Vous êtes sur la page 1sur 4

FIGURAS DE PALAVRAS

Também chamadas de figuras de semântica, são formas de expressar o pensamento ou


os sentimentos de modo vivo, enérgico, vibrante, capaz de impressionar o ouvinte ou
leitor, escapando ao uso corriqueiro que se faz das palavras e da língua.

1. Antonomásia: substituição de um nome próprio por um atributo ou qualidade que lhe


diz respeito - e vice-versa:

Já quiseram os Deuses que tivesse

O filho de Filipe, nesta parte,

Tanto poder que tudo submetesse

Debaixo do seu jugo o fero Marte.

(Camões)

[No caso, "filho de Filipe" refere-se a Alexandre Magno.]

Observação: é também por antonomásia que a tradição literária e


histórica concede títulos específicos a alguns homens célebres: Águia
de Haia (Rui Barbosa); Boca do Inferno (Gregório de Matos); Poeta
das Estrelas (Olavo Bilac) etc.

2. Metonímia: emprego de um termo por outro, através de uma relação de dependência,


que pode ser da causa pelo efeito, da parte pelo todo, do conteúdo pelo continente, da
obra pelo autor, da causa pela consequência etc., e vice-versa:
a) o efeito pela causa:

As cãs inspiram respeito (em vez de a velhice).

b) o autor pela obra:

Ler Machado de Assis.

c) o continente pelo conteúdo:

Tomar uma garrafa (de vinho).

d) a parte pelo todo:

Completou quinze primaveras (por anos).

e) o singular pelo plural:

A mulher tem sempre rara intuição (por as mulheres).

f) a característica pelo produto:

"(Um homem) trazia um ferro na mão gotejando vermelho, uma faca de lâmina estreita
ou um punhal" (Raul Pompeia). [No caso, vermelho = sangue.]
3. Sinédoque: na prática, confunde-se com a metonímia. Tal semelhança, inclusive, é
objeto de discussão entre os gramáticos. Seria uma metonímia baseada na relação
quantitativa entre o significado original da palavra usada e o conteúdo ou referente
imaginado:

Braços para a lavoura (Onde "braços" substitui "homens" ou "trabalhadores").

4. Metáfora: é o mais expressivo elemento em que se apoia a


linguagem figurada. Trata-se da principal figura semântica, da qual as
outras figuras podem aproximar-se, ou confundir-se com ela. Consiste
na transferência de um termo para uma esfera de significação que não
é a sua, em virtude de uma comparação implícita. Em outras palavras,
é o deslocamento de um termo, ou de uma expressão, de sua área de
significado normal para outra, processo de que resulta a produção de
um efeito estético em que se faz presente o binômio
denotação/conotação:

Perdi a chave do apartamento. [sentido denotativo]

Percebemos, enfim, a chave do problema. [sentido conotativo ou


metafórico]

"No dia seguinte, acordamos debaixo de um temporal [...]. Enfim a


tempestade amainou. Confesso que foi uma diversão excelente à
tempestade do meu coração." (Machado de Assis)

A metáfora pode ser caracterizada ainda pelas seguintes figuras:

4.1. Catacrese: é a metáfora mais comum, estereotipada, que resulta da ausência de um


termo próprio para designar determinada coisa: pernas da mesa, cabeça de alfinete etc.

4.2. Personificação (ou animismo): atribuição a seres inanimados de ações, qualidades


ou sentimentos próprios do homem:

"[...] o sol, no poente, abre tapeçarias..." (Cruz e Souza)

4.3. Hipérbole: figura do exagero; tem por fundamento a paixão, que leva o escritor ou
o falante a deformar a realidade, glorificando-a ou amesquinhando-a segundo seu modo
particular de sentir:

"Eu, somente eu, com a minha dor enorme,

Os olhos ensanguento na vigília!"

(Augusto dos Anjos)

4.4. Símbolo: é a metáfora que ocorre quando o nome de um ser ou coisa concreta
assume valor convencional, abstrato:

Ele hesita entre a cruz [o cristianismo ou as virtudes cristãs] e os prazeres da vida.

4.5. Sinestesia: interpenetração de planos sensoriais. Fundem-se sensações visuais com


auditivas, gustativas, olfativas, tácteis, num amálgama de efeitos expressivos:

"Por uma única janela envidraçada, [...] entravam claridades cinzentas e surdas, sem
sombras." (Clarice Lispector)

Vous aimerez peut-être aussi