Introdução ao sistema

rítmico Carnático

Prof. Julio Herrlein

Análise Musical - Prof. Julio HERRLEIN
 TALA – Recipiente Métrico (Música Carnática e Hindustani)*

Tala é o recipiente métrico, a estrutura em que todos os conceitos rítmicos

e técnicas são utilizadas, e o ponto de referência comum para todas as
camadas musicais empregadas na música carnática. (REINA 2015, p.13)

• O papel principal da tala é proporcionar regularidade para todos os

executantes, para que ilusão contínua de mudanças de tempo e metro
presentes em várias técnicas de manipulação do ritmo tenham um
denominador comum constante ao longo de uma peça musical.

• Geralmente, dentro de uma composição de música carnática, a tala e o

andamento não variam.
• Isso permite a proliferação de uma infinidade de técnicas que trabalham sobre
os pulsos, muitas vezes em camadas diferentes. Os músicos carnáticos
preferem essa regularidade e referência que a tala fornece, em vez de mudar
de metros e tempos durante um composição ou improvisação.

Tipos
de Tala

* Hindustani “da Índia” (norte) e Carnática – “tradicional”, em Tamil (socioleto do Sul da

Índia)
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TALAS - SULADI Combinação dos ANGAS

Blocos de construção de
ANGA tamanhos diferentes

LAGHU ou LAGU 3, 4, 5, 7 ou 9 PULSOS

Pode ser usado UMA vez, DUAS vezes ou TRÊS vezes. Uma vez que o
número de pulsos (Jati) foi escolhido para um Laghu, esse número (jati laghu)
deve permanecer para todos os Laghus da tala. Portanto, um Laghu de 4
pulsos não pode coexistir com um Laghu de 3, 5, 7 ou 9 pulsos.

DRUTAM 2 PULSOS
Pode ser usado UMA vez, DUAS vezes ou não ser utilizado. Para ser
usado, pelo menos um Laghu deve estar presente na construção da tala.

ANUDRUTAM 1 PULSO
Pode ser usado UMA vez ou não ser usado. Deve ser precedido ou
seguido por um drutam, e nunca pode ser o primeiro ou o último bloco
constitutivo (ANGA) de uma tala.
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Regras para Construção das TALAS

Ex. TALA DE 7 PULSOS

Correto

I3 D D Incorreto

I4 A D I3 A I3
Anudrutam não seguido
ou precedido de Drutam

I5 D I5 A A 2 Anudrutams seguidos

I7 DADD - 3 Drutams (no max 2) e

- sem Laghu

I4 I3 Laghus com tamanhos

diferentes

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7 TIPOS DE TALA – Recipientes Métricos

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TALA – Coreografia de mão - regência
3 Elementos de Contagem dos Tempos

5 Variações

4 1 – palma
Tempos 2 – dedo c (mínimo)
3 – dedo a (anelar)
4 – dedo m (médio)

1 pulso – palma simples

2 pulsos – palma / dorso

Análise Musical - Prof. Julio HERRLEIN (clap) / (wave)
JAATI – Tipo de Lagu - IX – (PREFIXO da Tala)
Dedos: polegar (p) indicador (i), médio (m), anelar (a) mínimo (c)

1 palma + 2 (c a)

1 palma + 3 (c a m)

1 palma + 4 (c a m i)

1 palma + 6 (c a m i p c)

1 palma + 8 (c a m i p c a i)
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ADI TALA – Ciclo de 8 Tempos
4 1 – palma
Tempos 2 – dedo c (mínimo)
3 – dedo a (anelar)
4 – dedo m (médio)

2 5 – palma
Tempos 6 – dorso

2 7 – palma
Tempos 8 – dorso

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GATI – Subdivisão do Tempo (SUFIXO da Tala)

(q.)
rry
subdivisão por 3 ou tercina

(q)
dffg
subdivisão por 4

(q)
dfGfg subdivisão por 5

(q)
dfffffg
7
subdivisão por 7

(q)
dfffffffg
9 subdivisão por 9
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 NOMEANDO AS TALAS

JAATI TIPO DA TALA GATI

(q.).
TAMANHO DO LAGU SUBDIVISÃO

DRUVA rry

MATYA (q)

dffg
ROOPAKA

TRIPUTA dfGfg
JAMPA

dfffffg
7

ADA

EKA
dfffffffg
9
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 NOMEANDO AS TALAS (Exemplo)
tamanho do LAGU Tipo de TALA Subdivisão

Tisra Jaati MATYA TALA Tisra Gati

(q.).
Lagu = 3 I3 rry

I3 O I3 = 8 Tempos
(q.)
12
8
rry rry rry rry rry rry rry rry 24 pulsos
9 6 9
8 8 8

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TALAS – LAGU = 3
TEMPOS

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TALAS – LAGU = 4
TEMPOS

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TALAS – LAGU = 5
TEMPOS

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TALAS – LAGU = 7
TEMPOS

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TALAS – LAGU = 9
TEMPOS

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ADI TALA I4 O O - 4/4 (x 2) dffg 32 pulsos

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16 PULSOS + 16 PULSOS
ADI TALA I4 O O - 12/8 (x 2) rry 24 pulsos

12 PULSOS + 12 PULSOS
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 KONNAKOL – Sílabas Extendidas
(JULIO HERRLEIN)*

* Algumas opções de sílabas são escolhas pessoais, fora da tradição carnática.

ADI TALA I4 O O - 4/4 (x 2) dffg 32 pulsos

16 PULSOS + 16 PULSOS
ADI TALA I4 O O - 12/8 (x 2) rry 24 pulsos

12 PULSOS + 12 PULSOS
ADI TALA I4 O O - 4/4 (x 2) dffg 32 pulsos

16 PULSOS + 16 PULSOS
ADI TALA I4 O O - 12/8 (x 2) rry 24 pulsos

12 PULSOS + 12 PULSOS
 ADI TALA I4 O O - rry 24 pulsos
POLIRRITMOS

Parte do Parte do
LAGU DRUTAM

POLIRRITMO 6:4 e 3:4

2 2 2 2 2 2 4 4 4
+ 1 2 3 + 0 + 0

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http://www.jasonalder.com/blog/2015/08/09/advanced-rhythm-
through-karnatic-techniques-lesson-2-polyrhythmic-ratios-jathis/

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http://www.jasonalder.com/blog/2015/08/09/advanced-
rhythm-through-karnatic-techniques-lesson-2-polyrhythmic-
ratios-jathis/

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ADI TALA I4 O O - dffg 32 pulsos

CRIANDO GROOVES

7 + 5 + 7 + 5 + 5 + 3 = 32

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Matter of Time (Stormvogel)

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 Matter of Time (Stormvogel)
• Estrutura métrica repetida
com uma sensação de
ciclo.
• 6/4, 5/4, 4/4, 3/4, 2/4, 3/4,
4/4 e 5/4.
• De certa forma
semelhante à estrutura de
talas
• Seção rítmica sempre
toca 4 ataques em cada
estrutura polirrítmica.
• De alguma forma as
estruturas métricas não
afetam o groove, criando
um fluxo natural.

https://stormvogel.org/works/music/composer/jazzbarock/matter-of-time/
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Spiral (Miles Okasaki)
https://www.youtube.com/watch?v=UEHx7iy3mE8
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ADI TALA I4 O O - 4/4 (x 2) dffg 32 pulsos
FORMULAS usando 3

3 3 3 3 3 3

L 2 3 4

3 3 3 3 2

O  O 

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Ilusões Rítmicas

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 Exemplo AUDIO

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https://www.youtube.com/watch?v=aDQE82ElyJg

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Análise Musical - Prof. Julio HERRLEIN https://www.youtube.com/watch?v=bOvB6gUpsuk
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GRAMANI – Marcelo Coelho

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RITMO como
organização da Forma

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Mattos, Fernando. Apostila de Análise II, p.8
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Mattos, Fernando. Apostila de Análise II, p.12
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 TALEA

COLOR

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 Messiaen – “Liturgie de Cristal”
Primeira peça do Quarteto para o Fim do Tempo

Possibilidade de uma unidade musical e ordem subjacente que não

aparece na superfície da música. Moteto Isorrítmico.
“Talea”, (uma série de durações e ritmos).

Messiaen “Liturgie de Cristal” – Ciclos Rítmicos

Cello:

Piano:

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• CICLOS (Representação Intuitiva)

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 etc.

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 Ciclos desiguais da como Música Generativa

Ciclos longos que demoram 2 horas para se alinhar.

Enquanto não se alinham, geram diferentes combinações.

Todas as possibilidades são provenientes do mesmo processo, da

mesma instrução, rotina, código, ou algoritmo.

Além da Color, sequência de acordes (prox. Pg.), temos o material

do VL e CL, provenientes dos cantos de pássaros transcritos.

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REFERÊNCIAS

YOUNG, Lisa. "The History and Development of Solkattu-the Vocal Syllables-of the
Mridangam." (2010).

REINA, Rafael. Applying Karnatic Rhythmical Techniques to Western Music. Routledge,

2016.

ANDERSEN, Henrik. My guide to the theory of south-Indian music – Short cut to Nirvana.
Vol. 1. Novato Music Press, 2004

ALDER, JASON. http://www.jasonalder.com/blog/2015/08/09/advanced-rhythm-through-

karnatic-techniques-lesson-2-polyrhythmic-ratios-jathis/

GANDER, A. J. Developing a Polyrhythmic Idiolect. 27 jun. 2017. Disponível em:

<https://ses.library.usyd.edu.au/handle/2123/17171>

HARRISON, G. Rhythmic Illusions. Book & CD. Pap/Com edition ed.Alfred Music, 1996

GRAMANI, José Eduardo. Rítmica. Perspectiva, 2010.

MATTOS, Fernando Lewis de. Apostila de Análise II.

HERRLEIN, Julio César da Silva. Das alturas ao ritmo: teoria dos conjuntos rítmicos como
ferramenta composicional. (2018). https://lume.ufrgs.br/handle/10183/179457

HERRLEIN, Julio Cesar da Silva. "Uma forma de sentir o tempo: investigação sobre
temporalidades em um portfolio de composições." (2014). http://hdl.handle.net/10183/88683

COELHO, Marcelo Pereira. "Suite I Juca Pirama: criação de um sistema composicional a

partir da adequação da polirritmia de Jose Eduardo Gramani ao jazz modal de Ron Miller."
(2008).

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