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Um robô capaz de fazer uma pré-triagem dos componentes eletrônicos de um computador que
podem ser reciclados está sendo testado na Universidade de São Paulo (USP), no campus de
São Carlos, em parceria com a Universidade Técnica de Berlim. Uma máquina capaz de
substituir a mão-de-obra humana no processo de manufatura reversa para facilitar o descarte
da sucata tecnológica é o tema da quinta e última reportagem da série E-Lixo, publicada pelo
Correio Popular.
O País ainda não implantou a Política Nacional de Resíduos Sólidos para tratar do destino
correto do lixo eletrônico, o e-lixo. Mas, como mostrou a reportagem da Agência Anhangüera
de Notícias (AAN) na semana passada, o Brasil já dá os primeiros passos para o
reaproveitamento do lixo tecnológico e empresas da região utilizam a mão-de-obra humana
para desmontar a sucata eletrônica e transformar os produtos em matéria-prima novamente
Vendas
No ano passado foram vendidos mais de 7 milhões de computadores e a cada quatro ou cinco
anos esses equipamentos são renovados. Assim, é possível imaginar que a maioria desses
resíduos eletrônicos vão parar nos aterros sanitários se o País não implementar de uma vez
por todas a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Em 2008, 8,5 milhões de computadores
serão vendidos, segundo dados da IDC Brasil e de acordo com dados do Instituto Nacional de
Geografia e Estatística (IBGE), nove em cada dez lares brasileiros têm pelo menos um
televisor. A Microsoft, que sozinha emprega mais de 50 mil pessoas em todo o mundo,
costuma trocar 100% de seus computadores de três em três anos.
O lixo eletrônico é composto por todo o tipo de sucata eletrônica, desde às baterias de
celulares até computadores e televisores inteiros e também velharias do mundo da informática.
Os resíduos desses componentes podem ser altamente tóxicos em contato com o meio
ambiente. Nas pilhas e baterias encontramos cádmio, chumbo e mercúrio. Todos afetam o
sistema nervoso central, o fígado, os rins e os pulmões, pois eles são bio acumulativos. O
cádmio é cancerígeno, o chumbo pode provocar anemia, debilidade e paralisia parcial. O
mercúrio, mutação genética.
O robô que está sendo testado na USP chegou à universidade há cerca de um ano e meio e
tem uma furadeira para realizar a desmontagem das peças. De acordo com o professor do
Departamento de Engenharia Elétrica Dennis Brandão, a máquina tira uma foto da peça que foi
colocada na esteira e identifica formas geométricas. Assim, consegue "visualizar" um parafuso
de um teclado, por exemplo.
Depois que a peça é colocada na esteira, são necessários cerca de 30 segundos para o robô
concluir o processo de pré-triagem. "O robô realiza operações de desmontagem e separação
de partes de circuitos eletrônicos para facilitar a recuperação de materiais no Brasil" , afirmou
Brandão.
O robô, feito pela Motorola, tem 1,1 metro de largura, 1,15 metro de comprimento, 1,95 metro
de altura e pesa 650 quilos. Segundo o professor, o trabalho do robô é fundamental
principalmente para peças pequenas de produtos eletroeletrônico que muitas vezes não
conseguem ser retiradas pela mão-de-obra humana.
Quando a reportagem esteve no local, o robô estava prestes a ganhar uma interface web com
o objetivo de possibilitar o movimento do computador com o robô.
SAIBA MAIS
Segundo a Comissão da União Européia, cada cidadão europeu produz por ano 14 quilos de
lixo eletrônico. Isto significa que a União Européia acumula 6 milhões de toneladas desse tipo
de lixo todo ano. Atualmente cerca de 90% desse montante é incinerado ou depositado em
grandes lixeiras.
TSE aprova abertura de licitação para dar fim a material que não é mais usado em eleições
No começo do mês, a o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou resolução para a abertura de
uma licitação para a contratação de empresa para fazer o descarte ecologicamente correto das
urnas eletrônicas modelo 1996 e de materiais utilizados em eleições anteriores que não são
mais úteis à Justiça Eleitoral.
A reutilização dos materias compostos de plástico, ABS, lata, metal, ferro, fios de cobre,
baterias de chumbo, borracha, acrílico e reciclagem de papelão também ficará a cargo da
empresa vencedora de licitação. (AAN)
PONTO DE VISTA
Márcio Magera
Consultor internacional na área de gestão ambiental de resíduos sólidos urbanos