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Ney Wendell1
Clareza da causa
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Fala sobre o bem e atua no bem; refere-te à luz e acende
lâmpadas de esperança; doa a moeda e ensina como adquirir o
pão com dignidade; oferta o agasalho e promove o homem
necessitado; elucida sobre o valor da cultura e ensina o alfabeto;
comenta a excelência da prece e ora sem cessar, agindo e
amando, porquanto, se nos cumpre fazer o melhor ao nosso
alcance hoje (...). (SCHEILLA, 2002, p. 240)
Quando nós não temos claras nossas causas na vida, talvez ainda, não
estaremos prontos para alimentarmos a causa de uma grupalidade. Podemos seguir
de forma inconsciente, mas, é preciso o estado de consciência para utilizarmos sem
ignorância o nosso livre-arbítrio e nossas criações para o bem da humanidade.
Base espírita
Somos aqueles que nos encontramos vinculados a esta crença e podemos com
isso contribuir cada vez mais com a permanente produção de conhecimento para o
mundo. Isto não mede o nível de equilíbrio espiritual, mas, define uma maior
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proteção e segurança perante as intempéries da vida, além de garantir uma
vinculação mais qualificada e consciente com o plano espiritual.
Gestão participativa
Estamos num momento planetário que nos pede a solidariedade e a ética como
atitudes cotidianas. Há muita corrupção se revelando cada vez mais pelo interesse
público de mudar um quadro social de injustiça, seguindo a necessidade de se
constituir um mundo mais ético. Com isso, não podemos separar a ética de uma
atitude solidária perante o próximo. Iniciando isto pela simples atitude básica que
explicita, esclarece e resolve os conflitos: o diálogo. Ao nos disponibilizar ao diálogo,
estamos agindo no respeito ao outro, aos seus direitos e deveres e contribuindo para
a proximidade afetiva, partindo para nos reconhecermos mutuamente.
Na construção de um grupo é básico o diálogo, o espaço aberto para o
consenso (definições unidas) e o bom senso (definições coerentes) juntando-se
ao respeito às diferenças, que chamamos atualmente de alteridade (conviver com
as singularidades do outro). A pessoa solidária tem um movimento que envolve e
que permite o verdadeiro encontro, sendo isto, representado por um símbolo: o
círculo.
O coletivo em circularidade mostra que cada um tem seu espaço garantido.
Todos podem ver todos e, principalmente, formarem uma unidade. É nesta base que
hoje estamos alcançando um modelo de trabalho grupal mais democrático, em que
as hierarquias se dissolvem em uma equidade de poder e decisão balanceando
harmonicamente o nível de participação de cada um.
O grupo (corpo) é visto como um conjunto formado por suas partes (células),
seguindo também o exemplo de sementes que se constituem em árvores. Podemos
pensar num grupo como uma árvore, que mantém seus ciclos em permanente
dinamismo. Como uma árvore, o grupo sabe que se encontram diante de
intempéries, complicações, críticas etc. Desta forma, salientamos que “a árvore
depredada, experimentando a poda violenta, renova-se e responde à agressão com
a abundância de folhagem, de flores e frutos...”. (SCHEILLA, 2002, p 235)
Como corpo, o equilíbrio é mantido pela a participação e a sincronicidade de
cada membro e, assim, podemos definir a saúde do grupo, em que
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Metas para sobrevivência
O que mais nos move na vida é o fazer, o agir, o ato de criar, ou seja, ter
tarefas. Em um grupo de artes isto é o mantenedor do fôlego produtivo. É sua
respiração para envolver cada um na prática. A produção artística representa uma
das metas centrais deste tipo de grupo e move para uma direção que tem em sua
trajetória. É o que chamamos de projeto, algo definido grupalmente como uma obra
de arte em teatro, dança, música ou artes visuais e que vincula cada pessoa a uma
determinada atribuição para gerar os resultados desejados.
Assim, explicitamos uma meta ligada diretamente ao fazer artístico, como
existem outras metas de estudo, discussões, ações eventuais etc. O importante é ter
metas, é vislumbrar resultados futuros e escolhermos os passos para alcançá-los.
Quando o grupo perde o foco do que fazer, por ter escolhidos muitas metas sem as
devidas condições de realizá-la ou por não ter definido as metas claramente é
provável que se desintegre com o afastamento dos seus membros, perca-se o
interesse e, por fim, acabe. Mas, neste instante de desafio grupal é preciso pensar
que “somente através da perseverança é que se consegue amoldar as ambições aos
atos, tornando-os realizáveis e materializando-os (...)” (ÂNGELIS, 1997, p. 112).
Vivemos para construir algo na vida e como artistas para criar através desta
construção. É este nosso serviço divino, criarmos obras para mostrar, no exemplo, o
nosso aprendizado individual e o desenvolvimento grupal.
Metas são como horizontes. É preciso tê-los para nos localizar no mapa
(direções) e definir as melhores estradas (estratégias). Quando mais alto
alcançarmos mais horizontes veremos, ou seja, quando mais experiente e
desenvolvido, técnica e artisticamente o grupo, poderemos optar com mais clareza e
escolher com maior discernimento. Ao perdermos o horizonte, talvez seja a hora de
rever a causa e a disposição do grupo em crescer juntos para alçar vôos. As boas
metas são aquelas que nascem com a junção de amor (aquilo que nos leva) e
desafio (o que mais nos faz aprender). É quando realmente praticamos a frase:
se queremos, podemos.
Compromisso individual
Organização íntima
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desuniões que acontecem nos grupos que criam tão inalcançáveis exigências e
impede a todos de crescerem no aprendizado.
É preciso entender que organizar é um planejamento que vem de dentro, que
nasce no espírito e se manifesta através dos diversos instrumentos disponíveis na
atualidade. O tempo, o espaço, as relações e as diversas operacionalizações que
qualificam o equilibrado andamento e a produtividade de um grupo, alcançam seu
sucesso contínuo e progressivas realizações saudáveis para o mundo, quando
escolhemos começar pela nossa essência: o espírito.
Cada passo dado está de acordo o nosso querer em consonância com o nosso
poder, isto é que define as exigências mais equilibradas para organizar um grupo
artístico, para que este aconteça no mundo com exemplos vivos de organizações que
emane energias de bem estar e seja um permanente agregador.
Para potencializar este ato organizador do grupo, sigamos os passos dados por
Cícero Pereira (2000, p. 173), quando nos fala da instituição espírita:
Referências Bibliográficas
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MENEZES, Bezerra [Espírito]. Atitude de Amor. In: OLIVEIRA, Maria José C.S;
OLIVEIRA, Wanderley Soares de (Org.). Seara Bendita. Belo Horizonte: INEDE,
2000.
___________. Unificação. [psicografado por Divaldo Pereira Franco]. In: O
Reformador. Brasília: Federação Espírita Brasileira, 1976.
MIRANDA, Manoel P. [Espírito]. Reencontro com a vida. [psicografado por Divaldo
Pereira Franco]. Salvador: Leal, 2006.
PEREIRA, Cícero [Espírito]. Crises e paradigmas. In: OLIVEIRA, Maria José C.S;
OLIVEIRA, Wanderley Soares de (Org.). Seara Bendita. Belo Horizonte: INEDE,
2000.
PRISCO, Marcos. Legado Kardequiano. [psicografado por Divaldo Pereira Franco].
Salvador: Leal, 1992.
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