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b) Ao lado de um caixa eletrônico de um grande banco, pode ser lido o seguinte aviso:
“Em caso de dúvida, SOMENTE aceite ajuda de funcionário do banco.”
c) Os períodos abaixo estão alinhados sem ordem alguma. Organize-os em uma seqüência
lógica. Na resposta, indique, por meio dos números, a ordem em que eles devem dispor-se.
RESPOSTA: ___/___/___/___/___/___ .
(Adaptado de Zeff, Robbin. São Paulo: "HSM Management", n.17, ano 3, p.127, nov./dez. 1999)
GABARITO
1)
a) Não há dúvida de que a correção feita pelo jornal é perfeitamente justificável do ponto
de vista gramatical. A frase correta é "Alugam-se moças".
Inaceitável é o comentário, segundo o qual o erro que o título traz é de natureza
ortográfica. Trata-se, na verdade, de um erro sintático de concordância verbal.
No caso, como o "se" é pronome apassivador, o sujeito da oração é "moças", e o verbo
deve, portanto, ir para o plural: "alugam-se moças" equivale a "moças são alugadas".
b) No experimento descrito no Texto 1, que relação foi observada entre a menor atividade
do córtex pré-frontal e o desempenho dos participantes na tarefa proposta?
c) Leia o período a seguir, extraído do Texto 2 e retire o termo oracional que exerce a
mesma função sintática de "muito divertida" em "O menino achou muito divertida a
comédia."
CXXXV
Otelo
Jantei fora. De noite fui ao teatro. Representava-se justamente Otelo, que eu não vira
nem lera nunca; sabia apenas o assunto, e estimei a coincidência. Vi as grandes raivas do
mouro, por causa de um lenço, - um simples lenço! - e aqui dou matéria à meditação dos
psicólogos deste e de outros continentes, pois não me pude furtar à observação de que um
lenço bastou a acender os ciúmes de Otelo e compor a mais sublime tragédia deste mundo. Os
lenços perderam-se, hoje são precisos os próprios lençóis, alguma vez nem lençóis há, e valem
só as camisas. Tais eram as idéias que me iam passando pela cabeça, vagas e turvas, à
medida que o mouro rolava convulso, e Iago destilava a sua calúnia. Nos intervalos não me
levantava da cadeira; não queria expor-me a encontrar algum conhecido. As senhoras ficavam
quase todas nos camarotes, enquanto os homens iam fumar. Então eu perguntava a mim
mesmo se alguma daquelas não teria amado alguém que jazesse agora no cemitério, e vinham
outras incoerências, até que o pano subia e continuava a peça. O último ato mostrou-me que
não eu, mas Capitu devia morrer. Ouvi as súplicas de Desdêmona, as suas palavras amorosas
e puras, e a fúria do mouro, e a morte que este lhe deu entre aplausos frenéticos do público.
(Machado de Assis, "Dom Casmurro")
No texto do capítulo CXXXV, o SE ocorre duas vezes como partícula apassivadora.
a) Construa uma frase em que o verbo REPRESENTAR ou PERDER seja intransitivo.
b) Utilizando o verbo PERDER construa uma frase em que o SE venha a ser índice de
indeterminação do sujeito.
O BICHO
Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre detritos.
Sou um ignorante, um pobre homem de cidade. Mas eu tinha razão. Ele cresceu, está com dois
metros, lança as suas folhas além do muro - e é um esplêndido pé de milho. Já viu o leitor um
pé de milho? Eu nunca tinha visto. Tinha visto centenas de milharais - mas é diferente. Um pé
de milho sozinho, em um canteiro, espremido, junto do portão, numa esquina de rua - não é um
número numa lavoura, é um ser vivo e independente. Suas raízes roxas se agarram no chão e
suas folhas longas e verdes nunca estão imóveis. Detesto comparações surrealistas - mas na
glória de seu crescimento, tal como o vi em uma noite de luar, o pé de milho parecia um cavalo
empinado, as crinas ao vento - e em outra madrugada parecia um galo cantando.
Anteontem aconteceu o que era inevitável, mas que nos encantou como se fosse
inesperado: meu pé de milho pendoou. Há muitas flores belas no mundo, e a flor de milho não
será a mais linda. Mas aquele pendão firme, vertical, beijado pelo vento do mar, veio
enriquecer nosso canteirinho vulgar com uma força e uma alegria que fazem bem. É alguma
coisa de vivo que se afirma com ímpeto e certeza. Meu pé de milho é um belo gesto da terra. E
eu não sou mais um medíocre homem que vive atrás de uma chata máquina de escrever: sou
um rico lavrador da Rua Júlio de Castilhos.
(Dezembro, 1945. Rubem Braga)
"... como o vi em uma noite de luar..."
a) Reescreva, na voz passiva, a oração transcrita, sem desprezar nenhum dos componentes
sintáticos que lhe dão forma.
b) Indique a função sintática do pronome de 3 ヘ pessoa na frase original e na transformada.