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Suzana Mueller. IV EnAncib. Análise dos trabalhos apresentados.

Página 1

IV EnAncib
Encontro da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Ciência
da Informação – Brasília. 6 a 10 de Novembro de 2000.
__________________________________________________________________

O estado da arte da pesquisa em Ciência da Informação no Brasil - Análise


dos trabalhos apresentados no IV Enancib, Brasília, 2000

Suzana P M Mueller1
Antonio Miranda1
Emir Suaiden1

Resumo2
Análise dos trabalhos apresentados nas sessões temáticas do IV Encontro da
Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Ciência da Informação ocorrido
em Novembro de 2000, em Brasília. Neste artigo apresenta-se uma análise desses
trabalhos, tendo como fonte de dados os resumos enviados e as fichas de inscrição
preenchidas pelos participantes, além dos Anais das três EnAncibs anteriores (1994,
1995, 1997). O resultado pode ser considerado como indicador do estado atual e das
tendências da pesquisa na área.

Abstract
Analysis based on data collected from the abstracts of papers submitted and
selected for presentation during the thematic sessions of the EnAncib - the Brazilian
National Association of Research in Information Science's meeting, held in Brasília, in
November 2000. Registration forms were also used to complete data on authors and
subjects. The three previous EnAncib proceedings were also used as source for data and
provided valuable information for comparisons. Results may be considered as indicative
of the present state and of trends for the future in research interests and community
profile.

Introdução
A Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Ciência da Informação –
ANCIB, que tem como sócios os principais pesquisadores brasileiros da área, é
reconhecida como a sociedade científica de âmbito nacional mais importante nessa área,
1
Departamento de Ciência da Informação da Universidade de Brasília
2
Palestra apresentada na Sessão Inaugural do IV ENACIB, Brasília 6-10 de novembro de 2000
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no país. A maior parte de seus associados está ligada aos cursos de pós-graduação –
mestrado e doutorado em Ciência da Informação e áreas afins, existentes no país. A
Ancib já promoveu quatro encontros nacionais - chamados de EnAncib - em 1994, 1995,
1997 e o mais recente, 2000. Os encontros tem como finalidade a apresentação de
trabalhos de pesquisa em andamento ou recém concluídos. No IV EnAncib, realizado
em Brasília, em novembro de 2000, foram apresentados 250 trabalhos nas oito sessões
temáticas. Na medida em que a ANCIB representa a comunidade brasileira de
pesquisadores da área de Ciência da Informação, o conjunto de trabalhos apresentados
na IV EnAncib pode ser considerado como representativo do estado da arte da pesquisa
em Ciência da Informação, no Brasil, naquele momento. Esse é o objetivo deste
trabalho: apresentar o resultado de levantamento e análise dos trabalhos apresentados no
IV EnAncib, na tentativa de obter o retrato atual da área.

Os dados foram coletados nos 250 resumos selecionados e nas fichas de


inscrição dos participantes. Algumas comparações foram feitas com os encontros
anteriores, usando-se como fonte de dados os Anais desses Encontros. Os vários
aspectos apresentados são relacionados à temática, ao tipo de pesquisa e estágio de
andamento, e à autoria. Tentou-se levantar dados relacionados aos métodos de pesquisa
empregados, mas poucos autores foram claros nesse ponto em seus resumos, tornando a
análise inviável.
Apesar de algumas fichas estarem incompletas, e de os resumos, pela sua própria
natureza, nem sempre deixarem muito claro os dados que se buscou, houve informação
suficiente para realizar o trabalho. No entanto, as deficiências das fontes devem ser
levadas em consideração no uso posterior dos resultados obtidos.

A análise é feita segundo quatro perspectivas:


1. temas: grupos temáticos
2. tipo de trabalho: pesquisa individual e em grupo, teses e dissertações,
monografias de cursos de especialização e graduação, trabalhos em disciplinas de
cursos de PG
3. estágio de andamento: data de conclusão ocorrida ou prevista;
4. autoria: origem dos autores, instituição onde o trabalho foi realizado;
autoria única e conjunta.

1. Temas
As primeiras reuniões da Ancib, que datam do final da década de 70 e início de 80, eram
reuniões de trabalho dos coordenadores dos cursos de Pós-Graduação então existentes,
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muitos recém iniciados, onde o assunto predominante era a administração e


consolidação desses cursos e não a apresentação de trabalhos de pesquisa. Ainda assim,
já havia grupos de interesse específicos que reuniam pesquisadores extrapolando o
limite de cada curso. São esses grupos temáticos -GTs- que têm sido usados nos atuais
EnAncibs como parâmetros para a coleta e classificação de trabalhos e organização dos
trabalhos selecionados em sessões temáticas.

No primeiro EnAncib, que ocorreu em 1994 na cidade de Belo Horizonte havia 6


GTs estabelecidos, e mais um, dedicado a discussão de políticas dos cursos de Pós-
Graduação e dos problemas enfrentados por esses Cursos, ainda resquício das reuniões
anteriores da Ancib. Mas já nos encontros subsequentes, ocorridos respectivamente em
Valinhos (SP) em 1995 e Rio de Janeiro (RJ) em 1997, as discussões de caracter
administrativo foram separadas da apresentação de pesquisas, não mais se constituindo
em GT.

Embora o período decorrido entre o I EnAncib -1995 e o IV EnAncib - 2000 seja


de apenas cinco anos, evidencia-se evolução nos grupos temáticos inicialmente
estabelecidos conforme mostra o Quadro 1, abaixo.

Como se pode notar no Quadro 1, houve uma evolução nos títulos dos GT-1, GT-
3 e GT-5. A expressão Informação tecnológica, presente no GT-3 na coluna
correspondente a 1994 migra para o GT-1 nas demais colunas, sendo substituída por
Novas tecnologias. Houve uma adequação de terminologia, e não propriamente de
conteúdos. Registra-se também, neste GT, o acréscimo de outros assuntos, inclusive
educação à distância.

No IV Enancib -2000, surgem dois novos GTs – o GT-7 e GT-8. O primeiro é na


verdade uma subdivisão do GT-1, causada pela expansão do interesse no estudo do tema
Inteligência Competitiva. Foi proposto nas reuniões preparatórias ao Encontro, e sua
criação aprovada, pelo menos para a organização das sessões temáticas do IV Enancib.
Sua consolidação como grupo de pesquisa vai depender da permanência do interesse no
tópico, pois a diferença entre os trabalhos classificados no GT-1 e GT-7 não são
absolutamente claras em todos os casos. Já o GT-8, Epistemologia da Ciência da
Informação, vem ocupar uma lacuna importante nos grupos até então existente. Assim
mesmo, sua consolidação como GT dependerá do volume de trabalhos de pesquisa que
serão desenvolvidos até o próximo encontro.

Quadro 1 – Evolução dos grupos temáticos do I ao IV EnAncib-1994-2000


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1994 1995 1997 2000


GT
1 Administração/Gestão/Avaliaçã Informação tecnológica e Informação tecnológica e Informação tecnológica
o e estudos de usuário administração de serviços administração de serviços

2 Representação do Representação do Representação do Representação do


conhecimento/Indexação conhecimento/Indexação conhecimento/Indexação conhecimento/Indexação
/ Teoria da classificação / Teoria da classificação / Teoria da classificação / Teoria da classificação
3 Novas tecnologias/ Bases de Novas tecnologias/ Bases de Novas tecnologias/ Bases de
Informação tecnológica dados/ fontes de informação (e dados/fontes de informação e a dados/fontes de informação e a
a Educação) Educação à distância Educação à distância
4 Informação e sociedade/ Ação Informação e sociedade/ Ação Informação e sociedade/ Ação Informação e sociedade/ Ação
cultural cultural cultural cultural

5 Produção científica/ Literatura Produção científica/ Produção científica/ Literatura Comunicação científica
cinza Literatura cinzenta cinzenta

Formação profissional/ Formação profissional/ Formação profissional/ Formação profissional/


Mercado de trabalho Mercado de trabalho Mercado de trabalho Mercado de trabalho

7 Políticas de pesquisa e dos Planejamento de sistemas/


Cursos de PG Inteligência competitiva
8 Epistemologia da Ciência da
Informação
Fonte: programação do IV EnAncib e Anais do I, II e III EnAncibs

1.2 Número de trabalhos por grupo temático

Ao longo do tempo, o crescimento do número de trabalhos nos grupo temáticos


apresenta alguns pontos interessantes: no Quadro 2 estão representados os quatro
Encontros e a presença percentual de cada grupo. Embora em termos reais todos os
grupos tenham crescido, em termos percentuais, enquanto alguns se mantiveram mais ou
menos estáveis, outros apresentaram variações significativas, como por exemplo o GT-
4, Informação e Sociedade.

Considerando apenas o IV Enancib, a distribuição de trabalhos por grupos


temáticos mostra os GT-3 - Novas Tecnologias/Redes de informação/Educação à
distância, e GT4 - Informação e Sociedade/Ação cultural como os que reuniram maior
número de trabalhos apresentados. A distribuição está representada no Quadro 3.

Considerando os quatro EnAncibs, a evolução dos grupos, em termos de número


de trabalhos apresentados em cada um mostra que o GT-4, Novas Tecnologias, teve o
maior crescimento, e o GT-1, Informação tecnológica, a maior queda em número de
trabalhos. Mas o GT-7 Planejamento e inteligência competitiva, pode ser considerado
como uma subdivisão do GT-1, como comentado anteriormente. Se os trabalhos
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apresentados nesses dois grupos fossem reunidos, teríamos então esse grupo como o
mais produtivo.

Quadro 2 Evolução da incidência de trabalhos por grupo temático nos EnAncib.

tec Número de trabalhos:percentagem


grupopor
temático 1994 (n=18*)
Número de trabalhos porgrupo temático,
1995, (n=56)
17 17 Informação tecnológica formação
profissional
informação Informação tecnologica
tecnológica
% % organização do
conhecimento
11%
20% organização do
novas tecnologias produção conhecimento
22 21 informação e sociedade
científica
18%
novas tecnologias

% % organização informação e sociedade


6 17
produção científica do
conheciment
Produção científica
*
% %
ExcuSessob
de políti
formação profissional
informação e
o
20% Formação profissional
sociedade novas
PG
sive são re cas tecnologias
20%
11%

Número de trbalhos por grupo temático. III


Enancib, Rio de Janeiro, 1997(n=134) Número detrabalhos por Informação tecnológica
grupo temático
Informação Enancib2000n=250)
tecnológica Organização doConhecim.
Organização do 5% 9%
conhecimento Novas tecnologias
14%
7% 16% Informação e sociedade
14% 22% Novas tecnologias
8%
Produção científica
Informação e
sociedade 12% Formação profissional
18%
Produção científica
27% 18% Inteligência competitiva
24%
Formação Epsitemologia da CI
6% profissional

Fonte: Anais EnAncib de 1994,1995 e 1997, fichas de inscrição e resumos, EnAncib 2000
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Quadro 3 - Número de trabalhos por grupo temático - IV EnAncib -2000


Enancib 2000
Número de trabalhos por grupo temático(N=250)
50
n ú m e ro d e t ra b a lh o s

45
40
35
30
25
20
15
10
5
0

grupos temáticos

Fonte: resumos e fichas de inscrição, IV EnAncib 2000

Quadro 4 - Evolução do número de trabalhos por grupo temático por


encontro

Evolução do número de trabalhos nos quatro EnAncib

50
informação científica
45

organização do
40
conhecimento
35
novas tecnologias
Número de trabalhos

30

25
Informação e
sociedade
20
Produção
15
científica
Formação
10
profissional
5 Inteligência
ompetitiva
0
1994 1995 1997 2000
Epistemologia da CI
Encontros da Ancib
Fonte: resumos e fichas de inscrição IV EnAncib 2000

Fonte: resumos e fichas de inscrição, IV EnAncib 2000


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O GT-3 apresentou crescimento de produtividade mais acentuado que todos os


outros grupos. O GT-5 e GT-6 também apresentaram curva de crescimento em ascensão,
enquanto os GT-2 e GT-4 apresentam crescimento menos acentuado, tendendo para
estabilização, talvez por já ter atingido um número bastante alto de trabalhos nos
Encontros anteriores. No Quadro 4 estão representadas as curvas de evolução dos
grupos.

A análise de aspectos relacionados aos grupos temáticos tornou visível a Ciência


da Informação no Brasil como uma área em evolução, com interesses crescentes em
tecnologia e em questões sociais. Mostrou também a emergência, ainda tímida, de
interesse em questões teóricas, ligadas à Epistemologia da área, assunto sem registro nos
Encontros anteriores ao IV EnAncib. A comparação entre o conjunto de trabalhos
apresentados em cada encontro mostrou ainda tendência para distribuição mais
homogênea de trabalhos entre os grupos, com a desaceleração do crescimento dos
grupos maiores e crescimento acentuado dos grupos menores.

2. TIPO DE TRABALHO

Os Anais dos Enancibs anteriores a 2000 não indicam a natureza dos trabalhos
apresentados (se pesquisas relacionadas a teses ou dissertações, por exemplo). Assim,
não foi possível fazer comparações com o conjunto ora analisado.

Os trabalhos submetidos à seleção para apresentação no IV EnAncib foram


classificados em sete grupos, segundo seu tipo, e apresentaram a seguinte distribuição:

Quadro 5- Número de trabalhos por tipo de


pesquisa
Tipo de trabalho qtdade %
pesquisa individual - 61 24
pesquisa em grupo 50 20
tese de doutorado 44 18
dissertação de mestrado 71 28
monografia de curso de especialização 10 04
monografia de curso de graduação e PIBIC 10 04
trabalhos em disciplinas de cursos de pós graduação 04 02
TOTAL 250 100
Fonte: Resumos e fichas de inscrição
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A análise dos 250 trabalhos selecionados mostra uma proporção significativa -


56% - de trabalhos de tese e dissertação, monografias e trabalhos realizados em
disciplinas de cursos de pós-graduação (Quadros 5 e 6), isto é, trabalhos decorrentes de
atividades de formação profissional. O grupo majoritário é o de teses ou trabalhos
ligados a teses de doutorado.
Com base nesses resultados pode-se afirmar que no Brasil, uma parte signifivativa
da comunidade de pesquisadores da Ciência da Informação esta ainda em formação:
56% dos trabalhos apresentados no IV EnAncib são ligados às atividades de estudantes,
e 44% são pesquisas individuais ou de grupos, provavelmente de autoria de
pesquisadores já formados e mais experientes. Esses resultados poderiam ser
interpretados como sinalizando para um crescimento significativo da comunidade de
pesquisadores em futuro próximo, mas, como em qualquer outra área do conhecimento,
não se pode afirmar que ao totalidade de autores-estudantes continuará a pesquisar
depois de concluída a formação.

3 ESTÁGIO DE ANDAMENTO DOS TRABALHOS DE PESQUISA

A análise do estágio de andamento dos trabalhos de pesquisa apresentados foi feita


apenas para o IV EnAncib, pois nos Anais dos Encontros anteriores a informação não
estava disponível. As fichas de inscrição foram a principal fonte de dados, pois nelas
havia um espaço específico para esta informação. No entanto, 39% dos autores deram
informações vagas ou incompletas, como por exemplo, respondendo com a palavra sim
no espaço encabeçado com a frase em andamento, onde se esperava uma data de
conclusão, ou deixando a informação em branco.

O Quadro 7 mostra o número e a percentagem de trabalhos concluídos e em


andamento, e o Quadro 8 a mesma informação por tipo de trabalho. As informações
expostas nesses dois quadros são indicativas de uma área ativa, onde a atividade de
pesquisa é intensa. No período coberto pelo Encontro, 1998 a 2000, i. e., pesquisas
concluídas ou em andamento entre 1998 e 2000 3, 40% do total de 250 trabalhos estavam
concluídas ou por concluir até o final de 2000, e 21,6% com data prevista de conclusão
até 2004 e 38,4% "em andamento" sem data específica de conclusão (total de 150
trabalhos). Distribuídos esses número por tipo de trabalho, são as pesquisas individuais 4
(50 trabalhos) e pesquisa em grupo (38 trabalhos) que lideram os trabalhos em
andamento, seguidos de perto pelas dissertações de mestrado (30 trabalhos) as teses de

3
Houve uma pesquisa concluída em 1997, que foi aceita na seleção.
4
As categoria Pesquisa individual e Pesquisa em grupo se referem a pesquisas realizadas por pesquisadores já formados,
enquanto que teses e dissertações são trabalhos realizados para obtenção de graus acadêmicos.
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doutorado (24 trabalhos) e monografias de cursos (8 trabalhos). Em conclusão, o grupo


de pesquisadores que apresentou trabalhos em andamento é formado maioritariamente
por pesquisadores trabalhando individualmente ou em grupo (58.6% dos trabalhos em
andamento), e minoritariamente por estudantes (41,3% dos trabalhos em andamento).

Quadro 7 - Ano de conclusão dos trabalhos


Número percenta Percentagem
Ano de de gem acumulada
trabalhos
conclusão
1997 1 0,4 0,4
1998 12 4,8 5,2
1999 22 8,8 14
2000 65 26 40
2001 32 12,8 52,8
2002 16 6,4 59,2
2003 5 2 61,2
2004 1 0,4 61,6
"em andamento"* 96 38,4 100
Total 250 100 100
* Esta informação foi deduzida das informações fornecidas pelos autores, que não especificaram data para conclusão.
Fonte: fichas de inscrição, IV Enancib -2000

Quadro 8 - Tipo de trabalho apresentado por ano de conclusão

Tipo de trabalho 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Sem TOTAL
data
Tese de doutorado 01 04 08 07 08 03 05 01 07 44

Dissertação de mestrado 06 10 25 09 04 17 71

Monografia de curso de 01 04 05 10
especialização
Monografia de curso de 01 06 03 10
graduação/Pibic
Trabalhos de disciplinas 04 04
de PG
Pesquisa individual 11 08 07 35 61

Pesquisa em grupo 04 08 07 02 29 50
TOTAL 1 12 22 65 32 16 5 1 96 250

Fonte: resumos e fichas de inscrição


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4 AUTORIA
Estudos sobre a colaboração na autoria de pesquisas vêm merecendo atenção dos
estudiosos de comunicação científica. Resultados desses estudos mostram variação na
incidência de trabalhos em colaboração conforme a área de conhecimento, sendo a
colaboração mais freqüente nas ciências naturais, exatas e da saúde, e menos freqüente
nas ciências sociais e humanidades. A colaboração na autoria é em geral interpretada
como indicação de estágio mais adiantado de consolidação das áreas científicas. Alguns
autores vem tentando perceber ligações entre aumento de incidência de autorias
múltiplas nas ciências sociais (tradicionalmente área em que predominam autores
únicos), o fenômeno da globalização e a inserção das tecnologias de comunicação, mas
não há evidências que sustentem essa hipótese.

Na presente análise, os dados relacionados à autoria foram levantados com a


intenção de verificar a origem geográfica dos autores, as instituições mais produtivas e
influentes na área e a incidência da autoria em colaboração.

Foram registrados 412 autores para os 250 trabalhos inscritos no IV EnAncib. No


universo estudado há apenas um caso de autoria envolvendo autores brasileiros e
estrangeiros, mas há diversos casos de colaboração entre autores oriundos de instituições
diferentes e em alguns casos mais raros, entre autores de Estados diferentes.

4.1 Origem dos autores


Entre os 412 autores dos 250 trabalhos aceitos para as sessões temáticas, havia
oito autores estrangeiros5. Os países de origem desses oito autores são:
Argentina - 1
México - 1
Portugal - 1
Estados Unidos - 1
Espanha - 1

Os 412 autores nacionais vieram das várias regiões geográficas do país.


Considerando a origem geográfica dos trabalhos, embora todas as regiões estejam
representadas, há diferenças marcantes na proporção em que aparecem: predominam as
regiões SE seguida da região CO, representada principalmente pelo DF. A Região Sul
surpreende pela baixa representação, quando se considera a sua tradição na área. A
Região Norte também está pouco representada, apenas pelo Estado do Pará. A Região
5
Compareceram 9 autores estrangeiros ao IV Enancib, mas um deles, do Mexico apresentou palestra em um dos painéis, e
não foi incluído no total dos trabalhos apresentados nas sessões temáticas.
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Nordeste está representada por seis Estados, com a ausência apenas de Alagoas e
Sergipe. A proporção de autores cuja origem não foi identificada é relativamente alta,
7,44%. (Quadro 9)

Quadro 9 - Origem geográfica dos trabalhos


Origem dos autores nacionais por região geográfica
RGS
RGS SC SC
2,07% 2,07%
SP,PR
SP,PR
RN SP
Pa 0,41%
0,41%
2,89% MG
Pe
Pb/MG RJ
0,41%
0,41% sem identi DF
ficação Go
Mar Pb 7,44%
1,65%
Ba
4,55% SP
11,57% CE
Mar
CE Pb
0,41%
Pb/MG
Ba Pe
5,79% MG
RN
14,05%
Pa
sem identificação

Fonte: resumoe
Go e fichas de inscrição IV EnAncib 2000
0,41%
DF RJ
23,55% 21,90%
2.2 Origem Institucional dos autores
O quadro 21 mostra a origem institucional dos trabalhos que serão apresentados

Fonte: resumos e fichas de inscrição IV EnAncib 2000


Suzana Mueller. IV EnAncib. Análise dos trabalhos apresentados. Página 12

Quadro 10 - Origem institucional dos trabalhos apresentados no IV EnAncib

Instituição Trabalhos % Instituição Trabalhos %

1 UnB 53 22,18 17 IBGE 2 0,84


2 UFRJ/IBICT 43 17,99 18 PUC/MG 2 0,84
3 UFMG 29 12,13 19 Embrapa 2 0,84
4 PUCCAMP 14 5,86 20 Centro Universitário AdventistaSP 1 0,42
5 UFPb 13 5,44 21 Fac.DomDomenico/santos 1 0,42
6 UNESP 12 5,02 22 FINEP/Rio 1 0,42
7 IBICT/DF 9 3,77 23 Grenoble-França 1 0,42
8 UFBa 9 3,77 24 Loughborough University 1 0,42
9 UFFFonte: resumos de trabalhos e de inscrição
6 dos participantes
2,51 25IV NIT/São
EnAncib -Carlos
2000 1 0,42
10 UniRio 6 2,51 26 SecCT/MG 1 0,42
11 USP/ECA 6 2,51 27 UERJ/USP/UNESA/UCP/PUC 1 0,42
12 UFSC 5 2,09 28 UFMa 1 0,42
13 Marseille 4 1,67 29 UFSC/Fundação Certi 1 0,42
14 UFPa 4 1,67 30 UFSCAR 1 0,42
15 UFRGS 4 1,67 31 UNIBAN/UFPr 1 0,42
16 Correios-ECT 2 0,84 32 Unicamp 1 0,42
33 Univ Catolica Petropolis 1 0,42
TOTAL 239 100,00
Fonte: resumos e fichas de inscrição IV EnAncib 2000

4.3 Influência de Instituições

Foi feita uma tentativa para verificar a influência e capacidade dos cursos de pós-
graduação em atrair estudantes vinculados profissionalmente a instituições localizadas
em outros Estados da Federação. Foram levantados 24 trabalhos, todos teses ou
dissertações, em que o Estado onde se localiza a instituição de vinculo profissional do
estudante, indicado na ficha de inscrição, divergia do Estado em se localiza a
Universidade onde o trabalho foi realizado, conforme indicado no resumo. Embora as
fichas não estivessem sempre preenchidas com clareza, e apenas se tenha considerado
aqui autores com vínculos profissionais declarados (e por isso esses dados devem ser
vistos com cautela quando se considera todo o universo) é possível perceber áreas de
influência das Universidades. A Universidade de Brasília (UnB) aparece com sete
trabalhos realizados por alunos-pesquisadores com vínculo com instituições localizadas
nos Estados de Bahia, Goiás, Minas Gerais e Pará, todos Estados relativamente
próximos à Brasília. A atração exercida pelo curso mantido pelo convênio entre a
Universidade Federal do Rio de Janeiro e Instituto Brasileiro de informação Científica e
Tecnológica (UFRJ/IBICT), no entanto, vai além da região geográfica mais próxima
(Ba, DF, MG e Pa). Essas são as duas universidades brasileiras que mais atraíram
estudantes com vínculo empregatício em outros Estados, na amostra considerada. Na
lista reproduzida no Quadro 11 aparecem três universidades estrangeiras, duas
francesas e uma inglesa. A Université de Marseille é um caso a parte – os quatro
trabalhos incluídos (dois do RJ, um do DF e um da Ba) são produtos dos cursos de
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Inteligência Competitiva oferecidos em parceria com o IBICT nesses Estados, durante o


período considerado.

Quadro 11 - Instituição de origem da pesquisa e Estado do pesquisador


Estado Ce Ba DF Go Ma MG Pa RS RJ RN TOTAL
Instituição
UnB 2 3 1 1 7
UFRJ/IBICT 1 1 2 1 5
Univ. de Marseille (France) 1 1 2 4
PUCCAMP 1 1 2
Univ. Grenoble (France) 1 1
IBICT/DF 1 1
Loughborough Unv.(UK) 1 1
UFF 1 1
UFPb 1 1
USP/ECA 1 1
TOTAL 1 5 3 4 0 4 2 1 3 1 24
Fonte: resumos e fichas de inscrição, IV EnAncib - 2000.

Em conclusão, o Sudeste predomina na origem dos autores, seguida pela Região


Centro-Oeste. A UnB e a UFRJ são as instituições que mais contribuíram com trabalhos
no IV Enancib. A ausência de alguns Estados e a presença pouco representativa de
algumas Instituições com tradição de pesquisa, no IV EnAncib, chamam a atenção e
requerem esplicação. Por outro lado, a presença da UnB e da UFRJ/IBICT como
Instituições capazes de atrair estudantes de outras áreas geográficas fica clara no Quadro
11. A visibilidade da UnB poderia ser atribuída ao fato de ser a sede do Encontro.

4.4 Número de autores por trabalho.

Os Anais do I EnAncib (1994) registram a totalidade de autorias únicas (100%)


nos trabalhos apresentados; segundo os Anais do EnAncib de 1995 houve naquele
encontro quase um quarto de trabalhos em colaboração (22,81%), percentagem que
aumentou no EnAncib de 1997 para 29,45% . Segundo os resumos e fichas de inscrição
examinados, no IV EnAncib, 2000, houve aumento de autorias múltiplas em números
reais, mas queda no percentual. (Quadro 12)
Suzana Mueller. IV EnAncib. Análise dos trabalhos apresentados. Página 14

Quadro 12 - Autoria única e múltipla (percentagem)

120,
00
0,0
100,
Número de trabalhos - percentagem

00
22, 81 24, 80
29, 85
80,0
0 Autores
múltiplos
60,0
0
100,00
40,0 77,19 Autores
0 70, 15 75, 20 únicos

20,0
0
Anos dos Encontros da Ancib
0,0
0 1994 1995 1997 2000
Fonte: Resumos, fichas de inscrição do IV EnAncib e Anais (1994, 1995 e 1997)

O exame dos resumos enviados ao IV EnAncib comprova um fenômeno comum


às ciências sociais – a presença majoritária do autor único. A percentagem de trabalhos
assinados por autor único foi de 75,2% ; os restantes 24,8% foram assinados por 2 a 13
autores, conforme mostra o (Quadro 13).
Suzana Mueller. IV EnAncib. Análise dos trabalhos apresentados. Página 15

Quadro 13
Número de autores por trabalho
200
190
180
170
160
150
trabalhos

140
130
120
110
100
90
Número de

80
70
60
50
de

40
30
20
10
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 13

número de autores

Fonte: resumos e fichas de inscrição IV EnAncib 2000

4.5 Distribuição de autoria única e múltipla por grupo temático.

A incidência da autoria em colaboração nos trabalhos da EnAncib 2000 apresenta


variação significativa por grupo temático, conforme mostra o Quadro 14; é menor no
GT-7, Planejamento e inteligência competitiva - 17%, e maior no GT-1 - Informação
tecnológica - 44%, o que é curioso, uma vez que o GT-7 é produto da divisão do GT-1.
Considerando os 8 grupos temáticos, a distribuição em números reais mostra a
predominância da autoria única em todos os grupos. Percentualmente, dentro de cada
grupo, a variação de trabalhos com autoria única varia entre 56,72% a 80%. (Quadro
13). O número de trabalhos com autoria múltipla é proporcionalmente maior nos GT-1
Informação tecnológica (43,48%) e GT-2, Representação do conhecimento (32,50%).
Não parece haver explicação para o fenômeno, ou relação entre a natureza do tema e a
maior ou menor incidência do trabalho em colaboração. (Quadro 13 e 14).

4.6 Distribuição de autoria única e múltipla por tipo de trabalho


Suzana Mueller. IV EnAncib. Análise dos trabalhos apresentados. Página 16

Como era de se esperar, todas as teses de doutorado apresentam autor único. Já


entre as dissertações de mestrado foram registrados sete trabalhos em colaboração. Pela
natureza da pesquisa deduz-se que o segundo autor seja o orientador. Essa prática, de
incluir o orientador como segundo autor em trabalhos derivados de dissertações, é
prática que está se tornando comum nas ciências sociais, a exemplo das ciências
naturais. Dos 24 trabalhos ligados a cursos (trabalhos finais em disciplinas de cursos de
pós-graduação, especialização e graduação) 18 são de autoria única e seis citam mais de
um autor. Entre os trabalhos de pesquisa não ligados a cursos, há 61 trabalhos de
pesquisa individual e 50 de pesquisa em conjunto. Dois autores são a forma mais
freqüente de colaboração. (Quadro 15)

Quadro 14 - Autoria única e múltipla - percentagem por grupo temático6


nfor
Autoria única e múltipla - percentagem de trabalhos por grupo temático

120,00

100,00

20,00 20,00 17,65


21,74 23,08
26,32
percentagem detrabalhos porgrupo

32,50
80,00 43,48

autoria
60,00 múltipla
autoria
única

40,00 80,00 80,00 82,35


78,26 76,92
73,68
67,50
temático

56,52
20,00

0,00

GT-1 GT-2 GT-3 GT-4 GT-5 GT-6 GT-7 GT-8

grupo temático

6
GT-1 Informação tecnológica; GT-2 Organização do conhecimento; GT-3 Novas Tecnologias; Gt-4
Informação e sociedade; GT-5 Produção científica; GT-6 Inteligência competitiva; GT-8
Epistemologia da CI.
Suzana Mueller. IV EnAncib. Análise dos trabalhos apresentados. Página 17

Muitas autorias múltiplas envolvem alunos de graduação e de pós-graduação e


professores, o que leva a se pensar que tais associações sejam eventuais, isto é, não são
propriamente parceiros de pesquisa de longo termo. Este seria um assunto que mereceria
pesquisa mais abrangente.

5. Considerações finais
Os dados levantados descrevem a área de Ciência da Informação em vários
aspectos, permitindo fazer as seguintes afirmações, se não para toda a área, pelo menos
em relação ao conjunto de trabalhos apresentados no IV EnAncib:

a) é uma área ainda em estágio de formação – 56% dos trabalhos estão relacionados
com a formação profissional de seus autores;
b) houve expansão nos temas pesquisados (quando comparados com os Encontros
anteriores) destacando-se a preocupação com as novas tecnologias e com aspectos
sociais da Informação.
c) Os autores da área trabalham principalmente de forma individual; o número de
trabalhos em colaboração variam entre os grupos temáticos, sem aparente ligação
com o tema;
d) As instituições mais ativas em pesquisa são as universidades onde há cursos de pós-
graduação, e entre essas duas se sobressaem : UnB e UFRJ/IBICT; no entanto, isso
poderia ser atribuído ao envolvimento dessas duas instituições na organização do IV
EnAncib;
e) há forte concentração de trabalhos oriundos das regiões Sudoeste e Centro Oeste,
mas percebe-se também sinais de expansão em regiões geográficas antes não
produtivas.
f) a ausência de alguns Estados e de instituições tradicionalmente presentes em eventos
como este preocupa e demandam explicação.

Se o conjunto de trabalhos apresentados no IV EnAncib em novembro de 2000 pode


mesmo ser considerado representativo da área naquele momento, o retrato resultante é
animador, pois mostra uma evolução em relação aos Encontros anteriores. Mas além dos
dados quantitativos, apresentados no corpo desse trabalho, a leitura dos resumos também
sugeriu um processo de amadurecimento, posteriormente corroborado nas exposições e
Suzana Mueller. IV EnAncib. Análise dos trabalhos apresentados. Página 18

principalmente nas discussões ocorridas nas sessões temáticas e nos painéis, embora não
seja possível trazer dados concretos para apoiar essa afirmação. Os pesquisadores
emergem do encontro como um grupo dinâmico, nem sempre unânime nas questões
debatidas ou homogêneo no domínio das técnicas de pesquisa, mas alerta para o
contexto nacional em que se insere os problemas tratados.

Correndo o risco de fazer afirmações sem a devida comprovação, a leitura dos


resumos e a observação das apresentações sugeriu haver ainda certa deficiência no uso
de métodos e técnicas de pesquisa, mas notou-se presença (ou intenção de uso) de
metodologias qualitativas.

Apesar da deficiência das fontes utilizadas, isto é, resumos e fichas de inscrição


dos pesquisadores participantes do IV EnAncib, acreditamos que resultado da análise
revela o estado da arte da pesquisa em Ciência da Informação no país

Notas bibliográficas

Encontro Nacional de Pesquisa em Ciência da Informação, 1. Belo Horizonte, 8 a 10 de


abril de 1994. Anais ... 1994.
Encontro Nacional de Pesquisa em Ciência da Informação, 2. Valinhos, 22 a 24 de
novembro de 1995. Anais ... 1995
Encontro Nacional de Pesquisa em Ciência da Informação, 3. Rio de Janeiro, 10 a 12 de
setembro de 1997. Anais ... 1997

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