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Bons estudos!
Sobre a autora
3 A tutoria na EaD 37
3.1 Quem é o tutor na EaD 38
3.2 A tutoria no Brasil 40
3.3 Funções e atribuições do tutor: conhecimentos e competências necessários 43
5 Aprendizagem na EaD 65
5.1 O uso de tecnologias no processo de ensino-aprendizagem 66
5.2 Aprendizagem colaborativa por meio das tecnologias disponíveis 68
5.3 Mediação pedagógica e tutoria 71
Para iniciar nosso estudo sobre a educação a distância (EaD), vamos apresentá-
-la em um contexto mais amplo, para que assim você possa compreender como as
mudanças ocorridas em nosso meio interferem e influenciam o ensinar e o aprender,
especialmente quanto ao uso das tecnologias da informação e comunicação (TIC).
Definição Autor(es)
Forma de aprendizagem organizada que se caracteriza, basi-
camente, pela separação física entre professor e alunos e pela
(BEHAR, 2009, p. 16)
existência de algum tipo de tecnologia de mediatização para
estabelecer a interação entre eles.
A EaD é uma modalidade de educação planejada por docen-
tes ou instituições, em que professores e alunos estão separa-
(MATTAR, 2011, p. 3)
dos espacialmente e diversas tecnologias de comunicação são
utilizadas.
Educação a distância é o aprendizado planejado que ocor-
re normalmente em um lugar diferente do ensino, o que (MOORE; KEARSLEY,
requer comunicação por meio de tecnologias e uma organi- 2013, p. 2)
zação institucional especial.
Modalidade educacional na qual a mediação didático-peda-
gógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a
utilização de meios e tecnologias de informação e comunica-
(BRASIL, Decreto
ção, com pessoal qualificado, políticas de acesso, com acom-
n. 9.057/2017, art. 1º)
panhamento e avaliação compatíveis, entre outros, e desen-
volve atividades educativas por estudantes e profissionais da
educação que estejam em lugares e tempos diversos.
Fonte: Elaborado pela autora.
Com base no que o Quadro 1 nos apresenta, temos que o princípio da EaD está na sepa-
ração física e geográfica de professores e alunos durante a maior parte do tempo do ensino-
-aprendizagem. Destacamos ainda que, para esse processo de ensinar e aprender acontecer,
o uso das tecnologias da informação e comunicação (TIC) são essenciais. Nesse contexto,
voltamos a enfatizar a relação da evolução das tecnologias com o avanço da EaD.
As primeiras experiências de EaD de que temos registro fazem referência ao uso de cor-
respondência, que se utilizava dos grandes avanços tecnológicos ocorridos no século XIX: os
meios de transporte e de comunicação (BELLONI, 2009). Essa foi a primeira geração da EaD,
que teve por principal característica o envio de materiais didáticos, como livros impressos,
Como vimos, o ensinar e aprender a distância existe há muito tempo, sempre sofrendo
mudanças de acordo com as tecnologias disponíveis à sua época. Nesse contexto, podemos
afirmar que as TIC contribuem para que o acesso ao conhecimento se amplie, especialmente
por considerar os diferentes recursos disponíveis. Assim, temos que as tecnologias estão
diretamente ligadas à EaD e percebemos que com o avanço das TIC diferentes atividades de
aprendizagem tornaram-se mais interativas, enriquecendo ainda mais as experiências que
a EaD proporciona (MATTAR, 2011). É nesse contexto que vamos ampliar nosso estudo no
tópico seguinte, e nos aprofundar sobre as transformações no ensinar e aprender possibili-
tadas pela EaD.
Característica Descrição
Significativa
Cooperativa
Aprendizagem
Participativa
Dinâmica
Motivação de alunos e professores.
Processos da Compartilhamento do conhecimento adquirido.
aprendizagem Consciência e controle dos próprios mecanismos
de aprendizagem.
Professor provedor: transmite informações e conteúdos.
Professor modelo: ilustra comportamentos,
atitudes e habilidades.
Professor treinador: verifica o que os alunos
Professores múlti-
devem fazer, quando e como.
plos no ensinar
Professor tutor: fixa as metas, direciona os procedimentos
e permite que os alunos organizem sua própria prática.
Professor assessor: permite que os alunos estabeleçam
os objetivos e planejem suas aprendizagens.
Fonte: CORREIA, 2016, p. 26. Adaptado.
Diante das constantes transformações que vivenciamos em nossa sociedade, aquela que
merece destaque especial é a globalização, fenômeno mundial que evidenciou o uso das
mídias e tecnologias no desenvolvimento de diferentes ações que praticamos no nosso dia
a dia. Utilizamos a tecnologia para realizar nossas atividades profissionais, para o lazer e,
como não poderíamos deixar de ressaltar, para a educação.
No início do nosso estudo, por meio de um breve contexto histórico, conhecemos como
as tecnologias estão relacionadas à educação, com especial destaque para o modo de ensinar e
aprender na EaD. Behar faz uma importante reflexão sobre o uso das tecnologias da informa-
ção e da comunicação na educação na modalidade a distância. Para a autora, a EaD desperta
uma expectativa muito grande quanto às oportunidades de formação que podem ser ofere-
cidas à população. O Ministério da Educação (MEC) incentiva ações e programas que visam
“promover o desenvolvimento e a incorporação das TIC e das técnicas de educação a distância
aos métodos didáticos-pedagógicos convencionais” (BEHAR, 2009, p. 17). Para que o curso na
modalidade EaD tenha seu objetivo atingido, precisamos considerar, além do uso consciente
e coerente das tecnologias digitais, o modo como a aprendizagem será realizada. Nesse ponto
surgem diferentes desafios: quem é o aluno da EaD? Ele tem as mesmas características do alu-
no do ensino presencial tradicional? Como o tutor atua no processo de ensino-aprendizagem?
Quais as perspectivas para atuação da tutoria na EaD? É o que vamos refletir na sequência.
TIC
Ensinar e
aprender
na EaD
Perfil
do
aluno Desafios e
perspectivas
da EaD
Ensino
presencial
x
EaD
O tutor
Primeiramente, não podemos deixar de enfatizar os desafios que a EaD enfrenta desde
o início: a resistência quanto à qualidade do curso oferecido. É muito comum encontrarmos
comentários que desvalorizam a EaD, como: “os cursos a distância são mais fáceis, não tem
professor acompanhando”. Essa é uma suposição que muitos fazem antes de conhecer as
características do curso, desmerecendo a qualidade oferecida. Para que a aprendizagem seja
efetiva em um curso ofertado a distância, o aluno precisa apresentar um perfil de disciplina,
autonomia e administração do tempo. Nos cursos a distância, o aluno deve caminhar sozi-
nho, porém sempre com o acompanhamento da tutoria.
Tendência Característica
Tendência Característica
Conclusão
Há uma discussão sobre a sala de aula digital que promove este tipo de traba-
lho, com a aprendizagem colaborativa, mas para ter sucesso é preciso planeja-
mento. O planejamento envolve selecionar os profissionais que irão trabalhar,
definir a missão, analisar o contexto atual e verificar a possibilidade da rea-
lização, verificar os problemas que podem ocorrer, determinar os objetivos e
depois da implantação reformular e revisar o plano (JUNIOR, 2013).
Podemos ver que nesta ideia evolução midiática é um desafio para todos envol-
vidos, escola, professores, alunos, funcionários técnicos. A utilização dependerá
de cada realidade educativa. Para Lévy (2009), a cibercultura traz mudanças no
ensino tradicional e presencial, a cultura do ensino tradicional, presencial, se
reconfigura nos moldes das práticas educomunicativas e de acordo com o cená-
rio social tecnológico vivenciado.
Atividades
1. Em seu contexto histórico, a EaD apresenta como característica uma forte relação
com as tecnologias de informação e comunicação. Assim, considerando as mudanças
e transformações da EaD diante da evolução tecnológica, descreva as gerações da
EaD que formam o cenário histórico e evolutivo dessa modalidade.
Referências
BEHAR, P. A (Org.). Modelos pedagógicos em educação distância. Porto Alegre: Artmed, 2009.
BELLONI, M. L. Educação a distância. 5. ed. Campinas: Autores Associados, 2009. (Coleção Educação
Contemporânea).
BRASIL. Decreto n. 9.057, de 25 de maio de 2017. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília,
DF, 30 maio 2017. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Decreto/
D9057.htm>. Acesso em: 24 jan. 2018.
CORREIA, R. A. R. Introdução à educação a distância. São Paulo: Cengage Learning, 2016.
FONTANA, L. A. M. Whatsapp na educação: criar, construir e compartilhar. In: BUSARELLO, R.
I.; BIEGING, P.; ULBRICHT, V. R. (Org.). Sobre educação e tecnologia: processos e aprendizagem.
São Paulo: Pimenta Cultural, 2015. p. 290-307. Disponível em: <https://docs.wixstatic.com/ugd/143639_
ddf01e64cd904b2b8941fdd5a9153b24.pdf>. Acesso em: 24 jan. 2018.
MATTAR, J. Guia de educação a distância. São Paulo: Cengage Learning: Portal Educação, 2011.
MOORE, M.; KEARSLEY, G. Educação a distância: sistemas de aprendizagem on-line. São Paulo:
Cengage Learning, 2013.
SILVA, A. R. L.; DIANA, J. B.; CATAPAN, A. H. Do digital ao virtual na EaD. ESUD – Congresso
Brasileiro de Ensino Superior a Distância, 11, Florianópolis, 5-8 nov. 2014. Anais... 2014. Disponível
em: <http://esud2014.nute.ufsc.br/anais-esud2014/files/pdf/126671.pdf>. Acesso em: 24 jan. 2018.
Mas de que forma o professor, que sempre atuou de maneira presencial com seu
aluno, pode desenvolver suas atividades a distância? Como incluir esse professor na
realização dos cursos e no uso das tecnologias? Neste capítulo vamos encontrar res-
postas a essas perguntas e refletir um pouco mais sobre a formação e a atuação do
professor na EaD.
A educação é um tema que está sempre em alta quando nos referimos ao desenvolvimen-
to da sociedade e, a partir do avanço tecnológico ocorrido nos últimos anos, acrescentamos a
essa discussão a presença da modalidade a distância, que vem sendo cada vez mais reconhe-
cida e valorizada como um meio de acesso à formação e à qualificação profissional. Na socie-
dade de hoje, justifica-se esse reconhecimento da importância da EaD pelo fato de as pessoas
estarem dispostas e abertas a novos aprendizados e, principalmente, a mudanças econômicas
e sociais, visto que o comportamento social acompanha a dinâmica das transformações.
Dessa forma, algumas perguntas podem surgir quando nos referimos à educação e,
especialmente, à atuação do professor: tivemos mudanças com o passar do tempo? Como o
uso das tecnologias e mídias digitais influenciaram a forma de ensinar? E, na EaD, o profes-
sor apresenta as mesmas atribuições que na educação presencial em sala de aula? Como o
professor desenvolve suas atividades docentes quando está distante de seus alunos? Diante
desses questionamentos, vamos ampliar nosso conhecimento e visão sobre a atuação do
professor nos cursos a distância.
Depois de estudarmos, no Capítulo 1, o contexto histórico da EaD e verificarmos que o
avanço das tecnologias foi um importante fator que contribuiu para a expansão de cursos
na modalidade a distância, podemos afirmar que nosso comportamento social também
mudou, não é mesmo? Hoje estamos conectados a todo momento e em qualquer lugar,
pois há facilidade de acesso à internet e mais possibilidades para aquisição de notebooks,
smartphones e tablets, o que contribui para que o processo de ensino-aprendizagem aconteça
de maneira contínua.
Você já parou para pensar que podemos assistir a uma aula virtual enquanto estamos
no caminho do trabalho? Ou, ainda, que o compartilhamento de informações é cada vez
mais instantâneo?
Essas mudanças são constantes e refletem diretamente na atuação do professor, visto
que a forma de receber a informação precisa ser diferente daquela que nos acostumamos a
receber. Hoje valoriza-se uma linguagem mais acessível e informal, a fim de facilitar a co-
municação entre as pessoas. E na educação isso não é diferente. Por isso, o professor deve,
então, utilizar a tecnologia como uma aliada, o que na EaD significa a necessidade de aplicar
uma organização pedagógica que se adéque à proposta do curso e que esteja de acordo com
o perfil de seus alunos (no Capítulo 1, discutimos a importância de identificar o perfil do
aluno dos cursos a distância para o acompanhamento do processo de ensino-aprendizagem).
Para reforçar o que refletimos até o momento, vejamos a afirmação de Belloni (2009,
p. 79) sobre a atuação do professor nos cursos a distância.
Diretamente relacionada com as inovações tecnológicas, com as novas demandas
sociais e com as novas exigências de um aprendente mais autônomo, uma das
questões centrais na análise da EaD, e talvez a mais polêmica, refere-se ao papel
do professor nesta modalidade de ensino, chamado a desempenhar múltiplas
funções, para muitas das quais não se sente, e não foi, preparado.
Função Descrição
Orienta o estudo e a aprendizagem, corresponde à função pe-
Professor formador
dagógica do professor do ensino presencial.
Conceptor e realizador Responsabiliza-se pela elaboração do plano pedagógico e sele-
de cursos e materiais ção de conteúdos.
Pesquisa e se atualiza em sua disciplina específica, reflete so-
Professor pesquisador bre sua prática pedagógica, orienta e participa da pesquisa de
seus alunos.
Orienta o aluno em seus estudos relativos à disciplina pela qual
Professor tutor
é responsável e em geral participa da pesquisa de seus alunos.
Responsabiliza-se pela organização pedagógica dos conteú-
Tecnólogo educacional dos, assegurando a qualidade pedagógica e comunicacional
dos materiais do curso.
Responsabiliza-se pelo acompanhamento das atividades pre-
Monitor
senciais (quando pré-definidas no plano de ensino).
Fonte: BELLONI, 2009, p. 83-84. Adaptado.
Correia (2016) apresenta ainda outra atividade desempenhada pelo professor que refle-
te diretamente na qualidade de um curso a distância: o desenvolvimento de conteúdo. Na
elaboração de conteúdo, o professor deve ter como foco o perfil de seus alunos, de modo
que os objetivos pedagógicos sejam cumpridos. Além disso, quanto à produção, os docentes
podem ainda atuar na gravação de videoaulas.
Para a produção de conteúdo, é preciso que o professor disponibilize um momento
para a organização e escrita do material, a fim de atender às características da EaD, entre
elas alunos estudando em espaços distintos e variados, o que exige, por exemplo, linguagem
clara e objetiva. Assim, Correia (2016, p. 64) resume que o professor que escreve o conteúdo,
também conhecido como professor conteudista, ao escrever, deve ter em mente “para quem
está escrevendo, por que está escrevendo e o que o leitor precisa para compreender o que
está sendo proposto em seu texto”.
Gerenciamento
Conhecimento da sala de aula
pedagógico com os recursos
tecnológicos
Integração
de tecnologias Didática mais
com as propostas interativa
pedagógicas
Observe que essas são ações que envolvem vivências e práticas do dia a dia. Assim, o
compartilhamento de informações com os demais colegas de profissão pode contribuir para
que os desafios da inclusão digital na formação e ação docente aconteçam de modo mais
natural e integrado. Complementar a essas ações, destacamos a necessidade de comparti-
lhar informações e conhecimento, incentivando a implementação de práticas que valorizem
a reflexão coletiva e dialogada, uma vez que, dessa forma, contribui-se com a construção de
novos conhecimentos (PARENTE; VALLE; MATTOS, 2015).
Ao fazer parte dessa sociedade que exige de cada um de nós atenção e preparo para o
novo, torna-se um desafio, ainda mais intenso, quando nos referimos ao papel do professor,
uma vez que ele é o profissional que prepara outros profissionais. Assim, Kenski reflete so-
bre o desafio dessa sociedade em constante transformação.
Formar professores com qualidade e conhecimento teórico e prático para atuar
em múltiplas frentes, além dos espaços tradicionais da educação regular – como
educação a distância; educação mediada pelas tecnologias; educação cooperati-
va, empreendedora inclusiva, etc. –, é uma necessidade que a nova cultura e a
nova sociedade exigem. (KENSKI, 2013, p. 91)
Componentes Ação
Engajar-se em raciocínio continuado.
Testar uma solução.
Capacidades
Organizar e navegar em diferentes informações.
intelectuais
Comunicar-se com outros públicos.
Antecipar mudanças tecnológicas.
Configurar um computador pessoal.
Utilizar pacotes de software para criação de texto e ilustrações.
Habilidades de
tecnologia da Utilizar a internet para encontrar novas informações.
informação
Utilizar planilhas para organizar processos.
Utilizar materiais instrucionais para aprender sobre novas aplicações.
Fonte: BEHAR, 2013, p. 295-296. Adaptado.
Com base nesses componentes, é possível identificar ações que podem fazer parte do
nosso cotidiano e, principalmente, ser adaptadas para diferentes situações e contextos. Nessa
perspectiva, consideramos que vivemos em um processo de mudança constante, exigindo
a inclusão digital, que vem acompanhada de desafios. Esse processo de mudança, segundo
Tajra (2012), envolve três etapas que formam um ciclo, conforme apresenta a figura a seguir.
Renovação
O ciclo proposto por Tajra reflete o início de nossa reflexão sobre a necessidade de o
professor estar aberto às mudanças, estando disposto a rever o que é feito e atualizando-se
para uma nova realidade. Esse é então o primeiro desafio da inclusão digital. Para a autora,
a etapa de descongelamento tem como principal característica o reconhecimento que o pro-
fessor apresenta sobre a necessidade de mudança e revisão dos paradigmas.
A etapa de mudança está relacionada às ações que promovem esse processo de maneira
teórica e prática, ou seja, é quando o professor está em busca de novas informações teóri-
cas que irão auxiliá-lo a assimilar o que precisa e pode ser adotado nas ações cotidianas da
prática docente. Segundo Tajra (2012, p. 111), essa etapa de “mudança é concluída quando
estamos aptos para a nova realidade proposta”.
Por fim, há a etapa de recongelamento, aquela que representa o surgimento de novas
oportunidades, como um novo recurso disponível no sistema de acompanhamento dos alu-
nos ou, ainda, uma nova forma de compartilhar conhecimento usando as tecnologias. É nesse
momento que devemos retomar o processo de mudança, no qual torna-se preciso desconge-
lar os novos paradigmas construídos e identificar as próximas possibilidades (TAJRA, 2012).
O mundo digital está em constante transformação e estar sempre atualizado é um de-
safio que faz parte de todos aqueles que estão em busca do novo, de utilizar as tecnologias
mais atuais. É preciso refletir sobre o uso adequado das tecnologias, para que elas sejam
utilizadas de modo que contribuam com a formação do aluno, o que faz com que a inclusão
digital também seja um desafio constante ao professor.
Nesse contexto, vamos ampliar nosso conhecimento no tópico seguinte, que tem como
foco a formação continuada docente na EaD.
Capacitação Exercitação
Planejamento
de novas ações
Parente, Valle e Mattos (2015, p. 35) afirmam que a formação docente na EaD “é uma
oportunidade de se ampliar conhecimentos e informações úteis para um bom desempenho
profissional e, ao mesmo tempo, familiariza os professores com o modus operandi da tecno-
logia utilizada, estimulando, possivelmente, a reformulação de suas práticas pedagógicas”.
Nessa perspectiva de estímulo à busca do conhecimento de modo constante, o Ministério
da Educação (MEC) oferece diferentes cursos de formação continuada. Listamos, a seguir,
alguns dos programas ofertados.
Programa Descrição
O programa oferece formação inicial a distância a professores em
exercício nos anos/séries finais do Ensino Fundamental ou Ensino
Médio dos sistemas públicos de ensino. O Pró-licenciatura ocorre em
parceria com instituições de Ensino Superior que implementam cur-
Pró-licenciatura
sos de licenciatura a distância, com duração igual ou superior à míni-
ma exigida para os cursos presenciais, de modo que o professor-aluno
mantenha suas atividades docentes. O programa é desenvolvido no
âmbito da Universidade Aberta do Brasil.
O Pró-letramento – Mobilização pela Qualidade da Educação – é um
programa de formação continuada de professores para a melhoria da
qualidade de aprendizagem da leitura/escrita e matemática nos anos/
Pró-letramento séries iniciais do Ensino Fundamental. O programa é realizado pelo
MEC, em parceria com universidades que integram a Rede Nacional
de Formação Continuada e com adesão dos estados e municípios.
O programa é ofertado na modalidade semipresencial.
O ProInfantil é um curso de nível médio, a distância, na modalidade
normal. Destina-se aos profissionais que atuam em sala de aula da
Educação Infantil, nas creches e pré-escolas das redes públicas – mu-
ProInfantil
nicipais e estaduais – e da rede privada, sem fins lucrativos – comu-
nitárias, filantrópicas ou confessionais – conveniadas ou não, sem a
formação específica para o magistério.
Mídias na Educação é um programa de educação a distância, com es-
trutura modular, que visa proporcionar formação continuada para o
uso pedagógico das diferentes tecnologias da informação e da comu-
Mídias na
nicação – TV e vídeo, informática, rádio e impresso. O público-alvo
Educação
prioritário são os professores da Educação Básica. O programa é de-
senvolvido pela Secretaria de Educação a Distância (Seed), em parce-
ria com secretarias de educação e universidades públicas.
Fonte: Elaborado pela autora.
Com base nessas informações, percebemos que a formação docente é contínua e que,
quando a relacionamos com o uso das tecnologias, a EaD só vem a somar nesse processo,
pois estimula o professor a desenvolver novas habilidades e competências, enriquecendo
ainda mais sua prática e seus saberes.
Inclusão digital
(SILVA; MARCON; RIPA, 2017, p. 104-105)
Atividades
1. Os cursos na modalidade em EaD envolvem a atuação de diferentes profissionais,
mas o professor é aquele que está diretamente ligado ao que será apresentado para
o aluno. Sugerimos, então, que o docente da EaD apresente atribuições diferencia-
das para sua atuação, de modo que a aprendizagem de qualidade seja o principal
objetivo. Nesse contexto, descreva ao menos cinco atribuições que os professores da
modalidade a distância precisam apresentar.
3. A formação continuada de professores por meio da EaD é uma realidade cada vez
mais frequente no âmbito docente, tanto é que diversas ações são desenvolvidas pelo
governo a fim de estimular esses profissionais a atualizarem seus conhecimentos.
Diante dessa perspectiva, como você considera que a EaD pode contribuir, de forma
prática, para que os professores aproveitem ao máximo o que é proporcionado nos
cursos de formação?
Referências
BEHAR, P. A. (Org). Competências em educação a distância. Porto Alegre: Penso, 2013.
BELLONI, M. L. Educação a distância. 5. ed. Campinas: Autores Associados, 2009. (Coleção Educação
Contemporânea).
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação a Distância. Referenciais de qualidade para
educação superior a distância preliminar. Brasília: MEC, 2007. Disponível em: <http://portal.mec.gov.
br/seed/arquivos/pdf/referenciaisead.pdf>. Acesso em: 25 jan. 2018.
Resolução
1. Algumas atribuições do professor nos cursos a distância envolvem atividades que
se diferenciam daquelas desempenhadas no ensino presencial. No decorrer do texto,
foram apresentadas visões de diferentes autores, assim, consideram-se as seguintes
atribuições como as mais relevantes:
2. A formação docente que faz uso das tecnologias pode se tornar mais prazerosa e
facilitada por meio de ações que envolvem a integração entre tecnologia e o processo
de ensino-aprendizagem. Assim, destacamos as seguintes ações para que o professor
possa se atualizar no uso das tecnologias:
Para conhecer como esse profissional desempenha suas atividades e de que forma
contribui para o ensino, este capítulo aborda o tutor. Mas, antes de apresentar suas fun-
ções e atribuições, teremos a oportunidade de refletir sobre essa profissão e os docu-
mentos legais que regem a atividade. Também vamos conhecer um pouco da forma
como a tutoria ocorre no Brasil, as funções e atribuições do tutor e como sua formação
contribui para os processos de ensino-aprendizagem nos cursos a distância.
Documento Descrição
Parágrafo único. Para os fins desta Portaria, entende-se que a
tutoria das disciplinas ofertadas na modalidade semipresencial
Portaria n. 4.059, de 10 implica na existência de docentes qualificados em nível compa-
de dezembro de 2004 tível ao previsto no projeto pedagógico do curso, com carga ho-
rária específica para os momentos presenciais e os momentos a
distância. (BRASIL, 2004)
Tutor: profissional selecionado pelas IPES vinculadas ao
Sistema UAB para o exercício das atividades típicas de tutoria,
Resolução n. 26, de sendo exigida formação de nível superior e experiência mínima
5 de junho de 2009 de 1 (um) ano no magistério do ensino básico ou superior, ou
ter formação pós-graduada, ou estar vinculado a programa de
pós-graduação. (BRASIL, 2009a)
Fonte: Elaborado pela autora.
Complementando a discussão proposta por Mattar, Bento (2016, p. 85) ressalta que “o
tutor precisa ser reconhecido formalmente pelo trabalho docente que desempenha. Acima
de tudo, o tutor é considerado um educador, já que ele responde pelas ações educativas dos
alunos na EaD”. Além disso, Mattar destaca o uso do termo tutor, que tem origem no Direito
e é utilizado com frequência na área jurídica, em que a palavra tutor representa a pessoa
que protege alguém mais frágil, que está em situação delicada, que esteja incapacitado de
alguma forma para desempenhar determinado tipo de atividade.
Com base nessa discussão sobre o uso do termo, muitos autores, ao se referirem ao
tutor, utilizam a denominação professor-tutor. Assim, no decorrer deste livro utilizaremos,
então, a terminologia tutor ou professor-tutor para nos referirmos ao profissional da tutoria.
De acordo com Bento (2016), o tutor é um dos profissionais que compõem a equipe
atuante no processo de ensino-aprendizagem do aluno na modalidade a distância. Para o
autor, o tutor “é a figura mais significativa pelo fato de representar a garantia do diálogo
que caracteriza a comunicação, a educação e a produção do conhecimento” (BENTO, 2016,
p. 82). Com base nessa definição, podemos afirmar que o professor-tutor é o profissional res-
ponsável pela intermediação pedagógica realizada nos cursos a distância, ou seja, ele auxilia
o aluno no entendimento do conteúdo apresentado pelo professor, contribuindo para que a
aprendizagem do aluno seja efetiva.
A mediação pedagógica é um fator muito importante nos cursos a distância. Assim,
após conhecer mais sobre o tutor, as atividades desenvolvidas por ele e suas competências,
bem como sobre toda a equipe envolvida nos cursos a distância, você terá a oportunidade,
no Capítulo 5, de aprender a respeito da mediação pedagógica, que tem foco na aprendiza-
gem na EaD.
A tutoria exerce, então, um papel essencial na aquisição do conhecimento pelos alunos,
especialmente por realizar o acompanhamento das atividades e dos estudos. Mas, afinal,
como o tutor desempenha suas funções? A seguir, vamos entender mais sobre as tarefas que
são designadas à tutoria e as funções e atribuições destinadas ao tutor.
Para conhecer quem é o tutor na EaD, Bezerra e Carvalho (2011) destacam algumas
atribuições gerais que fazem parte da atuação desse profissional.
Atribuição Descrição
Orienta o processo de aprendizagem dos alunos. A orientação
aqui se refere à indicação de estratégias de estudo para melhor
Tutor/orientador
aproveitamento da aprendizagem e do material disponibiliza-
do, contribuindo, assim, para a construção do conhecimento.
Atribuída ao tutor que é responsável pela aprendizagem e ava-
Tutor/professor liação do aluno. O tutor-professor é o articulador do processo
de ensinar e aprender.
Responsável por motivar o aluno a dar continuidade no estudo,
mesmo diante das dificuldades, especialmente aquelas relacio-
Tutor/motivador
nadas à compreensão do conteúdo. Essa atividade cria um vín-
culo afetivo entre tutor e aluno.
Responsável pela mediação do processo de ensino-aprendiza-
gem. Nessa atividade, o tutor incentiva o aluno a ter um pen-
Tutor/mediador
samento crítico, estimulando a autonomia e o diálogo entre os
alunos.
Fonte: Elaborado pela autora com base em BEZERRA; CARVALHO, 2011.
Com a expansão cada vez maior da EaD no país, surgem diversas oportunidades de
atuação como tutor. Como vimos no tópico anterior, o ideal é que essa atividade seja reali-
zada por um professor da área, porém essa não é uma realidade que faz parte da prática que
encontramos. Segundo Correia (2016), a regulamentação da tutoria é muito recente no Brasil
e, diante dessa situação, os tutores apresentam formação em diferentes áreas e de diversos
tipos. Assim, torna-se um desafio traçar o perfil desse profissional.
De forma geral, independentemente da formação que o tutor deve apresentar, sua atua-
ção está na essência da atividade a ser desenvolvida. Quanto à função e atribuição do tutor,
que vamos conhecer de forma mais profunda no tópico a seguir, apresentamos aqui como
Correia (2016, p. 61) descreve a atividade da tutoria: “Ao tutor compete o acompanhamento
da vida acadêmica, apresentando soluções para as questões propostas, esclarecendo dúvi-
das e fomentando a interação. Esse profissional é o elo de todo o percurso, unindo os mate-
riais e atividades propostos, os alunos, as equipes de trabalho e os professores”.
aluno, atuando como um guia de sua aprendizagem. Nesse modelo, o tutor orienta sobre
como os alunos podem estudar, resolve as dúvidas sobre conteúdo e até mesmo atua no
esclarecimento de questões administrativas.
Esses são três modelos de tutoria adotados em universidades de países muito distintos
entre si. Na Inglaterra, o tutor está envolvido em todo o processo de aprendizagem do alu-
no, esclarecendo dúvidas de conteúdo e estimulando o raciocínio do que foi apresentado,
além de realizar o acompanhamento pedagógico de frequência. Na Espanha, o tutor está
presente de forma presencial diante do aluno uma vez por semana, além de realizar contato
por meio do uso de tecnologias. No Canadá, o tutor é um motivador do aluno e não desem-
penha atividades relacionadas ao conteúdo.
E no Brasil, como é o sistema de tutoria? Como mencionamos no início deste tópico,
os Referenciais de qualidade para educação superior a distância descrevem o sistema de tutoria
envolvendo a atuação de dois profissionais: o tutor a distância e o tutor presencial. Mas qual
a diferença entre eles? Observe o Quadro 3 a seguir.
Observe que, segundo os Referenciais de qualidade para educação superior a distância, o tutor
deve ter conhecimento do conteúdo específico em que atua no curso. O documento conside-
ra essa como uma condição essencial, devendo estar “aliada à necessidade de dinamismo,
visão crítica e global, capacidade para estimular a busca de conhecimento e habilidade com
Sabendo que a essência da atuação do tutor está no atendimento ao aluno, quais seriam,
então, suas funções e atribuições para desempenhar essa atividade? É preciso ter competên-
cias e habilidades específicas? É o que vamos ver no decorrer deste tópico.
Diversos autores da literatura nacional destacam as funções do tutor, mas, antes de
apresentá-las, vamos conhecer um pouco do contexto histórico. Segundo Bento (2016), o
termo tutoria começou a ser usado no século XV, em uma universidade, e significava o pro-
fissional que realizaria uma orientação de caráter religioso aos alunos, para que assim fosse
estimulada a infusão da fé e da conduta moral. Com o passar do tempo, já no século XX, a
tutoria passou a ser realizada do modo que estamos acostumados a vivenciar, ou seja, na
orientação e no acompanhamento de trabalhos relacionados à formação acadêmica.
Uma concepção muito comum na EaD é a de que o tutor sempre foi visto como um pro-
fissional que direciona a aprendizagem do aluno, e não ensina conteúdo específico (BENTO,
2016). Para o autor, o ensino “ficava a cargo dos materiais didáticos, considerados pacotes
autossuficientes que finalizavam com uma avaliação do tipo ‘prova’” (BENTO, 2016, p. 11).
Assim, durante um período, o ensino foi visto como transmissão de informação, ou seja, o
professor era o detentor do conhecimento e o aluno, o ouvinte que absorvia aquela infor-
mação e a transformava em conhecimento; fazendo-se presente o tutor apenas para garantir
que os objetivos do curso fossem atingidos. Nesse modelo, um grande peso era depositado
sobre o material didático (vamos destacar a importância do material didático nos cursos de
EaD no Capítulo 6).
Nesse contexto, Bento contribui com nossa reflexão sobre o papel da tutoria diante do
aprendizado, especialmente quando falamos da transmissão do conhecimento.
Educação
Interdiscipli Educação a
naridade distância
Conhecimentos
do tutor
Processo de
Teorias da
ensino-
aprendizagem
-aprendizagem
Podemos afirmar, assim, que o tutor precisa apresentar conhecimentos básicos sobre
questões relacionadas ao ensinar e aprender. Para de fato contribuir com a aprendizagem do
aluno e o cumprimento do objetivo proposto no curso, o tutor deve possuir, segundo Behar
(2013), as competências destacadas na Figura 2.
Ter empatia
Conhecimento de Trabalhar
elementos pedagógicos com eficácia
Ter maturidade
intelectual e afetiva
Ter sociabilidade
Conhecimento Trabalhar
sobre didática em equipe
Ter responsabilidade
Conclusão
Atividades
1. A tutoria nos cursos a distância exige do tutor realizar diferentes atividades, que
muitas vezes são atribuídas como de docência. Por esse fato, as instituições descre-
vem o tutor de diferentes formas, de acordo com a função exercida. Nesse contexto,
apresente exemplos de práticas pedagógicas referentes à atuação de cada tipo de
tutoria, como tutor-orientador, tutor-professor, tutor-motivador e tutor-mediador.
2. No sistema de EaD no Brasil, a tutoria pode ser realizada de duas formas: a distância
e presencial. Essas maneiras de atuação estão apresentadas nos Referenciais de qua-
lidade para educação superior a distância, elaborados pelo MEC. Com base no seu co-
nhecimento e experiência, descreva três situações práticas que diferenciam a atuação
dessas duas tutorias (a distância e presencial).
Referências
BEHAR, P. A. (Org). Competências em educação a distância. Porto Alegre: Penso, 2013.
BENTO, D. O sistema tutorial para EaD. São Paulo: Cengage Learning, 2016.
BEZERRA, M. A.; CARVALHO, A. B. G. Tutoria: concepções e práticas na educação a distância. In.:
SOUSA, R. P. de; MOITA, F. M. C. da S. C.; CARVALHO, A. B. G. (Org.). Tecnologias digitais na edu
cação. Campina Grande: EduePB, 2011.
Resolução
1. Para essa questão, esperamos que você tenha como base a descrição apresentada no
Quadro 2 e a relacione com práticas da tutoria.
2. Para essa questão, você pode ter como base o descrito no Quadro 3, e deve relacionar
essa informação com exemplos de ações práticas.
• Tutor a distância
◦◦ Atua na instituição realizando a mediação do processo pedagógico.
◦◦ Realiza suas atividades geograficamente à distância dos alunos.
◦◦ Esclarece dúvidas postadas nos fóruns (sua principal atribuição).
3. Para essa questão, você precisa ter como base as competências que Behar descreve
como necessárias para o tutor, apresentadas na Figura 2.
Conhecimentos Habilidades
Competências
Atitudes
Fluência
digital Organização
Autonomia
Reflexão Motivação
Trabalho Comunicação
em equipe
Administração do
tempo
Feedback
Planejamento Didática
Mediação
pedagógica Relacionamento
interpessoal
Gestão acadêmica
Observe que professores e tutores precisam apresentar, segundo Behar (2013), as mes-
mas competências, demonstrando assim que ambos desenvolvem atividades que contri-
buem para o processo de ensino-aprendizagem. Como nosso foco é a tutoria, importam as
categorias gerais que contemplam a tutoria e fazem dela uma atividade eficaz. Segundo o
Instituto Nacional de Educação a Distância (INED), as competências da tutoria se dividem
em quatro categorias, conforme apresentamos na figura a seguir.
Fator Descrição
Tipo de ambiente • Virtual (eletrônico)
• (Re)criação de novos meios de comunicação e desenvolvi-
Origem
mento para responder aos desafios da globalização
• Analógica
Linguagem dominante
• Digital
• Analógica
Etapas • Digital
• Sem fio
• Correio, telefone, TV
Tecnologias de
• Multimídia
comunicação
• Internet
• Representação simbólica dos interlocutores
Características
• Independência espacial e temporal
da interação
• Ações síncronas e assíncronas
• Sociedade audiovisual
Tipo de sociedade
• Sociedade da informação
• Educação a distância e audiovisual
Modalidades
• Ensino apoiado por computador
educacionais
• E-learning
Fonte: COLL et al. 2010, p. 19. Adaptado.
Presencialidade
virtual
Autoavaliação Flexibilidade
De acordo com o que foi apresentado na Figura 5, Behar aponta que essas competências
contribuem para que a atuação do aluno nos cursos na modalidade EaD – âmbito em que o
virtual é essencial – torne a construção do conhecimento uma realidade efetiva.
Mas como estar presente na educação virtual? A presença física ainda se torna relevante
e necessária? Essa é a nossa discussão para o tópico a seguir.
AprP AV AprP AV
Tecnologia de
comunicação
Presencial
Digital
Educação virtual
Fonte: SILVA; DIANA; CATAPAN, 2014, p. 161.
A partir das reflexões apresentadas, é possível constatar que a educação virtual, repre-
sentada pela EaD, não está limitada ao espaço virtual, pois é ampla e dinâmica. A flexibilida-
de da modalidade a distância também contempla uma comunicação digital, potencializada
pela presença física, e contribui para a construção do conhecimento, que constitui uma ne-
cessidade cada vez mais essencial na sociedade em que vivemos.
Conclusão
• Tentar chegar aos alunos por todos os caminhos possíveis, pela experiência,
pela imagem, pelo som, pelo teatro, dramatização, pela multimídia, pela
interação real e virtual. Depois observar onde o aluno está, partir de onde
ele está, ir até ele e ajudá-lo a avançar, a evoluir. [...]
• Tentar manter sempre a atitude aberta, estar de antenas ligadas. Uma das
coisas mais bonitas que aprendi nesses últimos anos é que o processo de
Atividades
1. Na EaD, o ensinar e o aprender acontecem, principalmente, no mundo virtual. Para
que esse processo aconteça de modo que a construção do conhecimento do aluno
seja efetiva, é preciso que os profissionais envolvidos diretamente na aprendizagem
do aluno, como professores e tutores, apresentem algumas competências que valori-
zem esse modo de ensino-aprendizagem. Nesse contexto, descreva as competências
necessárias aos professores e tutores, apresentando exemplos de como essas compe-
tências são aplicadas no cotidiano da função.
Referências
BEHAR, P. A. (Org). Competências em educação a distância. Porto Alegre: Penso, 2013.
COLL, C. et al. Psicologia da educação virtual: aprender e ensinar com as tecnologias da informação
e da comunicação. Porto Alegre: Artmed, 2010.
Resolução
1. Esperamos que na sua resposta sejam apresentadas as competências descritas na
Figura 3 e, somados a essas competências, exemplos de como aplicá-las na prática.
2. Para essa questão, você deve descrever os fatores com base no que foi apresentado no
Quadro 1, que traz o cenário evolutivo do uso das tecnologias na educação virtual.
Tecnologia
Aprendizagem
Interação
Com o uso das tecnologias, a EaD se desenvolve com base em um conceito diferente do
qual estamos acostumados a vivenciar no ensino presencial. De acordo com Rosini, quando
existe uma nova abordagem de ensino-aprendizagem, deve-se considerar a necessidade de
“uma nova visão de mundo, uma nova educação e, consequentemente, novos critérios para
a elaboração de currículos e o consequente aprendizado. Já não se pode partir da existên-
cia de certezas, verdades científicas, estabilidade, previsibilidade, controle externo e ordem
como coisas possíveis” (ROSINI, 2007, p. 61).
Assim, podemos verificar que a modalidade a distância exige mudanças na educação,
visto que o aluno não é mais apenas um receptor do conhecimento, mas é construído por
meio da interação proporcionada pelo uso das tecnologias digitais. Tanto a comunicação
torna-se essencial diante do uso dessas tecnologias na aprendizagem quanto fica favorecida
por elas.
Ainda que o professor tenha um papel único na aprendizagem do aluno, ela não depen-
de só do professor, mas também do aluno, que precisa estar pronto para utilizar a tecnologia
de modo que isso contribua para a construção do seu conhecimento. É preciso incorporar o
significado real da informação para poder aprender, comunicar, interagir e desenvolver um
processo de construção integral (MORAN, 2007). Segundo Rosini (2007, p. 60), “o aprendiz
deve estar atento às mudanças naturais da evolução da humanidade, engajando-se etica-
mente no sistema de educação”.
Tomando como base as considerações apresentadas sobre o uso das tecnologias na
aprendizagem, é possível afirmar que as mudanças trouxeram a necessidade de desenvol-
ver diferentes ações e práticas pedagógicas, seja para professor, seja para o aluno, sempre
com foco em uma aprendizagem significativa, na qual a interação e a comunicação se fazem
presentes e são potencializadas pelo uso das tecnologias.
Além desses fatores apresentados, as tecnologias também possibilitam que a aprendi-
zagem aconteça de forma colaborativa. É isso que vamos ver no tópico a seguir.
Perceber alterações de
Saber colaborar, Ser capaz de se
humor, sentimento,
cooperar, respeitar. adaptar a situações novas.
desejos e expectativas.
Saber se redimir.
Para reforçar ainda mais a importância da mediação, temos a menção dessa prática na
definição da EaD apresentada no Decreto n. 9.057, de 25 de maio de 2017, que trata da regu-
lamentação da modalidade no Brasil.
Art. 1º Para os fins deste Decreto, considera-se educação a distância a modali-
dade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de
ensino e aprendizagem ocorra com a utilização de meios e tecnologias de in
formação e comunicação, com pessoal qualificado, com políticas de acesso, com
acompanhamento e avaliação compatíveis, entre outros, e desenvolva atividades
educativas por estudantes e profissionais da educação que estejam em lugares e
tempos diversos. (BRASIL, 2017, grifos nossos)
Essa definição mostra a importância da mediação no processo de ensino-aprendiza-
gem, que segundo Bento (2016), deve ser realizada pela tutoria. O autor ainda destaca que
o modo como o material didático está organizado contribui para que a interação realizada
entre os alunos e a mediação da tutoria aconteçam de maneira a contribuir efetivamente
para a formação do aluno. Os materiais didáticos desempenham, portanto, um importante
papel no ensino-aprendizagem, apresentando estrutura e linguagem que estejam de acordo
com o proposto para a EaD. No Capítulo 6, vamos ampliar nossa discussão e reflexão sobre
os materiais didáticos.
Na mediação pedagógica, é importante que o tutor tenha domínio do conteúdo pro-
posto, para que assim os alunos possam construir o conhecimento de forma significativa.
Bento (2016) destaca que a mediação pedagógica pode ser realizada em três fases, que são: o
tratamento com base no tema, o tratamento com base na aprendizagem e o tratamento com
base na forma. No Quadro 1, apresentamos com mais detalhes cada uma dessas fases.
Fase Descrição
A mediação se inicia no conteúdo desenvolvido pelo professor res-
ponsável (também chamado de professor conteudista). É ele quem
Tratamento com
propõe os recursos pedagógicos que irão organizar as informações a
base no tema
ponto de facilitar a compreensão do aluno, bem como orientar o tutor
a desenvolver a mediação.
Nessa etapa, são realizados os procedimentos mais favoráveis para
que a informação passada ao aluno seja, de fato, transformada em
Tratamento
conhecimento, ou seja, o conteúdo se torna um ato educativo. Essa
com base na
constatação é feita pelas atividades de aprendizagem realizadas. O
aprendizagem
tutor, nessa fase, leva em consideração o contexto vivido pelo aluno
para relacionar a teoria e a prática.
Essa fase representa a mediação quanto ao uso dos recursos, verifi-
cando em que medida os materiais disponibilizados estão contribuin-
Tratamento com
do com a aprendizagem. No que diz respeito à forma, podem ser
base na forma
consideradas ilustrações, organização visual e até mesmo figuras e
quadros com a apresentação de conteúdo.
Aprendizagem
gógica
Mediação peda
Interação
É preciso compreender ainda que a mediação pedagógica realizada pela tutoria vai
além da atuação do tutor como facilitador ou motivador da aprendizagem. A mediação é
mais intensa e exige envolvimento do tutor com o conteúdo, para que assim instigue o aluno
a refletir sobre o tema em estudo, construindo e reconstruindo conhecimentos.
Conclusão
das tecnologias e mídias digitais estão cada vez mais presentes no processo de ensino-apren-
dizagem, especialmente quando nos referimos à interação que elas proporcionam para os
envolvidos nos cursos na modalidade EaD. A interação entre professores, tutores e alunos é
vista como um importante meio de contribuir para o aprendizado, visto que a troca de infor-
mações estimula a reflexão, bem como possibilita conhecer outras realidades e experiências.
Com base na interação que os cursos a distância proporcionam aos alunos, a realização
de atividades colaborativas é vista como outro fator que contribui para a aprendizagem dos
alunos e, nesse sentido, as tecnologias disponíveis complementam esse quesito. A criação de
estratégias pedagógicas visando à realização de atividades propostas em conjunto torna a
ação da tutoria ainda mais relevante, uma vez que busca o desenvolvimento do pensamento
crítico e o de competências.
Por fim, destacamos como a mediação pedagógica está diretamente relacionada à atua-
ção da tutoria no que diz respeito ao apoio à formação do aluno, indo além da atuação como
motivadora. Na mediação pedagógica, o tutor desempenha seu principal papel: contribuir
para a formação do aluno, de modo que este esteja apto a atuar na sociedade atual que va-
loriza o conhecimento.
Tanto nos cursos convencionais como nos [cursos] a distância teremos que
aprender a lidar com a informação e o conhecimento de formas novas, pesqui-
sando muito e comunicando-nos constantemente. Isso nos fará avançar mais
rapidamente na compreensão integral dos assuntos específicos, integrando-
-os num contexto pessoal, emocional e intelectual mais rico e transformador.
Assim poderemos aprender a mudar nossas ideias, sentimentos e valores onde
se fizer necessário.
Atividades
1. O uso das tecnologias e mídias digitais é cada vez mais comum entre as pessoas,
tanto para o lazer como para a realização da atividade profissional. Na educação,
isso não muda, especialmente quando nos referimos à EaD, na qual as tecnologias
são vistas como uma importante estratégia para que as pessoas se comuniquem e
possam adquirir formação e qualificação profissional. Considerando o uso das tec-
nologias, descreva como a aprendizagem vem provocando mudanças no comporta-
mento do aluno.
2. A aprendizagem colaborativa é uma das ações pedagógicas que possibilita aos alunos
a troca de conhecimentos e a comunicação entre si, uma vez que existe a necessidade
de intermediar opiniões diferentes sobre um determinado tema. Alguns fatores são
considerados fundamentais para que a aprendizagem colaborativa realizada no mun-
do virtual seja de fato significativa. Nessa perspectiva, descreva quais são esses fato-
res e apresente um exemplo prático de como a tutoria contribui para esse processo.
“Olá tutor, estou tentando acompanhar o curso, mas está muito díficil. Não estou conseguin-
do me dedicar aos estudos, pois o conteúdo está muito complexo. Sinto que não vou conseguir
desenvolver as atividades e contribuir com as discussões que estão acontecendo no fórum.” O
que devo fazer?
Referências
BEHAR, P. A. (Org). Competências em educação a distância. Porto Alegre: Penso, 2013.
BENTO, D. O sistema tutorial para EaD. São Paulo: Cengage, 2016.
BORBA, M. C.; MALHEIROS, A. P. S.; ZULATTO, R. B. A. Educação a distância online. 4. ed. Belo
Horizonte: Autêntica Editora, 2014.
BRASIL. Decreto n. 9.057, de 25 de maio de 2017. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília,
DF, 30 maio 2017. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Decreto/
D9057.htm>. Acesso em: 29 jan. 2018.
MALLMANN, E. M.; CATAPAN, A. H. Materiais didáticos em Educação a Distância: gestão e me-
diação pedagógica. In: Linhas, Florianópolis, v. 8, n. 2, p. 63-75, jul./dez. 2007. Disponível em: <http://
www.periodicos.udesc.br/index.php/linhas/article/viewFile/1360/1166>. Acesso em: 29 jan. 2018.
MOORE, M.; KEARSLEY, G. Educação a distância: sistemas de aprendizagem on-line. São Paulo:
Cengage Learning, 2013.
MORAN, J. M. O uso das novas tecnologias da informação e da comunicação na EaD: uma leitura
crítica dos meios. Distrito Federal: Ministério da Educação, 2007. Disponível em: <http://portal.mec.
gov.br/seed/arquivos/pdf/T6%20TextoMoran.pdf>. Acesso em: 29 jan. 2018.
ROSINI, A. M. As novas tecnologias da informação e a educação a distância. São Paulo: Cengage
Learning, 2007.
WIKIMEDIA. Disponível em: <https://wikimediafoundation.org/wiki/Miss%C3%A3o>. Acesso em:
5 fev. 2018.
2. Para essa questão, a proposta é que você identifique os fatores essenciais para a
aprendizagem on-line conforme apresentado por Borba, Malheiros e Zulatto (2014)
e, com base nesses fatores, saiba relacionar e identificar na prática como eles se
fazem presentes.
3. Para esta questão, esperamos que a resposta possa descrever como a mediação do
tutor pode contribuir para a solução das diferentes situações. No relato apresentado,
o tutor se depara com um aluno desmotivado e com dificuldade de aprendizagem.
Assim, a mediação envolve questões relacionais, de interação e afeto e, para isso, é
preciso que o tutor estabeleça um diálogo com esse aluno, de modo a valorizar sua
atitude de iniciar uma nova formação e de enfrentar os desafios que dela fazem par-
te, tendo sempre em conta que não está sozinho nesse desafio. Em relação à dificul-
dade de aprendizagem, o tutor pode pedir mais detalhes do conteúdo que o aluno
sente dificuldade de compreender para que assim possa pensar em uma estratégia
para explicar e contribuir com o entendimento do aluno.
Apresentar
• Apresentar comunicação informal.
linguagem
• Promover autonomia do aluno no estudo do conteúdo.
dialógica
Ter claros os
conhecimentos,
• Detalhar o CHA para oferecer a oportunidade de autoavaliação.
habilidades e atitudes
(CHA)
Essas orientações podem ser utilizadas nos diferentes recursos disponibilizados aos alu-
nos, pois, nos cursos a distância, os materiais didáticos podem ser apresentados em vários
formatos, como texto impresso ou on-line, vídeos, áudios e apresentações. As tecnologias e
mídias digitais contribuem com essa possibilidade de diversificar os materiais produzidos.
Ainda neste capítulo vamos conhecer mais sobre os formatos das mídias utilizadas.
Independentemente do formato em que o material está, ele representa o acesso do alu-
no ao conteúdo elaborado pelo professor e, para isso, uma orientação importante é utilizar
os recursos tecnológicos disponíveis e criar hyperlinks nos textos ou, ainda, inserir mensa-
gens interativas. Nesse contexto, Bento (2016) aponta que podemos caracterizar os materiais
didáticos como:
• recurso tecnológico;
• apresentação de mensagem que transmite informações;
• conteúdo que se diferencia dos demais meios de comunicação por apresentar pro-
pósito educativo.
Com base nessas informações, podemos perceber que os materiais oferecidos aos alu-
nos dos cursos a distância se diferenciam dos usados nos cursos presenciais especialmente
quanto à sua organização, metodologia e escrita. Nesse contexto, Silva (2013) apresenta
um comparativo das principais diferenças entre o material didático tradicional do curso
presencial e o material didático da EaD. Observe o quadro a seguir e compreenda melhor
essas diferenças.
Material
Interação didático de Comprometimento
qualidade
Silva, Diana e Raymundo (2015, p. 4) fazem uma consideração a respeito da importân-
cia do material didático para os cursos de EaD:
O material didático no processo de ensino-aprendizagem destaca-se como ele-
mento que viabiliza a qualidade do ensino e se intensifica quando planejado no
âmbito da EaD, garantindo ao estudante diferentes possibilidades de aprendiza-
gem para a construção efetiva de um novo conhecimento, bem como a reconstru-
ção do conhecimento pré-existente.
Com base nessa reflexão das autoras, retomamos nossa afirmação do início do tópico,
sobre a dedicação e o comprometimento da equipe para produzir um material de qualidade.
Esse processo torna-se, então, complexo pela atenção que se é exigida, especialmente quanto
ao seu papel de contribuir com a construção do conhecimento do aluno da EaD.
De acordo com Silva e Spanhol (2014), recomendamos que a equipe atuante na produ-
ção de material didático apresente uma formação multidisciplinar para que possa atuar de
modo interdisciplinar, ou seja, que sua formação seja ampla a fim de permitir a convergên-
cia de conhecimentos de diferentes áreas. Assim, considerando as várias mídias e recursos
que serão disponibilizados aos alunos, sugerimos que a equipe de produção de material
didático seja composta de gestor de projeto, coordenador de produção, designer educacional,
web designer, designer gráfico, revisor, equipe de vídeo, tutor, professor-autor e gestor educa-
cional (SILVA; DIANA; RAYMUNDO, 2015). No quadro a seguir, apresentamos com mais
detalhes como cada profissional atua na equipe e desenvolve sua atividade.
Quadro 2 – Principais atividades desenvolvidas pela equipe de produção do material didático.
Designer Designer
Coordenação Professor Revisor
educacional educacional
Com a definição do fluxo de produção, esperamos que a equipe responsável pela pro-
dução do material didático esteja integrada e que o resultado de seu trabalho seja um ma-
terial organizado de maneira coerente para o aluno, que busca no material didático o con-
teúdo que irá compor sua base de estudo para construção do conhecimento. Observe que o
papel do designer educacional representa a interação entre a equipe, pois ele realiza a ponte
entre um profissional e outro.
Os profissionais que atuam na produção do material didático compartilham seu conhe-
cimento e, seguindo orientações que visam à interação entre aluno e professor, bem como
entre aluno e material, estão contribuindo com a reflexão e a construção do conhecimento
do estudante.
Até agora, vimos a importância do material didático e conhecemos os responsáveis por
sua produção, além de mencionarmos no decorrer deste capítulo as diferentes formas de
apresentar um material. No tópico a seguir, complementaremos o estudo sobre o tema co-
nhecendo as possíveis mídias que o aluno dos cursos de EaD pode ter disponíveis para sua
aprendizagem.
Os materiais didáticos, conforme vimos no decorrer deste capítulo, são essenciais para
o aluno da EaD, o que exige que sua organização e elaboração sejam diferenciadas de modo
que valorizem a autonomia do aluno, bem como a interação, tanto com o professor quanto
com os demais alunos e tutores. Porém, é importante lembrar que, na EaD, nem sempre a
apresentação do conteúdo em forma de texto é a melhor, pois há hoje disponíveis diferen-
tes mídias que contribuem para a construção do conhecimento. Bahia e Silva (2015, p. 8)
afirmam que “as mídias utilizadas na EaD como recurso educacional são resultado de uma
parceria entre o professor, o especialista no conteúdo abordado e a equipe multidisciplinar
de produção de materiais didáticos, que é composta por especialistas no uso das linguagens
midiáticas para fins pedagógicos”.
No contexto apresentado pelas autoras, a escolha das mídias é uma importante estra-
tégia que contribui para o processo de ensino-aprendizagem. A mídia em forma de texto é
uma opção muito utilizada, pois possibilita ao professor apresentar o conteúdo de modo
mais completo, porém utilizar os recursos tecnológicos disponíveis com o avanço das tecno-
logias é um ponto positivo e deve ser explorado.
Os Referenciais de qualidade para educação superior a distância fazem uma importante reco-
mendação sobre o uso das mídias e tecnologias disponíveis:
[...] com o avanço e a disseminação das tecnologias da informação e comuni-
cação e o progressivo barateamento dos equipamentos, é recomendável que as
instituições elaborem seus materiais para uso a distância, buscando integrar as
diferentes mídias, explorando a convergência e integração entre materiais im-
pressos, radiofônicos, televisivos, de informática, de videoconferências e telecon-
ferências, dentre outros, sempre na perspectiva da construção do conhecimento e
favorecendo a interação entre os múltiplos atores. (BRASIL, 2007, p. 14)
Seguindo essa linha, Mattar (2011) aponta que o uso de material impresso e texto on-line
continua frequente, porém outras opções passaram a ser utilizadas. A produção e a dispo-
nibilização de vídeos têm se tornado cada vez mais frequente nas instituições que ofertam
cursos de EaD, além do uso de videoaulas via satélite, que atraem um número alto de alu-
nos, especialmente de municípios distantes dos grandes centros, visto que possibilitam um
alcance maior. O smartphone também vem sendo considerado uma mídia para a aprendiza-
gem, o que resulta no aumento da demanda pela produção de vídeos e áudios compatíveis
com seus suportes.
Videoaula
Videoconferência Áudio
Smartphone Texto
Explicar processos
Demonstrar passos
de difícil observação a Ilustrar um conceito
de um processo técnico
olho nu (microscópicos com metáfora.
ou comportamental.
ou telescópicos).
Percebemos, assim, o uso do vídeo como uma mídia complementar no material didá-
tico, o qual se enriquece pela soma de diferentes mídias, como textos, vídeos, áudios e vi-
deoconferências, nos quais a interação entre professor, aluno e tutor é sempre valorizada.
Finalizamos destacando a importância do material didático para a EaD e afirmando que,
independentemente da mídia utilizada, o aluno deve ter a oportunidade de construir seu
conhecimento sobre o tema em estudo.
Conclusão
A produção do material didático nos cursos a distância deve ser considerada pela insti-
tuição de ensino como um dos recursos mais importantes na aprendizagem e construção do
conhecimento do aluno. Por meio do material disponibilizado, a tutoria tem a possibilidade
de promover interação e reflexão relacionadas ao conteúdo, estimulando o raciocínio e a
autonomia do aluno para seu estudo.
Nesse contexto, devemos ter em mente que a produção do material didático é um pro-
cesso complexo e envolve uma equipe que deve estar integrada e comprometida para que
esse material seja de qualidade e contribua com a aprendizagem do aluno. A definição de
um fluxo é essencial para, na produção do material, estimular o envolvimento da equipe,
bem como para que seja elaborado um material coerente e alinhado com a proposta da ins-
tituição pela qual o aluno se interessou.
Para finalizar, é preciso lembrar que o uso de diferentes mídias é uma estratégia que
enriquece o curso e, especialmente, a aprendizagem e a construção do conhecimento, visto
que elas possibilitam apresentar o mesmo conteúdo de diferentes perspectivas, bem como
complementar informações.
Atividades
1. A produção de material didático para EaD apresenta algumas particularidades, es-
pecialmente quando o comparamos com o material didático apresentado nos cursos
presenciais tradicionais. Para atender às características de um material que será dis-
ponibilizado ao aluno da EaD, sugerimos que você siga algumas orientações. Com
base no seu estudo sobre a produção de material didático, descreva as principais
orientações desse material para EaD, destacando suas características.
3. Na EaD o aluno tem a oportunidade de estudar o tema do curso por meio de di-
ferentes mídias, o que envolve formatos que atendam a diversos públicos e perfis.
Os exemplos mais comuns que podemos citar são os e-books interativos, telas narra-
das e vídeos. Em relação aos vídeos, eles seguem algumas orientações próprias, para
que seja possível transmitir o conteúdo de maneira agradável e não cansativa. Nesse
contexto, descreva como a apresentação dos vídeos pode potencializar o aprendiza-
do do aluno e sua compreensão a respeito do tema em estudo.
Referências
BAHIA, A. B.; SILVA, A. R. L. Vídeo didático: um guia para o professor. Florianópolis: IFSC, 2015.
BENTO, D. A produção do material didático para EaD. São Paulo: Cengage Learnig, 2016.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação a Distância. Referenciais de qualidade para
educação superior a distância: versão preliminar. Brasília, DF: MEC, 2007. Disponível em: <http://
portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/referenciaisead.pdf>. Acesso em: 25 jan. 2018.
MATTAR, J. Guia de educação a distância. São Paulo: Cengage Learning, 2011.
SILVA, A. R. L. da. Diretrizes de design instrucional para elaboração de material didático em EaD:
uma abordagem centrada na construção do conhecimento. 179 f. (Dissertação de mestrado) – Programa
de Pós-Graduação em Engenharia e Gestão do Conhecimento. Universidade Federal de Santa Catarina,
Florianópolis, 2013. Disponível em: <https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/103488>. Acesso em:
28 jan. 2018.
SILVA, A. R. L. da.; DIANA, J. B. Produção de materiais didáticos Cerfead. 2015. 1 banner. Projeto
gráfico do banner desenvolvido por Anelise Thaler.
SILVA, A. R. L. da.; DIANA, J. B.; RAYMUNDO, G. M. C. Gestão na produção de material didático para
EaD: um estudo de caso Cerfead/IFSC. In.: CONGRESSO INTERNACIONAL ABED DE EDUCAÇÃO
A DISTÂNCIA, 21., 2015, Bento Gonçalves. Anais... Bento Gonçalves: Abed, 2015. Disponível em:
<http://www.abed.org.br/congresso2015/anais/pdf/BD_30.pdf>. Acesso em: 28 jan. 2018.
SILVA, A. R. L. da; SPANHOL, F. J. Design instrucional e construção do conhecimento na EaD.
Jundiaí: Paco Editorial, 2014.
Resolução
1. Para essa questão, esperamos que você identifique um material didático produzido
para a EaD, principalmente, pela forma como o conteúdo é apresentado, não em
relação ao recurso utilizado, mas à sua apresentação escrita: ter uma linguagem
dialógica, que promova interação entre professor e aluno; apresentar uma orga-
nização lógica para que estimule a autonomia do estudante; desenvolver compe-
tências, ter sempre como foco a aprendizagem, estimulando novas descobertas e
complementando o conteúdo.
2. Para essa questão, esperamos que você identifique e reflita como profissionais de
diferentes áreas de atuação são importantes para que o material apresentado seja
interativo e tenha um design que estimule o estudo. Assim, apresentamos como base
as informações descritas na Figura 3.
3. Esperamos que nessa questão você identifique o vídeo como um recurso comple-
mentar ao processo de ensino-aprendizagem do aluno da EaD, especialmente em
assuntos que a exemplificação de situações práticas é importante. Assim, o vídeo
pode ser utilizado para sintetizar um conceito, analisar a dimensão teórico-empírica
de uma situação concreta, apresentar depoimentos de profissionais com diferentes
opiniões, explicar processos de difícil observação a olho nu (microscópicos ou teles-
cópicos), demonstrar passos de um processo técnico ou comportamental ou ilustrar
um conceito com metáfora. Esses exemplos estão apresentados na Figura 5.
As ações realizadas pela tutoria em curso ofertado na modalidade EaD estão dire-
tamente relacionadas ao processo de ensino-aprendizagem. Para que essas ações sejam
efetivas, de modo a contribuir com a aprendizagem do aluno, elas se utilizam das TIC
como o principal meio de interação.
Acompanhamento
do processo de
aprendizagem
Tipo de
tutoria
Avea
Ação da tutoria
Material
didático
Organização
do tempo
e espaço
O uso de recursos didáticos nos cursos ofertados a distância é uma estratégia que deve
estar prevista ainda durante a elaboração do curso. Como vimos no Capítulo 6, é na etapa
de elaboração dos materiais didáticos que devem ser pensadas diferentes ações que sir-
vam de apoio ao ensinar e ao aprender, daí a importância de uma equipe multidisciplinar
dedicada à produção do que será disponibilizado para o aluno. Ao dispor de recursos que
complementem o aprendizado, temos na tutoria uma diferente forma de auxiliar e estimular
o estudo e a compressão do tema. Mas como a tutoria pode tirar proveito dos recursos que
estão inseridos nos materiais?
Recurso
Descrição Prática da tutoria
didático
Com base na definição da palavra apresen-
É a explicação de um
tada ao aluno, o tutor pode começar a inse-
Glossário termo pouco utilizado
ri-la nas discussões e reflexões propostas,
no cotidiano do aluno.
ampliando assim o vocabulário do aluno.
É uma forma de refor- Ao reforçar uma frase, o tutor pode tê-la
çar um trecho especial como ponto de partida para estimular uma
Lembre-se do texto, contribuin- reflexão a respeito do significado que ela
do para a compreen- traz, propondo inclusive situações que
são sobre o tema. contribuam para as discussões realizadas.
A proposta de um texto complemen-
tar pode ser uma estratégia utilizada
Sugestão de texto ou
pela tutoria para propor uma reflexão
vídeo apresentado ao
ou uma nova discussão tendo em vista
Saiba mais aluno para a ampliação
a complementação do que está sendo
do conhecimento a res-
estudado. Pode estabelecer também
peito do tema estudado.
uma relação entre o conteúdo estuda-
do e a realidade do público do curso.
A apresentação de um questionamento
Indica questionamentos acerca do texto não necessariamente faz
relacionados ao tema em com que o aluno reflita a respeito. No
Para refletir estudo, porém não traz entanto, o acompanhamento da tutoria
uma resposta, apenas pode promover essa reflexão, instigan-
instiga a reflexão. do o aluno a desenvolver seu senso
crítico a partir do que foi proposto.
Indicação de um texto
ou vídeo que aborda
de modo mais aprofun-
O texto complementar é uma sugestão do
dado o tema estudado.
professor, o tutor pode selecionar trechos
Distingue-se do Saiba
Leitura com- do texto proposto e relacioná-los com
mais, porque enquan-
plementar situações que fazem parte da vivência do
to este tem um caráter
aluno. Dessa forma, o tutor está estimulan-
mais complementar,
do o aluno a realizar a leitura completa.
a Leitura propõe um
aprofundamento do
tema em questão.
Recurso
Descrição Prática da tutoria
didático
Conhecer mais sobre os importantes
pesquisadores e pensadores da área de
estudo é relevante para que se possa
Apresentação de breves
compreender sua linha de raciocínio.
biografias de pessoas
Quem? Assim, por exemplo, quando o material
relevantes que foram
apresentar mais de um autor, a tutoria
citadas no texto.
pode promover reflexões comparando
as diferentes formas de atuação existen-
tes com a linha dos autores citados.
Ao explicar com outras palavras um
É uma explicação mais conteúdo apresentado, o professor-
Comentário
informal do que aquela -autor contribui para que o tutor tome
do autor
que o professor apresenta. um ponto de partida para novas ex-
plicações, quando necessário.
Apresentação de frases A apresentação de destaques no texto pode
Destaque que merecem destaque e ser utilizada como sugestão de discussões
atenção especial do aluno. e reflexões sobre o assunto abordado.
O uso de imagens ilustrativas faz com que
Recurso que pode ser os alunos possam compreender melhor
uma figura ilustrati- o cenário imaginado pelo professor-
va, representando um -autor diante do contexto apresentado.
Imagem
cenário ou ainda uma O tutor pode estimular a imaginação
figura esquemática que e a criatividade dos alunos, propon-
apresente conteúdo. do que usem uma situação vivida para
ilustrar ou exemplificar o conteúdo.
Perceba que a tutoria pode se utilizar de cada recurso apresentado no material didático
para estimular o aluno em sua aprendizagem. Nem sempre todos os recursos são apresen-
tados no material didático, porém, com criatividade e conhecimento a respeito do tema em
estudo, o tutor pode sempre propor ações que potencializem a reflexão e a discussão dos
alunos sobre o assunto abordado. Também destacamos que, caso mais de um recurso seja
utilizado no material, o tutor precisa fazer uso dele como fonte de discussão, já que eles se
complementam e podem ser utilizados em diferentes momentos.
Além do acesso aos recursos apresentados nos materiais didáticos, outras inciativas
também contribuem para as ações pedagógicas do tutor. As atividades propostas nos cursos
são exemplos de recursos que estimulam a prática da tutoria e contribuem para a aprendi-
zagem. Nesse contexto, Mattar (2012, p. 117) destaca as atividades síncronas e assíncronas.
As atividades síncronas são aquelas que ocorrem instantaneamente, ou seja, a comunicação
entre os envolvidos acontece em tempo real. Já nas atividades assíncronas, a comunicação é
feita em tempos diferentes, sem a necessidade de interação imediata. Vamos conhecer quais
são essas atividades e como elas são realizadas.
Atividades síncronas
• Chat
• Videoconferência
• Webconferência
Atividades assíncronas
• Fórum de discussão
• Atividades avaliativas
• Realização de projetos
Quando nos referimos às atividades síncronas, é importante que o tutor esteja se de-
dicando integralmente àquele momento, visto que a interação e a comunicação acontecem
instantaneamente. Essa interação pode ser tanto pelo mundo virtual quanto pela presença
física nos polos de apoio. Assim, essas atividades tornam-se um importante meio didático
para que a prática da tutoria resulte na aprendizagem do aluno.
Vamos agora entender como os exemplos que apresentamos na Figura 2 se relacionam
com a prática da tutoria. Os chats são as salas de bate-papo que possibilitam a vários alunos
estarem conectados ao mesmo tempo e realizarem uma conversa dinâmica em tempo real.
Para atingir o objetivo da aprendizagem, é importante que o tutor se organize de modo que
esse momento tenha como foco discussões sobre um tema específico e estejam relacionadas
com o que vem sendo estudado.
As videoconferências o e webconferências apresentam a mesma essência, ou seja, um
professor ou tutor conectado, conversando por meio de imagem e áudio, interagindo com
os alunos. O que diferencia a videoconferência da webconferência é a tecnologia utilizada,
a primeira normalmente é realizada via satélite, enquanto a segunda utiliza a internet como
meio de transmitir imagem e som. Ambas as modalidades de conferência normalmente obje-
tivam iniciar a apresentação de um novo conteúdo, mas sem promover discussões como no
chat. No entanto, o aluno tem oportunidade de esclarecer dúvidas imediatamente.
Em relação às atividades assíncronas, o tutor não está disponível para o aluno no mo-
mento da postagem ou da realização da tarefa, mas este irá receber o retorno do tutor em
um momento distinto. A interação e a comunicação acontecem no mundo virtual, no qual
ficam registradas as mensagens. Uma das atividades assíncronas mais comuns é o fórum de
discussão, que é o espaço no qual uma questão central é elaborada e postada pelo profes-
sor-autor e os alunos têm a oportunidade de refletir e discutir sobre o tema com os colegas.
Esse tipo de atividade é mediada pelo tutor, que estimula e instiga os alunos a considerarem
novos pontos de vista.
As atividades avaliativas são realizadas pelos alunos e não têm interação com o tu-
tor. O papel da tutoria, nesse caso, é o de acompanhar a avaliação e conferir as atividades
realizadas, bem como lançar as notas conquistadas. Por fim, podemos contar ainda com a
realização de atividades que se configurem como projetos. Essas atividades propostas pelo
professor podem ser realizadas individualmente ou em grupo, porém contarão sempre com
o suporte da tutoria para esclarecer as possíveis dúvidas.
Observe que as atividades síncronas e assíncronas, assim como os demais recursos
apresentados no material didático (esquematizados no Quadro 1), estão relacionados di-
retamente com as ações práticas da tutoria, contribuindo para a aprendizagem dos alunos,
oferecendo o suporte necessário para que eles alcancem a construção do conhecimento. No
Capítulo 8, você vai conhecer outras ferramentas virtuais que auxiliam a ação da tutoria.
Diante de inúmeras práticas que a tutoria apresenta, é importante ter em mente estraté-
gias que auxiliem no bom desempenho das atividades. No tópico a seguir, vamos conhecer
algumas dessas estratégias e situações que podem ser aplicadas nos cursos de EaD.
Tipos de Tecnologias e
Estratégias de atuação
tutoria mídias utilizadas
Atualmente o uso da internet, por meio de aplicativos
- internet
de mensagens instantâneas e de mensagens nas redes
Tutoria a - aplicativos de sociais, é o método mais popular de comunicação,
distância mensagens haja vista sua fácil utilização e retorno. O uso do e-mail
também é frequente, ou ainda do telefone, quando
- e-mail
se faz necessária uma comunicação diferenciada.
Podem ser realizados encontros pré-agendados
Tutoria com definição de local para esclarecimento de dúvi-
- Avea
presencial das e auxílio no uso das ferramentas do Avea. Esse
atendimento pode ser individual ou em grupo.
Utilizada quando as tecnologias de comunicação
Tutoria
- correspondência ainda não eram avançadas. Atualmente, a posta-
postal
gem via correio se limita ao envio de documentos.
- internet Muito semelhante ao tutor a distância, esse tipo
Tutoria de tutoria usa exclusivamente a internet para co-
- Avea
multimídia municação, seja por meio das ferramentas do Avea
- e-mail ou ainda do envio de mensagens via e-mail.
Situação apresentada
Estratégia da tutoria
pelo aluno
É importante que o tutor conheça o público-alvo do curso. Por
exemplo, se for um curso de graduação, a chance desses alunos
cumprirem carga horária de 8 horas de trabalho é grande, por
isso, é primordial reconhecer os desafios que o aluno apresenta.
“Não consigo acom-
Em situações como essa, o tutor, em um primeiro momento, deve
panhar o curso, estou
motivar o aluno a permanecer no curso e parabenizá-lo por aceitar
com falta de tempo”
o desafio de uma formação. Depois, ele pode propor que o aluno
procure identificar as atividades diárias para que possa definir
um tempo mínimo de estudo por dia, evitando que se acumule
material para estudar e atividades a serem realizadas.
Conhecer os recursos do Avea é essencial para que se possa
“Não tenho conheci-
orientar o aluno diante das dificuldades encontradas. O tutor
mento e habilidade
deve pedir o máximo de informações sobre a dúvida que o aluno
suficientes para de-
está apresentando ao utilizar o Avea. Estimular o aluno a explo-
senvolver as ativi-
rar as ferramentas disponíveis no Avea sem medo é importante
dades no Avea” para que ele crie confiança nas ações que devem ser tomadas.
Essa situação é semelhante às dificuldades relacionadas à tecno-
“O conteúdo do mate-
logia, pois o tutor deve ter conhecimento do assunto e conversar
rial é muito complicado,
com o aluno de modo a estimulá-lo para uma disciplina de estu-
não consigo acompa-
dos. O tutor pode pedir que o aluno apresente os assuntos com
nhar a turma, sinto que
os quais sente mais dificuldade a fim de que seja criada uma
não estou aprendendo” estratégia para auxiliar na compreensão do conteúdo.
“Não consigo falar
A comunicação nos cursos a distância é essencial para que, por
com meu colega de
meio do compartilhamento de conhecimento, a aprendizagem
grupo para resolver
de fato aconteça. Ao relatar a dificuldade de comunicação, o tu-
a atividade que pre-
tor pode interferir e utilizar outras formas de abordagem.
cisa ser entregue”
Esse tipo de problema é muito comum e está relacionado à ad-
“Não vou conseguir
ministração do tempo do aluno. Estimular e parabenizar o aluno
entregar a atividade no
pela participação e dedicação no curso é importante, pois ele se
prazo proposto, acho
sente valorizado e compreendido diante da situação apresentada.
que vou desistir” Nesse caso, é fundamental que o tutor demonstre flexibilidade.
Em alguns cursos, são disponibilizados aos alunos diferentes
formatos de material, sendo que por vezes alguns deles são com-
plementares. Por exemplo, algumas videoaulas gravadas são um
resumo do que foi apresentado no e-book, ou ainda, no material
“O curso tem muito escrito podem estar sugeridas leituras complementares. Ao co-
material a ser estu- nhecer o que os materiais apresentam, o tutor pode sugerir que
dado, não estou con- o aluno tenha foco no estudo dos materiais mais essenciais de
seguindo ler tudo” estudo, por exemplo, a leitura do livro-texto que traz o conteúdo
de modo mais aprofundado, sem a necessidade da leitura com-
plementar. Mas é sempre importante que o tutor ressalte que os
materiais complementares ampliam o conhecimento e a reflexão
a respeito do assunto estudado.
Fonte: Elaborado pela autora.
Conclusão
O estudo deste capítulo teve como principal objetivo apresentar quão essenciais são as
práticas da tutoria para o processo de ensino-aprendizagem dos alunos de cursos a distân-
cia. A tutoria é, em muitos casos, considerada como o coração de um curso, uma vez que é
a partir das ações desempenhadas pelo tutor que o aluno se sente motivado e instigado a ir
além do acompanhamento e do suporte às dúvidas e questionamentos apresentados para
chegar à construção de sua própria reflexão.
A prática da tutoria deve ser vista pelo tutor como uma ação que está diretamente re-
lacionada com o sucesso do aluno diante do objetivo de construir novos conhecimentos e
desenvolver competências.
Um curso a distância é desenvolvido com base na ação de diversos profissionais e a par-
ticipação do tutor deve ser valorizada a fim de que este possa ter conhecimento da proposta
que será apresentada ao aluno e possa planejar as possíveis ações e as melhores práticas a
serem adotadas segundo o perfil da turma a ser acompanhada.
Os recursos didáticos apresentados nos materiais são importantes tanto para auxiliar os
alunos em seu estudo pessoal quanto para os tutores utilizarem como base para discussões,
reflexões e até mesmo para compreender a linha de pensamento que o professor-autor ela-
borou, com vistas sempre a contribuir para a formação do aluno.
Por fim, ressaltamos a importância de o tutor atuar sempre como um profissional que
está disposto a auxiliar o aluno nas diversas questões que podem ser apresentadas no decor-
rer do curso, estimulando e motivando a frequência e a participação nas atividades desen-
volvidas. Por outro lado, ter sensibilidade e compreensão em relação à situação apresentada
pelo aluno é uma das práticas que mais são valorizadas pelo estudante na EaD, pois este,
devido à distância física envolvida, é uma pessoa que, por vezes, sente mais necessidade de
atenção.
As vantagens do EaD
O EAD permite que os alunos estudem quando e onde melhor lhes convier.
Continuam a aprender enquanto cumprem os respectivos compromissos pro-
fissionais, familiares ou comunitários. Os que vivem em áreas remotas ou com
facilidades de transporte limitadas podem estudar cursos que, de outra forma,
estariam inacessíveis.
[...]
Tópicos e
Semana Unidade Estratégias
atividades
Diário de aprendizagem,
Introdução Atividade
discussões com colegas
1 Diário de aprendiza-
Tutoria na EaD.
1 gem, reflexão, discus-
Atividades sões com colegas
Competências Reflexão, discussão com
3 da tutoria. colegas e/ou alunos,
Atividades diário de aprendizagem
2
O papel de apoio
dos tutores. Diário de aprendizagem,
4
feedback de colegas
Atividades
Atividades
1. A tutoria nos cursos a distância representa um papel de extrema importância para
o bom desempenho do curso como um todo, visto que com o acompanhamento do
tutor os alunos sentem-se estimulados e motivados a desenvolver as atividades, bem
como esclarecer dúvidas e interagir. Nesse sentido, alguns aspectos são considerados
relevantes para que a prática da tutoria contribua na aprendizagem do aluno.
Com base nisso, identifique e descreva quais são esses aspectos e apresente um
exemplo prático de como a tutoria pode desempenhar essas ações.
3. As atividades realizadas pelos alunos no Avea são diversas, podendo ser realizadas
de modo síncrono ou assíncrono, ou seja, com interação instantânea ou em tempos
diferentes. Considerando sua atuação na tutoria, reflita sobre ambos os tipos de ati-
vidades e como eles se integram de modo a contribuir com a aprendizagem com base
na ação desempenhada pelo tutor.
Referências
BENTO, D. O sistema tutorial para EaD. São Paulo: Cengage, 2016.
INED – Instituto Nacional de Educação a Distância. Tutoria no EaD: um manual para tu-
tores. The Commonwealth of Learning. 2003. Disponível em: <http://www.abed.org.br/col/
tutoriaead.pdf>. Acesso em: 30 jan. 2018.
MATTAR, J. Tutoria e interação em educação a distância. São Paulo: Cengage Learning, 2012. (Série
Educação a Tecnologia).
MOORE, M. G.; KEARSLEY, G. Educação a Distância: sistemas de aprendizagem on-line. 3. ed. São
Paulo: Cengage Learning, 2013.
Resolução
1. Essa questão propõe a identificação dos aspectos que estão relacionados com a
aprendizagem e são potencializadas pela ação da tutoria. Os aspectos a serem consi-
derados são: uso do Avea, tipo de tutoria, material didático, organização do tempo e
do espaço e acompanhamento do processo de ensino-aprendizagem.
Depois de identificar esses aspectos, esperamos que você apresente exemplos de como
podem ser realizadas ações que possam resultar na construção do conhecimento.
2. Com essa questão, esperamos que você seja estimulado a imaginar situações que pos-
sam fazer parte da prática da tutoria. Assim, a resposta deve destacar a importância
da comunicação, do processo de aproximação e criação de afeto, para que o aluno se
sinta acolhido e receba todo suporte e apoio necessários no decorrer do curso.
A comunicação na EaD é a chave para uma interação eficaz que resulta em efei-
tos positivos para o aprendizado do aluno. Nesse aprendizado, devemos considerar
a construção do conhecimento e o desenvolvimento de competências como o objetivo
principal dos cursos ministrados a distância. Para desempenhar essa importante inte-
ração, os ambientes virtuais de ensino-aprendizagem (Avea) apresentam ferramentas
que contribuem para a comunicação dos alunos entre si e destes com a tutoria, poten-
cializando o ensinar e o aprender.
Neste capítulo, vamos conhecer com mais detalhes os Avea e como eles constituem
peça fundamental no processo de ensino-aprendizagem. Além disso, abordaremos de
que modo as ferramentas digitais disponíveis nesses ambientes são relevantes para
que a comunicação e a interação entre aluno e tutor sejam efetivas. Finalizamos apre-
sentando algumas sugestões de comportamento no mundo virtual, de modo a enri-
quecer ainda mais a atuação da tutoria.
Letramento Descrição
Surgiu nos anos 1980, a partir da difusão do uso do computador pes-
Letramento
soal. Esse tipo de letramento não tem relação com o processo de ensi-
por meio do
no-aprendizagem, mas com o que se refere à utilização dos recursos
computador
básicos disponíveis.
Relacionado à forma de utilização do computador considerando a
Letramento capacidade de selecionar, analisar e avaliar as fontes de informação.
informacional Essas atividades já eram realizadas antes, porém, com o uso frequente
do computador, tornaram-se on-line.
Representa o avanço do uso do computador diante dos inúmeros re-
Letramento
cursos disponíveis. Esse letramento está relacionado à capacidade de
multimídia
combinar texto, imagem, áudio e vídeo para a comunicação.
Letramento
É o tipo de letramento necessário ao processo de ensino-aprendiza-
comunicacional
gem realizado na EaD, fazendo assim referência à comunicação que
mediado por
se realiza por meio das mídias digitais.
computador
Observe que os diferentes tipos de letramento estão relacionados aos avanços das tec-
nologias e ao modo como as utilizamos no decorrer do tempo. Assim, consideramos que o
letramento comunicacional mediado por computador é aquele necessário para os cursos a
distância. Nesse sentido, Behar aponta que esse letramento: “Diz respeito às regras de com-
portamento na rede, como a netiqueta, e as diferentes formas de escrita nas várias ferramen-
tas que estão disponíveis na internet, como bate-papo, fórum, e-mail, etc.” (BEHAR, 2013,
p. 217). As ferramentas mencionadas pela autora são constantemente utilizadas no Avea,
assunto que vamos explorar ainda mais neste capítulo.
O letramento digital envolve um conjunto de aprendizados e domínios que são essenciais
para a utilização dos recursos disponíveis, de modo a contribuir para a aprendizagem (BEHAR,
2013). Dessa forma, destacamos na figura a seguir os conhecimentos, as habilidades e atitudes
que estão relacionados ao bom uso dos recursos que utilizamos na aprendizagem virtual.
Depois de já compreender o que é o Avea e como ele atua na aprendizagem e sua rela-
ção com a tutoria, vamos aprofundar nosso estudo apresentando as atividades e ferramen-
tas disponíveis que devem ser acompanhadas pelo tutor.
Segundo Bento (2016, p. 54), podemos destacar a relevância dos Avea, como “ferramentas
que possibilitem a interação e a cooperação”. Porém, eles sozinhos não favorecem a construção
do conhecimento e é aqui que entra a essencial presença e atuação da tutoria para acompanhar
os alunos a fim de que o objetivo desse ambiente seja cumprido. Além disso, Filatro (2008) indica
alguns contextos que devem ser considerados ao escolher o Avea, são eles:
• Contexto institucional: sugere a integração com o sistema de gestão acadêmica da
instituição, como pode ser o caso da biblioteca virtual.
• Contexto imediato: propõe-se uma organização simples e direta, em que o aluno pos-
sa acessar as ferramentas e visualizar o conteúdo de estudo de maneira fácil e direta.
• Contexto individual: a interface deve ser facilmente navegável, com layout consis-
tente, que permita adicionar materiais de estudo complementar, sempre visando
dar suporte ao processo de aprendizagem.
Disponibilizar um ambiente que contribua com o processo de aprendizagem é um pon-
to positivo, mas, como dissemos no início deste tópico, é preciso haver a atuação de profis-
sionais que acompanhem o aluno na jornada do conhecimento, estimulando assim o uso
das ferramentas disponíveis, de modo a potencializar a aprendizagem. É nesse cenário que
o tutor se faz fundamental. De acordo com Bento (2016, p. 55),
o professor/tutor é quem dinamiza o curso, promovendo a interação, a partici-
pação e a cooperação dos alunos. Nesse processo, por mais que o ambiente do
curso seja rico em ferramentas interativas, é preciso haver um compromisso de
toda a equipe de profissionais envolvidos com o processo de aprendizagem dos
alunos, especialmente o professor/tutor, porque os alunos se reportam a ele.
Perceba como o tutor é importante nesse processo, especialmente quando consideramos
que a experiência do tutor, aliada às ferramentas e tecnologias disponíveis para a aprendiza-
gem do aluno, tende a ser cada vez mais significativa, com uma formação de qualidade. Mas
quais ferramentas seriam essas?
As ferramentas de comunicação disponíveis nos Avea proporcionam um momento
de trabalho colaborativo e reflexivo para os alunos, sob a mediação pedagógica da tutoria.
Outro fator positivo no uso desses ambientes nos cursos de modalidade a distância é o regis-
tro que o próprio sistema faz das mensagens trocadas, o que possibilita um estudo posterior,
de acordo com a disponibilidade de tempo do aluno. Nesse mesmo sentido, Behar (2009)
afirma que tais características vêm ao encontro do sujeito como construtor do seu próprio
conhecimento, o qual desenvolve seu intelecto por meio das relações que são valorizadas
nas mediações realizadas pela tutoria.
Ferramenta Descrição
Espaço no qual o tutor se comunica de maneira assíncrona com os
alunos. É inserido um questionamento sobre algum tema específico
da aula e, na maioria dos casos, incentiva-se a discussão, que pode,
Fórum de em certas situações, gerar alguma polêmica entre os participantes.
discussão O fórum é uma ferramenta de comunicação assíncrona, pois os alunos
e o tutor postam as respostas em horários diferentes, sem precisar
combinar alguma hora específica para fazê-lo. Essa ferramenta fica
disponível no ambiente e é aberta para que todos visualizem.
É uma ferramenta síncrona que a tutoria utiliza para se comunicar
com os alunos em horários específicos, marcados com antecedência.
Esse espaço é utilizado normalmente para tirar dúvidas que os alunos
Chat possam ter sobre conteúdos específicos da disciplina. Eles são incen-
tivados a perguntar e participar também respondendo aos colegas.
Da mesma forma que o fórum, essa ferramenta fica disponível no am-
biente e é aberta para todos visualizarem.
Ferramenta assíncrona que o tutor utiliza para enviar mensagens aos
Mensagem/
alunos individualmente ou para todo o grupo, sendo que, em ambos
e-mail
os casos, os alunos recebem as mensagens de modo particular.
Ferramenta de edição colaborativa para criar conteúdo, em que os
Wiki alunos participam individualmente, em grupos ou até mesmo, em al-
guns casos, junto ao tutor.
Ferramenta Descrição
É utilizado para inserir diferentes tipos de dados, (como imagens, tex-
Banco de dados to, arquivos), os quais ficam disponíveis para todos os participantes
da turma.
É utilizada para disponibilizar diferentes tipos de arquivos no am-
Pasta de
biente, agrupados em uma pasta. Os professores a utilizam, por
arquivos
exemplo, para disponibilizar artigos ou material complementar.
Observe que são diversas as ferramentas disponíveis em um Avea – podendo ser síncro-
nas ou assíncronas, ou seja, a interação pode ser instantânea ou não –, além de ferramentas
avaliativas, que possibilitam o registro de acompanhamento de desempenho dos alunos.
Destacamos então a importância dos Avea, nos quais as ferramentas disponibilizadas
são um forte instrumento para contribuir com a aprendizagem do aluno da EaD, mas que,
normalmente, somente agregam valor ao aprendizado quando associados a uma boa atua-
ção de acompanhamento da tutoria.
Assim como todo relacionamento humano se pauta em um código de conduta, ainda que
não explícito, para uma boa convivência, o caso das interações virtuais não poderia ser dife-
rente. Sendo tão essencial, a interação no mundo virtual também exige seus “bons modos”.
Você sabia que existe uma etiqueta virtual? É isso o que vamos abordar no próximo tópico.
8.3 Netiqueta
A interação e comunicação entre tutoria e alunos é essencial no desenvolvimento dos
cursos a distância, principalmente quando buscamos promover um ensino de qualidade,
com formação que estimule a construção do conhecimento e o desenvolvimento de compe-
tências, sem dispensar a ética.
A tutoria é o suporte e o contato mais próximo que o aluno tem nos cursos na modalida-
de, pois, por meio das atividades de acompanhamento desenvolvidas pelo tutor, cria-se um
vínculo, uma relação de afeto e também de colaboração, na qual o tutor contribui com o cresci-
mento e aprendizado do aluno. Tudo isso acontece pela comunicação. E como a comunicação
do tutor com o aluno pode contribuir (ou não) com a permanência deste no curso?
Do mesmo modo que o cotidiano em que vivemos nos apresenta algumas regras básicas
de convivência e comunicação, na EaD isso não é diferente, e mais, temos um fator extra:
nem sempre o que escrevemos é interpretado da maneira como gostaríamos, mas depende
da forma como escrevemos. Para minimizar os mal-entendidos e nos guiarmos bem nesse
universo virtual, desenvolveu-se o que chamamos de netiqueta, que nada mais é do que a
junção do termo net (que corresponde à internet, web) com etiqueta. Assim, a netiqueta signi-
fica as regras de comportamento aplicadas ao mundo virtual.
A consciência que temos de que é importante manter uma relação sadia e respeitosa em
nossas relações cotidianas vale também para a comunicação por meio do uso das tecnolo-
gias e mídias digitais. Na tutoria, a forma como nos comunicamos com os alunos pode ser
Sugestão Descrição
Quando escrevemos com letras em caixa-alta, isso representa que
Fale, não estamos gritando, especialmente quando segue após a mensagem o
GRITE! ponto de exclamação. Caso queira dar ênfase em alguma palavra ou
frase, utilize recursos como sublinhado ou negrito.
Os emoticons são ícones que representam alguma expressão facial e
Utilize
são formados pela junção de diferentes caracteres. São muito utiliza-
emoticons
dos quando queremos deixar claro que aquela mensagem deve ser
moderadamente
compreendida com um tom irônico ou quando se está feliz.
Apresentar o assunto da mensagem parece ser uma ação sem impor-
tância, mas, acredite, ele é muito relevante quando o número de men-
Escreva o assun-
sagens recebidas é muito alto. Por exemplo: um tutor pode receber
to da mensagem
mais de 50 e-mails por dia. Ele pode filtrar as mensagens mais impor-
tantes e que têm urgência apenas selecionando-as pelo título.
Use arqui-
Ao receber uma mensagem com arquivos em anexo, isso pode interfe-
vos em anexo
rir na visualização de outras mensagens, então envie documentos em
somente se
anexo somente em caso de necessidade e quando solicitado.
necessário
Observe que essas são ações simples, mas que na prática fazem toda diferença. Vale
destacar que a comunicação bem-feita deve ser clara e objetiva, mas sempre demonstrando
gentileza e respeito com aquele que recebe a mensagem. Estamos vivendo cada vez mais no
mundo virtual, o que não representa que estamos sozinhos, muito pelo contrário: estamos
cercados de outras pessoas e, para que essa rede se amplie, a comunicação é o ponto-chave
do sucesso.
Conclusão
O estudo deste capítulo teve como objetivo identificar as ferramentas do Avea como um
recurso que atua como potencializador da aprendizagem, sendo esse um espaço que promo-
ve interação entre os envolvidos nos cursos na modalidade EaD, especialmente entre tutores
e alunos.
Um Avea, conforme vimos no decorrer do estudo deste capítulo, é o espaço no mundo
virtual que representa a sala de aula do ensino presencial tradicional. A troca de conteúdo,
o compartilhamento de informações e de experiências vividas e a interação entre tutores e
alunos são os principais recursos que esse ambiente traz para os cursos a distância. Essas
ações representam, acima de tudo, a interação, que é tão importante nessa modalidade
educacional.
A comunicação realizada nesses ambientes é organizada nas diferentes ferramentas
disponibilizadas, entre as quais merecem destaque os fóruns de discussão e as mensagens.
É por meio dessa interação que os alunos têm a oportunidade de construir seu conhecimen-
to com base em momentos de reflexão e de discussão com os demais colegas, tudo sempre
mediado e instigado pelas ações realizadas pela tutoria.
Destacamos também como essas ações de comunicação podem ser realizadas de modo
que não existam mal-entendidos e que as mensagens realmente transmitam aquilo que
querem transmitir. Assim, finalizamos o estudo deste capítulo apresentando situações e
Atividades
1. Os ambientes virtuais de ensino-aprendizagem possibilitam aos tutores e alunos criar
relações que estimulem a aprendizagem pelo compartilhamento de informações, de
conhecimentos e de experiências vividas. No estudo deste capítulo, foram apresenta-
das competências, habilidades e atitudes que estão relacionadas ao letramento digital,
ou seja, ao domínio do uso dos recursos disponíveis no mundo virtual. Nesse contexto,
descreva como os conhecimentos, as habilidades e as atitudes desempenhadas pela
tutoria podem interferir no aprendizado do aluno dos cursos a distância.
Referências
BEHAR, P. A. (org.). Competências em educação a distância. Porto Alegre: Penso, 2013.
_____. (org.). Modelos pedagógicos em educação a distância. Porto Alegre: Artmed, 2009.
BENTO, D. O sistema tutorial para EaD. São Paulo: Cengage, 2016.
FILATRO A. Design instrucional na prática. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2008.
KUNTZ, V. et al. Técnicas criativas aplicáveis em cursos online aberto massivos (MOOCS). In:
VANZIN, T.; ULBRICHT, V. R. BATISTA, C. R. (orgs.). Criatividade e inovação na educação. São
Paulo: Pimenta Cultural, 2015.
Resolução
1. O objetivo desta questão é identificar o necessário para que a atuação da tutoria
desempenhe ações que contribuam para a formação do aluno e não desestimule sua
participação no curso. Para isso, devem ser consideradas as informações da Figura 1
que descrevem possíveis situações que podem surgir na prática.