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Manual de educação Ambiental

FICHA TÉCNICA
Apoio Técnico Realização

PRESIDENTE: ANIVALDO DE MIRANDA PINTO


VICE-PRESIDENTE: JOSÉ MACIEL NUNES OLIVEIRA
SECRETÁRIO: LESSANDRO GABRIEL DA COSTA

SECRETARIA DO COMITÊ:
RUA CARIJÓS, 166, 5º ANDAR, CENTRO
BELO HORIZONTE - MG
CEP: 30120-060 - (31) 3207-8500
secretaria@cbhsaofrancisco.org.br

ATENDIMENTO AOS USUÁRIOS DE RECURSOS HÍDRICOS


NA BACIA DO RIO SÃO FRANCISCO:
0800-031-1607

ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO:
comunicacao@cbhsaofrancisco.org.br

Produção

COORDENAÇÃO GERAL: PAULO VILELA, PEDRO VILELA E RODRIGO DE ANGELIS

COORDENAÇÃO EDITORIAL: LUIZ RIBEIRO

TEXTOS: LUIZ RIBEIRO E MARIANA MARTINS

DESIGN: SÉRGIO FREITAS E RAFAEL BERGO

ILUSTRAÇÕES: CLERMONT CINTRA E ANDRÉ FIDUSI

REVISÃO: ISIS PINTO

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
ACESSE: VIRECARRANCA.COM.BR/EDUCACIONAL

DIREITOS RESERVADOS. PERMITIDO O USO


DAS INFORMAÇÕES DESDE QUE CITADA A FONTE.

www.cbhsaofrancisco.org.br
Sumário
O COMITÊ 4

DIA NACIONAL EM DEFESA DO VELHO CHICO 5

APRESENTAÇÃO 6

EDUCAÇÃO AMBIENTAL 7
HISTÓRICO................................................................................................... 8

PROPOSTA DE ATIVIDADES...................................................................... 11

ÁGUA 14
A ÁGUA QUE VOCÊ NÃO VÊ..................................................................... 16
CICLO DA ÁGUA........................................................................................ 19
SANEAMENTO BÁSICO............................................................................. 21

PROPOSTA DE ATIVIDADES...................................................................... 22

LIXO X RESÍDUOS 27
COLETA SELETIVA..................................................................................... 30

PROPOSTA DE ATIVIDADES...................................................................... 36

BIODIVERSIDADE 39
FAUNA DO VELHO CHICO........................................................................ 42
BIOMAS BRASILEIROS............................................................................... 43

PROPOSTA DE ATIVIDADES ..................................................................... 47

A BACIA HIDROGRÁFICA DO
RIO SÃO FRANCISCO 49
O QUE É UMA BACIA HIDROGRÁFICA?................................................... 50
O RIO DA DIVERSIDADE NACIONAL....................................................... 52
BIOMAS...................................................................................................... 55
PEIXES......................................................................................................... 59
COMUNIDADES......................................................................................... 60
LENDAS...................................................................................................... 67
O Comitê
O CBHSF – Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco é fruto
da paixão de várias pessoas pelo Rio São Francisco.

Da união de vozes de diferentes sotaques, da nascente à foz, que se


encontram para decidir, democraticamente, os melhores caminhos
para o presente e o futuro do Velho Chico. Se o São Francisco é o rio
da integração nacional, o CBHSF é a integração de suas várias forças e
potências em prol da sua revitalização.

O CBHSF foi um dos primeiros comitês de bacia criados no Brasil,


no ano de 2001. Composto por representantes do poder público, da
sociedade civil e de usuários dos recursos hídricos da Bacia do Rio
São Francisco, tem como principal objetivo implementar a política
de recursos hídricos, estabelecendo regras de conduta, gerenciando
conflitos e mobilizando diferentes agentes pela defesa do Rio.

Saiba mais em:


www.cbhsaofrancisco.org.br

4
3 de Junho
Dia Nacional em
Defesa do Velho Chico
A criação de uma data comemorativa em nome do Rio São Francisco é
uma estratégia que marca para sempre a importância do Rio na vida de
milhares de brasileiros e contribui para mobilizar a sociedade em prol de sua
revitalização. O dia 03 de junho, Dia Nacional em Defesa do Rio São Francisco,
foi instituído pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF),
e coloca o Velho Chico para sempre no calendário brasileiro de eventos.

A campanha “Eu viro carranca pra defender o Velho Chico”, lançada em 2014
para divulgar a data, tem como ícone o maior símbolo do rio São Francisco:
a carranca. A ideia é chamar a atenção de todos para os graves problemas
enfrentados pelo Rio e sua Bacia, e para a necessária e urgente revitalização,
a fim de que o Velho Chico continue alimentando a vida e a esperança dos 18
milhões de brasileiros que dependem de suas águas.

www.virecarranca.com.br

“Antigamente as barcas era batizada.


Os padre vinha, batizava a barca.
E diziam que quando tinha causa
de perigo, ameaça de perigo, de
naufrágio, a carranca dava três
gemido, mas isto é a lenda, não
acredito que fosse verdade, não. Mas o
que era certeza era que espantava as
fera do rio, o Nego d’Água, o Caboclo
d’Água, o Minhocão. Hoje, com os
motores das embarcação, o barulho
dos motores, afugentaram essas
feras do rio, hoje o rio não tem mais
aquelas feras que tinha antigamente.”
Fala de Francisco Biquiba La Fuente Guarany,
o maior carranqueiro do Brasil

5
Esta cartilha simboliza o compromisso do Para tal, a cartilha reúne informações varia-
Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São das sobre questões ambientais, dados, dicas
Francisco (CBHSF) com a Educação Ambien- que incentivam a tomada de atitudes simples
tal. Sua finalidade é servir como recurso pe- em favor de um mundo melhor, além de su-
dagógico e transdisciplinar ao professor do gestões de filmes e de atividades a serem de-
Ensino Fundamental das mais variadas ma- senvolvidas com os alunos em sala de aula.
térias de cada canto desta bacia.
Por estar disponível na internet, acreditamos
Com informações sobre temas que fazem que o material poderá informar e sensibilizar
parte do dia a dia de todos – como água, lixo, o maior número de pessoas sobre nossa res-
saneamento e outros – o material nos ajuda ponsabilidade em relação ao presente e ao
a pensar sobre a utilização dos recursos na- futuro do mundo em que vivemos.
turais de maneira consciente. Acreditamos
que, dessa maneira, estamos contribuindo Desejamos a todos uma boa leitura!
efetivamente para a melhoria do meio am-
biente e de nossa qualidade de vida.

6
EDUCAÇÃO
AMBIENTAL

Manual de Educação Ambiental CBHSF 7


Na década de 1970, começa a ocorrer uma Histórico
grande mudança no que diz respeito à preo-
cupação das pessoas em relação ao meio A partir dessa tomada de consciência que
ambiente e ao futuro do nosso planeta. Isso acontece na década de 1970 e que faz surgir
acontece porque ficam cada vez mais evi- a Educação Ambiental, começam a ser rea-
dentes os desequilíbrios ambientais causa- lizados vários encontros com o objetivo de
dos pela atividade humana, como clima al- pensar as melhores estratégias para colocar
terado, espécies de animais desaparecendo, em prática essa nova maneira de pensar.
poluição das águas e do ar e falta de quali-
dade de vida para muita gente. Em um desses encontros surgiu um conceito
bastante falado atualmente: desenvolvimen-
Assim, nessa época surge uma área da edu- to sustentável. Ele apareceu na Conferência
cação voltada para a conscientização e para das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente
a sensibilização das pessoas sobre os limites realizada em 1972 na cidade de Estocolmo,
da exploração dos recursos naturais do nos- na Suécia. Durante os debates sobre o meio
so planeta: a Educação Ambiental (EA). ambiente, muito foi discutido sobre o desen-
volvimento de soluções que pudessem ga-
Esse tipo de educação busca promover ações rantir um presente e um futuro adequados
transformadoras na redução de danos ao para as próximas gerações. Nesse encontro,
meio ambiente por meio de recursos peda- foi criado um documento chamado Declara-
gógicos que ampliam a visão das pessoas ção sobre o Ambiente Humano, com o objeti-
sobre a gravidade da situação ambiental do vo de servir de guia e inspiração aos povos do
planeta. Além disso, promove a conscienti- mundo para preservar e melhorar o ambien-
zação de que é preciso mudar hábitos pes- te humano. Entre os princípios difundidos
soais e sociais, valorizando a solidariedade nessa declaração, encontramos o conceito de
entre todos nós. desenvolvimento sustentável:

“Princípio 2 - Os recursos naturais da Terra,


inclusos o ar, a água, o solo, a flora e a fauna,
especialmente as amostras representativas dos
ecossistemas naturais, devem ser preservados
em benefício das gerações presente e futura,
mediante uma cuidadosa planificação ou regu-
lamentação, segundo seja mais conveniente.”

Fonte:
Declaração de Estocolmo sobre o ambiente humano - 1972
Acesse: bit.ly/Estocolmo72

Manual de Educação Ambiental CBHSF 8


Depois da conferência na Suécia, muitos outros • Facilitar a participação e a cooperação
encontros aconteceram, inclusive no Brasil. A mútua dos envolvidos nas tomadas de
Eco-92, no Rio de Janeiro, foi uma das maiores decisões, dando a eles oportunidades de
conferências já realizadas, com a presença de atuação direta;
delegações de 178 países. Vários documentos
• Estimular e sensibilizar os diferentes ato-
foram criados durante os debates da Eco-92
res sociais (comunidades, alunos, profes-
para servirem de referência. Entre eles, o Proto-
sores) em relação às questões ambientais,
colo de Kyoto, acordo internacional que visava
à aquisição de conhecimentos, à constru-
controlar as emissões de gases nocivos que pro-
ção de valores, ao desenvolvimento de
vocam o efeito estufa, um dos fenômenos res-
habilidades, à tomada de decisões, de for-
ponsáveis pelo aquecimento global. Os debates
ma coletiva e participativa, sobre o acesso
realizados nessa conferência foram retomados
e uso dos recursos ambientais;
20 anos depois na Rio+20, outro encontro reali-
zado no Rio de Janeiro e que teve como um dos • Utilizar diversos ambientes e métodos
objetivos definir os rumos do desenvolvimento para transmitir e adquirir conhecimento
sustentável, discutindo temas como segurança sobre a preservação do meio ambiente,
alimentar, economia verde, acesso à água, uso com foco nas atividades práticas e nas
de energia, entre outros. experiências pessoais;

Assim, podemos perceber que o conceito de • Fortalecer a cidadania, a solidariedade e


desenvolvimento sustentável surge em meio o respeito às diferenças no processo de
aos debates sobre as melhores maneiras de conscientização dos problemas ambien-
conscientizar e sensibilizar as pessoas em tais e sociais;
relação ao futuro das próximas gerações, ou • Ampliar a cidadania, a liberdade, a au-
seja, com uma educação ambiental que te- tonomia e a intervenção direta da socie-
nha como princípios básicos: dade na busca de soluções e alternativas
que permitam a convivência digna e vol-
• Levar em consideração o meio ambiente tada para o bem comum.
em sua totalidade, ou seja, o que é rela-
tivo à natureza e também às atividades
humanas (política, sociedade, economia, De uma maneira geral, podemos afirmar
ciência, tecnologia, história, cultura, mo- que a Educação Ambiental tem como prin-
ral e estética); cípio avaliar, de forma integrada, as relações
políticas, econômicas, sociais, culturais e
• Levantar e avaliar as principais ques- ambientais entre o homem e o meio em que
tões ambientais do ponto de vista local, ele vive, visando ao seu equilíbrio, harmo-
regional, nacional e internacional e esti- nia, qualidade de vida e desenvolvimento de
mular a cooperação entre os diversos ní- forma participativa e democrática.
veis para a construção de uma sociedade
mais equilibrada, sempre considerando Para que a gente consiga solucionar os pro-
os princípios de liberdade, igualdade, so- blemas ambientais e, com isso, melhorar
lidariedade, democracia, justiça social, nossa qualidade de vida, é preciso colocar
responsabilidade e sustentabilidade; em prática uma série de ações que refletem
• Incentivar a participação individual e em uma mudança de nossos valores, hábi-
coletiva na preservação do equilíbrio do tos e atitudes. Por isso, podemos afirmar que
meio ambiente; a Educação Ambiental nos ajuda a orientar
uma mudança de postura.

Manual de Educação Ambiental CBHSF 9


E S R E L AC IO NADOS
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LISTA DE FIL
D U CAÇÃO A MBIENTAL
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e sobre a
M o v ie /D is ney h o m e m n a natureza
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Mostra nimais de
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minutos
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A garota qu -92:
ento na Eco
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youtu.be/SlZ

Manual de Educação Ambiental CBHSF 10


PROPOSTA DE ATIVIDADES
SOBRE EDUCAÇÃO AMBIENTAL
ATIVIDADE 1:
A CARTA DA TERRA
• Público: Ensino Fundamental II ta da Terra na Educação” (link direto: bit.
ly/CartaTerraBrasil.). Neste guia há diversas
• Disciplina: Todas as disciplinas
propostas de como elaborar atividades rela-
• Local: Escola, comunidade cionadas à Carta da Terra com seus alunos,
desenvolvendo assim, atividades sobre edu-
Descrição: Acesse o site www.cartadaterra- cação ambiental.
brasil.com.br e conheça mais sobre a Carta
da Terra. No site www.earthcharter.org você
terá acesso a: “Um Guia para Usar a Car-

ATIVIDADE 2:
PEGA-PEGA DE PERGUNTAS
• Público: Ensino Fundamental I balão do outro. Sempre que um balão for es-
tourado, o jogo é pausado e o aluno que es-
• Disciplina: Ciências
tourou terá que tentar responder a pergun-
• N° de aulas: 1 ta lá presente. Você deve auxiliar e mediar a
resposta. Logo em seguida o jogo recomeça
• Local: Pátio da escola e o mesmo procedimento ocorre até todas
• Materiais: Um apito, tiras de papel, cane- as perguntas serem respondidas.
ta, balões de ar e pedaços de barbante.
Adaptações para alunos com deficiência:
Descrição: Entregue uma tira de papel, um Alunos que andam de cadeira de rodas po-
balão e um barbante para cada aluno e peça dem ter seu balão amarrado nela e estes te-
para escreverem nos papéis perguntas refe- rão uma vara ou galho de árvore sem ponta
rentes à Educação Ambiental. Cada aluno para tentar estourar o balão de seus colegas.
colorará sua pergunta dentro de um balão Se houver alunos cegos, a dinâmica pode ser
e este será enchido. Em seguida, cada um outra: Dentro de cada balão é adicionado
amarrará uma ponta de seu barbante na um pequeno sino e todos os alunos são ven-
boca do balão e a outra ponta em seu tor- dados para a brincadeira. Alunos com défi-
nozelo. Os alunos então brincarão de pega- cit intelectual devem ter um auxílio maior
-pega, sendo que um deve tentar estourar o na hora de responder às perguntas.

Manual de Educação Ambiental CBHSF 11


ATIVIDADE 3:
CONSTRUINDO A AGENDA 21 NA ESCOLA
• Público: Todos os alunos mma.gov.br (bit.ly/Agenda21Escolas). Lá você
encontrará mais orientações de como cons-
• Disciplina: Todas as disciplinas
truir a Agenda 21 em sua escola com o auxí-
• N° de aulas: Indefinido lio de todos os seus alunos.
• Local: Escola Adaptações para alunos com deficiência:
Descrição: Abra o documento ‘Formando Cada atividade a ser desenvolvida deve ser
Com-vida, Comissão de Meio Ambiente e pensada e adaptada de forma a permitir
Qualidade de Vida na Escola: construindo que todos os alunos, independentemente de
Agenda 21 na escola’ acessando o www. suas particularidades e faixa etária, sejam
aptos a trabalhar juntos.

ATIVIDADE 4:
APRENDENDO SOBRE BARREIRAS E CAMINHOS
PARA O CRESCIMENTO
• Público: Ensino Fundamental I e II mudas deve ser registrado em seus cader-
nos. Essa atividade possibilitará conversas
• Disciplina: Ciências, Biologia, História
sobre a importância da água no nosso dia a
• N° de aulas: Serão alguns minutos das dia e sobrevivência, sobre como a barragem
aulas durante um mês ou mais da luz faz mal para o crescimento dos seres
vivos, sendo então a poluição muito preju-
• Local: Sala de aula ou sala de laboratório dicial, entre outros assuntos. Outros expe-
• Materiais: Feijões, terra, vaso, caixa escura rimentos podem ser feitos com as plantas,
lembrando-se sempre de fazer o registro.
Descrição: Faça com seus alunos o plantio Aproveite para ensinar os alunos a fazer
de feijões em quatro vasos e os numere. Nas cronogramas e planilhas indicando quem
primeiras duas semanas, mantenha o mes- será o responsável pelas mudas em cada
mo cuidado com as quatro mudas. Na ter- dia da semana. A partir desse experimen-
ceira semana, regue o vaso 1 todos os dias, o to é possível propor uma pesquisa sobre o
vaso 2 quatro dias, o vaso 3 apenas dois dias que aconteceu com as árvores e animais na
e não regue o vaso 4. Na quarta semana, ob- época da revolução industrial, os tipos de
serve o crescimento de cada um dos vasos vegetações que encontramos pelo mundo,
com as diferentes quantidades de água que estudar a fase do claro e do escuro e a fo-
receberam. Volte a regar todos diariamente, tossíntese.
mas coloque uma caixa escura cobrindo os
vasos 2 e 3. Na aula seguinte, preferencial- Adaptações para alunos com deficiência:
mente na mesma semana, retire a caixa e Descrever as diferentes características de
observe se houve alterações nas mudas cada muda durante os experimentos e aná-
devido à ausência de luz. Todos os experi- lises para alunos cegos. Ele poderá também,
mentos podem ser feitos ocupando apenas com o auxílio do professor, tocar as mudas
alguns minutos das aulas e tudo o que os para compreender melhor o explanado.
alunos observarem sobre o crescimento das

Manual de Educação Ambiental CBHSF 12


ATIVIDADE 5:

DOMINÓ DA CADEIA ALIMENTAR


• Público: Ensino Fundamental I e II Aula 2: Os alunos jogarão o Dominó da Ca-
deia Alimentar, cujas regras são: Neste jogo
• Disciplina: Ciências
não serão colocadas lado a lado peças com
• N° de aulas: 2 desenhos semelhantes. Devemos seguir a
cadeia alimentar, isto é: Vegetal – permiti-
• Local: sala de aula do se juntar com animal herbívoro; Animal
• Materiais: Caixas de sucrilhos, tesoura, herbívoro – permitido se juntar com vege-
régua, lápis de cor, canetinha tal e animal carnívoro; Animal carnívoro –
permitido se juntar com animal herbívoro.
Se não possuir peça para jogar na rodada, o
Descrição: Aula 1: Elabore com os alunos grupo passa a vez. Os grupos jogarão entre si
um dominó diferente. Peça para os alunos (grupo 1 x grupo 2; grupo 3 x grupo 4 e assim
levarem caixas de sucrilhos ou de outros por diante), sendo que os que vencerem jo-
produtos para a aula e divida a sala em garão com outros vencedores até sobrar um
oito grupos. Ensine os alunos a fazerem as grupo invicto. Após o término da competi-
peças. Eles devem recortar retângulos de ção, conversar com os alunos sobre a impor-
4cmx8cm e fazer um traço no meio das pe- tância das cadeias e teias alimentares, das
ças para se parecer com a peça do dominó. relações entre os animais e vegetais, do ris-
Cada grupo deve fazer 14 peças. Após recor- co de extinção devido ao desmatamento e à
tadas, os alunos devem desenhar animais e invasão urbana. Perguntar se o ser humano
plantas em cada uma de suas metades no foi colocado em alguma peça de algum gru-
lugar dos números, sendo que duas peças po e discutir com eles sobre o fato de que
devem ter vegetais desenhados dos dois o ser humano também é um animal e que
lados, duas devem ter animais, sendo que também está inserido nessa teia.
uma é com dois herbívoros e a outra com
dois carnívoros e as outras dez peças devem Adaptações para alunos com deficiência:
possuir de um lado desenhos de plantas e Alunos cegos terão dificuldade ao montar as
do outro desenhos de animais, sendo cin- peças, mas podem jogar tranquilamente o
co peças de animais herbívoros e cinco de jogo. É possível escrever em braile nas peças
carnívoros. Ao invés de desenhar, os alunos do dominó para ele conseguir jogar como os
também podem fazer recortes de revistas outros alunos.
ou retirar imagens da internet para colar
em suas peças.

Manual de Educação Ambiental CBHSF 13


ÁGUA
A água é um recurso renovável, indispen- VOCÊ SABIA?
sável à vida de todos os organismos (seres
humanos, plantas, animais). Nós depen- O planeta Terra tem uma superfície coberta
demos de água para a maioria das nossas por 70% de água. De toda essa água, 97,3%
atividades: funções biológicas, hidratação, é salgada, isto é, imprópria para o consumo
cuidados de higiene (banho, lavar louças humano. Dos 2,7% restantes, grande parte
e roupas), geração de energia, agricultura, está nas geleiras e embaixo da terra. Apenas
pecuária, entre outros. 0,007% está disponível em rios e lagos.

Manual de Educação Ambiental CBHSF 14


Imagine que o total das águas do mundo,
A QUANTIDADE englobando as águas doce, salgada e con-
gelada, estivesse contida em uma garrafa

DE ÁGUA DOCE DISPONÍVEL pet de 2 litros.

Você sabia que apenas 200ml, o equivalente a

PARA CONSUMO IMEDIATO um copo pequeno, seria de água doce? E que,


desses 200 ml de água doce, apenas a quanti-
dade equivalente a uma tampinha é potável?
É MUITO PEQUENA! Pois é, apenas 0,007% de toda a água do mun-
do é potável e disponível para consumo.

2L 200ml Tampa

Fonte: Fundação SOS Mata Atlântica


www.rededasaguas.org.br Manual de Educação Ambiental CBHSF 15
A ÁGUA QUE VOCÊ NÃO VÊ
Muita água é usada no processo de produ- grãos depois da colheita, a água usada na
ção dos produtos que a gente consome, mas manutenção das máquinas envolvidas no
nem sempre ela aparece “visível”, no seu processo etc.). Nesse caso, poderíamos afir-
sentido físico. Por exemplo, quando toma- mar que 140 litros de água são usados para
mos uma xícara de café, devemos pensar fazer uma xícara de café. A essa água usada,
no consumo de água que aconteceu desde direta ou indiretamente, para produzir um
o cultivo do grão ao seu empacotamento (a bem ou um serviço, chamamos água virtual.
irrigação da plantação, a higienização dos

quantidADe
Quanto de água potável é necessário
ARROZ
1K
BANANA
1KG
CARNE DE
FRANGO
1KG

para produzir itens do seu cotidiano

499L
2.500L
3.700L

CARNE DE LEITE CERVEJA MANTEIGA BATATA QUEIJO


BOI 1KG 1L 1L 1K 1KG 1KG

5,5L

132,5L
712,5L

5.280L

17.100L
18.000L

Manual de Educação Ambiental CBHSF 16


Entre todas as atividades, a agricultura é so ter consciência no momento em que con-
aquela que mais consome água: cerca de 70% sumimos a água e termos responsabilidade
de toda água consumida em nosso planeta em nossas atividades que demandam o uso
é utilizada para irrigar as plantações. As in- desse precioso recurso natural.
dústrias também consomem grandes quan-
tidades: cerca de 22%. Nelas, a água é usada
como matéria-prima, na remoção de impure- DICAS
zas, na geração de energia, vapor, refrigeração
etc. No uso doméstico a água é usada na hi- Nem toda água que sobra precisa ser descar-
giene pessoal, para lavar roupas e utensílios e tada. Por exemplo: você pode reutilizar a água
para a limpeza de nossas casas. Esse tipo de da chuva que cai no seu telhado. É muito sim-
atividade representa aproximadamente 8% ples: basta conectar as calhas do telhado a
da água que é consumida no planeta. uma caixa-d’água ou a um poço. Essa água
não é potável, mas pode ser usada para des-
Fonte: Cartilha Água, do Ministério do carga de vasos sanitários, para lavar carros,
Meio Ambiente – Acesse: bit.ly/mmaagua quintal etc. O mesmo pode ser feito com a
água descartada no enxague das roupas!
Antigamente não havia muita preocupação
com o desperdício da água, mas hoje sabe- Para que a água do planeta não acabe e es-
mos que a disponibilidade desse recurso teja sempre em renovação, existe um ciclo
está seriamente ameaçada. Por isso, é preci- pelo qual esse recurso passa: o ciclo da água.

ameAÇas à qualidaDe dAs águAs

AGROTÓXICOS POLUIÇÃO DESMATAMENTO

DESPERDÍCIO ESGOTO

Manual de Educação Ambiental CBHSF 17


?
VOCÊ SABIA
ela
s m a io re s re sponsáveis p
bém um do s pessoas
d íc io d e água é tam É p re ci so que muita
Od es p er n et a . mples
se re cu rs o em nosso pla er d iç a r águ a. Atitudes si
falta d es
e parem de d
es p cada
u s h á b it o s q u e es sa a meaça fique
mudem se ntribuir para
n o ss o d ia a dia podem co
do vidas:
nte de nossas
vez mais dista escova os den
tes ou
en q u a n to
r a torneira
N ã o se es q ueça de fecha

lava a louça;
hos rápidos; o quintal.
• Tome ban r o u va rr er a calçada ou
limp a
angueira para
• Não use m e um b e co
a ld m água;
ss o u ra lações da
Utili ze va
en to s n o s canos e tubu
m vazam
se não existe
• Verifique
sua casa; uveiro;
a m á q u in a d e lavar e do ch
,d
guas da chuva
• Reutilize á
s aos rios;
á rv ores próxima a de lavar.
• P la n te
s p a ra en ch er sua máquin
ente
roupas sufici
• Espere ter

Manual de Educação Ambiental CBHSF 18


O Ciclo da Água
A água, indispensável para a manutenção da vida, é encontrada na natureza e está distribuída nos
rios, lagos, mares, oceanos e em camadas subterrâneas do solo ou em geleiras. O ciclo da água na
natureza é fundamental para a manutenção da vida no planeta Terra, pois é ele que determina a
variação climática e interfere no nível dos rios, lagos, mares, oceanos.

1 O calor irradiado pelo sol aquece a água


dos rios, lagos, mares e oceanos ocorrendo 4 Quando a chuva cai sobre a superfície
terrestre, ocorre a Infiltração e uma parte
o fenômeno da Evaporação. dessa água vai alimentar os lençóis
subterrâneos.

2 O vapor de água forma as nuvens na


atmosfera. Quando estas nuvens ficam 5 Parte da água que se infiltrou no solo pode
ser absorvida pelas plantas que, depois de
sobrecarregadas e atingem altitudes utilizá-la a devolvem à atmosfera por meio
elevadas ocorrem as chuvas. Essas se do processo de Transpiração. Depois, a
formam, pois a temperatura cai e a água água vai evaporar novamente, formando
transforma-se em líquido (Condensação). assim o ciclo da água mais uma vez.

3 A água das chuvas vai parar nos oceanos,


rios e lagos (Precipitação).

CONDENSAÇÃO
PRECIPITAÇÃO

INFILTRAÇÃO

EVAPORAÇÃO

RIOS E
PLANTAS

OCEANOS,
LAGOS E RIOS

Manual de Educação Ambiental CBHSF 19


O ciclo da água, conhecido cientificamen- Muitos rios brasileiros estão poluídos. A água
te como ciclo hidrológico, refere-se à troca contaminada gera uma série de doenças no
contínua de água entre a atmosfera, o solo, ser humano (hepatite, cólera, esquistos-
as águas superficiais, as subterrâneas e a somose, entre outras), podendo, inclusive,
água das plantas. causar a morte. Inúmeros prejuízos à saúde
humana são provocados por fezes, urina e
Graças ao ciclo da água, a quantidade de outros dejetos que podem ser encontrados
água no planeta não muda. Porém, o fato na água. Por isso, o saneamento básico –
de algumas atividades humanas serem res- abastecimento de água potável, manejo de
ponsáveis pela degradação do meio ambien- água pluvial, coleta e tratamento de esgo-
te faz com que a água apropriada para nos- to, limpeza urbana, manejo de resíduos só-
so consumo seja cada vez mais rara. Nossos lidos e controle de pragas e qualquer tipo
rios, por exemplo, sofrem diariamente com de agente patogênico – é muito importante
vários tipos de descaso que representam para a saúde da população e é um direito de
uma ameaça constante à nossa água potá- todos, já que ela ajuda na precaução desses
vel disponível: prejuízos.

• As cidades despejam nos rios seu esgoto,


muitas vezes, sem tratamento;
• Pessoas jogam lixo nas ruas e, quando
chove, esse lixo vai parar nos rios;
• A agricultura utiliza produtos químicos
que a chuva acaba levando para os rios;
• Os homens desmatam as nascentes dos
rios e elas acabam secando. Além disso,
derrubam as matas que ficam à beira
dos rios (chamada de mata ciliar) e que
serve para protegê-los, impedindo o as-
soreamento;
• O homem asfalta e cimenta os espaços
urbanos e se esquece de que a água da
chuva precisa de um solo poroso e rico
em matéria orgânica para que ela pe-
netre nesse solo e complete o seu ciclo.
Como a água não consegue ser absor-
vida por causa do asfalto e do concreto,
ela acaba correndo pela superfície (ruas
e avenidas), contribuindo para o desli-
zamento de terras, o que causa soter-
ramentos, e formando enxurradas que
muitas vezes invadem lojas e casas, cau-
sando enorme prejuízos.

Manual de Educação Ambiental CBHSF 20


SANEAMENTO BÁSICO
De acordo com a Organização Mundial de 1. Captação: a água é retirada de nascentes
Saúde (OMS), o saneamento é capaz de con- superficiais, como barragens e lagos, ou
trolar todos os fatores que podem causar subterrâneos, como poços artesianos;
efeitos nocivos ao bem-estar físico, mental e
2. Adução: a água captada é bombeada até
social dos homens. O significado da palavra
as Estações de Tratamento de Água (ETA)
sanear é tornar saudável, ou seja, promover
para que recebam o tratamento adequa-
a saúde. Dessa maneira, o saneamento pro-
do;
move a saúde pública preventiva ao reduzir
a chance de que várias doenças proliferem. 3. Tratamento: a água passa por uma série
Assim, podemos afirmar que onde existe o de processos físicos e químicos para que
saneamento há maiores chances que haja fique potável, ou seja, adequada ao con-
uma vida mais saudável e com índices de sumo humano;
mortalidade menores.
4. Reservação: depois de tratada, a água é
De uma maneira geral, podemos afirmar bombeada para reservatórios, onde fica
que o saneamento é o conjunto de ações à disposição da rede que irá distribuí-la;
que têm como objetivo evitar que ocorra a 5. Distribuição: a água, pronta para ser
proliferação de doenças e garantir o bem- consumida, é entregue ao consumidor.
-estar e a saúde dos homens.

Uma dessas ações é o abastecimento de


água, responsável por levar às pessoas água
com qualidade compatível para que sua
saúde seja protegida e em quantidade su-
ficiente para garantir condições básicas de
conforto. Um sistema de abastecimento de Reservatórios
água é composto pelas seguintes etapas:
Rede de
Tratamento, distribuição
floculação,
decantação
e filtração

Represa

Manual de Educação Ambiental CBHSF 21


DICAS água
d e v e m se r lavados em
• Alimentos fru-
Outra ação ligada ao saneamento básico é
rr e n te , p ri ncipalmente
a coleta, o tratamento e o destino adequado potável e co
e legumes;
das águas que são descartadas pelas residên- tas, verduras que as
cias, comércio e indústrias. Depois de usada a ta d a e le mbre-se de
tr os
• Use água , ci st e rn a s e reservatóri
em atividades diversas (banho, lavagem de a
caixas-d’águ os a cada se
is meses
roupas, uso sanitário, produção industrial, se r li m p inada;
devem ã o seja contam
etc.), a água eliminada é denominada esgoto. a á g u a n
para que dor e
p a ra m u d a nças na cor, o
to so de alte-
A coleta e o tratamento dos esgotos são • Fique aten d a água e, em ca
arê n ci a spon-
fundamentais para a saúde pública, já que transp a companhia re
m u n iq u e
ração, co e vigilância;
uma das principais causas da incidência de
vel p el o a b astecimento
doenças é a contaminação das fontes de sá tem rede de
su a co m u nidade não de solu-
água e mananciais. • Se a e v o cê usa água
m e n to poços
abasteci (r io s, barragens,
a ti va s rros
ções altern a s, n ascentes, ca
s, b ic
rasos, mina ltrá-la e colo
car cloro.
é p re ci so fi
pipas)

VOCÊ SABIA?
Os manancias são todas as fontes de água 3. Na etapa de desarenação acontece a de-
usadas para abastecimento público. Eles po- cantação primária. Nela, pequenos grãos
dem ser superficiais ou subterrâneos, como são eliminados;
rios, lagoas, represas e os lençóis freáticos.
4. A água, que ainda está suja, é colocada
Uma das principais ameaças aos manan-
em tanque de arenação. Nele, encon-
ciais é a poluição causada pelo lançamento
tram-se as bactérias que se alimentam
de esgoto, o que impede que águas de rios,
da matéria orgânica dissolvida no esgoto;
por exemplo, abasteçam as cidades. Exem-
plo disso é o caso do Rio Guandu, no Rio de 5. A água passa pelo processo de decanta-
Janeiro, e Rio Tietê, em São Paulo. ção secundária, que manda as bactérias
que se encontram na água de volta para o
Uma das formas de proteger esses manan- tanque de arenação. Assim, os micro-or-
ciais é dar um destino correto ao esgoto do- ganismos são separados da água limpa;
méstico e industrial. As principais etapas de
tratamento são: 6. Depois de tratada, a água está em con-
dições de voltar para o rio. Cerca de 90%
1. Na primeira etapa, o lixo sólido que vem da carga orgânica é retirada durante o
junto com o esgoto é barrado; processo;

2. Em seguida a terra e a areia que se jun- 7. A água que é destinada ao uso industrial
tam à sujeira são retiradas – etapa de de- e à irrigação é filtrada e clorada em uma
sarenação; estação específica para isso, onde são eli-
minados alguns organismos que podem
causar doenças. Como ela não é potável,
não serve para o consumo humano.

Manual de Educação Ambiental CBHSF 22


Soluções alternativas de VOCÊ SABIA?
abastecimento de água e
• 4 em cada 10 pessoas no mundo – cerca
tratamento de esgoto de 2 bilhões de pessoas – não têm aces-
so nem a uma privada e defecam a céu
Mesmo sendo um direito, muitas localida-
aberto.
des não possuem saneamento básico. Mas
há alternativas que podemos implementar • 2 em cada 10 pessoas – cerca de 1 bilhão
para garantir a saúde de nossa família e a de pessoas – não têm nenhuma fonte de
preservação do meio ambiente. água potável segura. Resultado: 3.900
crianças morrem no planeta diariamen-
Muitas comunidades localizadas nas áreas te por falta de saneamento.
periféricas das cidades e na zona rural con- Fonte: Organização das Nações Unidas
vivem com a falta da coleta e do tratamen-
to do esgoto. Com isso, ele é descartado de
maneira incorreta, contaminando o solo e
as águas, o que pode causar inúmeras doen-
ças. Uma das maneiras de evitar que isso
aconteça é a construção de fossas que tra-
tam o esgoto domiciliar, como a fossa sép-
E FILMES
tica biodigestora. Nela, o esgoto pode ser
LISTA DE VÍDEOS
tratado por meio da biodigestão, ou seja, ele ÁGUA
é decomposto por micro-organismos. O pro- RELACIONADOS À
cesso usa esterco bovino (ou de outro ani- u):
Will Rock Yo
mal ruminante) fresco que ajuda a eliminar Ciclo da Água (We
Qo
os micróbios do esgoto. No final do processo, youtu.be/bG6t6N4zK
):
é produzido um adubo natural líquido que s (Ciclo curto da água
pode ser usado para fertilizar e irrigar o solo. Ciclos Biogeoquímico
ac
youtu.be/Xl72q59Qv
Se na sua comunidade o abastecimento de
Disney
água é feito por meio de poços artesianos, Procurando Nemo/ ém
biente marinho, al
fique atento: eles devem ser construídos na Mostra como é o am ea
cia do homem sobr
parte mais alta do terreno, a uma distân- de abordar a influên m ar in ha s,
e correntes
cia mínima de 15 metros das fossas e de 45 natureza. Fala sobr os às
outros temas ligad
metros de qualquer outro foco de contami- cadeia alimentar e
is.
nação, como chiqueiros, estábulos e valões questões ambienta
de esgoto que contaminam o lençol de água
que abastece o poço. O isolamento também
deve ser seguro: cobertura adequada do
poço, com tampa bem vedada; elevação das
paredes do poço acima do solo, pelos me-
nos 20 centímetros; construção de uma boa
calçada com largura de 1 metro, em volta
da boca do poço; revestimento impermeável
das paredes do poço até, pelo menos, 3 me-
tros de profundidade.

Manual de Educação Ambiental CBHSF 23


PROPOSTA DE ATIVIDADES SOBRE ÁGUA

ATIVIDADE 1:
EXPLORANDO OS DESPERDÍCIOS DA ESCOLA
• Público: Ensino Fundamental I lavar suas mãos, como os bebedouros são
utilizados, o uso da água pelos zeladores e
• N° de aulas: 1
cozinheiros no trabalho diário. Peça para fa-
• Local: todo o espaço escolar zerem relatórios indicando os desperdícios
e dando sugestões de como evitá-los. Profes-
• Materiais: folha, lápis, máquina fotográ- sores de todas as disciplinas podem explo-
fica (opcional), lápis de cor rar este passeio propondo atividades mais
Descrição: Para que o aluno perceba a for- direcionada às suas aulas.
ma com que as pessoas fazem uso da água
na escola, chame a turma para um passeio Adaptações para alunos com deficiência:
exploratório. Leve-os para a cozinha, ba- esses alunos devem ser acompanhados por
nheiros, bebedouros, pátio e peça para to- professores que os auxiliarão na exploração.
dos observarem se há torneiras ou vasos
sanitários com vazamentos, o tempo que
as pessoas deixam as torneiras abertas ao

ATIVIDADE 2:
APRENDENDO A FAZER GRÁFICOS PIZZA
• Público: Ensino Fundamental I e II gráficos do tipo “pizza” com as porcenta-
gens de água doce e salgada no mundo, en-
• N° de aulas: 1
tre outros. Façam os gráficos juntos e peça
• Local: sala de aula para copiarem em seus cadernos. Podem ser
feitos também cartazes com estes gráficos
• Materiais: Caderno, lápis, borracha, lápis para serem colados no pátio ou corredores
de cor da escola. Dessa maneira, todos os alunos
Descrição: Antes da aula: Peça para os alu- poderão aprender com o trabalho realizado
nos pesquisarem quais são as porcentagens pela turma.
de água doce e salgada no mundo e em que
quantidade se encontram nas mais diversas Adaptações para alunos com deficiência:
condições (exemplo: em geleiras, em lençóis Para alunos cegos, cada parcela dos gráficos
freáticos, entre outros). As informações de- pode ser feita com uma textura diferente
vem ser levadas anotadas nos cadernos na (podem ser utilizadas lixas com gramaturas
próxima aula. variadas). Dessa maneira ele também con-
seguirá interpretar os gráficos.
Na aula: Perguntar quais foram os números
encontrados nas pesquisas e anotar tudo
na lousa. A partir dos números, construir

Manual de Educação Ambiental CBHSF 24


ATIVIDADE 3:
DOENÇAS QUE A ÁGUA PARADA PODE OCASIONAR
• Público: Ensino Fundamental II
Aula 2: Leve os alunos novamente à sala de
• N° de aulas: 2
multimídia ou biblioteca para continuarem
• Local: todo o espaço escolar suas pesquisas. Os alunos podem estar di-
vididos em duplas ou trios. Peça para eles
• Materiais: Cadernos, caneta, computa- entregarem um trabalho falando um pouco
dor, livros, revistas sobre as doenças, identificando quais são as
Descrição: Aula 1: Leve sua turma para pas- doenças que podem ocorrer na escola devi-
sear pela escola buscando locais que con- do à água parada encontrada (se for encon-
tenham água parada. Procurem em vasos e trada alguma). Com este trabalho é possível
baldes, no jardim da escola, por todo o pátio também fazer um mutirão para que todos
e em todos os locais que acharem necessá- os focos de água parada da escola sejam ex-
rio. Peça para fazerem anotações de tudo o tintos.
que encontrarem. Em seguida, os leve à sala
de informática ou à biblioteca e peça para Adaptações para alunos com deficiência:
pesquisarem quais são os tipos de doenças A exploração pode ser feita com o acom-
que estão relacionadas à água parada. panhamento de professores especializados,
assim como a pesquisa.

ATIVIDADE 4:
HISTÓRIA EM QUADRINHOS
• Público: Ensino Fundamental I e II Descrição: Pedir para os alunos desenha-
rem uma história em quadrinhos sobre o
• N° de aulas: 1
ciclo da água. Eles podem optar por mostrar
• Local: Sala de artes ou sala de aula o caminho que a água percorre na natureza,
em nossas casas, em estações de tratamen-
• Materiais: folhas sulfite recicladas, ré- to ou outros locais de grande importância.
gua, caneta, canetinha, lápis, borracha,
lápis de cor Adaptações para alunos com deficiência:
Alunos cegos podem contar uma história
ao invés de desenhá-la. Para isso ele pode
usar efeitos de sonoplastia durante a apre-
sentação.

Manual de Educação Ambiental CBHSF 25


ATIVIDADE 5:
FAZENDO UM FILTRO DE ÁGUA
• Público: Ensino Fundamental I e II areia fina, uma de areia grossa, o cascalho
fino e, por fim, o cascalho grosso. O filtro en-
• N° de aulas: 1
tão estará pronto. Peça para os alunos des-
• Local: Sala de laboratório, pátio da esco- pejarem a água barrenta no filtro caseiro e
la ou sala de aula observem o que acontecerá. A água barren-
ta ficará limpa após passar pelas camadas
• Materiais: Garrafa pet, tesoura sem pon- do filtro. No entanto, é importante ressaltar
ta, chumaço de algodão, areia fina, areia que ela não é adequada para consumo, pois
grossa, cascalho fino, cascalho grosso, apenas as partículas maiores foram filtra-
todos previamente lavados com água das, podendo haver substâncias patogêni-
corrente, e água barrenta. cas. Para que essa água possa ser ingerida,
Descrição: Proponha a elaboração de um ela deve ser fervida e adicionada a ela uma
filtro caseiro, semelhante ao utilizado em pequena porção de hipoclorito de sódio e
uma ETA para aproximar os alunos a este no caso da ETA, é adicionado o cloro para
processo. Com os materiais em mãos equi- matar microrganismos. Peça para os alunos
valentes à elaboração de quatro filtros, di- anotarem todo o procedimento, materiais e
vida a turma em quatro grupos. Ensine os método, resultados e conclusão em forma
alunos a montar o filtro. A primeira coisa de relatório para entregar na aula seguinte.
é retirar o fundo da garrafa pet com a te-
soura e vedar o gargalo com o chumaço de Adaptações para alunos com deficiência:
algodão. Em seguida a garrafa deve ser posi- Coloque cada um dos materiais utilizados
cionada de forma que o fundo fique voltado nas mãos dos alunos cegos para que eles
para cima e o gargalo para baixo. Serão adi- compreendam como será filtrada a água.
cionados, respectivamente, uma camada de Ele pode auxiliar na montagem do filtro sem
diferenciação com os outros alunos.

Manual de Educação Ambiental CBHSF 26


LIXO X RESÍDUOS
Segundo dados divulgados pela ONU, 80% Dados da ONU Meio Ambiente:
de todo o lixo marinho é composto por 1. Estima-se que, todos os anos, cerca de 8
plástico e a estimativa é que em 2050 a a 13 milhões de toneladas de plástico
quantidade de plásticos na água supere a cheguem aos oceanos;
de peixes.
2. Mais de 40% de todo o plástico produzido
Para se ter uma ideia, hoje a presença durante 150 anos foi usado uma única
de microplásticos nos mares já supera vez antes do descarte;
a quantidade de estrelas na galáxia. 3. De todo o plástico produzido,
Segundo o Greenpeace Reino Unido, apenas 9% foi reciclado;
a cada ano são despejados nos oceanos 4. Menos de um quinto da produção
cerca de 12,7 milhões de toneladas de foi reaproveitada;
plástico, desde garrafas e sacos plásticos
5. Entre os materiais mais encontrados nos
até canudos. O maior impacto negativo
oceanos estão canudos, sacolas plásticas,
dessa poluição é a ingestão desses
redes de pesca, bituca de cigarro,
resíduos pelos animais. tampinhas;
6. São produzidas um milhão de garrafas
plásticas por minuto.

Manual de Educação Ambiental CBHSF 27


Como consequência da industrialização, vi- VOCÊ SABIA?
vemos na era do consumo de descartáveis.
No mundo atual, a produção de lixo aumen- Um brasileiro produz, em média, 1,2 kg de
tou consideravelmente, causando proble- lixo por dia.
mas ambientais graves e de saúde pública.
No mundo são produzidas quase 4 milhões Fonte: Abrelpe, 2010 – abrelpe.org.br
de toneladas de lixo por dia. No Brasil, esse
total chega a 180 mil toneladas diárias.

Baterias de aparelhos Não se decompõem

Só se degrada se passar por impactos sucessivos,


Vidro
quebrando aos poucos, por milhares de anos.

Isopor 500 anos

Garrafa Pet 200 anos

Absorventes 100 anos

Borracha de pneus
Até 80 anos
e solados de sapato

Látex de borracha Mais de 20 anos

Chiclete 5 anos

Papel Menos de 1 ano

Restos de fruta Até 6 meses

Fonte: Revista Planeta Sustentável

Alguns desses materiais descartados podem proveitar alguma coisa. Por isso, passamos
se decompor rapidamente, reintegrando-se ao a acreditar que tudo que jogamos fora não
ambiente natural. Materiais sintéticos, como serve mais para nada, nem para ninguém.
o plástico, demoram dezenas ou centenas de Essa é uma atitude que deve ser mudada
anos para serem decompostos. Assim, sua com urgência! Se separarmos as coisas an-
transformação demora muito tempo, muito tes de jogarmos fora, preservaremos ma-
mais do que o tempo de vida do produto e até teriais que podem ter outro fim. Mudando
do nosso próprio tempo de vida. Por isso é pre- de atitude em relação ao que não nos serve
ciso muito cuidado ao descartar o lixo, pois mais, perceberemos que muito do que joga-
ele pode demorar anos e anos para se decom- mos fora ainda possui alguma utilidade.
por. Veja o tempo de decomposição de alguns
materiais, lembrando que ele pode variar de Boa parte do lixo que produzimos pode ser
acordo com o ambiente em que é descartado: reaproveitada em vez de ser jogada fora.
Algumas ações ajudam a diminuir a quan-
Quando misturamos restos de alimentos, tidade de lixo produzida. Para fazer isso de
embalagens plásticas, papel, óleo etc, ao jo- forma efetiva, existe o princípio dos 3R’s (re-
gar fora, isso é lixo. Isso mesmo: misturou duzir, reutilizar e reciclar) que nos auxilia a
tudo, vira lixo! Fica quase impossível rea- transformar nossas atitudes.

Manual de Educação Ambiental CBHSF 28


Reduzir, Reutilizar e Reciclar - os 3Rs
Um caminho para a solução dos problemas relacionados ao lixo é apontado pelo Princípio dos
3R's - Reduzir, Reutilizar e Reciclar. Fatores associados a esses princípios devem ser
considerados como o ideal de prevenção e não-geração de resíduos, somados à adoção de
padrões de consumo sustentável, visando poupar os recursos naturais e conter o desperdício.

’s
Reduzir,
3R Reutilizar,
Reciclar

Reduzir Reutilizar Reciclar


Quando reduzimos o É evitar que vá para o lixo Envolve a transformação dos materiais
consumo, diminuímos aquilo que ainda pode ser para a produção de matéria-prima para
também a quantidade útil. A reutilização evita a outros produtos por meio de processos
daquilo que jogamos fora. produção de novas industriais ou artesanais. É fabricar um
Além disso, a necessidade mercadorias, o descarte dos produto a partir de um material usado.
de produzir novas produtos e aumenta o tempo Podemos produzir papel reciclando
mercadorias é reduzida e, de vida dos materiais. papéis usados. Papelão, latas, vidros e
assim, menos recursos plásticos também podem ser reciclados.
naturais são necessários, Para facilitar o trabalho de encaminhar
material pós-consumo para reciclagem,
menos energia é
é importante fazer a separação no lugar
consumida, menos
de origem - a casa, o escritório, a fábrica,
transporte e combustível
o hospital, a escola etc. A separação
são utilizados e, portanto, também é necessária para o descarte
menos gases são emitidos. adequado de resíduos perigosos.

Manual de Educação Ambiental CBHSF 29


Coleta Seletiva
A coleta seletiva é um sistema de recolhi- Alguns materiais parecem não se encaixar
mento de materiais previamente separados em nenhuma categoria. Isopor limpo e CD,
e que podem ser reaproveitados através da por exemplo, são plásticos recicláveis. As
reciclagem. Dessa maneira, o lixo orgânico, embalagens longa vida (mais conhecidas
formado por restos de comida, cascas de como Tetra Pak), são compostas por papel,
frutas e outros alimentos, deve ser separado plástico e alumínio. Há, ainda, outra catego-
do lixo seco, que é composto por materiais ria que pode ser reaproveitada, mas que não
que podem ser reciclados ou reutilizados deve ir para a reciclagem comum. É o caso
(papel, vidro, madeira, plástico e metal). de produtos como pilhas, lâmpadas fluores-
centes e eletroeletrônicos. Nesse caso, exis-
Existe um sistema de cores que ajuda nessa te uma lei que recomenda que fabricantes,
separação. Os coletores mais comuns e suas comerciantes e importadores desses produ-
respectivas cores são: tos os recolham e os encaminhem para a
reciclagem ou deem a eles outra destinação
• Verde - vidro adequada. Os medicamentos também não
devem ser descartados junto ao lixo orgâni-
• Vermelho - plástico
co, pois podem contaminar o solo e a água.
• Azul - papel Algumas farmácias e hospitais possuem
pontos de coleta. O mesmo acontece com o
• Amarelo - metal lixo hospitalar, que costuma estar infectado
• Branco - resíduos ambulatoriais com muitos vírus e bactérias: ele deve ser
retirado dos hospitais com segurança e ser
• Marrom - lixo orgânico levado para incineração em local específico
• Cinza - lixo não reciclável para isso.

Podemos afirmar que a coleta seletiva fun-


ciona como um processo educativo, pois
sensibiliza as pessoas sobre os problemas
do desperdício de recursos naturais e da po-
luição e suas consequências causadas pelo
resíduo que é mal encaminhado.

A decomposição do lixo produz um líquido


escuro, de odor desagradável que pode con-
taminar o solo - o chorume - e gases que
poluem o ar e contribuem para o efeito es-
tufa. Além disso, o lixo atrai animais e expõe
pessoas a doenças. Dessa forma, o meio am-
biente e a nossa saúde podem ser colocados
em risco.

Manual de Educação Ambiental CBHSF 30


Coleta seletiva de lixo é um processo que consiste na separação e recolhimento dos resíduos descartados
por empresas e pessoas. Dessa forma, os materiais que podem ser reciclados são separados do lixo
orgânico (restos de carne, frutas, verduras e outros alimentos). Esse último tipo de lixo é descartado em
aterros sanitários ou usado para a fabricação de adubos orgânicos.

Você sabia?
Para facilitar a coleta seletiva e a reciclagem, existe uma cor para representar cada material reciclado:
Exemplos de não
recilcáveis: papel higiênico,
amarelo (metais), verde (vidros), azul (papéis) e vermelho (plásticos). Essas cores são geralmente papéis e guardanapos
engordurados, papéis
usadas, junto com os símbolos de reciclagem, nos recipientes destinados à coleta dos materiais. metalizados, parafinados
ou plastificados, adesivos,
etiquetas, fita crepe, papel
carbono, fotografias, papel
toalha, fraldas descartáveis,
absorventes íntimos,
espelhos, esponjas de aço e
objetos de cerâmica.

Papel Vidro Plástico Metal Orgânicos Não


Recicláveis

Manual de Educação Ambiental CBHSF 31


LixÃo
No Brasil, são coletadas, todos os dias, cerca Há outra forma de disposição final dos resí-
de 200 mil toneladas de resíduos domiciliares, duos: o aterro controlado. É uma fase inter-
e grande parte tem como destinação os lixões. mediária entre o lixão e o aterro sanitário. Ge-
ralmente é feito por meio de uma melhoria
O lixão é a forma errada de disposição final no lixão: o lixo recebe uma cobertura de argi-
do lixo, proibido por lei no Brasil. Geralmen- la e grama e acontece a captação de chorume
te ele é uma área aberta onde são despeja- e do gás que é liberado na decomposição.
dos os resíduos sólidos sem nenhum tipo de
preparação do solo. O chorume (líquido que
escorre do lixo) não é recolhido nem trata-
do: ele penetra na terra e contamina o len-
çol freático. Além disso, muita gente busca
sua sobrevivência nos lixões, expondo-se a
doenças e acidentes. Por todos esses moti-
vos, os lixões representam um problema so-
cial, ambiental e de saúde pública.

Manual de Educação Ambiental CBHSF 32


Aterro Sanitário
No entanto, a maneira adequada de dispor regamento de embalagens pela chuva e pelo
os resíduos é em aterros sanitários. O terre- vento e evita o mau cheiro. Como o terreno
no desse tipo de aterro é preparado antes de fica impermeabilizado, o solo e a água sub-
receber o lixo. A terra é nivelada, selada com terrânea não são contaminados pelo choru-
argila e mantas de PVC, onde o lixo é coloca- me que é canalizado e, quando acumulado,
do. Diariamente é feita a cobertura do lixo, o é levado para a estação de tratamento.
que impede a proliferação de insetos, o car-

Lixo transfORMado Em enErgiA


Nos aterros sanitários podem ser criadas usinas de biogás.
Dessa forma, pode-se gerar energia através do processo
de decomposição do lixo orgânico.

Manual de Educação Ambiental CBHSF 33


VOCÊ SABIA?
Compostagem
Em um aterro, o lixo orgânico se decompõe Existe ainda uma grande quantidade de
e libera o gás metano, que é um dos gases lixo que não é nem coletada. Esse lixo aca-
responsáveis pelo efeito estufa. Transformar ba sendo jogado às margens dos rios e em
o lixo em adubo (composto orgânico) evita terrenos baldios, sendo muitas vezes quei-
esse problema. Esse processo é chamado de mado, produzindo fumaça, mau cheiro, de-
compostagem. É comum pensarmos que a gradando o meio ambiente e colocando em
compostagem é uma prática usual somen- risco a saúde das pessoas.
te nas comunidades rurais e nas centrais É nossa responsabilidade conhecer as datas
de reciclagem, mas você pode fazer isso em e horários da coleta de lixo e deixá-lo em lo-
sua casa, diminuindo a quantidade de lixo cal adequado onde possa ser recolhido. Para
orgânico que é encaminhada para os ater- organizar a maneira como o país trata o lixo,
ros. Para isso, antes de tudo, é preciso sepa- foi criada uma política específica para isso.
rar o lixo orgânico do lixo seco!
Política Nacional de Resíduos Sólidos
Existem muitos modelos de composteira. Um Em 2011, o Brasil aprovou, após duas dé-
deles é feito com engradados de pvc (como os cadas de discussões, a Política Nacional de
engradados de cerveja e as caixas plásticas Resíduos Sólidos. Essa política, além de de-
usadas em supermercados para transporte finir como o lixo deve ser tratado, incentiva
de compras). Com dois ou três deles é possí- a reciclagem e a sustentabilidade. Duas das
vel montar um sistema de compostagem efi- principais definições dessa política são:
ciente sem ocupar muito espaço. Veja como
uma composteira pode ser feita: Fim dos lixões até 2014
A erradicação dos lixões e destinação final
1. Forre por dentro um engradado de pvc de resíduos em aterros sanitários até 2014
com uma camada espessa de jornal úmi- (o prazo não foi atendido, estuda-se uma
do (mais ou menos 6 ou 8 folhas). Depois prorrogação até 2021).
de acomodar essas folhas, faça furos no
fundo; Reciclagem, coleta seletiva e compostagem
As prefeituras devem implantar a coleta
2. Preencha o fundo do engradado com o
seletiva de lixo reciclável nas residências,
composto já pronto (húmus) e com mi-
além de sistemas de compostagem para re-
nhocas. Faça uma camada de mais ou
síduos orgânicos, como restos de alimentos
menos 10 cm de espessura;
– o que reduzirá a quantidade levada para
3. Escolha no lixo orgânico porções de cas- os aterros, com significativos benefícios am-
cas de frutas e folhas de verdura e enter- bientais e econômicos.
re esse material no composto;
Assim, vimos que a produção do lixo afeta
4. Cubra tudo com mais uma camada de nossa maneira de viver. Se não pensarmos
jornal úmido; sobre a melhor maneira de dar destino a ele,
5. Tampe seu composto para evitar a proli- continuaremos ameaçados por doenças. Além
feração de insetos; disso, o lixo afeta a vida dos outros seres vivos.
Milhares de tartarugas, baleias e outros ani-
6. À medida que as minhocas vão crescen- mais morrem diariamente em consequência
do e se reproduzindo, o consumo do lixo da ingestão de plástico que acaba parando no
orgânico vai aumentando; mar, por exemplo. Isso representa um enorme
7. Depois que o composto estiver pronto, perigo à manutenção do equilíbrio ambiental,
você pode usá-lo como adubo em flores, uma vez que pode contribuir para o desapare-
folhagens, hortaliças e temperos. cimento de várias espécies, diminuindo cada
vez mais a biodiversidade do planeta.

Manual de Educação Ambiental CBHSF 34


S E FILMES
LISTA DE VÍDEO S RESÍDUOS S
ÓLIDOS
IO NA D O S AO
RELAC
)
Wall-E (Disney
ário ley)
Lixo Extraordin im , Lu cy Wal ker e Karen Har
ão Jard
(Dirigido por Jo

Ciclo do lixo:
9tZW5A
youtu.be/AS3XD
iental – Lixo:
Educação Amb
oMboQ
youtu.be/pvlncG
Coisas:
A História das
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Ilha das Flores
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Manual de Educação Ambiental CBHSF 35


PROPOSTA DE ATIVIDADES SOBRE RESÍDUOS

ATIVIDADE 1:
O LIXO QUE JOGAMOS NO CHÃO
• Público: Ensino Fundamental I eles analisarem a quantidade de lixo joga-
da no chão e a quantidade jogada nas lixei-
• N° de aulas: 2
ras. Em seguida, voltem à sala e pergunte a
• Local: Sala de aula, pátio da escola eles como estava o pátio antes do intervalo
e como ficou após. Mostre para eles a mu-
• Materiais: Uma fotografia da sala de aula dança ocorrida devido ao descarte de lixo,
impressa muitas vezes nos lugares errados. Pergunte
Descrição: Antes da aula: Um dia antes da também como estava a sala de aula quando
aula em questão, após o seu término e antes chegaram e, em seguida, mostre a fotografia
da equipe da faxina ir limpar as salas, tire tirada no dia anterior para que vejam que
uma foto de como os alunos a deixaram, se eles também contribuem negativamente
atentando ao lixo espalhado pelo chão. Im- com a sujeira na escola. Dessa maneira, eles
prima essa fotografia. desenvolverão uma ação mais crítica e se
policiarão mais, contribuindo com a manu-
Na aula: Escolha uma aula que seja logo tenção da limpeza da escola.
após o intervalo e peça para que seus alu-
nos se reúnam em um local especificado Adaptações para alunos com deficiência:
por você no pátio e que não subam à sala Descreva aos alunos cegos como estão os
de aula. Após todos chegarem, saia para locais observados e onde se localiza o lixo.
passear com todos pelo pátio, pedindo para

ATIVIDADE 2:
ENTREVISTA ESCOLAR
• Público: Ensino Fundamental I e II resultados das entrevistas podem ser apre-
sentados em forma de tabelas e gráficos na
• N° de aulas: 2
aula seguinte. É possível também pedir para
• Local: Todo o ambiente escolar que os alunos entrevistem seus pais ou res-
ponsáveis para avaliar qual é a relação que
• Materiais: Caderno e caneta têm com o lixo nos diferentes locais.
Descrição: Organize um questionário com
os alunos para eles saírem pela escola entre- Adaptações para alunos com deficiência:
vistando os funcionários a respeito do lixo. Alunos cegos podem fazer o trabalho em
Eles podem elaborar questões relacionadas grupo com outros alunos. Alunos surdos po-
ao tipo de lixo, quantidade, descarte e desti- dem ter um professor que traduza o que foi
nação. Lembre-os de que na biblioteca o lixo falado em LIBRAS o acompanhando. Alunos
gerado será muito diferente do lixo da cozi- com problemas de locomoção podem se des-
nha. Após isso, libere os alunos para andar locar por menos locais ou pedir que alguns
pela escola entrevistando a todos. Todos os funcionários vão até eles para a entrevista.

Manual de Educação Ambiental CBHSF 36


ATIVIDADE 3:
CAÇA AO TESOURO DO LIXO
• Público: Ensino Fundamental I jeto reciclável e levará as crianças ao pró-
ximo objeto e assim por diante até encon-
• N° de aulas: 1
trarem o tesouro, que são as lixeiras. Após
• Local: Pátio da escola encontrarem o tesouro, os alunos terão que
descartar todas as suas pistas nos lixos cor-
• Materiais: Caixas de leite longa vida, respondentes. Aqueles que não levaram
cola, tintas, pincel, tesoura, vários resí- suas pistas consigo, devem buscá-las para
duos recicláveis. jogá-las no lixo. Explique que as lixeiras são
Descrição: Antes da aula: separe algumas o tesouro porque, se jogarmos nosso lixo
caixas de leite longa vida e as pinte com as lá, evitaremos poluir a natureza e os locais
cores referentes a cada um dos tipos de re- onde frequentamos, além de dar a chance
síduo. Exemplo: pinte de vermelho a caixa daquele material se transformar em outra
correspondente ao plástico. Escreva nas cai- coisa para que a natureza não seja explora-
xas pintadas a qual elemento ela correspon- da novamente. Explique também que essa
de e cole todas as caixas lado a lado. Escre- é só a primeira parte; que esse lixo deve ser
va pistas e as cole nos materiais recicláveis destinado ao local correto para ser reciclado
indicando aonde estará cada próxima pista. ou corretamente acondicionado.
Poucos momentos antes da aula, esconda
todas as pistas pelo pátio nos locais previa- Adaptações para alunos com deficiência:
mente determinados. Alunos cegos podem sentir cada material
através do tato para saber do que ele é fei-
Na aula: Separe a turma em grupos e diga to, opinar sobre o local das próximas pistas
que farão uma caça ao tesouro. Entregue a e, nas lixeiras, pode estar escrito o tipo de
primeira pista aos grupos e os leve ao pá- material a ser descartado em braile. Alunos
tio para procurarem as pistas subsequentes. com locomoção reduzida podem ser auxi-
Cada pista está colada em um tipo de ob- liados pelos alunos ou pelo professor.

ATIVIDADE 4:
BASQUETE DA RECICLAGEM
• Público: Ensino Fundamental I explique o jogo. Eles terão que fazer cestas,
mas cada bola tem um cesto de lixo específico.
• N° de aulas: 1
Divida a sala em dois grupos e o que fizer mais
• Local: pátio da escola cestas ganha – lembrando que a competição é
o que menos importa, sendo mais importante
• Materiais: cinco cestos de lixo, cinco bolas a reflexão em torno da coleta seletiva.
Descrição: Antes da aula: Pegue cinco ces-
tos de lixo e os pinte de azul, vermelho, ama- Adaptações para alunos com deficiência:
relo, verde e cinza. Providencie cinco bolas e Dentro das bolas podem ser colocados sinos
escreva nelas os nomes de alguns materiais e alguém faz algum som próximo de onde es-
recicláveis, sendo um plástico, um vidro, um tão os lixos. Alunos com dificuldade de mo-
papel, um metal e também um orgânico. vimentação dos pés apenas jogam as bolas e
os que tem dificuldade de movimentação das
Na aula: Leve os alunos ao pátio da escola e mãos podem chutar as bolas até os cestos,
que ficarão tombados para elas entrarem.

Manual de Educação Ambiental CBHSF 37


ATIVIDADE 5:
POEMAS SOBRE O LIXO
• Público: Ensino Fundamental I e II ou pedir para os alunos os recitarem. É inte-
ressante também selecionar alguns poemas,
• N° de aulas: 1
reescrevê-los em cartazes e colá-los nas pa-
• Local: sala de aula redes da escola por onde os alunos passam.
• Materiais: papel, lápis e caneta. Adaptações para alunos com deficiência:
Descrição: Peça para os alunos pensarem O poema pode ser escrito na máquina de es-
um pouco sobre a questão do lixo e criarem crever em braile para quem for cego.
um poema falando o que desejarem sobre
ele. Você pode optar por recolher os poemas

Manual de Educação Ambiental CBHSF 38


BIODIVERSIDADE
Biodiversidade ou diversidade biológica sig- dade de organismos que formam, nutrem
nifica a variedade de seres vivos que exis- e mantêm o equilíbrio e a saúde de nosso
te em nosso planeta. São os vários tipos de ambiente. Nosso planeta abriga cerca de 8,7
plantas, animais, fungos, bactérias, vírus milhões de espécies, segundo a revista cien-
e muitos outros organismos encontrados tífica PLoS Biology, sendo que a maioria de-
no nosso ambiente. Está ligada à diversi- las ainda não foi identificada.

7,7 milhões de espécies


Animais
(953.434 descritas e catalogadas)

298 mil espécies


Plantas
(215.644 descritas e catalogadas)

611,000 espécies
Fungos
(43.271 descritas e catalogadas)

36.400 espécies
Protozoários
(8.118 descritas e catalogadas)

27,500 espécies
Cromistas (algas)
(13.033 descritas e catalogadas)

Manual de Educação Ambiental CBHSF 39


A biodiversidade não compreende somente isso contribui para a sobrevivência das espé-
os animais. A variedade do ambiente, com cies e para que cada organismo seja diferen-
todas as suas características (quantidade de te um do outro. Todos os seres possuem ca-
chuva, temperatura, tipo de solo), onde as racterísticas de acordo com o ambiente em
espécies vivem e se desenvolvem também que vivem. Geneticamente, os indivíduos de
faz parte dela. A esses ambientes damos o uma mesma espécie não são iguais, cada
nome de ecossistemas. Além disso, há tam- um possui uma combinação de genes que é
bém a diversidade de genes que é responsá- responsável por um ser mais alto que o ou-
vel pela conservação das características de tro, por ter olhos de cores diferentes, por ter
cada ser vivo. Tudo isso faz parte da biodi- uma pelagem mais clara ou escura, rajada
versidade. ou não. São essas diferenças genéticas que
fazem com que haja uma grande variedade
Os organismos vivos que fazem parte da de seres em nosso planeta. Assim, todas es-
biodiversidade encontram-se em diferen- sas relações que são estabelecidas entre os
tes ecossistemas, que são os ambientes nos seres vivos e o ambiente em que eles vivem,
quais eles vivem, levando em consideração assim como tudo aquilo que interfere em
sua temperatura, o tipo de solo que ele tem, sua sobrevivência e em suas características,
a quantidade de chuva que cai nele. Tudo contribuem para a biodiversidade.

VOCÊ SABIA?
O Brasil é considerado o país da megadi-
versidade. Ele apresenta em seu território
a maior diversidade do mundo! Além disso,
ele possui um dos mais altos graus de ende-
mismo, ou seja, existe um grande número
de espécies que só são encontradas aqui!

TOTAL DE ESPÉCIES ENDÊMICAS


CONHECIDAS DO
NO BRASIL BRASIL

Anfíbios 516 294

Répteis 468 172

Mamíferos 522 68

Aves 1622 191

Fonte: www.mma.gov.br – Ministério do Meio Ambiente (MMA) Avaliação do Estado


do Conhecimento da Biodiversidade Brasileira. Brasília, 2006.

Manual de Educação Ambiental CBHSF 40


Desse modo, podemos compreender a bio- As ameaças à biodiversidade
diversidade em três níveis: as espécies, os
ambientes em que eles vivem (com todas as Diversas ações humanas são responsáveis
suas características) e a diversidade de ge- por levar espécies vegetais e animais à ex-
nes que é responsável pelas características tinção, ou seja, fazem com que essas espé-
dos seres. cies desapareçam. Entre elas, podemos citar
o uso excessivo dos recursos naturais, a ex-
Assim, podemos compreender a biodiversi- pansão da fronteira agrícola, a poluição, a
dade como os diversos seres que vivem em expansão urbana e industrial e a introdução
nosso planeta; como a diversidade genética, de algumas espécies que não são próprias
que é responsável pelas características de do ambiente para onde são levadas. Além
cada organismo e que garante a enorme va- disso, a caça, a biopirataria e o tráfico de ani-
riedade de vida em nosso planeta; e como a mais podem ser responsáveis pela extinção
interação que há entre os seres e o ambiente de diversas espécies de plantas e animais,
em que eles vivem, os ecossistemas, que faz que são comercializados irregularmente e
com que a existência de uma espécie afete transportados para outros lugares.
diretamente a existência de outra.

Cada um desses níveis influencia os outros


e se um deles é rompido, isso pode repercu-
tir em toda a cadeia de relações que é es-
tabelecida entre eles. O desaparecimento de
uma espécie, por exemplo, pode provocar o
desaparecimento de outras, uma vez que a
biodiversidade funciona como uma teia.

As bromélias que ficam suspensas nas ár-


vores são verdadeiros “brejos” suspensos. O
acúmulo da água das chuvas em suas fo-
lhas faz com que seja formado um ambien-
te perfeito para o desenvolvimento de di-
versas espécies de micro-organismos, como
algas e protozoários, sem contar nos insetos
e pequenos anfíbios. Assim, podemos con-
siderá-las como um microecossistema. Por
isso, quando as bromélias desaparecem das
árvores, todo esse sistema de relações tam-
bém desaparece!

Desse modo, quando pensamos sobre a na-


tureza vemos que todos os seus elementos
se relacionam e têm funções específicas. A
biodiversidade não é somente a variedade
de seres que vivem na Terra, mas a dinâmi-
ca que essa variedade promove. A ameaça à
biodiversidade, portanto, representa um pe-
rigo para a vida de todos os seres vivos.

Manual de Educação Ambiental CBHSF 41


A fauna do velho chico
A ararinha-azul, o tamanduá-bandeira, o lobo-guará, o veado-campeiro, a lontra, o macaco
sauá e as três maiores e mais fascinantes raridades: o tatu-canastra, o pato-mergulhão e a
onça-parda são algumas das espécies da fauna do Rio São Francisco ameaçadas de extinção.
Preservar o rio é também preservar a vida desses animais.

Arara-canindé
(Ara ararauna)
Tucano, tucanuçu
(Ramphastos toco)

Biguá
(Nannopterum brasilianus)

Além disso, na extensão da bacia


encontram-se raposas, guaxinins, tatus,
guarás, gambás, saguis, micos e aves
como papagaios, rolinhas, anus, gaviões,
Frango-d’água-comum
azulões, entre répteis e outros animais. (Gallinula galeata) Seriema
(Cariama cristata)

Tamanduá-bandeira
(Myrmecophaga tridactyla)
Onça-pintada
(Panthera onca) Lobo-guará Tatu-canastra
(Chrysocyon brachyurus) (Priodontes maximus)

Dourado, surubim, curimatã,


matrinxã, bagre, traíra,
mandi, cascudo, pacamã,
piau, curimatã-pacu, são
algumas das 152 espécies de
Traíra
peixes que vivem nas águas (Hoplias malabaricus) Piranha
do São Francisco. (Pygocentrus piraya)

Dourado
(Salminus franciscanus)
Cascudo Preto
(Rhinelepis aspera)

Manual de Educação Ambiental CBHSF 42


Os biomas
Bioma é uma unidade biológica ou espaço Você sabia que no Brasil temos seis biomas
geográfico cujas características específicas reconhecidos? São eles:
são definidas pelo macroclima, a fitofisio-
nomia, o solo e a altitude, entre outros cri- 1. Mata Atlântica
térios. Cada bioma se localiza em espaços 2. Amazônia
geográficos diferentes dentro do nosso país. 3. Cerrado
4. Caatinga
5. Pampas
6. Pantanal

Mata Atlântica Bioma Amazônia


A Mata Atlântica ocupa a faixa litorânea de Considerado o maior Bioma brasileiro e a
norte a sul do país. Assim, ela engloba a to- maior reserva de diversidade biológica do
talidade de três estados brasileiros: Espírito mundo, o bioma Amazônia corresponde a
Santo, Rio de Janeiro e Santa Catarina; gran- quase metade do território nacional. Abran-
de parte do Paraná e pequenas porções de ge os estados brasileiros do Acre, Amapá,
onze estados. O clima predominante é tropi- Amazonas, Pará, Roraima, além de parte de
cal-úmido com altas temperaturas e índice Rondônia, Mato Grosso, Maranhão e Tocan-
pluviométrico. A vegetação nesse bioma é tins. O clima dessa região é quente e úmido
marcada pela presença de árvores de gran- e sua densa vegetação é caracterizada pela
de e médio porte, formando uma floresta floresta amazônica com árvores de grande
densa e fechada. porte.

Cerrado Pantanal
O Cerrado é considerado o segundo maior O Bioma Pantanal, considerado o de menor
bioma do Brasil em extensão. Ele abrange extensão territorial do país, abrange dois
os estados do Maranhão, Distrito Federal, estados brasileiros, a saber: Mato Grosso e
Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul. O clima predominante
Tocantins. Além disso, ocupa uma pequena é tropical continental com altas tempera-
área de outros seis estados. O clima predo- turas e chuvas, de verão chuvoso e inverno
minante no Cerrado é tropical sazonal, com seco. A vegetação do Pantanal é marcada
períodos de chuvas e de secas. Já a sua vege- pelas gramíneas, árvores de médio porte,
tação é caracterizada por árvores de troncos plantas rasteiras e arbustos. O nome desse
retorcidos, gramíneas e arbustos. Em geral, bioma remete às regiões alagadiças presen-
as árvores são de pequeno porte e esparsas. tes, ou seja, os pântanos.

Caatinga Pampas
A Caatinga ocupa grande parte da região O Bioma Pampa ocupa mais da metade do
Nordeste do país. Ela abrange os estados do território do Rio Grande do Sul. O clima é
Ceará, Bahia, Paraíba, Pernambuco, Piauí, subtropical com as quatro estações do ano
Rio Grande do Norte, Alagoas e Sergipe. Além bem definidas e sua vegetação é marca-
disso, há presença desse tipo de bioma em da pela presença de gramíneas, arbustos e
pequenas partes dos estados do Maranhão e árvores de pequeno porte. Além disso, esse
de Minas Gerais. Típico do clima semi-árido, bioma é constituído de amplas áreas de
muito presente no sertão nordestino, a Caa- pastagens, onde se desenvolvem grandes
tinga apresenta uma vegetação arbustiva de rebanhos.
médio porte, com galhos retorcidos e folhas
adaptadas para os períodos de secas.

Manual de Educação Ambiental CBHSF 43


A preservação, desse modo, é uma medida senvolvimento sustentável e protegendo as
necessária para garantir que esses ambien- paisagens naturais. Estão divididas em dois
tes continuem existindo. Para conter a des- grupos: as de uso sustentável – que admi-
truição dessas áreas naturais, foram criadas tem a presença de moradores e têm como
as chamadas Unidades de Conservação. objetivo compatibilizar a conservação da
natureza com o uso sustentável dos recur-
Unidades de Conservação sos naturais – e as de proteção integral –
que não podem ser habitadas pelo homem,
As Unidades de Conservação são áreas pro- sendo admitido apenas o uso indireto dos
tegidas que contribuem para a manutenção seus recursos naturais, em atividades como
e a restauração da diversidade biológica dos pesquisa científica e turismo ecológico, por
ecossistemas naturais, promovendo o de- exemplo.

VOCÊ SABIA?
Cerca de 17 milhões de hectares de flores- A poluição também é responsável pelo de-
ta tropical são desmatados por ano. Se isso saparecimento de diversas espécies de pei-
continuar acontecendo, de 5% a 10% das es- xes e de plantas que fazem parte da fauna
pécies que habitam essas florestas podem marinha, dos rios e dos lagos.
estar extintas nos próximos 30 anos.
Levar uma espécie para outro ambiente di-
Além disso, muitas atividades humanas ferente do seu local de origem também pode
são responsáveis pelo uso indiscriminado comprometer a sobrevivência de muitos se-
dos recursos naturais, como a elevada pro- res vivos. O governo da Austrália, por exem-
dução e uso do papel e a exploração de al- plo, importou uma espécie de sapo-cururu
gumas espécies animais. Os rinocerontes, (que é uma espécie típica do Brasil) para ten-
por exemplo, são caçados e têm seu chifre tar controlar uma praga que tomava conta
retirado para que dele seja feito um produ- das plantações de cana-de-açúcar. Em vez
to medicinal. Com isso, essa espécie quase disso, o cururu acabou virando predador de
chegou a desaparecer do nosso planeta. répteis e de outros anfíbios que habitavam
a região. O que parecia ser a solução para os
No Brasil, por exemplo, podemos citar o caso produtores australianos acabou se tornan-
da extração do palmito da palmeira juçara. do um grande problema ambiental.
Essa palmeira é extremamente importante
para a conservação das florestas de Mata Fonte: WWF – bit.ly/wwfbiodiversidade
Atlântica, uma vez que contribui para o flu-
xo dos mananciais, para a manutenção da A enorme variedade de espécies de plantas
fertilidade do solo, além de proteger as en- e animais encontrada no Brasil se dá pelo
costas das serras e servir de alimento para fato de ele ser um país tropical de grande
várias espécies de animais, como tucanos, extensão, ou seja, encontramos aqui diver-
sabiás, tatus e gambás. A extração do pal- sos tipos de climas que levam às variações
mito do caule da juçara para consumo no ecológicas. Podemos agrupar essa variedade
Brasil e para exportação é cada vez maior, o em biomas.
que pode contribuir para o desaparecimen-
to dessa palmeira.

Manual de Educação Ambiental CBHSF 44


UNIDADES DE USO SUSTENTÁVEL

Categoria Característica Objetivo Uso

Área extensa, pública ou


Área de Proteger a biodiversidade, São estabelecidas normas e
privada, com atributos
disciplinar o processo de restrições para a utilização
Proteção importantes para a
ocupação e assegurar a de uma propriedade
Ambiental qualidade de vida das
sustentabilidade do uso privada localizada em uma
(APA) populações humanas
dos recursos naturais. APA.
locais.

Respeitados os limites
Área de pequena extensão,
Área de constitucionais, podem ser
pública ou privada, com
Manter os ecossistemas estabelecidas normas e
Relevante pouca ou nenhuma
naturais e regular o uso restrições para utilização
Interesse Ecológico ocupação humana, com
admissível dessas áreas. de uma propriedade
(ARIE) características naturais
privada localizada em uma
extraordinárias.
ARIE.

Uso múltiplo sustentável


Área de posse e domínio
dos recursos florestais para
Floresta público com cobertura Visitação, pesquisa
a pesquisa científica, com
Nacional vegetal de espécies científica e manutenção de
ênfase em métodos para
(FLONA) predominantemente populações tradicionais.
exploração sustentável de
nativas.
florestas nativas.

Proteger os meios de vida


Extrativismo vegetal,
Área de domínio público e a cultura das populações
Reserva agricultura de subsistência
com uso concedido às extrativistas tradicionais,
Extrativista e criação de animais de
populações extrativistas e assegurar o uso
(RESEX) pequeno porte. Visitação
tradicionais. sustentável dos recursos
pode ser permitida.
naturais.

Área natural de posse


Preservar populações
e domínio público, com
Reserva animais de espécies
populações animais
de Fauna nativas, terrestres ou Pesquisa científica.
adequadas para estudos
(REFAU) aquáticas, residentes ou
sobre o manejo econômico
migratórias.
sustentável.

Área natural, de domínio Preservar a natureza e


Exploração sustentável
Reserva de público, que abriga assegurar as condições
de componentes do
populações tradicionais, necessárias para a
Desenvolvimento ecossistema.
cuja existência baseia-se reprodução e melhoria
Sustentável Visitação e pesquisas
em sistemas sustentáveis dos modos e da qualidade
(RDS) científicas podem ser
de exploração dos recursos de vida das populações
permitidas.
naturais. tradicionais.

Reserva Particular Área privada, gravada com Pesquisa científica,


Conservar a diversidade
do Patrimônio Natural perpetuidade. atividades de educação
biológica.
(RPPN) ambiental e turismo.

Manual de Educação Ambiental CBHSF 45


UNIDADES DE PROTEÇÃO INTEGRAL

Categoria Objetivo Uso

Pesquisas científicas, visitação


Estações Preservar
pública com objetivos
Ecológicas e pesquisar.
educacionais.

Preservar a biota (seres vivos) e


Reservas demais atributos naturais, sem Pesquisas científicas, visitação
Biológicas interferência humana pública com objetivos
(REBIO) direta ou modificações educacionais.
ambientais.

Pesquisas científicas,
Preservar ecossistemas naturais desenvolvimento de atividades
Parque
de grande relevância ecológica e de educação e interpretação
Nacional
beleza cênica. ambiental, recreação em contato
(PARNA)
com a natureza e turismo
ecológico.

Preservar sítios naturais


Monumentos
raros, singulares ou de grande Visitação pública.
Naturais
beleza cênica.

Proteger ambientes naturais


e assegurar a existência ou Pesquisa científica
Refúgios de vida silvestre
reprodução da flora ou fauna. e visitação pública.

Manual de Educação Ambiental CBHSF 46


DOS
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ADE
À BIODIVERSID
sileira
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e, conservação
criação, implementação e gestão de Unida- Biodiversidad ura de
rd ep en d ên ci a | Glauco Kim
des de Conservação (Lei nº 9.985, de 18 de te
SaoPaulo
Julho de 2000): o Sistema Nacional de Uni- Freitas | TEDx
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dades de Conservação – SNUC. A ideia é es- youtu.be/uFsSa
tabelecer critérios que facilitem a preserva- para
q u e a b io d iversidade é boa
ção da biodiversidade brasileira de maneira Por a
Minuto da Terr
integrada. a economia? |
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PROPOSTA DE ATIVIDADES
SOBRE BIODIVERSIDADE
ATIVIDADE 1:
OFICINA DE COMO PRODUZIR MUDAS
• Público: Ensino Fundamental I três dedos livres. Enfie o dedo na terra em
uma profundidade de 4 centímetros e jo-
• N° de aulas: 1
gue a semente no buraco. Tampe a semente
• Local: Pátio com terra, mas sem apertar muito e cubra o
restante da garrafa com adubo. Em seguida
• Materiais: Garrafas pet, terra, adubo, se- regue a terra de maneira que ela fique úmi-
mentes, tesoura sem ponta, regador com da, mas não forme poça. Oriente os alunos
água e vassoura. a regar sempre que a terra perder sua apa-
Descrição: Antes da aula: Solicite da escola rência úmida, a deixá-las protegidas do sol
a terra, o adubo e as sementes de sua esco- direto e a retirar possíveis ervas daninhas
lha (priorizando plantas nativas) e peça que que germinem na garrafa com as sementes.
os alunos levem para a escola garrafas pet. Após toda a arte, a vassoura estará dispo-
nível para todos retirarem a terra que ficou
Na aula: Ensine os alunos a cortar a gar- jogada no chão, a devolvendo para a nature-
rafa pet abaixo da metade com a tesoura. za. Os alunos podem levar suas mudas para
No caso de alunos pequenos você deve cor- casa para cuidar delas e fazê-las crescer.
tar as garrafas, preferencialmente antes da
aula. Faça junto com os alunos para eles Adaptações para alunos com deficiência:
não terem dúvidas de como fazer a sua Se houver algum aluno com deficiência,
muda. Coloque a terra na garrafa deixando basta um professor ou assistente ficar ao
seu lado o auxiliando no procedimento.

Manual de Educação Ambiental CBHSF 47


ATIVIDADE 2:
OFICINA DE COMO PLANTAR MUDAS
• Público: Ensino Fundamental II plantio tirando ervas daninhas e abram bu-
racos na terra com as pás. Recortem as gar-
• N° de aulas: 1
rafas para tirar as mudas juntamente com
• Local: Jardim da escola, praça ou algum a terra presente na garrafa, sem soltar a
lugar próximo à escola com autorização terra, que protege as raízes. Plantem as mu-
para o plantio das nos buracos e cubram com um pouco
da terra que foi retirada para fazer o buraco.
• Materiais: muda feita em atividade an- Regue bastante a planta e oriente seus alu-
terior ou mudas compradas ou cedidas nos a fazerem o mesmo. Acompanhe todos
pela prefeitura, pás, regador com água, eles, observando se estão fazendo o procedi-
tesoura sem ponta. mento corretamente. Lembre a todos que as
Descrição: Com as mudas crescidas em mudas plantadas devem ser regadas sema-
mãos, leve os alunos ao local determinado nalmente, variando a frequência de acordo
para o plantio. Junto com o professor de ma- com a quantidade de chuvas.
temática, calculem as distâncias que as mu-
das devem ser plantadas de maneira que o Adaptações para alunos com deficiência:
crescimento de uma árvore não interfira no Se houver algum aluno com deficiência,
crescimento da outra. Limpem os locais de basta um professor ou assistente ficar ao
seu lado o auxiliando no procedimento.

ATIVIDADE 3:
O JOGO DO ECOSSISTEMA
• Público: Ensino Fundamental I e II preservá-los lá. Chegará um momento em
que não será possível a manutenção de to-
• Disciplina: Ciências
dos os balões e quando o primeiro balão cair
• N° de aulas: 1 no chão a brincadeira termina. Esse jogo re-
presenta um ecossistema e mostra que, ao
• Local: Sala de aula se extinguirem espécies, o ecossistema se
• Materiais: Balões de ar coloridos altera e tem mais dificuldade em se manter
em equilíbrio. Com essa atividade é possível
Descrição: Distribuir um balão para cada trabalhar os conteúdos sobre ecossistema e
aluno. O dono de cada cor do balão será o cadeia alimentar.
representante de uma espécie animal ou ve-
getal previamente determinada. Os alunos Adaptações para alunos com deficiência:
encherão os balões e afastarão suas car- Alunos com deficiência motora e cegos te-
teiras para os cantos da sala. Inicialmente, rão mais dificuldade neste jogo. Você ou
os alunos terão que jogar seus balões para algum professor assistente pode ficar mais
cima sem nunca os segurar novamente e próximo desses alunos para auxiliá-los,
sua função é não o deixar cair no chão. Você mantendo-os em uma posição menos cen-
irá, à medida que o tempo passa, extinguin- tral na sala de aula para evitar trombadas
do algumas espécies, falando uma cor dos ou empurrões.
balões e os alunos que a possuem vão se
sentando. Seus balões, entretanto, devem
continuar no ar, cabendo às outras espécies

Manual de Educação Ambiental CBHSF 48


A BACIA
HIDROGRÁFICA
DO RIO
SÃO FRANCISCO

Manual de Educação Ambiental CBHSF 49


O que é uma
Bacia
Hidrográfica?
AFLUENTES

NASCENTE

RIO PRINCIPAL

DIVISOR DE ÁGUAS

LENÇOL FREÁTICO
FOZ

Bacia hidrográfica é a área ou região de dre- É importante, portanto, ter consciência de


nagem de um rio principal e seus afluentes. que, ao andarmos pelas ruas ou em uma
É a porção do espaço em que as águas das mata, por exemplo, estamos andando ne-
chuvas, das montanhas, subterrâneas ou de cessariamente sobre a área de uma bacia
outros rios escoam em direção a um deter- hidrográfica, pois as águas que eventual-
minado curso d’água, abastecendo-o. mente escoam nesses locais tendem a se
direcionar para um rio.
O que separa uma bacia hidrográfica de ou-
tra são os divisores de água. Eles são como
uma espécie de fronteira em que, de um
lado, escoa a água em direção a um rio e, de
outro, escoa a água em direção a outro rio.

Manual de Educação Ambiental CBHSF 50


A Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco A bacia abrange sete unidades da federa-
tem grande importância para o país não ção: Bahia (48,2%), Minas Gerais (36,8%),
apenas pelo volume de água transportado Pernambuco (10,9%), Alagoas (2,2%), Sergipe
em uma região semiárida, mas, também, (1,2%), Goiás (0,5%), e Distrito Federal (0,2%)
pelo potencial hídrico passível de aprovei- – e 507 municípios (cerca de 9% do total de
tamento e por sua contribuição histórica e municípios do país).
econômica para a região.
O Velho Chico possui 168 afluentes, que são
A Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco rios que deságuam em sua calha e têm um
abrange 639.219 km² de área de drenagem papel muito importante: eles são as veias
(7,5% do país) e vazão média de 2.850 m³/s capilares de uma bacia hidrográfica e têm
(2% do total do país). O Velho Chico, como é o poder de influenciar na quantidade e na
conhecido, tem 2.863 km de extensão e nas- qualidade das águas. Mas, quando um rio
ce na Serra da Canastra, em Minas Gerais, afluente é poluído, provavelmente levará
escoando no sentido sul-norte pela Bahia e parte dessa poluição para o rio principal
Pernambuco, quando altera seu curso para também.
leste, chegando ao Oceano Atlântico através
da divisa entre Alagoas e Sergipe.

505
municípios
3 biomas
Cerrado, Mata Atlântica
18 milhões
brasileiros vivendo
e Caatinga em toda a bacia

2.863 km 168
afluentes
9 usinas
hidrelétricas
4 Climas:
Temperado de Altitude, Tropical
através de seis estados (MG, GO, BA,
PE, AL e SE) e do Distrito Federal Úmido, Semiárido e Árido

Manual de Educação Ambiental CBHSF 51


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O Rio São Francisco é o maior rio


peba

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inteiramente brasileiro.
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 le percorre 2.863 km, passando por seis estados


E
(MG, GO, BA, PE, AL e SE), além do Distrito Federal.
RJ
SP A sua bacia hidrográfica engloba 505 municípios.

Os biomas predominantes na Bacia do Rio São


Francisco são o Cerrado, que cobre praticamente
metade da bacia (Minas Gerais e oeste e sul da
Bahia), e a Caatinga, que domina as áreas de
clima árido e semiárido, como Bahia, Pernambuco
e oeste de Alagoas e Sergipe. A Mata Atlântica é
predominante na região onde ocorre maior umidade
no solo, ao longo de rios, formando as matas ciliares.
Localiza-se em Minas Gerais e nas faixas costeiras
de Sergipe e Alagoas (Alto e Baixo São Francisco).

Manual de Educação Ambiental CBHSF 52


MA RN
CE

PI PB

PE

AL
TO
SE

BA

GO DIViSoES
ReGIoNAIS Da BaCIA
A Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco é uma das mais
importantes do Brasil e possui uma área de aproximadamente
640 mil km². Por causa de sua grandeza e importância
econômica e social, a bacia foi dividida em quatro regiões,
MG para facilitar o planejamento e a localização das suas muitas
e diversas populações e ambiências naturais.

Alto São Francisco (235.635 km²) Da nascente (São Roque, MG)


ES até as Bacias do Rio Verde Grande e do Rio Carinhanha, incluindo
todo o estado de Minas Gerais, Goiás, Distrito Federal e uma
pequena porção do extremo Sul da Bahia.

Médio São Francisco (266.972 km²) Começa no trecho a jusante


das Bacias do Rio Verde Grande e Rio Carinhanha e se estende
RJ até a barragem de Sobradinho. A região compreende a maior
parte do estado da Bahia.
SP
Submédio São Francisco (110.446 km²) Inicia-se no ponto
imediatamente a jusante da barragem de Sobradinho e se
estende até a barragem de Paulo Afonso. Compreende os estados
da Bahia e Pernambuco.

Baixo São Francisco (25.523 km²) Inicia-se no ponto


imediatamente a jusante da barragem de Paulo Afonso até a foz
do Rio São Francisco, englobando Alagoas e Sergipe.

Manual de Educação Ambiental CBHSF 53


O Comitê da Bacia do Rio São A transposição
Francisco
O Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Fran- A transposição do Rio São Francisco é um
cisco (CBHSF) é um órgão colegiado, integrado projeto de deslocamento de parte das águas
pelo poder público, sociedade civil e empresas do Rio São Francisco, nomeado pelo gover-
usuárias de água, que tem por finalidade reali- no brasileiro como “Projeto de Integração do
zar a gestão descentralizada e participativa dos Rio São Francisco com Bacias Hidrográficas
recursos hídricos da bacia, na perspectiva de do Nordeste Setentrional”.
proteger os seus mananciais e contribuir para
o seu desenvolvimento sustentável. Para tanto, O projeto é um empreendimento do governo
o governo federal lhe conferiu atribuições nor- federal, sob responsabilidade do Ministério
mativas, deliberativas e consultivas. da Integração Nacional. Com 477 quilôme-
tros de extensão em dois eixos (Leste e Nor-
Criado por decreto presidencial em 5 de te), o empreendimento visa garantir a segu-
junho de 2001, o comitê tem 62 membros rança hídrica de 12 milhões de pessoas em
titulares e expressa, na sua composição tri- 390 municípios nos estados de Pernambuco,
partite, os interesses dos principais atores Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba, onde
envolvidos na gestão dos recursos hídricos a estiagem é frequente.
da bacia. Em termos numéricos, os usuários
somam 38,7% do total de membros, o po- As obras do Projeto São Francisco passam
der público (federal, estadual e municipal) pelos seguintes municípios no Eixo Norte:
representa 32,2%, a sociedade civil detém Cabrobó, Salgueiro, Terranova e Verdejante
25,8% e as comunidades tradicionais 3,3%. (PE); Penaforte, Jati, Brejo Santo, Mauriti e
Barro (CE); em São José de Piranhas, Monte
Horebe e Cajazeiras (PB). Já no Eixo Leste, o
empreendimento atravessa os municípios
pernambucanos de Floresta, Custódia, Be-
tânia e Sertânia; e em Monteiro, na Paraíba.

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RIO CARAÍBAS
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Rio São Francisco
SC
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AN Barragem de Rios receptores
FR Itaparica
O

RI
O

AL Açudes

BA SE
Captação

Manual de Educação Ambiental CBHSF 54


Biomas
Com grande diversidade ambiental, a Bacia O Cerrado cobre, praticamente, metade da
do São Francisco contempla fragmentos de área da bacia – de Minas Gerais ao oeste e
diferentes biomas: sul da Bahia, enquanto a Caatinga predomi-
Mata Atlântica, Cerrado e Caatinga. na no nordeste baiano, onde as condições
climáticas são mais severas. Um exemplar
da floresta atlântica, devastada pelo uso
agrícola e pastagens, ocorre no Alto São
Francisco, principalmente nas cabeceiras.

Manual de Educação Ambiental CBHSF 55


10

5
6

O que a 8

Caatinga tem
4

3
1
2

O único bioma exclusivamente brasileiro, a Caatinga volume de chuvas com períodos longos de estiagem.
ocupa o equivalente a 11% do território nacional, concen- E é por isso que esse bioma é formado apenas por espécies
trada na Região Nordeste do país. Ela cobre grandes vegetais que conseguem sobreviver nessas condições.
faixas do Ceará, Piauí, Rio Grande do Norte, Paraíba, Metade da Bacia do Rio São Francisco está situada na
Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e também parte do Caatinga, principalmente o Submédio São Francisco.
norte de Minas Gerais. O Velho Chico atravessa terrenos quentes e secos pelo seu
O clima é semiárido nas regiões em que a Caatinga predo- caminho até o mar e, por isso, é fundamental para a vida
mina. Suas características são a baixa umidade e o pouco desse bioma que sofre com o desmatamento acelerado.

1. Xique-xique (Pilosocereus polygonus) 6. Aroeira-do-sertão (Myracrodruon urundeuva)


2. Coroa de frade (Melocactus Zehntneri) 7. Umbu do sertão (Spondias tuberosa L.)
3. Favela (Cnidoscolus phyllacanthus) 8. Mulungu (Erythrina verna)
4. Catingueira (Caesalpinia pyramidalis) 9. Umburana (Amburana Cearensis)
5. Mandacaru (Cereus jamacaru) 10. Juazeiro (Ziziphus joazeiro Mart)

Manual de Educação Ambiental CBHSF 56


10

O que o
CERRADO tem
7

1 6

4
5
3

O Cerrado é o segundo maior bioma do país e a sua O bioma abrange os estados brasileiros de Goiás, Tocantins,
flora é a mais antiga da Terra. Ocupa cerca de 25% do Mato Grosso do Sul, São Paulo, Minas Gerais, Maranhão,
território nacional e é onde metade da Bacia Hidrográfi- Piauí, Bahia, além do Distrito Federal. Algumas espécies da
ca do Rio São Francisco está situada. Possui as maiores fauna do Cerrado estão ameaçadas de extinção, como o
reservas subterrâneas de água doce do mundo, que tamanduá-bandeira, o tatu-canastra e o lobo-guará.
abastecem as principais bacias hidrográficas do Brasil. É preciso preservar a savana mais rica em biodiversidade
Por isso, é considerado a “caixa d’água” do país. do mundo para o equilíbrio do planeta e a vida futura.

1. Buriti (Mauritia flexuosa L.f.) 6. Ipê (Tabebuia impetiginosa)


2. Murici (Byrsonima crassifolia) 7. Alecrim-do-campo (Baccharis dracunculifolia)
3. Baru (Dipteryx alata) 8. Pequi (Caryocar brasiliense)
4. Pau dóleo (Copaifera langsdorffli) 9. Cagaita (Eugenia dysenterica)
5. Mangaba (Hancornia speciosa) 10. Jacarandá (Dalbergia nigra)

Manual de Educação Ambiental CBHSF 57


9
10

O que a 7 6

Mata atlantica tem


1 3

5
2 4

A Mata Atlântica é predominante nas regiões onde ocorre qualidade da água potável para os brasileiros e para os mais
maior umidade no solo, ao longo de rios, formando as diversos setores da economia nacional como a agricultura, a
Matas Ciliares. Na Bacia do Rio São Francisco ela é pesca, a indústria, o turismo e a geração de energia. Os rios e
encontrada em Minas Gerais e nas faixas costeiras de lagos da Mata Atlântica abrigam ricos ecossistemas aquáti-
Sergipe e Alagoas (Alto e Baixo São Francisco). Suas cos, grande parte deles ameaçados pela poluição, pelo
florestas são fundamentais para a manutenção dos assoreamento, desmatamento das matas ciliares e pelas
processos hidrológicos assegurando a quantidade e represas feitas sem os devidos cuidados ambientais.

1. Sibipuruna (Caesalpinia peltophoroides) 6. Peroba (Aspidosperma polyneuron)


2. Orquídea (Orchidaceae) 7. Ipê Rocho (Handroanthus impetiginosus)
3. Embaúba (Cecropia angustifolia) 8. Cedro (Cedrela fissilis)
4. Pau Ferro (Caesalpineae ferrea) 9. Quaresmeira (Tibouchina granulosa)
5. Manacá (Tibouchina mutabilis) 10. Jequitibá Rosa (Cariniana legalis)

Manual de Educação Ambiental CBHSF 58


Peixes do Velho Chico
A ictiofauna do Rio São Francisco com- Nessa época, as águas sanfranciscanas fi-
preende cerca de 180 espécies de peixes de cam mais quentes e algumas espécies,
água doce. Desse total, 160 espécies são co- como os curimbatás, chegam a nadar até 43
nhecidas, 158 já foram registradas e 18 de- quilômetros de rio, em apenas 24 horas.
las encontram-se em extinção.
Por subirem o rio em grandes cardumes, os
De outubro a março, o Rio São Francisco se peixes se tornam presa fácil dos pescadores
torna cenário de um espetáculo da nature- nessa época e, por isso, a pesca é proibida.
za, a piracema. Milhares de peixes nadam Nesse período, chamado “defeso”, conside-
contra a correnteza, em um ambiente pro- ra-se ilegal a pesca profissional, assim, caso
pício para realizarem a desova no período o pescador seja encontrado com mais de
da reprodução. três quilos de peixe pela fiscalização, ele é
obrigado a pagar uma multa.

10

8 9

5 Peixes do rio 7

São francisco
6

3 4

1 2

1. Piau Verdadeiro (Leporinus obtusidens) 6. Cascudo Preto (Rhinelepis aspera)


2. Piranha (Pygocentrus piraya) 7. Pirá (Conorhynchus conirostris)
3. Dourado (Salminus franciscanus) 8. Surubim (Pseudoplatystoma corruscans)
4. Matrinchã (Brycon orthotaenia) 9. Curimatá-Pioa (Prochilodus costatus)
5. Traíra (Hoplias malabaricus) 10. Mandi Amarelo (Pimelodus maculatus)

Manual de Educação Ambiental CBHSF 59


AS COMUNIDADES DA BACIA DO VELHO CHICO
Algumas comunidades se tornaram tradicionais na Bacia Hidrográfica
do Rio São Francisco. Os Vazanteiros, os Quilombolas, as comunidades
dos Fundos e Fechos de Pasto, os povos indígenas e os pescadores são
alguns dos povos que vivem na região e sobrevivem do rio.

Manual de Educação Ambiental CBHSF 60


Vazanteiros (ou Barranqueiros
São comunidades que vivem e trabalham nas áreas inundáveis
do Médio São Francisco, mais precisamente na região norte de
Minas Gerais e em algumas outras localidades fora da bacia.
Bem adaptados às condições de permanentes mudanças
provocadas pelas variações das águas do rio, vazanteiros e
barranqueiros têm um conhecimento tradicional de mais de
quatro séculos de convivência com a natureza.

Seguindo as orientações do curso das águas, o povo desenvolve


a agricultura de vazante, lameiro e sequeiro. Todo o alimento
que produzem vai para a família e o excedente é transportado
em embarcações para ser vendido em mercados de cidades
vizinhas. Eles trazem consigo raízes indígenas e negras, mas
recebem bastante influência da vida ribeirinha da bacia.

Manual de Educação Ambiental CBHSF 61


Comunidade dos Fundos
e Fechos de Pasto
Os fundos e fechos de pasto se constituem em centenas de
comunidades espalhadas pela Caatinga e pelo Cerrado.
Caracterizam-se como grupamentos humanos marcados
por identidades e valores comuns. Os traços étnicos e
raciais e suas trajetórias de vida são os mais diversos, isso
porque existem fundos de pasto quilombolas,
indígenas ou de agricultores e agriculturas familiares que
nasceram e cresceram naquelas localidades, se ocupando
de plantações ou cuidando de seus animais, em geral
caprinos (fundos) e bovinos (fechos).

Manual de Educação Ambiental CBHSF 62


Geraizeiros
Reconhecidos como agricultores do planaltos, encostas
e vales do Cerrado, os geraizeiros habitam a área de
transição entre o Cerrado e a Caatinga, no oeste da Bahia.
Muitas vezes eles dividem uma propriedade comum,
popularmente chamada de quintal, onde plantam e criam
animais. O espaço é solidariamente ocupado,
com uma diversidade de culturas produtivas, e as tradições
locais selam laços de um comunitarismo único.

Manual de Educação Ambiental CBHSF 63


INDÍGENAS
70 mil índios habitam a Bacia do Rio São Francisco.
São 32 povos indígenas vivendo e sobrevivendo desse rio que,
apesar de estar pedindo socorro, sustenta muitas e muitas
famílias, inclusive as dos próprios índios. Apesar de sofrerem
com a degradação do Rio São Francisco, que está sendo
prejudicado com a gana do crescimento econômico e com
problemas ambientais, o Velho Chico é para os índios fonte
de subsistência e referência de vida e cultura.

Manual de Educação Ambiental CBHSF 64


Pescadores
A pesca, somada à agricultura e à criação de animais,
formavam a base de vida da população ribeirinha. Mas hoje, a
escassez de peixes no rio ameaça essa comunidade pesqueira.
As barragens, que alteraram os ciclos naturais do rio, afetaram
a reprodução de peixes e a vida desses pescadores que,
mesmo assim, resistem firmemente a sua presença no Médio
e Submédio São Francisco.

Manual de Educação Ambiental CBHSF 65


Quilombolas
Na região do Médio São Francisco, especialmente
na Bahia e em Minas Gerais, ainda é forte a
presença de comunidades quilombolas. Lá estão
concentradas 23 comunidades. Em Juazeiro, se
destaca o maior número de comunidades
Quilombolas, totalizando 14 delas.

As comunidades quilombolas que vivem ao


longo da Bacia do São Francisco mantêm uma
forte relação com o rio. Esses povos têm como
um dos seus princípios a ligação intrínseca
com o território.

Manual de Educação Ambiental CBHSF 66


lendas DO VELHO CHICO
O Rio São Francisco é muito mais do que um rio. Também conhecido como Opará
(o rio-mar), ele é tão marcante na vida dos ribeirinhos, que muitos chegam a acreditar
que ele tem vida própria. O Velho Chico inspira o imaginário popular, que faz brotar de
suas margens lendas e histórias que passam de geração em geração.

Manual de Educação Ambiental CBHSF 67


Carrancas
Carranca é o nome dado para uma teria derivado de crenças dos povos
fisionomia assombrosa e que representa africanos, enquanto outros alegam serem
braveza. Na história, as carrancas eram típicas da cultura indígena.
utilizadas nas proas das embarcações que
percorriam o Rio São Francisco, pois os As carrancas se tornaram um mito para
navegadores acreditavam que essa figura a população local, funcionando como um
amedrontadora ajudava a afastar os maus “objeto de proteção” para os seus
espíritos e protegia a tripulação do ataque portadores. Hoje as esculturas são
de monstros do rio. comercializadas principalmente como
objetos de ornamentação e amuletos. Os
As imagens das carrancas são artesãos que produzem as carrancas são
antropomórficas, ou seja, misturam popularmente conhecidos por
elementos físicos de animais e de seres “carranqueiros”. Normalmente, a escultura
humanos. Há uma dúvida sobre sua é feita em madeira e pintada à mão.
origem. Alguns pesquisadores dizem que

Manual de Educação Ambiental CBHSF 68


MAE dagua
A Mãe d’Água é uma sereia que vive no Rio São
Francisco. Para os barqueiros, o rio dorme quando
é meia-noite, permanecendo adormecido por dois
ou três minutos. Neste momento, a Mãe d’Água
vem para fora, procurando uma canoa para ela
sentar-se e pentear seus longos cabelos. Mas se
um pescador vê essa sereia, é tomado por um
feitiço. Não adianta chamá-lo. O amaldiçoado
ganha um olhar vazio, perde o destino,
enlouquece e, por fim, acaba desaparecendo.

Manual de Educação Ambiental CBHSF 69


Minhocao
O Minhocão é destaque entre as lendas do
Velho Chico. Ele seria uma serpente
gigantesca, fluvial e subterrânea, que viveria
no rio. Reza a lenda que o Minhocão seria
capaz de se locomover por debaixo da terra,
chegando até as cidades, sendo capaz de
desmoronar casas e servindo de explicação
para fenômenos de desnivelamento.

Manual de Educação Ambiental CBHSF 70


Nego dagua
ou caboclo dagua
Tem também o Nego D’água, que habita a profundeza dos rios
e com suas gargalhadas assusta os pescadores e lavadeiras que
não o agradam com peixes, fumo de mascar e pinga.

Ainda segundo a lenda, o Nego D’água costuma virar a canoa


dos pescadores que pescam durante a Piracema ou que
pescam de forma prejudicial ao meio ambiente.

Manual de Educação Ambiental CBHSF 71


A Lenda da Origem do Rio
Diz a lenda que o Rio São Francisco Saudosa do companheiro e inconsolável
nasceu assim: lá na região da Serra da com a perda, ela sentou-se numa pedra e
Canastra havia uma tribo indígena, onde chorou copiosamente, por dias seguidos.
morava uma linda índia chamada Irati. Suas lágrimas escorreram pelo chapadão
Um dia, o seu amado, um bravo guerreiro despencando do alto da serra formando
da tribo, saiu com outros homens da uma linda cascata e, caindo no sulco
aldeia para lutarem contra a invasão dos criado pelos passos dos guerreiros,
homens brancos. Era enorme a escorreram para o norte e lá muito longe
quantidade de guerreiros. Eram tantos se derramaram no oceano, e assim se
que os seus passos afundaram a terra formou o Opará, rio-mar na linguagem
formando um grande sulco. O noivo de indígena, o Rio São Francisco.
Irati nunca mais voltou.

Manual de Educação Ambiental CBHSF 72


Serpente da Ilha do Fogo
Dizem também que, há muito tempo atrás, uma menina
que morava na cidade de Juazeiro era possuidora de uma
grande beleza. Certo dia, nas margens do Velho Chico, ela
permaneceu por muitas e muitas horas olhando seu reflexo
nas águas que estavam cristalinas e acabou esquecendo das
horas e da sua casa. Quando chegou às 18 horas, no badalar
do sino, ela se transformou em uma gigante e terrível
serpente: essa é a lenda da Serpente da Ilha do Fogo.

Manual de Educação Ambiental CBHSF 73


A lenda do sono
A lenda do sono conta que o Velho Chico,
que trabalha o dia inteiro para atender
às necessidades das pessoas, adormece
à meia noite. Esse é o momento em que
as almas dos afogados se dirigem para
as estrelas, a mãe d’água sai das águas e
enxuga seus cabelos, os peixes param
no fundo do rio e até as cobras perdem o
seu veneno. Essa calmaria pode parecer
o momento ideal para se pescar e
navegar, mas a lenda conta que o
despertar do rio pode custar caro.

Manual de Educação Ambiental CBHSF 74


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