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As Estrelas Duplas de José Eustaquio

José Eustaquio também deixou entre seus poucos manuscritos um


especialmente interessante: Sistemas Multiplos.
Tanto ele como Dom João não eram grandes interessados em
estrelas múltiplas. Ou pelo menos não deixaram muito material relacionado
ao assunto.
Os escritos de José foram muito mal conservados. Provavelmente
sobreviveram a pelo menos um naufrágio. Depois de Muita luta consegui
extrair algumas estrelas que pertenciam a um manuscrito intitulado “
Grupos Estelares”.
As primeiras entradas foram facilmente identificadas. Consistiam
nas estrelas duplas Encontradas no Cruzeiro do Sul. Assim sendo temos
Acrux que se trata de um sistema triplo . Devido ao afastamento do terceiro
membro José considerava este um sistema duplo . É facilmente separável
mesmo com pequenos instrumentos.
Outra entrada facilmente identificável é referente a Alfa Centauro .
Um pouco mais difícil de ser separada.
Uma dupla ótica que ele se referia com especial afeição é a Rubiacea
, no norte do Cruzeiro. Com grande separação e forte contraste de cores
apresenta belo efeito.
Junto a cinturão de Orion , ele descreve um grande sistema múltiplo.
`Provavelmente Signma Orionis fazendo par com Struve 761. Ele descreve
um sistema com 7 estrelas. A soma dos dois leva a creer que ele associava
estas duas estrelas múltiplas como um único asterismo.
Outra entrada duvidosa é Beta Monocerotis. Ele se refere a uma
brilhante estrela entre o cinturão de Orion e Sirius. Esta se revela como um
sistema triplo com sóis azulados quando vista por seu telescópio.
Há uma outra entrada que me parece ser possível de identificar . Ele
se refere a um sistema duplo de grande contraste de cores junto a cauda do
cão. A presença de um “cardume” na região faz-me creer que seja h3945
( John Herschel 3945). Esta é um belo par vermelho e azul. O cardume
seria o Aglomerado aberto a redor de Tau Canis Major.
Este manuscrito possui diversas outras entradas mas encontra-se em
péssim o estado. Continuo trabalhando na decifragem deste alfarrábio e
espero em breve poder apresentar mais resultados .
O Cinturão Perdido de Jupiter.

Finalmente chegaram de volta a minha pessoa os manuscritos mais antigos dos


deixados por Silvano e Silva e José Eustaquio.
São centenas de paginas. Estou destrinchando o material. Pode parecer fácil.
Mesmo depois do trabalho de recuperação a que foram submetidos o termo
“recuperados” é bastante otimista. As caligrafias são péssimas e a organização dos dois
senhores surpreende até mesmo ao autor. Ele mesmo um prodígio da baderna.
De qualquer forma os primeiros anos de Silvano e Silva no Brasil deixaram um
grande legado. Escrevia muito.
Manteve durante os primeiros anos anotações detalhadas sobre diversos
planetas. Especialmente Júpiter e Saturno.
Ele acreditava que um dos maiores momentos da humanidade se dera quando
Galileu apontou seu telescópio para o deus Júpiter e viu apenas um planeta cercado por
quatro luas. E mudou o mundo.
O planeta é conhecido desde a antiguidade. Um dos astros mais brilhantes de
todo o céu. Só é subjugado pela Lua e por Venus. É um gigante muito mais distante que
estes pequenos mundos.
Galileu batizou as luas com o nome de Stella Mediceana. Fazendo assim boa
política com seu patrono. Silvano Silva ainda se refere a elas assim.
São conhecidas hoje por Io, Europa, Ganimedes e Calisto.
Ganimedes nos dá bem a escala. Ela é maior que o planeta Mercúrio.
Nosso padre pagão também o chamava de Marduk. E adorava ser jovial. Dizia
ele que porque jovial vinha de Joviano. E Este era o adjetivo para Júpiter.
Matava a lingüística e mostrava o pau. Nosso querido padre sofria por não poder
crer em Deus. Então o chamava de um deus pagão e se vingava dele mesmo.
O conhecimento sobre a real estrutura Jupteriana era ainda um grande mistério e
Dom João buscava a verdade. Um dos escritos mais interessantes que achei foram
relativos a eventos na atmosfera de Júpiter.
Como sabemos Silvano e Silva foi se tornando cada vez mais desregrado ao
longo dos anos. Os escritos que me chegaram às mãos agora é o melhor de sua
produção. Ele mantinha ainda um diário e datas. Por isto este evento astronômico foi
bem registrado.
Na noite de 1 de março de 1764 Júpiter dominava o horizonte Noroeste .
Segundo Dom João:
“... Marduk se mostra glorioso. Emoldurado por Aldebarã. Faz escolta para as Hyades e
as Plêiades. Em sua vizinhança se esconde um dos encantos que José me mostrou a
algumas noites. (Provavelmente ele refere-se ao aglomerado aberto NGC 1647.) Aponto
o telescópio em sua direção a 34º na direção Noroeste. E me surpreendo. A minha tão
cara estrutura de cinturões esta desfigurada. Algo aconteceu ao cinturão sul. Ele
simplesmente sumiu. Não posso afirmar exatamente quando. Minha ultima observação
do Planeta foi a cerca de 20 dias. O clima tem estado deveras chuvoso.”.

Dom João então acompanhou todo um processo que se arrastou por cerca de um
ano. Primeiramente ele achou que nunca mais veria o cinturão. Mas a evolução da coisa
foi menos cruel. Aos poucos ele foi se refazendo. E Dom João descreve um ciclo que na
época era desconhecido.
Naqueles tempos a dinâmica atmosférica deste gigante gasoso ainda era
desconhecida e o fenômeno pareceu quase como mágico para Dom João e
posteriormente José.
Segundo o texto de Dom João nosso amigo José Eustaquio do Nascimento e
Islas novamente se mostra a frente de seu tempo. Ainda que errado ele acerta. Ele diz
que os planetas são como a terra. Aquilo era apenas uma mudança climática.

Hoje sabemos que júpiter é um planeta gigantesco. Composto quase que


exclusivamente de hidrogênio e Helio. Assim se assemelhando a uma estrela. Caso
fosse maior sua massa teria tornado a pressão e a temperatura em seu núcleo tão alta que
este seria uma estrela de fato.
Júpiter apresenta padrões climáticos bem estáveis. Sua grande mancha vermelha
é uma estrutura conhecida há séculos e apesar de mudanças sempre se manteve. É uma
imensa tempestade que dura mais de 400 anos. Assim o desaparecimento de um de seus
cinturões equatoriais é um fato digno de nota.
Recentemente isto aconteceu novamente (maio de 2010) e a registros de
desaparecimento também em 1991 e em 1973.
Mas em 1764 nunca havia sido registrado tal fenômeno. Isto torna a observação
de José Eustaquio marcante. O Ciclo que ocorreu ainda é um mistério. Pois foi muito
mais rápido que qualquer um já registrado. E não há registros europeus para tal fato.
Hoje sabemos que Júpiter possui 2.5 vezes a massa de todos os outros planetas
do sistema solar juntos. Isto é tão massivo que o baricentro do sistema Jupiter-Sol esta
acima do disco solar. Há 1.68 rad. do centro do Sol.
Sua estrutura interna ainda é incerta. Supõe-se que seu núcleo seja composto de
uma mistura de elementos. Cercado por uma camada se hidrogênio metálico e algum
Hélio e uma camada de hidrogênio molecular embalando tudo isto.
Sua atmosfera é a maior do sistema solar com mais de 5000 km de espessura.
Júpiter não possui uma superfície sólida e então a base de sua atmosfera é considerado
um ponto onde a pressão atinge 10 bares (10 vezes a pressão na superfície da Terra).
Sua camada de nuvens, que é responsável pelo fenômeno aqui descrito, é
composta basicamente de cristais de amônia e de hridrosulfito de amônia. Elas se
localizam na tropopausa do planeta e se organizam em diferentes cinturões. Com
diferentes cores. E em diferentes Latitudes. Formando assim padrões como os que
vemos. É possível que haja uma fina camada de nuvens de vapor d’água abaixo destas.
Isto explicaria a presença de raios e outros fenômenos eletromagnéticos observados em
Júpiter. A água é uma molécula “polar”. Ou seja, apresenta carga. E a separação destas
leva a esses fenômenos.
Hoje sabemos que o desaparecimento deste cinturão se deve a intensa atividade
ciclonica na atmosfera. Isto faz com que Nuvens claras que em geral se encontram mais
baixas “cubram” as nuvens mais escuras que habitam o cinturão. O que dispara isto
ainda é um mistério para os astrônomos.
Isto não era problema para José que atribuía isto a exatamente o que acontecia.
Um fato comum a dinâmica atmosférica do planeta. Ele mesmo já havia visto isto e não
se impressionou com o fenômeno. Aquilo chocou Silvano Silva e segundo entendo
causou acaloradas discussões entre ambos.
Acompanhando as próximas observações o fenômeno teve uma duração muito
curta. Entre os meus alfarrábios as descrições de Júpiter voltaram à normal
imediatamente. Segundo as datas o fenômeno não passou de dois meses de duração. Ou
seja, o cinturão se restabeleceu em um período muito menor que o recente evento em
2010.
Minhas próprias observações demonstram que o cinturão sumiu por volta do
começo de maio2010 e ainda estava se restabelecendo no final de fevereiro de 2011.
Segundo outros registros o ciclo dura cerca de um ano.
Silvano Silva pode ser considerado o descobridor deste fenômeno. Ou se
acreditando em José Eustaquio este seria o descobridor. De qualquer forma Dom João é
o primeiro a registrar isto.

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