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FLORIANÓPOLIS, 2008
GRAZIELA BRUNHARI KAULING
FLORIANÓPOLIS, 2008
2
GRAZIELA BRUNHARI KAULING
Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado e aprovado em sua forma final
pela Coordenação de Pós-Graduação da Faculdade Estácio de Sá de Santa Catarina, em 7 de dezembro
de 2007.
_____________________________________________
Icléia da Silveira
______________________________________________
Professora Orientadora Maria Izabel Costa
3
Dedico este trabalho à Deus, aos meus pais, Cláudio e
Regina, aos meus irmãos Cláudia e Augusto, ao meu
amor Rimenez e ao SENAI de Rio do Sul.
4
AGRADECIMENTOS
Ao Diretor do SENAI Rio do Sul, Sr. Laércio Lueders, por todo apoio e incentivo a
esse projeto e também por ter me oportunizado a experiência de coordenação que foi
fundamental para meu crescimento profissional.
À colaboradora Andréia, por sua ajuda e boa vontade de registrar as bandeiras no sistema
pergamum.
À minha orientadora Maria Izabel Costa, que me incentivou a trabalhar neste projeto.
Aos meus queridos pais Cláudio e Regina, que estão sempre ao meu lado torcendo pelo meu
sucesso e incentivando minhas realizações. Obrigada por tudo sempre!
Aos meus irmãos Cláudia e Augusto, por me incentivarem em todos os momentos, pela linda
amizade e por completarem a minha vida.
Ao meu cunhado Cláudio e minha irmã Cláudia, por me acolherem sempre com carinho e
atenção nos finais de semana da pós.
Ao meu amor, Rimenez que está sempre ao meu lado em todos os momentos da minha vida,
apoiando e incentivando meus passos e decisões, pelo companheirismo, amor e paciência. Por
ser o amor da minha vida.
5
RESUMO
6
SUMÁRIO
RESUMO_________________________________________________________________ 6
LISTA DE FIGURAS_______________________________________________________ 9
LISTA DE TABELAS ______________________________________________________ 9
LISTA DE ANEXOS E APÊNDICES _________________________________________ 9
1 INTRODUÇÃO ________________________________________________________ 10
1.1 - PROBLEMA ______________________________________________________________ 11
1.2 - OBJETIVOS_______________________________________________________________ 12
1.2.1 Objetivo Geral __________________________________________________________________ 12
1.2.2 Objetivos Específicos _____________________________________________________________ 12
1.3 – JUSTIFICATIVA __________________________________________________________ 12
1.4 - CONTEXTUALIZAÇÃO DA EMPRESA _______________________________________ 13
1.5 - PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS _______________________________________ 13
2 A IMPORTÂNCIA DA MATÉRIA-PRIMA PARA OS ALUNOS DOS CURSOS DE
MODA E VESTUÁRIO ____________________________________________________ 15
2.1 ESTUDO DE CASO DAS TECITECAS EXISTENTES EM SANTA CATARINA ________ 18
2.1.1 A teciteca da UDESC _____________________________________________________________ 18
2.2 A Teciteca do Senai em Jaraguá Do Sul ________________________________________________ 21
3 A EVOLUÇÃO DOS TECIDOS ___________________________________________ 23
3.1 OS TECIDOS E SUAS CIVILIZAÇÕES AO LONGO DA HISTÓRIA _________________ 24
3.2 TECIDOS PREDOMINANTES NA TRAJETÓRIA DO SÉCULO XX__________________ 30
4 TECIDOS: CLASSIFICAÇÃO E TIPOLOGIA ______________________________ 40
5 IMPLANTAÇÃO DA TECITECA NO SENAI RIO DO SUL ___________________ 43
5.1 O LOCAL MAIS ADEQUADO PARA MONTAR A TECITECA _____________________ 44
5.2 A AQUISIÇÃO DE MATERIAIS E ORÇAMENTO ________________________________ 45
5.3 A AQUISIÇÃO DAS BANDEIRAS TÊXTEIS ____________________________________ 46
5.4 A CRIAÇÃO DOS SUPORTES ________________________________________________ 47
5.5 O CADASTRO DAS BANDEIRAS E AS INFORMAÇÕES TÉCNICAS _______________ 49
5.6 O REGISTRO DAS BANDEIRAS PELO SISTEMA PERGAMUM ____________________ 50
5.6.1 Como funciona o sistema Pergamum _________________________________________________ 50
5.6.2 O cadastro das bandeiras no Sistema Pergamum ________________________________________ 51
5.7 COMO AS BANDEIRAS ESTÃO ORGANIZADAS NA ARARA _____________________ 55
5.8 A PRODUÇÃO DO CD COM INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES________________ 55
5.9 RESULTADO DO PROJETO __________________________________________________ 56
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ______________________________________________ 58
6.1 Síntese Conclusiva ___________________________________________________________ 58
6.2 Recomendações _____________________________________________________________ 59
É importante ressaltar ____________________________________________________________ 59
7
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ______________________________________ 60
ANEXO 01 – Imagens de tecitecas implantadas no Brasil que serviram como exemplo na
montagem da Teciteca do SENAI Rio do Sul ____________________________________ 64
APÊNDICE 01 - Relação de Empresas Fornecedoras ______________________________ 66
APÊNDICE 02 – Tecidos Registrados__________________________________________ 67
APÊNDICE 03 – CD com informações complementares que deve ficar na biblioteca_____ 72
8
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
Tabela 01: Relação das bandeiras têxteis na teciteca do SENAI Rio do Sul______________43
9
1 INTRODUÇÃO
1
http://www.ipeadata.gov.br/ipeaweb.dll/ipeadata?180783234
2
http://www.califas.com.br/qualimalhas.htm
10
vestuário como um todo. Será um diferencial para as empresas da região do alto vale, bem
como para os acadêmicos que fazem qualquer curso na área do vestuário.
A teciteca é um projeto inovador que geralmente acontece nas faculdades das
quais oferecem cursos específicos na área do vestuário/moda. Foi criada com o objetivo de
aumentar o conhecimento no setor de tecnologia têxtil tanto para os acadêmicos como para
empresas e comunidades em geral. Com a expansão e oportunidades nas áreas do setor têxtil,
de vestuário, confecção e moda, algumas instituições investem em projetos como este. Nesta
mesma idéia, outros projetos também são realizados, como a Modateca (preservação da
memória de moda e do vestuário), Avioteca (acervo de aviamentos), Videoteca (acervo de
vídeos) dentre outros, que enriquecem o cotidiano acadêmico. (COSTA, 2005, p.132)
Infelizmente, não são muitos cursos que aderem a este projeto. Possivelmente é
pela falta de bibliografia específica que contém informações técnicas e necessárias para a
implantação de novas tecitecas. COSTA (2005, p. 132) afirma: “[...] verifica-se que são
poucos os cursos superiores que têm tecitecas funcionando em fase de criação: de 55 cursos
pesquisados, somente 15 responderam ao questionário onde apenas cinco confirmaram
possuírem teciteca”.
Trata de um projeto riquíssimo que pode ajudar e muito a visualização prática e
necessária do substrato têxtil nas instituições de ensino. São idéias como esta que agregam
qualidade às informações teóricas e dão mais sentido ao conhecimento adquirido.
Para a implantação de uma teciteca é fundamental que o coordenador do projeto tenha
domínio sobre tecidos e fibras têxteis. Para isso, abordaremos teoricamente a história do
tecido, a tipologia dos tecidos e classificações para a ampliação do conhecimento específico
da tecnologia têxtil. Atualmente, os tecidos não fazem parte somente da indústria do
vestuário, mas também estão presentes nos setores automobilísticos, moveleiros, decorativos,
na arquitetura, no design entre outros. “Cerca de 50% das decorações dos lares se baseiam em
têxteis3”, isso confirma a importância do tecido nas mais diversificadas áreas e essencialidade
deste produto.
1.1 - PROBLEMA
Como minimizar a falta de recursos para pesquisa de substrato têxtil em Rio do Sul e Região?
3
Matéria publicada pelo site Terra, mulher e cia “características dos diferentes tecidos”.
11
1.2 - OBJETIVOS
1.3 – JUSTIFICATIVA
4
Elemento constituído de matérias-prima têxteis que podem sofrer transformações no decorrer do ciclo
industrial.
12
portanto é preciso conhecê-lo muito bem, principalmente profissionais que estão em formação
e que logo estarão no mercado, como é o caso dos alunos do SENAI Rio do Sul.
O SENAI de Rio do Sul oferece vários cursos na área do vestuário. A começar pelos
cursos de qualificação profissional, geralmente de curta duração que possa atender uma
demanda para o mercado de trabalho com profissionais altamente qualificados. Alguns
exemplos desses cursos oferecidos são o CAD (Audaces), Risco e Corte, Modelagem Básica e
Avançada, Corel Draw, Desenho de moda, Costura industrial, dentre outros. Também são
oferecidos cursos de nível técnico, que visam o aprendizado completo focando a prática e em
funções operacionais como o Técnico em Vestuário e Técnico em Estilismo. O Curso
Superior é a última categoria na área do vestuário. Este se trata da Faculdade de Tecnologia
SENAI, nomeado Tecnologia em Produção do Vestuário, englobando todos os processos
dentro da empresa (criação/ produção/ mercado) com uma duração de 3,5 anos forma
profissionais com denominação de Tecnólogo. O SENAI tem como missão contribuir para o
fortalecimento da indústria e o desenvolvimento pleno e sustentável da região, por meio de
educação profissional e tecnologia.
O presente trabalho pode ser considerado de pesquisa aplicada uma vez que os
conhecimentos gerados serão empregados na implantação da teciteca do SENAI de Rio do
Sul. Para que esse projeto se tornasse real, o primeiro passo foi fazer um levantamento de
dados sobre as tecitecas do país e Santa Catarina que será apresentado no segundo capítulo
onde abordar-se-á a importância da matéria-prima para os alunos dos cursos de moda e
vestuário bem como, o conceito e a aplicabilidade de uma teciteca, sendo que, a pesquisa deve
mostrar como funcionam as já existentes no Estado de Santa Catarina, baseado em referências
eletrônicas e bibliográficas. No terceiro capítulo, será apresentada a evolução dos tecidos da
pré-história aos dias atuais e os tecidos predominantes de cada período. É impossível trabalhar
com um objeto de pesquisa sem mostrar sua classificação e tipologia, estes elementos serão
mostrados no quarto capítulo de forma simples e objetiva. O quinto capítulo será descriminar
passo a passo a implantação da teciteca no SENAI de Rio do Sul, neste capítulo será feito um
relatório de tudo que aconteceu no processo e na prática da implantação.
13
Para finalizar, o sexto capítulo, mostrará a síntese conclusiva do trabalho. Gil (1996,
pág. 44) afirma que “a pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já
elaborado, constituídos principalmente de livros e artigos científico”. Também serão
utilizadas matérias eletrônicas que possuam relação com o tema, devido a falta de bibliografia
específica sobre “tecitecas”.
14
2 A IMPORTÂNCIA DA MATÉRIA-PRIMA PARA OS ALUNOS DOS
CURSOS DE MODA E VESTUÁRIO
Todos os cursos na área de moda e vestuário seja ele técnico ou superior, têm seu foco
no desenvolvimento de produto. No processo de desenvolvimento de coleção, muitas
informações são relevantes e necessárias, dentre elas, a matéria-prima. Segundo Treptow
(2003 pág. 115) “tecidos são a matéria-prima do designer de moda. É através dos tecidos que
as idéias do designer serão transformadas em produtos do vestuário”. Sendo assim, é
fundamental que o profissional do setor de criação conheça as características, as propriedades,
o caimento e classificação dos tecidos. Dependendo do tipo de tecido e da composição ele
pode encolher de acordo com a lavação, ceder ou trabalhar de um dia para o outro, danificar
dependendo do tipo de agulha e linha, deformar de acordo com a temperatura. Portanto, é
difícil quando o responsável pelo desenvolvimento não conhece os tecidos que vai trabalhar
sendo provável a existência de futuros problemas na confecção das peças, ou até mesmo a
frustração de não atingir o produto desejado, muitas vezes por não escolher o tecido certo.
Hoje no mercado, há profissionais que desenham e criam modelos perfeitos, porém pecam no
momento da escolha dos tecidos, cores, aviamentos. É fundamental conhecer a matéria prima
para desempenhar um bom trabalho de criação.
Segundo Christian Dior (apud Treptow 2003 pág.115):
Com isto, podemos perceber que as instituições de ensino com formação técnica e
superior no ramo da moda e vestuário devem incentivar projetos que auxiliam o conhecimento
técnico na área de Tecnologia Têxtil. As tecitecas e museus de tecidos já presentes em muitas
instituições são bons exemplos. Na FURB5 (Universidade Regional de Blumenau) o museu do
tecido é um diferencial do curso. Nele consta uma grande variedade de bandeiras de tecidos
usados ao longo do século. As amostras mais atuais vão para a teciteca e as antigas compõem
o acervo do museu de tecidos, ressalta a coordenadora do Curso de moda da FURB, Lucinéia
Sanches.
5
Fontes secundárias: Material produzido pela Assessoria de Comunicação da Universidade de Blumenau
www.noticenter.com.br
15
Outra instituição que possui a teciteca é o SENAC SP, contendo mais de duas mil
bandeiras de tecidos. O acervo é aberto ao público para fins de pesquisa e para consultas no
local, sendo que as bandeiras e materiais não podem ser retirados. (COSTURA PERFEITA).
A FAAP (Fundação Armando Álvares Penteado) reúne bandeiras de tecidos nacionais,
catálogos de moda, birôs de estilo e estamparia, cartelas de cores, mostruários de aviamentos
e um tear manual para treinamento técnico dos alunos do curso FAAP moda. (FAAP6)
A teciteca Dener Pamplona de Abreu, da Universidade Anhembi Morumbi existe há
treze anos e se tornou uma grande referência para os Cursos de Moda de todo o país. O acervo
já conta com mais de 1800 amostras diferentes de tecidos, além de aviamentos, catálogos e
bandeiras expostas com as tendências das próximas estações apresentadas pelo mercado. Os
materiais estão disponíveis em meio físico para consultas e pesquisas e também de forma
digital, cujos materiais são cadastrados no catálogo online pelo mesmo sistema da biblioteca,
tornando-se acessível a toda a comunidade, alunos e demais interessados. Segundo
informações obtidas no site da Universidade7, o atendimento é feito por profissionais
especializados na área de moda para facilitar a pesquisa, sendo que a atualização e aquisição
do acervo são feitas através de doações de empresas têxteis.
Na UNAMA (Universidade da Amazônia) a produção do conhecimento técnico é
incentivada pela criação de linhas de pesquisa e extensão, como por exemplo, o projeto
“teciteca” que tem por objetivo fornecer material de pesquisa para os alunos, auxiliando no
processo criativo. As amostras de tecidos geralmente são adquiridas por fabricantes e
fornecedores que utilizam a parceria como forma de divulgação e possível comercialização de
seus produtos. A teciteca deverá estar localizada juntamente à biblioteca. É ressaltada a
importância de parceria com cursos de Engenharia Química para o desenvolvimento de
tecidos com fibras naturais e pesquisa com novos materiais. Este é um outro projeto de
catalogação de fibras amazônicas conciliado com a teciteca.
Sabemos que nossa região tem um grande potencial ainda não explorado,
com uma fonte abundante de materiais naturais que, corretamente utilizados
e beneficiados, possibilitarão um grande desenvolvimento econômico para o
setor, pois a matéria-prima ainda é um grande entrave para a precificação de
nossos produtos e capacidade de competição no mercado interno e externo.
(Site UNAMA8)
6
Fonte secundária: www.faap.br
7
Fonte Secundária: http://www2.anhembi.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=79865&sid=4763
8
Fonte Secundária: http://www.unama.br/graduacao/cursos/Moda/projpesquisaextensao.html
16
Na FEEVALE9 há a teciteca com área de 35,55 metros quadrados, possui um acervo
com mais de 600 bandeiras têxteis (tecido plano, malha, sintéticos, rendas, tules) e materiais
como aviamentos, catálogos, cartela de cores, informativos, revistas. Os equipamentos
necessários para a instalação da mesma foram: um armário com duas portas um balcão fixo
quatro portas, duas araras expositoras, uma mesa alta, uma mesa em “l”, vinte mesas
acadêmicas, três cadeiras giratórias, três cadeiras fixas tecido, vinte cadeiras fixas fórmica,
um microcomputador, um condicionador de ar. Sendo assim, podemos observar que projetar
uma teciteca em ambiente separado da biblioteca pode ser mais caro e tornar a realização
menos viável dependendo da estrutura da Instituição.
Assim funciona também a teciteca da FASM10 (Faculdade Santa Marcelina) que
possui a sala têxtil que funciona como sala de aula e também como acervo têxtil: teciteca e
acervo de aviamentos. Alguns equipamentos necessários para a criação deste laboratório: dez
armários criados exclusivamente para armazenar o acervo de fibras, fios tecidos e aviamentos,
três microcomputadores, sendo que um é exclusivo para o serviço de catalogação da teciteca.
Acrescentando algumas Faculdades no Brasil que já possuem teciteca: UNERJ,
UNIVAP, FIAM (Faculdades Integradas Alcântara Machado), Faculdade Católica do Ceará,
Centro Universitário Metodista IPA, IESB – Instituto de Educação Superior de Brasília, Cimo
- Centro Integrado de Moda (BH).
Há também projetos de pesquisa de tecitecas que não tem seu foco na moda, como
exemplo, podemos citar a EBA (Escola de belas Artes) em parceria com a UFRJ
(Universidade Federal do Rio de Janeiro) que trabalharam em um projeto isolado de pesquisa,
cujo objetivo é integrar linhas de comunicação, sistema de figuração, cenografia e
indumentária, bem como organizar um acervo com diversos materiais utilizados na cadeia
têxtil como aviamentos, acabamentos e tecidos, sendo tal projeto desenvolvido pelo Núcleo
de Estudo e Pesquisa de Artes cênicas. A teciteca deverá possibilitar aos alunos do Curso de
Artes Cênicas para trabalhos em sala de aula, e também podendo ser ampliada para utilização
de alunos de outros cursos da Escola de Belas Artes. (BASE DE DADOS-PROSSIGA)
9
Fonte Secundária: http://aplicweb.feevale.br/moda/s007/viewAluno06.asp
10
Fonte Secundária http://www.fasm.edu.br/condicoes/infra.pdf
17
2.1 ESTUDO DE CASO DAS TECITECAS EXISTENTES EM SANTA CATARINA
11
Esta sessão baseia-se em COSTA, 2005.
18
Concluindo o processo de catalogação, as amostras devem ser padronizadas em
tamanho 50 por 40 centímetros. Outro elemento importante é o suporte que deverá conter
informações relevantes como: número da bandeira, número do registro geral, composição,
artigo, gramatura, empresa, doador e data. Geralmente o suporte é de papelão e personalizado
com logomarca própria da Instituição de ensino e as informações citadas acima são impressas
em etiquetas e coladas no suporte.
A estrutura do espaço disponibilizado para a teciteca deve ser inicialmente pequena, e
expandida de acordo com quantidade de material recebido/doado. Para que a pesquisa in loco
possa ser realizada, aconselha-se o uso de araras de ferro fixas e móveis onde devem ficar
expostas as bandeiras devidamente catalogadas por ordem de classificação.
Geralmente ficam em araras móveis os tecidos mais novos, recebidos por último e que
ainda não foram catalogados bem como os tecidos exclusivos oriundos de projetos de
pesquisa e trabalhos de pós-graduação.
Nas prateleiras são encontrados materiais como catálogos, books de tendência,
revistas, artigos, materiais científicos, periódicos, cartelas de tecido e cores dentre outros. As
amostras recebidas que não atingem a metragem necessária, não são colocadas em exposição
nas araras e podem ser disponibilizadas nestas prateleiras. Para completar a parte de
estrutura, são indicados recursos físicos como computador, mesa de estudo, scanner e
instrumentos específicos de uma teciteca como, por exemplo, as lupas, tesouras somente para
tecidos (tesoura de picote faz o acabamento nas bandeiras) que servem de auxílio ao público
freqüentador. É possível fazer empréstimo das bandeiras, seja para uma aula prática ou
ilustração em trabalhos acadêmicos, as amostras são emprestadas como livros e recolocadas
após a devolução.
A atualização e a manutenção do acervo está relacionada com ações de estudo e
cadastramento de novas bandeiras, novos catálogos, novos periódicos e inclusive novas
19
parcerias. A atualização é feita a partir da solicitação tanto por e-mail quanto por telefone para
recebimento de informações, tecidos, materiais atualizados em segmentos diversos. Todas as
novidades provenientes da tecnologia têxtil são bem vindas na a atualização do acervo da
teciteca. Quanto à manutenção, COSTA (2005) afirma: “são realizadas reposições de
bandeiras danificadas e complementação de dados técnicos nas etiquetas incompletas, como,
por exemplo, o estudo de padronagens e gramaturas”.
A partir da implantação do projeto, é notável o desenvolvimento contínuo graças a
participação e valorização por parte de pequenas e médias e grandes empresas, assim o
projeto se dissipa e consegue atingir seus objetivos. Se não fosse o interesse e participação das
empresas este projeto não sairia do papel. A teciteca da UDESC vem aumentando
consideravelmente e o maior problema atualmente é decorrente da falta de espaço. Outro
objetivo ainda não alcançado é a atualização antecipada com tendências atuais, que possam
ajudar no desenvolvimento de coleções, criações de novos produtos e orientar também os
empresários do que será usado na próxima estação. E para lançar tendências de tecidos seria
necessário receber as doações têxteis com seis meses de antecedência.
Como citado anteriormente, as tecitecas se expandem rapidamente. No caso da
Teciteca da UDESC, em 2005, já existia um acervo bastante rico de substratos têxteis bem
como outros materiais complementares, como cita COSTA (2005) abaixo:
“Em 2005, o acervo contava com 1410 bandeiras (amostras têxteis 50x40 cm),
742 cartelas (amostras de 20x15 cm) perfazendo um total de 2152 substratos têxteis; 159
catálogos; 181 periódicos; um glossário de Tecido Comercial, 202 amostras têxteis exclusivas
do projeto criação/transformação têxtil, 3 book de amostras têxteis (estamparia artesanal), 31
bandeiras com técnicas de estamparia industrial e várias bandeiras confeccionadas e teares
manuais. COSTA (2005 pág.137).
Atualmente, esses números estão mais elevados, sendo que novas amostras já devem
compor o acervo da Teciteca.
Dentro do Programa Teciteca, existem outros projetos que difundem as informações
de forma diferenciada com objetivos específicos. Esses novos projetos podem ser
acompanhados no capítulo seguinte de forma mais detalhada. Este case de sucesso é
realmente uma grande referência para as escolas de moda e vestuário em todo o país.
Coordenado pela Professora Maria Izabel Costa, conta com a participação dos professores do
departamento de moda e dois bolsistas de extensão.
A partir de Agosto do ano de 2007, a teciteca da UDESC passou por modificações e
deixou de ser um laboratório independente para fazer parte da Biblioteca Universitária.
20
Atualmente são 1.797 bandeiras têxteis, 312 periódicos, 793 cartelas e 214 catálogos (fonte:
teciteca). A teciteca da Udesc passou a ser uma referência nacional por não se resumir
somente em amostras têxteis, dentro do programa Teciteca, existem dois outros projetos
concomitantes: Novas Tendências Têxteis, Manutenção e Atualização do Acervo da Teciteca
e Teciteca Virtual. Segundo COSTA (2007):
12
Esta sessão baseia-se em FAZZIONI, Ivonei. Teciteca do SENAI Jaraguá do Sul tem 650 exemplares e
sistema informatizado. 2005
21
padronização do tamanho das bandeiras, pois cada instituição define o que é melhor ou mais
conveniente, bem como a catalogação das bandeiras que também é feita de outra forma.
“Cada exemplar, chamado de bandeira, tem o formato de 40x40 cm. O banco de
dados, no sistema Pergamun, software especializado para bibliotecas, possibilita a catalogação
e a gestão do acervo, informando a freqüência das consultas a cada peça. O projeto está
exposto no Congresso Brasileiro de Biblioteconomia, Documentação e Ciência da Informação
(CBBD), que ocorre em Curitiba (PR) até o dia 22 de julho”. FAZZIONI (2005)
Os profissionais que coordenam a teciteca juntamente com a bibliotecária selecionam
e classificam os tecidos recebidos de acordo com o tipo de fibra, construção do tecido,
composição, nomes técnico e comercial. FAZZIONI (2005) conclui dizendo que os registros
da base de dados podem ser recuperados on-line de forma rápida e eficiente, contendo as
informações técnicas básicas sobre a bandeira e contribuir para o desenvolvimento de
coleções, pesquisa e consulta. Sendo assim, esta é a metodologia que a teciteca do SENAI
Jaraguá utiliza para dissipar as informações de substratos têxteis recebidos dos fornecedores
e/ou empresas para agregar conhecimento neste caso, de maior foco nos acadêmicos.
22
3 A EVOLUÇÃO DOS TECIDOS
O tecido é um símbolo, um elemento essencial que serve para adornar o corpo, cobri-
lo, escondê-lo ou evidenciá-lo. Está junto ao corpo servindo como segunda pele e tornando-se
desta forma um meio de comunicação. É remoto e moderno ao mesmo tempo. Da pré-história
aos tempos atuais sempre fez parte da evolução da humanidade. “Na verdade, a extensa
variedade de tecidos, muitos dos quais fabricados artesanalmente por nossos ancestrais,
revelam origens, técnicas ou histórias curiosas”, afirma COSTA (2001).
Os tecidos podem representar uma civilização, arquitetura, língua, religião, país, até
mesmo cultura. Durante a história, as cores foram elementos importantíssimos nos tecidos que
distinguiam classes sociais e mostravam os poderes da corte. No século IV da civilização
romana, apenas o Imperador tinha o privilégio de usar púrpura em sua roupa e qualquer
tentativa de imitação dessa cor, era classificado como crime capital. A procura pela cor era
equivalente à procura por ouro. No período medieval, Aristóteles escreveu o livro “On
Colours”, que tentava desvendar os mistérios da cor. Na mesma época, alquimistas
dedicavam-se intensamente a experiências relacionadas à cor.
Segundo a ABIQUIM (Associação Brasileira da Indústria Química), as formas de
colorir são usadas há mais de 20 mil anos. A primeira coloração natural foi o carbon black.
Os caçadores do Período Glacial pintavam as paredes das cavernas reservadas ao culto com
fuligem e ocre, resultando em pinturas que existem há milhares de anos. Com o tempo, outros
tipos de corantes naturais foram descobertos. Por exemplo, o índigo natural muito utilizado
pelos egípcios era extraído da planta Isatis tinctoria. O vermelho, muito utilizado na
civilização romana era retirado de um molusco chamado Murex, um caramujo marinho. No
Brasil desde o descobrimento o principal corante utilizado, era a tinta extraída do pau Brasil,
que foi explorado e utilizado para tingir tecidos na cor vermelha.
Rita Andrade, professora especialista em História da Moda da Universidade Anhembi
Morumbi (JORNAL DA USP ano XXI no.762) afirma que “as roupas têm a sua própria
biografia, uma vida social, cultural e política e mantêm relações com outros objetos e
pessoas.” Um bom exemplo citado por Rita é a respeito de uma crença popular que se passava
de geração para geração que dizia: “não se deve torcer as roupinhas dos bebês recém-nascidos
antes de pendurá-las no varal para secar, sob o risco de o bebê ter cólicas gástricas”,
23
comprovando que a roupa é uma fonte histórica que está relacionada com mitos, pessoas,
costumes e crença, reforçando a representação da roupa e do tecido ao longo da história.
Kathia Castilho (JORNAL DA USP, ano XXI no.762) conclui que “É no diálogo do
tecido e da pele que se apresenta uma nova possibilidade de análise do corpo revestido pela
contemporaneidade, onde os fios respondem mais adequadamente às constantes exigências de
beleza, conforto e bem-estar”.
Para Káthia Castilho, o tecido conta a história da industrialização, da tecnologia de
manufatura e da experimentação no uso de matéria-prima. Determina e influencia a estética e
se especializa em produtos para diferentes fins. “É no diálogo do tecido e da pele que se
apresenta uma nova possibilidade de análise do corpo revestido pela contemporaneidade,
onde os fios respondem mais adequadamente às constantes exigências de beleza, conforto e
bem-estar”. (JORNAL DA USP ano XXI no.762)
Atualmente, existem duas realidades acontecendo com a evolução do tecido. Na
década de 90 tivemos o grande “boom” dos tecidos tecnológicos dos quais continuam
evoluindo consideravelmente com características cada vez mais desenvolvidas. Por outro
lado, pode-se perceber que os investimentos de muitas pesquisas têxteis estão focando nas
questões ambientais, comprovando a volta das fibras naturais com efeitos biodegradáveis.
Imaginava-se que no século XXI as roupas seriam de fibras minerais como o amianto, em
roupas com aspecto futurístico e metalizado. Isso não aconteceu, as tendências mudaram de
foco de acordo com a realidade global. Para entender esses avanços tecnológicos, a história
retrata essa trajetória.
24
tarde originou-se e tecelagem. Segundo BRAGA (2005, p. 04), “com o fabrico do tecido,
mesmo de maneira primitiva e artesanal, houve um grande avanço em técnica e
aprimoramento”. Sendo assim, os povos nômades pouco usaram as fibras vegetais como
linho, cânhamo e algodão por estas exigirem cultivo. Outra fibra bastante utilizada pelos
seminômades na época pastoril, era a fibra animal, a lã, pelo fato de que esses povos se
instalavam e logo migravam a outras regiões e os rebanhos os acompanhavam, não precisando
de cultivo. A tecelagem requer abrigo fixo, devido ao peso e tamanho dos teares.
Segundo a Enciclopédia Delta Universal (1980,7566) apud COSTA (2001) afirma
que:
a evidência mais antiga de tecido de lã data de cerca de 6000 a.C,
pedaços de linho do Egito indicam que o povo tecia linho por volta de
5000 a.C, arqueólogos encontraram múmias egípcias de 2500 a.C.
enroladas em linho tão bem tecido como o produzido atualmente; o
algodão por volta de 3.000 a.C, era cultivado no vale do rio Indo. Os
chineses começaram a cultivar o bicho-da-seda por volta de 2.700 a.C
e desenvolveram teares especiais para filamentos de seda.
Os sumérios, antes mesmo da invenção da tecelagem, usavam saias feitas de tufo de lã,
sendo que a transição do uso de peles para o tecido não aconteceu de uma hora para outra.
Baseado nas bibliografias mais conceituadas a respeito da história da indumentária foi
realizado uma pesquisa dos principais tecidos utilizados em cada civilização, século e década,
da pré-história ao dias atuais, lembrando que o foco é extremamente nos tipos de tecido.
− Egito: Usavam linho fino tecido ou tricotado (elasticidade nas vestes justas) sendo que
as fibras vegetais eram mais fáceis de lavar, uma característica muito importante, pois os
egípcios eram muito higiênicos. Não utilizavam a lã de carneiro por considerar as fibras
animais impuras. Usavam faixas de linho, couro ou fibras entrelaçadas. O chanti13
egípcio era feito de linho ou cânhamo (BRAGA, 2005). Após a conquista de
Alexandrina, a utilização da lã pelos egípcios passou a ser usada em roupas comuns,
porém continuava proibida nos trajes dos sacerdotes e nos funerais, onde deveria-se usar
o linho mais fino. (LAVER, 2002);
13
Tecido usado como tanga, preso por um cinto. Para reis era pregueado, engomado e bordado.
25
− Persas: Além da lã e do linho tinham também acesso à seda trazida da China pela longa
rota das caravanas. O feltro era aplicado na produção de chapéus e o couro para os
sapatos. (COSTA, 2001);
− Gregos: Usavam lã, linho, tecidos finos e transparentes, (coanos) e Seda (raramente). O
linho era utilizado mais especificamente na confecção do quíton14, peça predominante
da indumentária grega, sendo que o quíton dório era feito de lã e o quíton jônio era feito
de linho (LAVER, 2002). A clâmide era uma capa curta feita de lã grossa, usada por
viajantes, militares e atletas de uso masculino. As roupas eram coloridas e estampadas,
exceto para os pobres. O couro era empregado nas botas masculinas. (RIGUERAL,
2002). As Classes inferiores tingiam suas roupas com extratos naturais tentando chegar
ao efeito dos nobres, porém conseguiam somente o tom de marrom avermelhado e verde
musgo enquanto as classes superiores vestiam-se de vermelho, amarelo e roxo.
(COSTA, 2001);
− Romanos: Os tecidos utilizados pelos romanos era a lã, o algodão, a seda, os coanos e
couro. Da lã, era feita a interala (roupa íntima). A pênula era uma veste em formato de
sino fechada por alfinete feita de lã, usada no inverno rigoroso. Outro fator de
diferenciação social era a quantidade de tecido utilizada nas roupas dos nobres. A toga,
elemento fundamental da indumentária romana era feita primeiramente de lã,
seguidamente utilizou-se o linho ou algodão e finalmente o uso da seda. O feltro era o
material utilizado na elaboração de chapéus. (RIGUERAL, 2002);
− Bárbaros: Cânhamo, linho fino, couro e pele. Primeiramente, foram usados tecidos
mais grosseiros como o cânhamo. O linho foi empregado na Gonolle – túnica na altura
dos joelhos, feita de linho fino (era merovíngia) e nos calções, chamados de braies.
Usavam também um manto por cima, de couro ou pele. As mulheres usavam xale sobre
a túnica preso por fivela e por baixo da túnica, camisa de linho com abertura frontal;
26
substituída por linhos finos do Egito e algodão e é claro pela seda da China. Há rumores
de que monges eram mandados à china para efetuar o contrabando de ovos do bicho-da-
seda, e desta forma, tornaram-se capaz de fiar e tecer sua própria seda. COSTA (2001).
Neste período foi confirmada a existência de tecidos diversificados e luxuosos cujos não
existiam na Roma Antiga, sendo assim, supõe-se que tais tecidos eram trazidos do
Oriente Médio. COSTA (2001);
− Europa feudal: Os calçados eram feitos de couro, tanto para homens quanto para as
mulheres, sendo que o que diferenciava ricos e pobres em relação aos materiais eram os
tecidos e ornamentos. Os cortes eram muito parecidos para as diferentes classes,
incluindo o tipo de fibra utilizada na túnicas sendo lã ou linho, o que realmente
diferenciava era a qualidade da fiação. A técnica mais aprimorada era uma visível
característica dos nobres e os tecidos feitos em casa com aspecto mais bruto e desfiado,
predominava nas classes menos favorecidas.
Os nobres chegavam a usar a seda (BRAGA, 2005). As cruzadas também foram
fundamentais na modificação das roupas na Europa Ocidental através das influências
orientais bem como novidades em termos de tecidos como gaze, seda adamascada,
chamalote (lã de camelo com seda), fustão de seda (linho com seda), fustão de algodão
(linho com algodão), fustão de lã (linho com lã), botões e armarinhos. COSTA (2001,
13);
− Europa gótica: Os homens passaram a usar meias feitas de lã ou linha. Neste período, o
excessivo uso de tecidos na indumentária feminina devido aos vestidos longos e mangas
presunto. Sendo que o corpo ficava pouco em evidência. Para complementar, BRAGA
(2005, p. 20) afirma que “o corpo era praticamente o suporte de muitos volumes
têxteis”. Na Idade Média, a forma de produzir a maior parte dos tecidos foi a artesanal.
Segundo COSTA (2001, pág. 13) “sob esse sistema, as matérias-primas eram entregues
pelos comerciantes aos trabalhadores em suas casas nas zonas rurais, posteriormente
recolhiam o trabalho e basicamente pagaram-no por peça”. No século X, na Sicília
surgiam os primeiros tecidos de seda, visto que a invenção da máquina para desenvolver
a seda dos casulos, desenvolveu a indústria de seda na Itália. A roda de fiar, também
chamada de roca, foi uma grande invenção neste período e passou a ser usada no século
14
Retângulo de tecido, colocado no corpo, preso sobre os ombros e embaixo dos braços, deixando uma das
laterais aberta e outra fechada, preso por broches ou alfinetes, na cintura amarrada por cinto ou corda. (LAVER)
27
XIII. Surgiram associações de tecelagem, que regulamentavam a produção têxtil na
Europa. (COSTA, 2001);
− Renascimento: Nos trajes femininos utilizavam tecidos grossos recobertos com tafetá.
É neste período que a renda aparece causando impacto na indumentária masculina. A
indústria têxtil se aprimorou e se desenvolveu com a confecção de tecidos finos de
primeira qualidade como veludos, cetins, sedas, brocados produzidos principalmente em
Veneza, Gênova e Luca, na Itália. (LAVER, 2002). Além da gola rufo – gola em tecido
fino, branco, engomada, adornada com rendas e diferentes proporções. Foi em 1589, que
William Lee, inventou a máquina de tricotar meias;
− Século XVIII – Período Rococó: O que marcou este período foi a Revolução Industrial
que proporcionou grande desenvolvimento no setor têxtil, aumentando
consideravelmente a produção de tecidos e fios. Invenções como a fiandeira, a
lançadeira voadora o tear automático, a máquina de fiar (muito utilizada para a fiação da
musselina) e o jacquard, entre outras.
Em relação à indumentária feminina, o fichu era um lenço quadrado grande de
linho, musselina ou seda que era enrolado em volta do pescoço. Os homens mais jovens
usavam o stock no pescoço, feito de um pedaço de linho ou cambraia; além do famoso
chapéu, cujo material era pele de castor, sendo que a pele de coelho era mais barata.
No que diz respeito aos tecidos, eram ricos e suntuosos, tais como brocados e
rendas, isso até a Revolução Francesa, depois a simplicidade do campo predominou com
15
Professora da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP
28
tecidos finos, leves e lisos. O vestido império que passou a ser usado pelas mulheres
após a Revolução parecia uma peça de baixo, pois era um vestido branco, de cintura
alta, feito de musselina, cambraia ou morim, tão transparente que às vezes era preciso
colocar malhas brancas ou cor-de-rosa por baixo. Segundo LAVER, (2002, p.152) “às
vezes o tecido era umedecido para cola-se ao corpo imitando as pregas das roupas
gregas representadas em estátuas antigas”.
− Século XIX: O primeiro fio sintético de acetato de celulose foi criado na Alemanha em
1869, continuou-se o desenvolvimento dessas fibras sendo bruscamente interrompidas
com a chegada da Primeira Guerra Mundial, quando o acetato era utilizado na
fabricação de encerados para revestir aviões, somente em 1920 o acetato voltou a ser
produzido comercialmente. Neste século, o estilo dandi tornou-se possível pelo uso da lã
e do algodão em vez das sedas finas e cetins da velha aristocracia e a casimira (tecido
diferente da seda e de outros materiais finos podia ser esticado e bem moldado).
Os alfaiates ingleses foram os primeiros a aperfeiçoar as novas técnicas de costura
para tais tecidos. Vem dai a tradição de alfaiataria como corte inglês para traje
masculino. No estilo dandi, a gola bem na altura da nuca, costumava ser de veludo e o
colete, na corte era de cetim branco bordado em fio de ouro. Da metade do século em
diante, os calções eram usados no campo, feitos de couro ou tecido canelado, e na Corte
eram confeccionados em tecido branco marfim. O xadrez popular era muito visado no
inverno e o brim branco no verão. (LAVER, 2002 p. 167-168)
No romantismo, o tecido mais usado nos vestidos era o brocado de seda. Os
tecidos prediletos usados em vestidos para o dia eram a casimira, lã de merino, fular,
organdi, tarlatana. Os vestidos para noite eram feitos de veludo ou seda furta cor. As
mulheres usavam sapatilhas, geralmente feitas de seda ou crepe. Além dos xales de
caxemira muito usados no começo do século e no período romântico.
Embaixo da crinolina do período vitoriano, era comum usar pantalonas de linho
com rendas na barra. As pantalettes eram simples tubos de linho branco que terminavam
logo acima do joelho, isso para quem não pudesse comprar as pantalonas compridas.
Segundo LAVER, (2002, p.190) “em 1870, era moda fazer o corpete de cor diferente da
saia e cortar o tecido em dois vestidos diferentes, um estampado, outro liso”. No final do
Século, o homem vestia um sobretudo popular que era feito de lã penteada, milton, e
cheviote.
29
Geralmente possuía lapela em seda preta e às vezes eram adornados com peles. Os
ternos podiam ser de sarja azul ou de tweeds com padrões. As roupas esportivas
femininas eram pesadas e confeccionadas em tecidos rústicos ou tweeds. As meias eram
geralmente pretas em fio de algodão para o dia e em seda para a noite. LAVER (2002, p.
211). Inicia-se a produção da seda artificial na França, em 1891, segundo O’HARA
(1992);
Assim como a história mostrou, a indústria têxtil se desenvolveu de forma gradativa e
crescente, o que acontece ainda com mais força no século XX. Mas pode-se observar que
muitos métodos antigos foram aperfeiçoados através da tecnologia e da industrialização, mas
mantiveram a idéia principal dos nossos ancestrais.
A busca por novos materiais foi intensa no século XX, a descoberta de novas fibras e
até mesmo os tipos de acabamentos dados aos tecidos já existentes. Os tecidos inteligentes
também marcaram este século. Para esclarecer a importância de cada tecido, veremos de que
forma estes contribuíram com a história como um todo.
− Ano 1900: Ainda por influência da Art Noveau surgida no final do século XIX, o tecido
foi um dos elementos influenciados por este movimento. Na Belle Époque, o cetim fazia
o acabamento de tecidos finos, como a musselina sendo que as rendas eram utilizadas
nas blusas golas e peitilhos. Devido à rigorosidade da vestimenta feminina nesta época,
era comum o uso de muitas anáguas internas de seda ou de tafetá, com acabamentos de
fitas e rendas.
Durante o dia usavam-se tecidos como o linho, veludo e lã trabalhada. Nos
vestidos para noite, estavam entre os tecidos preferidos: crepe da China, o chiffon,
brocados suntuosos, seda, a mousseline de soie (musselina de seda) e também o tule.
Porém alguns modelos bem elaborados eram confeccionados em cetim e deste mesmo
material se produzia sapatos para atrizes de teatro. Yanturni foi uns dos dois sapateiros
que se destacaram nesta época por seus sapatos de cetim rebordados com rendas,
considerados verdadeiras jóias. Em meados de 1904, o veludo era comercializado na
confecção de chapéus. (SEELING, 1999)
30
A viscose, fibra sintética de celulose derivada da polpa de madeira passou a ser
produzida em 1905. As bolsas de noite geralmente eram feitas de tecidos bordados
antigos16 ou malhas metálicas. O couro era utilizado em bolsas grandes de viagem e das
peles eram feitas estolas e regalos.
Depois da revolução de Paul Poiret em 1907, os tecidos passaram a ser mais
fluidos como o cetim mais fino. Para roupas de esportes e viagens, usava-se a flanela no
inverno e no verão, o linho, o pique (fustão) e popeline. Nos trajes de banho os tecidos
eram encorpados, geralmente de lã e algodão e para completar da lona eram feitos
sapatos de banho.
Na indumentária masculina, o feltro era usado para fabricação de chapéus e os
ternos eram de casimira que significa lã encorpada, tecido consideravelmente pesado
para climas tropicais. (SEELING, 1999)
− Década de 10: Em 1910, surge uma nova versão para da blusa cintada, em tecidos mais
leves como a seda e o crepe. Com a primeira guerra mundial, houve a escassez de
matéria prima e suprimentos, onde Coco Chanel introduziu na moda o jérsei,
caracterizado por um tecido macio, elástico, de malha, de preço mais acessível.
A princípio (1913) restringiu-se às roupas de baixo passando a ser base de
conjuntos práticos, que não amassavam e usados com cardigãs17. Durante a guerra no
Brasil, as indústrias de tecidos tiveram grande aumento na produção devido a
diminuição de produtos exportados vindos dos países europeus e norte-americanos. No
pós-guerra, Poiret fabricou mantôs de estilo árabe em lã clara. (SEELING, 1999)
− Década de 20: Ao iniciar os anos 20, as revistas de moda mostravam croquis de trajes
sedutores que estavam em voga, como o shantung natural e o tussor, tecido de seda
leve. A estilista Madaleine Vionnet a qual criou o corte em viés revelou seus tecidos
prediletos, dentre eles estava o crepe da china e cetim, para vestidos de noite. Já Jean
Patou ficou famoso no campo do sportwear, lançando uma coleção de malhas
totalmente original, baseada no Cubismo e logo depois continuou sua pesquisa por
tecidos mais maleáveis próprios para a moda esportiva. Jeanne Lanvin utilizava para
seus vestidos de baile, várias camadas de organdi, tule e crepe georgette.
16
Utilizavam coletes e roupas dos séculos passados na fabricação.
17
Casacos de lã sem gola de mangas compridas e abotoadas.
31
Os mantôs de gala eram confeccionados em tecidos como o veludo de seda e o
lamé. Os homens assam a utilizar os ternos feitos com tecido de Gales, o smoking com
lapelas cobertas de seda e foulard, echarpe de seda. Em Nova York, os vestidos de dia
eram feitos de jérsei de seda e de lã, os vestidos de tarde eram feitos de crepe da china
ou chiffon e os de noite, eram feitos de seda com brocados, lamés, cetins e veludos.
Os tecidos continuavam naturais, mas a invenção do rayon, seda artificial à base
de celulose criou novas perspectivas ara a moda da época. No final da década, os
vestidos encurtaram e aumentou a produção de meias de seda, em compensação os
fabricantes de tecido sentiram-se prejudicados e propuseram uma solução de que as
saias seriam curtas na frente e compridas atrás e caldas laterais, assim conseguiram
rapidamente recuperar o mercado.
Os sapatos deveriam ser forrados com o mesmo tecido do vestido. As luvas-
esporte eram de suede, um tipo de couro fino, ou fio de escócia, para a noite eram feitas
de seda ou jérsei.
Nos trajes de banho, continuam os tecidos grossos, freqüentemente de malha e sarja.
Já em 1929, algumas transformações ocorreram e os maiôs passaram a ser de malha de
lã. (KAULING, 2004)
− Década de 30: O culto às formas femininas voltaram e os vestidos de noite passam a ser
requintados e confeccionados de cetim, tafetá, lamé, musselina, veludo, mas também
existiam os feitos de algodão (organdi, laise) e alguns em lã, talvez por motivos de
economia. Os casacos de pele, de astracã, de castor, de lontras e raposas eram muito
estimados na época. As luvas eram de estilos variados, sendo que as mais informais
eram de camurça com punho de cambraia ou de pelica. Já para ocasiões especiais, as
luvas eram de cetim preto. (SENAC, 2003).
Nesta década, Chanel criou uma linha “simples” para noite, cujos tecidos eram o
tule e musselina de seda com características transparentes e para o dia, vestidos práticos
e elegantes de malha. Na mesma época, Madeleine Vionnet desenvolveu modelos de
crepe e musselina de seda.
No Brasil, a roupa de trabalho feminina compunha-se de uma saia de cor sóbria e
blusa de jérsei, com gravata do mesmo tecido da saia, chapéu de feltro e luvas de pelica.
Nas roupas íntimas, a mulher vestia combinações de crepe ou jérsei, lingerie de seda
pura, muitas rendas, conjuntos de sutiã e anágua de cambraia e linho. Em 1935, o
32
vestido de verão feito de voile de seda ou algodão entrou na moda acompanhado por
boinas de pelúcia.
Os maiôs eram feitos de Jersey de lã, lastex e algodão e finalizando a década, os
tecidos ficaram mais leves, com fibras de propriedades secantes tornaram o maiô dos
anos 30 semelhante ao que conhecemos hoje, inteiriços e colados ao corpo. (KAULING,
2004)
Surge o nylon, fibra sintética muito resistente de secagem rápida e resistente ao
calor. No final da década os vestidos passaram a ser confeccionados em seda estampada
artificial ou verdadeira.
33
escala comercial na década de 50 quando, surgiu no mercado a fibra de poliéster.
Inicialmente foi utilizada na fabricação de tecidos para decoração, o poliéster foi usado
com sucesso na fabricação de todos os tipos de roupa por ter como características o fato
de não amarrotar, não deformar e secar rapidamente.
− Década de 50: Em 1952, Dior criou uma moda com três peças essenciais, sendo o
casaquinho de cardigã e blusa simples de crepe e saia. No lançamento da linha H, os
casacos eram brancos de cambraia. Estolas de tecido e peles eram usadas como
agasalho. O veludo era utilizado nos chapéus, as luvas eram de pelica ou de cetim e os
sapatos eram recapados com tecidos rebordados. As mulheres mais elegantes utilizavam
durante o dia, vestidos de seda e lã e os vestidos de noite eram de tafetá, a faille e o
cetim. As roupas de coquetel tinham como acompanhamento os turbantes de tafetá e
cetim. Na indumentária masculina, vários modelos de gravatas eram produzidos em
seda pura (SENAC, 2003).
Os vestidos de passeio eram em faille marinho ou vestido em musselina de seda
pura, estampada e plissada. Na moda meia estação, os vestidos de flanela xadrez se
destacavam. No inverno, era comum o uso de conjuntos de suéter, casaquinho de
cashemere e saias de lã espinha de peixe. Segundo Moutinho (2000 apud SENAC 2003),
o luxo imperava nesta década principalmente nas peles, cashmeres e mohairs18 O
tailleur, muito utilizado era composto de saia bem rodada em lã sarjada e casaco e
poderia ser de tweed, shantung, gorgurão, xadrez escocês ou pied de poule. Para ocasião
de gala, saia comprida em shantung, botões forrados, nos ombros usava-se xales de
organza. Madame Grès conquistou a fama com seus vestidos drapeados em jérsei, seda e
lã.
18
Lã felpuda de pêlo de cabra.
34
Os jovens na década de 50 vestiam cardigãs de cashemira e lambswool, tipo de lã
para malhas produzida na Inglaterra. As saias eram feitas de feltro e usadas com anáguas
(geralmente de tarlatana – um tipo de tecido transparente) e para mostrar rebeldia
usavam o jeans com a bainha enrolada. Na mesma onda de rebeldia, os jovens passam a
usar jaquetas de couro e camisetas T-shirts de malha.
Os maiôs eram escuros e feitos de helanca, alguns listrados e estampados com
enchimentos de espuma no busto. (KAULING, 2004)
− Década de 60: Nesta década, o jeans foi decretado como a roupa oficial. As roupas são
confeccionadas com tecidos que não amassam como o tergal e o nycron. Camisa
Lacoste de malha virou referência. “Quando houve os movimentos estudantis de
protesto, em 1968, era impossível distinguir a classe social dos participantes: todos os
jovens se vestiam da mesma maneira”. Os tecidos mais utilizados foram o jeans com
aplicações, bordados e o algodão para calças boca de sino e camisas.
Mary Quant foi uma das estilistas mais reconhecidas da época, tornou popular a
minissaia, criou meias coloridas e blusas caneladas.
35
Iniciou-se a fabricação de tricô duplo com fios de poliéster texturizados, cujos
eram mais leves e confortáveis, levando à popularidade os tecidos tricotados. (COSTA,
2001)
Na moda praia, além da helanca, os materiais utilizados eram a malha de algodão
misturada com fio sintético e Jérsei. Na roupa íntima masculina, adotou-se os pijamas de
malha e cuecas tipo sungas. (KAULING, 2004)
− Década de 70: Os tecidos rústicos foram grande característica desta década. Na moda
esportiva, ganhavam força, as malhas e moletons. Para os homens, era normal o uso do
veludo cotelê ou denim (tecido de jeans) nas calças de trabalho e jaquetas de couro.
Azzedine Alaia apresentou modelos de napa macia, jérsei e seda e malha de lã. Kenzo,
nesta década, confeccionou roupas de veludo estampado em estilo japonês e modelos de
malha considerados clássicos do prêt-à-porter. Gianni Versace usava em suas coleções
materiais como a camurça e o couro e também malhas adornadas com couro. Calvin
Klein atingiu a fama por criar casacos (estilo camisa) de crepe da china, blusas listradas
de seda e roupas de veludo. Alguns estilistas americanos usavam a cambraia, rayon,
tweed ou gabardina em suas criações. SENAC (2003)
Era a década dos tecidos colantes, cardines (tecido sintético criado por Cardin),
tecidos de estilo cashemere das roupas indianas, lurex, do poliéster. As camisetas tinham
aplicações eram de batik (tecido de algodão impresso a mão). No final dos anos 70 e
início dos anos 80 era normal no ocidente o homem trabalhar com calças de veludo
colete ou denim (tecido de jeans). SENAC (2003)
19
Feitos de lã de cores vivas, textura ligeiramente rústica.
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As roupas esportivas eram de moletom, lycra, jérsei, náilon, tactel e neoprene. O
algodão mistura-se à lycra. Usou-se o délavé, manchado, escovado e aveludado. Jeans e
lycra eram compostos no mesmo look. No meio artístico, homens usavam tênis e jeans.
Já as calças legging e jogging de moletom e roupas de lycra se tornaram cada vez mais
populares.
Ralph Lauren, inspirou-se nos pioneiros do Oeste americano, desenvolveu blusas
de linho, camisas xadrez, conjuntos com casacos em malha. Mesmo a tecnologia
estando a favor do aperfeiçoamento das fibras sintéticas, os anos 80 foram marcados por
períodos de não aceitação dos tecidos sintéticos. Praticamente um século após o
aparecimento da primeira fibra sintética, a população mundial descobriu inúmeras
desvantagens dos tecidos produzidos dessa forma.
− Década de 90: Esta década deu início a uma nova fase para a indústria têxtil: a era high
tech. “As inovações tecnológicas facilitaram a produção em massa de boa qualidade e
preços acessíveis”, afirma Moutinho (2000 apud SENAC 2003 p. 287). Nos estados
Unidos, pioneiros em estudos e experimentos de fibras sintéticas, criaram roupas mais
justas de cotton, lycra e stretch e novas fibras sintéticas, que viraram referência para
todos. Neste período, houve campanhas de preservação ecológica e proteção aos animais
e o combate ao uso de pele e couro de animais, buscando a substituição destes materiais
por produtos sintéticos.
Cuecas samba canção estampadas de seda voltam a moda com força total. Outro
produto que se destacou foram blusinhas e calças de liganete bem como o jeans
colorido, em vermelho, rosa, verde.
Tecidos mais ricos valorizaram-se novamente para a noite, e durante o dia a
preferência era para as malhas, as microfibra, linho e crepes.
Os tecidos feitos de microfibra tornaram-se importantes devido a maciez, leveza,
praticidade, variedades de cor e por não amassar. A primeira vez a ser utilizada a
37
microfibra foi no final dos anos 80 por Calvin Klein, em uma espécie de parka e em
seqüência estilistas começaram a trabalhar com novas fibras.
Como cita Moutinho (2000 apud SENAC 2003, p.300) “A microfibra nasce de um
novo tratamento dado a poliamida e ao poliéster e é 60 vezes mais fina que um fio de
cabelo”. Esta fibra destacou-se por ser facilmente lavável, durável, sem necessidade de
passar, pelo caimento, fácil reprodução de cores e solidez de corantes sem mencionar o
preço completamente acessível. Norma Kamali criou roupas misturando microfibra e
lycra resultando em roupas com grande elasticidade. Já Donna Karan desenvolveu capas
de chuva coloridas compostas de 55% de microfibra e 45% de seda, outras fibras que
ganharam novos tratamentos e misturados com outras fibras foram o linho e o tecido,
modernizando e diferenciando as coleções.
Outros fios aparecem e além de importados passam a ser produzido no Brasil
como o multicotton sarja, que se compõe de microfibra com gabardine e o multicotton
tela, feita com popeline. Sendo que, os fios sintéticos produzidos na década de 90 são
mais finos que a seda, como por exemplo, o Meryl (microfibra de náilon) geralmente
usado na produção de lingerie, meias finas, leggings e bodies. Outra grande invenção
foi o Supplex (microfibra de náilon juntamente com a lycra) utilizado na confecção de
malhas para ginástica, com aspecto e toque de algodão, muito utilizados pelos estilistas.
O Trevina Multisoft (provindo do poliéster) é aplicado em tecidos nobres como o crepe
georgette e musselina. SENAC (2003)
Na indumentária masculina os ternos passam a ser de linho e algodão. As camisas
esporte de tecidos eram produzidas principalmente em xadrez. No final da década, o
jeans stretch eram bem ajustados e ganharam mercado consideravelmente.
Na moda praia, o algodão e a helanca dão lugar a tecidos elaborados com tecnologia,
os tecidos inteligentes, que respiram, transportam a umidade e protegem contra os raios
ultravioletas. (KAULING, 2004)
− Século XXI: Ainda é recente para falarmos do ano 2000 como referência. Mas podemos
observar a predominância dos tecidos novos que viraram modinha. Atualmente, é alvo
da moda a viscolycra, uma malha de textura agradável e toque macio e confortável. O
jeans continua no seu ápice, ganhando cada vez mais mercado e substituindo tecidos
mais antigos até mesmo em ocasiões especiais ou formais. Outra grande novidade deste
século é a nanotecnologia.
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Os tecidos predominantes em cada período da história como já dito anteriormente tem
relação com a cultura e costumes de cada civilização. Pode-se observar que cada tecido teve
seu momento, como por exemplo, o linho tão utilizado pelos povos da idade antiga, e que
voltou na década de 80, sendo que atualmente é pouco usado. O mais interessante é poder
concluir que as fibras naturais se mantêm até hoje, como o algodão, o linho, o cânhamo que
dividem espaço com as fibras químicas e tecnológicos. Imaginava-se para o século XXI
somente tecidos tecnológicos com aspecto cibernético. Porém o mercado aderiu as duas
diretrizes, o ecologicamente correto e a tecnologia. Talvez não se esperava uma sensibilização
tão grande em relação ao meio ambiente no século XXI, mas tudo mudou com as estatísticas
do aquecimento global. Além dos tecidos nanotecnológicos que vem ganhando espaço a cada
dia no mercado da inovação têxtil.
39
4 TECIDOS: CLASSIFICAÇÃO E TIPOLOGIA
40
b) Compostos – mais de um conjunto de fios de urdume e um ou mais conjuntos de
trama;
− Tecidos felpudos: São tecidos compostos, cuja superfície apresenta felpas salientes,
inteiras ou cortadas;
− Leno ou giro-inglês: São tecidos em geral muito porosos e cujos fios de urdimento se
entrelaçam com as tramas, e também com outros fios de urdimento.
− Tecidos jacquard: São tecidos simples ou compostos, que apresentam grandes
desenhos obtidos pela diferença de ligamentos usados e/ou pelo uso de fios coloridos.
− Malha: É uma superfície têxtil, formada pela interpenetração de laçadas ou malhas que
se apoiam lateral e verticalmente, provenientes de um ou mais fios. Divide-se em:
a) Por trama – são tecidos de malha obtidos a partir do entrelaçamento de um único fio,
podendo resultar num tecido aberto ou circular.
b) Por urdume – são tecidos de malha obtidos a partir de um ou mais conjuntos de fios,
colocados lado a lado, à semelhança dos fios de urdume da tecelagem plana.
− Mistos: São tecidos de malha por urdume ou trama com inserção (lay-in) periódica de
um fio de trama, objetivando dar melhor estabilidade dimensional ao tecido. É também
conhecido como malha laid-in.
− Tramados: São produzidos em máquinas de malharia por urdume, chamadas
tramadeiras, e são muito similares ao tecido plano, com a diferença que os fios de
urdume são substituídos por colunas de malha. Com este tecido ganha-se em produção,
pois a velocidade da tramadeira é muito superior ao do tear plano.
− Não-tecido (Non-woven): São tecidos obtidos através do entrelaçamento de camadas de
fibras que se prendem umas nas outras por meios físicos e/ou químicos, formando uma
manta contínua.
− Tecidos especiais: são resultantes de soluções de polímeros de fibras aplicadas aos
tecidos. São aqueles obtidos por processos dos quais resulta uma estrutura mista de
tecido plano, malha e não-tecido Podem ser:
a) Laminados: são estruturas obtidas pela colagem de dois tecidos diferentes ou pela
simples aplicação de um impermeabilizante químico a um tecido qualquer.
b) Malimo: estes tecidos levam o nome da máquina onde são produzidos. É uma
estrutura obtida pela sobreposição, sem entrelaçamento, de camada de urdimento
sobre a camada de trama e cuja amarração é obtida por uma cadeia de pontos de
malha.
41
− Filmes: Não são estruturas têxteis, aproximando-se mais da textura do papel. São
produzidos a partir de soluções de fibras têxteis, mais freqüentemente de náilon. Podem
aparecer isolados ou laminados com outro tecido.
Existe a classificação dos tecidos quanto à aplicação têxtil segundo COSTA (2001, p.
19), os tecidos podem ser utilizados para fins domésticos, fins de vestuário e para fins agro-
industriais.
Quanto à coloração, os tecidos podem ser crus, alvejados, tintos, mesclados, listrados
e estampados.
Hoje, no Brasil, a indústria têxtil está consolidada e, o mais importante, nos últimos
anos começou a surgir um número significativo de instituições de ensino que oferecem cursos
superiores para a formação de profissionais da moda. “Cabe à universidade brasileira
promover uma metodologia de análise dos têxteis, buscando a sistematização do
conhecimento com rigor acadêmico, evidenciando a pesquisa para o reconhecimento do que já
produzimos, sua conservação e possibilidades futuras.” CASTILHO (2006)
42
5 IMPLANTAÇÃO DA TECITECA NO SENAI RIO DO SUL
Formação Quantidade de
bandeiras
Tecido Não Tecido 01
Tecidos de Malha 09
Tecido Plano 36
Tecido de Transformação 13
Tecido Especial 02
Tecido de Laçada 04
TOTAL 80
Tabela 01: relação das bandeiras têxteis na Teciteca SENAI Rio do Sul
43
• Tecido de transformação: São tecidos criados e desenvolvidos com objetivo de agregar
valor ao produto envolvendo criatividade.
• Tecido de Laçada: é formado por laçadas completas formando nós. Ex: rendas
• Tecidos Especiais: é formado por estruturas mistas de tecido (plano, malha e não
tecido), ou ainda recebe soluções de polímeros de fibras aplicadas aos tecidos. Ex:
falso couro, laminados (aplicação de um impermeabilizante ou colagem de dois
tecidos distintos).
44
ao público no horário determinado, o que seria impossível de manter por ser um custo fixo
mensal. Sendo assim, ficou consensado que na biblioteca seria o local mais apropriado.
Segundo Dias (1998) “A Biblioteca pode ser vista como um sistema de
comunicação/informação, que tem como uma de suas finalidades orientar o usuário na
utilização dos diversos tipos de documentos como um recurso na busca de informações”.
Podemos observar alguns pontos positivos desta escolha. Como por exemplo, o
horário de funcionamento. O horário de atendimento deve ser o mesmo da biblioteca, ou seja,
três períodos (manhã, tarde noite) inclusive aos sábados de manhã. Outra vantagem é que não
haverá necessidade de monitores e/ou estagiários, sendo que o processo de registro no
pergamum será feito pela bibliotecária e auxiliar de biblioteca, além da estrutura como mesas,
cadeiras e ar condicionado, já existirem.
Outro aspecto positivo é a disseminação mais abrangente do projeto que ficará
permanentemente instalado na biblioteca. Sabe-se que, quando a teciteca fica numa sala
independente, o atendimento aos alunos e comunidade é realizado por um bolsista que
consegue repassar informações técnicas a respeito das bandeiras de tecido. Eis uma
desvantagem de o projeto situar-se na biblioteca. Porém, é de fato necessário um profissional
especializado e competente na área para a orientação e esclarecimento de dúvidas da parte
técnica. Inicialmente esta função deve ser realizada pela coordenadora do projeto. Outra
alternativa é a construção de um CD com informações técnicas e mais precisas sobre os
tecidos disponíveis no acervo da teciteca.
Como pode-se observar a UDESC, uma das pioneiras na implantação da teciteca,
recentemente mudou a estrutura e organização partindo de uma sala independente para a
biblioteca, tornado assim ainda mais prático e acessível o acesso e a pesquisa. Desta forma,
conclui-se que a teciteca do SENAI Rio do Sul está sendo aplicada com o melhor
planejamento e no local mais adequado.
Ao iniciar este projeto foi realizado um orçamento sobre tudo que seria necessário
adquirir. Não foi programada nenhuma verba no orçamento anual da Instituição para a
realização do mesmo. Isso representa uma total diminuição de custos e muita restrição nos
gastos. Portanto, a teciteca se instalar na biblioteca, inclusive financeiramente falando, foi a
45
melhor opção. Sendo que, os materiais colocados na tabela de orçamento foram adquiridos
através do grande incentivo por parte da Direção da Unidade, viabilizando o projeto.
46
Como se pode observar na etapa do orçamento, nenhuma aquisição de amostra foi
orçada, pois era esperado iniciar o acervo com as doações das empresas, o que não aconteceu
inicialmente. Contudo, foi necessário comprar algumas amostras.
Reforçamos a importância das parcerias nestes projetos e enfatizamos que as doações
feitas pelos fabricantes de tecido são a única forma de continuidade deste trabalho.
Lembrando também que há vantagens para a empresa que contribui, sendo que, inicialmente
os tecidos que vierem com o suporte da empresa devem permanecer no mesmo, divulgando a
marca e seus produtos bem como a exposição de banners e materiais promocionais em
eventos promovidos pelo SENAI Rio do Sul.
Além dessas vantagens, é preciso que as empresas se conscientizem da importância
em apoiar projetos que auxiliem o conhecimento dos futuros profissionais da área, que logo
podem vir a ser seus próprios funcionários. Em sumo, mesmo que haja verba suficiente para
comprar as amostras, é preciso apoio empresarial em projetos educacionais para aprimorar o
conhecimento, não só dos alunos, mas dos empresários e principalmente da comunidade.
Neste processo, houve também a colaboração de alguns alunos, principalmente nos
tecidos de transformação, a maioria deles realizados na disciplina de tecnologia têxtil e feitos
com juta. Além de pintura em seda, mostrando técnicas de estamparia manual.
47
aprovado pelo coordenador do projeto. Na teciteca do SENAI Rio do Sul para a escolha do
modelo, foi levado em consideração o preço unitário por suporte e a quantidade mínima de
produção exigida pela gráfica.
Nos suportes de papelão foi criada uma arte gráfica com a logomarca do SENAI Rio
do Sul e impressa depois de aprovada. O desenvolvimento da arte foi realizado no Programa
Corel Draw 12, onde foram criados vários modelos com efeitos diferentes para então
selecionar o definitivo.
O modelo aprovado consta na reprodução da logomarca SENAI/SC Rio do Sul – a
indústria do conhecimento repetidas vezes lado a lado com o efeito de marca d’água, bem
simples e discreto. Foi utilizada somente uma cor, visto que, quanto mais cores mais cara se
torna a impressão. A cor escolhida para logomarca foi o azul e o fundo branco, por serem
estas as cores oficiais da instituição.
Após a escolha do modelo, foi realizado o protótipo final e assim produzido na
quantidade certa. Para finalizar este processo, as bandeiras de tecido foram grampeadas no
suporte, ficando prontas para exposição. Confira o resultado na figura abaixo.
Os cabides brancos para lingerie que foram adquiridos após o teste de aprovação do
suporte, foram inseridos nos orifícios de papelão e grampeados nos tecidos, finalizando este
processo. O resultado ficou excelente contemplando as expectativas iniciais tanto
funcionalmente quanto esteticamente.
A figura abaixo mostra os primeiros suportes finalizados e dispostos numa pequena
arara, sendo possível observar a harmonia dos elementos contidos no suporte.
48
Figura 02: Suportes finalizados
Fonte: Arquivo da autora
49
REG 01
Formação do tecido: Tecido Plano
Nome Comercial: Estampado de Algodão
Composição: 100% Algodão (CO) Puro
Fornecedor: Mascarenha
Largura: 2,20
Tabela 03: Exemplo de etiqueta técnica das bandeiras
Deve-se observar que esta tabela servirá de apoio para o cadastro no sistema
Pergamum, e deverá estar anexada no suporte da bandeira.
20
www.pucpr.br/sistemas_s/pergamum
50
MARC 21 nos registros bibliográficos internos, para exportação e
importação e possibilita importação de dados de centros de catalogação
cooperativa on-line ou CD-Rom, e exportação de dados para intercâmbio de
registros bibliográficos, via formato ISO-2709. O Pergamum possui sistema
de gerenciamento de texto, imagem e som, controle de periódicos com
Kardex e indexação de artigos. Apresenta, ainda, controle de empréstimo
para qualquer tipo de documento, reserva, cobrança personalizada com
prazos diferenciados por tipos de materiais e usuários, devoluções,
renovações, atrasos, multas, negociações e suspensões, geração de
etiquetas de código de barras para empréstimo dos documentos,
contabilização de estatísticas de uso, processamento técnico etc., emissão de
diversos tipos de relatórios em conformidade com critérios recomendados
pelo MEC /CAPES.(PORTAL MACKENZIE)
51
Para acessar é só entrar no site do SENAI SC (www.sc.senai.br), clicar no link
biblioteca seguidamente clicar em biblioteca online, do qual abrirá instantaneamente o
sistema Pergamum (Sistema Integrado de Bibliotecas), partindo para a pesquisa básica. A
procura pode ser feita selecionando a opção: título e na caixa de texto deve ser escrito: tecido
plano. Todas as bandeiras são cadastradas desta forma, inclusive deverão aparecer as
bandeiras da Teciteca do SENAI de Jaraguá do Sul. Mas para que isso não aconteça tem que
selecionar a biblioteca de Rio do Sul. Para restringir ainda mais a pesquisa, é possível
selecionar a opção: autor e na caixa de texto colocar o nome do fornecedor. Este processo só
funciona se os interessados freqüentarem a teciteca assiduamente a ponto de saber o nome dos
fornecedores ou tenham anotado o nome.
Em suma, a pesquisa é fácil e acessível a todos. Mesmo quem não é aluno, tem acesso
a essas informações. Empresários e comunidade podem e devem fazer uso do sistema bem
como das bandeiras. Não esquecendo que, por estarem cadastradas, as bandeiras ficam mais
seguras e sob o controle do sistema. Ou seja, a cobrança de multas também é válida para estes
materiais, que não devolvidos no prazo (geralmente uma semana) fica constado no sistema o
débito de material, que passa a ser cobrado o valor de R$ 1,00 (um real) por cada dia de
atraso. Confira abaixo o acesso às bandeiras na biblioteca on-line, já descritos anteriormente.
52
Figura 05: Registro da bandeira na biblioteca online
Fonte: Site SENAI
53
Figura 06: Informações específicas da bandeira no sistema Pergamum
Fonte: Site SENAI
Para concluir esta etapa, a bibliotecária da Unidade deverá cadastrar todas as bandeiras
no sistema. Lembrando que este processo é trabalhoso e deve levar tempo. Portanto aos
poucos, as bandeiras estão sendo registradas para que tão logo possam ser consultadas e
emprestadas.
54
5.7 COMO AS BANDEIRAS ESTÃO ORGANIZADAS NA ARARA
55
O CD deve conter a característica das fibras, classificação, tipologia, simbologia,
tecelagem, entre outras informações relevantes. Será uma apostila que complementará todo o
assunto de forma bem minuciosa. Confira no apêndice 03.
56
Figura 08: Teciteca instalada na biblioteca do SENAI Rio do Sul
57
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os tecidos estão presentes em todos os lugares, nas roupas, na mesa, na cama, no sofá
nos tapetes fazendo parte da nossa história. Muitas vezes retratam o que foi e o que está por
vir. Representam costumes, tendências, cores, conforto. Como cita COSTA (2001, p.01) “O
tecido é um elemento marcante”.
A indústria têxtil como podemos observar na história evoluiu consideravelmente
através dos tempos, principalmente após a Revolução Industrial através da mecanização dos
processos. O século XX destacou-se pela velocidade de produção, além do processo de
automatização na indústria, bem como o desenvolvimento dos tecidos inteligentes com efeitos
especiais, que beneficiam a saúde e protegem de danos causados pelo fogo, pelos raios ultra-
violetas, etc. Já o século XXI está revolucionando através dos tecidos nanotecnológicos, que
são os tecidos com incorporação de nanotecnologia e propriedades funcionais, como absorção
e secagem rápida de transpiração, resistências à manchas, à tração e facilidade para limpar e
passar a ferro. Esta nova tecnologia virou alvo de pesquisa científica no Brasil e no mundo.
Sendo assim, a parte histórica revela os avanços tecnológicos obtidos neste setor.
Os tecidos sempre estiveram em alta, e agora, mais do que nunca se destaca o estudo
de fibras tecnológicas e tecidos biodegradáveis. Portanto, comprova-se que é de suma
importância desenvolver idéias e projetos nesta área. Muitas faculdades de Moda e Design
têm feito do tecido objeto de estudo e pesquisa. Principalmente os novos profissionais deste
setor devem conhecê-lo mais do que ninguém. Sendo assim, a implantação das tecitecas têm
sido comum em instituições que oferecem cursos nesta área, tornando-se fundamental.
Desta forma, o propósito deste trabalho foi implantar uma teciteca no SENAI Rio do
Sul, com o objetivo de enriquecer as fontes de pesquisa para os alunos do curso superior de
Tecnologia em Produção do Vestuário, bem como cursos técnicos de vestuário e estilismo e
assessorias na área de confecção. O público alvo deste projeto são os alunos, os empresários e
a comunidade em geral.
O grande desafio foi iniciar a implantação sem grande conhecimento específico na
área, por isso foi realizada uma pesquisa das tecitecas existentes no país e também em Santa
Catarina. Este processo foi fundamental para o bom andamento do projeto, visto que, muitos
casos serviram como exemplo.
58
Outro fator importante deste trabalho foi a falta de incentivo das empresas na etapa de
aquisição das bandeiras. Poucas delas estão colaborando com doações e parcerias, isso é fato.
É preciso maior participação das empresas fornecedoras de tecido para alimentar este projeto,
que é contínuo e deve sempre ser abastecido com novas amostras. A princípio, a solução para
tal realidade foi comprar algumas amostras iniciais nas lojas de tecido, porém há uma perda
de informações técnicas quando comprado no varejo, prejudicando as especificações.
Alguns pontos positivos podem ser observados, como por exemplo, o local de
permanência da teciteca na biblioteca, que ficou excelente e muito prático. Além do
cadastramento das bandeiras no sistema pergamum realizado pela bibliotecária do SENAI Rio
do Sul, que o fez de forma completa e planejada.
Foi possível comprovar que qualquer idéia pertinente deve ser incentivada e se
possível executada, pois a cada vez que um projeto como este consegue ser implantado, todos
ganham, os alunos, os empresários, a comunidade e a região também se desenvolve. Sendo
assim, todos os objetivos do trabalho foram atingidos satisfatoriamente e hoje o SENAI de
Rio do Sul pode contar com uma teciteca, mesmo que pequena, em pleno funcionamento.
6.2 Recomendações
É importante ressaltar que sempre que se inicia uma teciteca é necessária manutenção
e atualização do acervo. É da mesma forma necessário, um coordenador para o projeto.
Após a implantação da teciteca, já é possível pensar em um projeto de teciteca virtual,
sendo este um site com informações completas sobre o acervo, notícias sobre novos tecidos,
artigos acadêmicos que envolvam este assunto, entre outras opções.
Outra forma de abastecer a teciteca com tecidos de criação, é a elaboração de oficinas
têxteis e criação de novas bandeiras, com participantes da comunidade em geral e estudantes.
Além da teciteca, é possível também implantar outras fontes de pesquisa como já
explicado anteriormente, como a modateca, a avioteca, o museu da indumentária, dentre
outros. É possível investir em projetos como esses com pequena verba, através de doações e
recuperação de objetos e pertences.
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7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRAGA, João. História da moda: uma narrativa. 4.ed. São Paulo: Anhembi
Morumbi, 2005. 108p.
COSTA, Maria Izabel. Relatório Final Programa Teciteca do Centro de Artes. Período:
agosto de 2006 a julho de 2007. 2007
ERHARDT, Theodor. Curso Técnico Têxtil: física e química aplicada, fibras têxteis,
tecnologia; SP, EPU, 1975-1976. 3v. ilust.
GIL, Antonio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 3. ed, São Paulo: Atlas, 1996.
KUASNE, Ângela. Materiais e Processo Têxtil apostila CEFET. Araranguá, 1.ed. 2008
LAVER, James. A Roupa e a Moda, uma história concisa. São Paulo, Companhia das
Letras, 1990.
NERY, Marie Louise. A evolução da indumentária : subsídios para criação de figurino. Rio
de Janeiro: SENAC, 2004. 303p
60
RIGUERAL, Flávio. Design & Moda: como agregar valor e diferenciar sua confecção. São
Paulo: IPT, 2002
XIMENES, Sérgio. Mini Dicionário da Língua Portuguesa. 2. São Paulo: Ediouro, 2000.
SITES:
61
<http://www.faap.br/faculdades/artes_plasticas_novo/moda/apresentacao.asp> Acesso em: 21
nov. 2007
FAZZIONI, Ivonei. Teciteca do SENAI Jaraguá do Sul tem 650 exemplares e sistema
informatizado. 2005. Disponível em:
<http://www.senai.br/br/home/noticiadetalhe.aspx?id=649> Acesso em: 16 set. 2007
62
UNAMA, Universidade da Amazônia. Disponível em:
<http://www.unama.br/graduacao/cursos/Moda/projpesquisaextensao.html> Acesso em: 04
dez. 2007
63
ANEXO 01 – Imagens de tecitecas implantadas no Brasil que serviram como
exemplo na montagem da Teciteca do SENAI Rio do Sul
64
Figura 03: Teciteca da Universidade Anhembi Morumbi
Fonte: ://www2.anhembi.br/publique/cgi/cgilua.exe
/sys/start.htm?infoid=38822&sid=2083
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APÊNDICE 01 - Relação de Empresas Fornecedoras
EMPRESA TELEFONE ENDEREÇO CIDADE SITE/E-MAIL
Coteminas S.A 0800 470202 Rua Progresso, 150 - CEP 89026-900 B lu me na u - S C faleconosco@coteminas.com.br
( 4 7 ) 3 3 2 4 -1 8 3 3 www.coteminas.com.br
Karsten (47) 3331-4000 R. Johann Karsten, 260, Testo Salto Blumenau - SC sac@karsten.com.br
CEP 89074-700 http://www.karsten.com.br
Têxtil Renaux Fone: 47 3255-1000 Rua: Centenário, 215 Brusque - SC marcelo@renauxview.com.br
Fax: 47 3255-1001 88351-020 - CX. postal 15 renauxview@renauxview.com.br
http://www.renauxview.com
Horizonte Têxtil (31) 2221 7000 Av. Bernardo Vasconcelos, 638 Belo Horizonte - MG http://www.horizontetextil.com.br
Cachoeirinha
Canatiba (11)6886 3734 Av. Interdistrital Comendador Emílio Romi, São Paulo -SP http://www.canatiba.com.br
350 vendas@canatiba.com.br
Sta Bárbara d’Oeste
Douat R. Rui Barbosa, 2930 Joinvile - SC ezequias@douattextil.com.br
Werner Fábrica de (24) 2291-9500 Rua Bingen, 1737 - Bingen - Petrópolis - RJ http://www.wernertecidos.com.br
Tecidos S.A werner@wernertecidos.com.br
Saliba Têxtil (11) 5084-2498 Rua José de Magalhães, 646 São Paulo - SP http://www.saliba.com.br/index.html
Vila Mariana
Cedro (31) 3235-5000 http://www.cedro.com.br
Santana Têxtil (85) 4009.4000 Av. Presidente Castelo Branco 2015 - BR Horizonte - Ceará http://www.santana.ind.br/
116 Km 37
atendimento.br@santana.ind.br
66
APÊNDICE 02 – Tecidos Registrados
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REG 10 REG 11 REG 12
Formação do tecido: Tecido Plano Formação do tecido: Tecido Plano Formação do tecido: Tecido de Laçada
Nome Comercial: Sarja Plus Nome Comercial: Crepe Anarruga Nome Comercial: Volta ao Mundo
Composição: 100% Algodão (CO) Pura Composição: 60% Poliéster (PES) Composição: 100% Poliamida (PA)
Fornecedor: São Joanense 40% Viscose (CV) Fornecedor: Branyl
Largura: 1,40 Fornecedor: Aviatec Largura: 1,40
68
REG 19 REG 20 REG 21
Formação do tecido: Tecido de Malha Formação do tecido: Tecido de Malha Formação do tecido: Tecido de Malha
Nome Comercial: Helanca com Brilho Nome Comercial: Helanca Extra Light Nome Comercial: Malha PV
Composição: 100% Poliéster (PES) Composição: 100% Poliéster (PES) Composição: 67% Poliéster
Fibra sintética Fibra sintética 33% Viscose
Fornecedor: Malharia Belinha Fornecedor: Malharia Belinha Fornecedor: Malharia Belinha
69
REG 28 REG 29 REG 30
Formação do tecido: Tecido de Malha Formação do tecido: Tecido de Malha Formação do tecido: Tecido de Malha
Nome Comercial: Lycrinha Nome Comercial: Liganete Nome Comercial: Lyocell
Composição: 92% Poliéster (PES) Composição: 100% Poliamida (PA) Composição: 100% Lyocell (CLY)
8% Elastano (PUE) Fibra sintética Fibra artificial
Fibra Sintética Fornecedor: Rio Malhas Largura: 1,45 Fornecedor: Rio Malhas
Fornecedor: Rio Malhas Largura: 1,45
70
REG 37 REG 38 REG 39
Formação do tecido: Tecido de Laçada Formação do tecido: Tecido de Laçada Formação do tecido: Tecido de Laçada
Nome Comercial: Renda renascença Nome Comercial: Renda 110 Nome Comercial: Paetê
Composição: 54% Algodão (CO) Composição: 100% Poliamida (PA) Composição: 75% Poliéster (PES)
46% Poliamida (PA)Mista Fibra sintética 25% Poliamida (PA)
Fornecedor: Aviatec Fornecedor: Bordado Cury Fibra sintética
Fornecedor: Silva Santos
REG 43 REG 44
Formação do tecido: Tecido Plano Formação do tecido: Tecido Especial
Nome Comercial: Tafetá Estampado Nome Comercial: Napa Courosoft
Composição: 48% Poliamida (PA) Composição: Fibra Sintética
52% Poliéster (PES) Fornecedor: Vulcan Largura: 1,40
Fibra Sintética
Fornecedor: RP Tecidos Largura: 1,40
Obs: As demais amostras já vieram com as respectivas etiquetas técnicas e foram mantidas
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APÊNDICE 03 – CD com informações complementares que deve ficar na biblioteca
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