encara o


cérebro como um sistema dinâmico desdobrado
em três blocos funcionais. Lúria tem-se
posicionado contra um enfoque localizacionista
estreito, postulando a abordagem do estudo do
cérebro dentro de um princípio holístico, baseado
na idéia de que os processos psicológicos em
larga escala operam em sistemas funcionais. Isto
significa que em qualquer lesão que determine
uma deficiência numa capacidade cerebral específica atuaria determinando repercussões
também no sistema.

Os três blocos principais do cérebro luriano estão intimamente integrados e cada um


desempenha papel especial na atividade psíquica. O primeiro bloco funcional está
relacionado com a manutenção do tono do córtex, estado indispensável para o correto
processamento do recebimento e elaboração da informação, assim como dos processos
de formação de perguntas e controle de execução. O segundo bloco é responsável pelo
reconhecimento, elaboração e conservação da informação a partir dos aparelhos do
próprio corpo do indivíduo. E, finalmente, o terceiro bloco elabora os programas de
comportamento, responde pela sua realização e participa do controle de sua execução.

É fundamental para o funcionamento do primeiro bloco a intervenção do sistema


ativador reticular ascendente (SARA), localizado nas projeções superiores do tronco
encefálico, que assegura o tono geral do cérebro ou do estado de vigília e atenção do
córtex. O sistema reticular mantém o indivíduo em vigília, e até em estado de alerta, tanto
para o recebimento das informações como para a formação de programas. A essa
vertente incorpora-se o sistema límbico, cujo papel é fundamental na regulação dos
processos vegetativos, na vida ativa e na conservação dos vestígios da memória. O
comprometimento do sistema límbico (em animais e no homem) modifica
substancialmente o tono do córtex e determina profundo comprometimento da memória.

Se o sistema reticular ativador ascendente (primeiro bloco) é fundamental para a


ativação do córtex cerebral e manutenção da vigília, igualmente importante é a existência
de um controle cortical da atividade reticular. Este circuito córtico-retículo-cortical
(reverberante) seria responsável não só por uma “vigília de escolha” mas, até mesmo,
pelo estado de atenção do organismo. Segundo Lúria: “O funcionamento deste bloco não
está relacionado especialmente com os outros órgãos dos sentidos e tem um caráter
“modal* não específico”, assegurando o tono geral do córtex. * (referente à modalidade sensorial:
dor, tato, pressão, visão, audição)

Já o segundo bloco está ligado ao trabalho de análise e síntese dos sinais


provenientes do meio externo, através do recebimento, processamento e conservação da
informação que chega ao organismo humano. Este bloco é composto por áreas situadas
nas sessões posteriores do córtex cerebral (área parietal, temporal e occipital) em íntima
relação com os órgãos dos sentidos e sua atuação tem caráter “modal específico”. Esta
unidade funcional atua mediante um sistema de dispositivos centrais que registram as
informações visuais, auditivas e táteis, processam-na ou “codificam-na” e conservam na
memória os vestígios da experiência adquirida. As áreas deste bloco podem ser
consideradas extremidades centrais (corticais) dos sistemas perceptivos (analisadores),
sendo que as extremidades corticais do analisador visual estão situadas na região
occipital, as auditivas na região temporal e as áreas táteis na região parietal. As áreas
primárias ou de projeção do córtex cabe a função de fracionar (analisar) a informação
recebida, enquanto às áreas secundárias cabe a função de unificar (sintetizar) ou
preceder a uma elaboração complexa da informação que chega ao indivíduo. Nesse
sentido, as estimulações das áreas primárias do córtex visual (campo 17*) determinam no
indivíduo sensações visuais sem forma definida, por assim dizer elementares, sob forma
de “luzes coloridas”, “bolas luminosas”, etc.

Entretanto, a estimulação das áreas visuais secundárias (campo 18 e 19*) determina a


sensação de objetos com formas definidas ou de seres animados (televisor, margarida,
cachorro, rosto conhecido, etc. ). O mesmo ocorre por ocasião da estimulação da área
auditiva primária, que provoca a audição de ruídos, zumbidos ou de sons isolados,
diversamente da excitação das áreas secundárias, que tem como corolário a audição de
melodias, palavras ou frases.

Na opinião de Lúria, as áreas primárias e secundárias não esgotam os aparelhos


corticais deste bloco. Sobre elas edificam-se as áreas terciárias do córtex, que asseguram
as formas mais complexas de funcionamento deste bloco. Estas áreas terciárias
aparecem nas etapas mais tardias do desenvolvimento filogenético e parecem ser
formações especialmente humanas, as áreas terciárias localizam-se na encruzilhada
parieto-têmporo-occipital e compreende os campos 39, 40 e 37 das áreas parietais
inferiores do córtex. O comprometimento dessas áreas determina uma dificuldade para
realizar uma codificação complexa da informação recebida, particularmente de unificar em
esquemas espaciais simultâneos as estimulações sucessivas que chegam ao cérebro.
Em virtude disso, os indivíduos com lesão dessas áreas têm dificuldades de se orientar no
espaço, de estruturar figuras geométricas, de localizar países no mapa geográfico, além
de confundir os lados direito e esquerdo. Enfim, ocorrem nestes indivíduos sérios
distúrbios do esquema corporal, além de dificuldades também com operações
matemáticas.

A atividade consciente do indivíduo começa com o recebimento e processamento de


informações e termina com a formação do respectivo programa de ação mediante a
execução de atos exteriores (motores) ou interiores (mentais). O terceiro bloco do cérebro
responde pela programação, a regulação e o controle do desempenho do indivíduo. O
funcionamento deste bloco depende das áreas anteriores do cérebro, particularmente dos
lobos frontais.

As áreas anteriores do córtex, de modo análogo às posteriores, guardam uma estrutura


hierárquica, com a diferença de que as áreas primárias do córtex motor não são as
primeiras a serem acionadas, mas sim as últimas. A área primária ou de projeção deste
bloco é a região motora do córtex (área 4 de Brodmann). Esta região é responsável pela
exteriorização do ato motor. No dizer de Lúria: “Essa região prepara o lançamento dos
impulsos motores e cria a “melodia cinética” que põe em funcionamento as “teclas” da
área motora do córtex. A região pré-motora (área 6 de Brodmann). tem uma participação
importante na criação de habilidades motoras, de tal sorte que um elo motor seja
adequado e harmoniosamente substituído por outro. A desintegração funcional dessa área
não determina paralisia, como ocorre nas lesões da área motora (área 4 ), mas
desorganiza o ato motor de tal sorte que o mesmo perde a sua “seqüência e harmonia”.

Sobre a área pré-motora estruturam-se as áreas terciárias do córtex cerebral, também


denominadas de região pré-frontal (áreas 9, 10, 11 e 46 de Brodmann), de formação
completamente diferente. Esta região pré-frontal está apenas esboçada em certos
vertebrados, tem representação modesta nos símios e apresenta desenvolvimento
exuberante no homem. Representando aproximadamente um terço dos hemisférios
cerebrais, o córtex pré-frontal pode ser considerado formação específica humana. As
áreas da região pré-frontal estão conectadas a todas as áreas do cérebro e à formação
reticular.

Este interrelacionamento conspícuo com as demais áreas do cérebro e, em especial,


com a formação reticular permite aos lobos frontais a manutenção do tono do córtex
cerebral. O papel ativador dos lobos frontais pode ser demonstrado mediante um estímulo
de tensão intelectual (a elaboração de um cálculo complexo, por exemplo) que induz ao
aparecimento nas áreas frontais de ondas lentas especiais, que se propagam a outras
áreas do córtex e que foram denominadas ondas da expectativa por Grey Walter.

Esse papel ativador dos lobos frontais decai no indivíduo com patologias dessas áreas.
Efetivamente, uma afecção frontal bilateral costuma determinar apatia e perda da
iniciativa, ficando o indivíduo incapaz de conservar as intenções, de manter os programas
complexos de ação, de inibir os impulsos não-correspondentes aos programas e de
regular a atividade sujeita a esses programas. Isso tudo consubstancia a importância do
terceiro bloco na criação de intenções e na formulação de programas de ação que
concretize essas intenções.
OS TRÊS BLOCOS PRINCIPAIS DO CÉREBRO

Como já indicamos, o cérebro humano, que assegura o recebimento e a elaboração das


informações e a criação de programas de suas próprias ações bem como o controle da
execução destes, trabalha sempre como um todo único. Contudo o cérebro é um aparelho
complexo e altamente diferenciado, composto de várias partes: a perturbação do
funcionamento normal de cada parte se reflete fatalmente no seu trabalho.

Em resumo:
- O primeiro bloco mantém o necessário tônus do córtex cerebral, indispensável
para o bom andamento dos processos de recebimento e elaboração da informação, bem
como os processos de formação de programas e controle da execução destes;
- O segundo bloco assegura o próprio processo de recebimento, elaboração e
conservação da informação que chega ao homem do mundo exterior (dos aparelhos do
seu próprio corpo);
- O terceiro bloco elabora programas de comportamento, assegura e regula sua
realização e participa da atividade do controle do seu cumprimento.
Todos os três blocos se instalam em órgão isolados de cérebro e só o trabalho bem
organizado leva a uma acertada organização da atividade consciente do homem.

SISTEMA NERVOSO CENTRAL

ÁREAS ÁREAS ÁREAS ÁREAS


1ª 2ª 3ª 3ª 2ª 1ª
SISTEMA Sensação Percepção Integração Decisão Programação Execução
LÍMBICO
CORTEX - GNOSIA CORTEX - PRAXIA

FORMAÇÃO
RETICULAR Bloco Sensitivo Bloco Motor
SEGUNDA TERCEIRA UNIDADE
Bloco
UNIDADE Programação, regulação
Energético
Recebimento, e
PRIMEIRA
análise e verificação da atividade
UNIDADE
conservação de
Tônus cortical,
informações
vigília,
estados mentais.

ESTÍMULO RESPOSTA
(visual, auditivo, (Expressão corporal:
gustativo, etc.) fala, escrita, postura, etc.)
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO:

1. Conceitue Sistema nervoso e neuroanatomia.


2. Comente sobre a evolução dos três neurônios fundamentais.
3. Cite os três principais tipos de neurônios.
4. O que se entende por cadeia neuronal ?
5. Divida o Sistema nervoso pelos critérios morfológico e funcional.
6. Como se organiza funcionalmente o sistema nervoso ?
7. Como se divide o Sistema nervoso central ?
8. Conceitue substância branca e cinzenta e como se distribuem no SNC ?
9. Que partes constituem o cérebro?
10.Que partes constituem o SNP?
11.Que fenômeno se dá nas áreas secundárias da segunda unidade de LURIA?
12. Segundo a concepção clássica, o que fazem as vias de associação?

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