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Tecnologia em Gestão

Ambiental
Processos Industriais

Autoria
Alessandra Lee Barbosa Firmo

Coautoria
Eusileide Suianne Rodrigues Lopes de Melo

Instituro Federal de Educação,


Ciência e Tecnologia
de Pernambuco

Recife-PE
2010
Presidência da República Federativa do Brasil

Ministério da Educação

Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES

Este Caderno foi elaborado em parceria entre o Instituto Federal de Educação,


Ciência e Tecnologia de Pernambuco - IFPE e a Universidade Aberta do Brasil - UAB

Equipe de Elaboração Projeto Gráfico


Eduardo Meneses e Fábio Brumana
Coordenação do Curso
José Severino Bento Diagramação
Supervisão de Tutoria Rafael Henrique da Silva Santos
Erica de Carvalho Paz Rafaela Pereira Pimenta de Oliveira
Logística de Conteúdo
Clayson Pereira da Silva Edição de Imagens
Giselle Tereza Cunha de Araújo Magnun Estalonne Araújo de Amorim
Maridiane Viana Rafaela Pereira Pimenta de Oliveira
Verônica Emília Campos Freire Verônica Emília Campos Freire

Coordenação Institucional Revisão Conteúdo


Reitoria Karin Elisabeth Von Schmalz Peixoto
Pró-Reitoria de Ensino
Diretoria de Educação a Distância Revisão Linguística
Pró-Reitoria de Extensão Ivone Lira de Araújo - Aulas 01 e 02
Pró-Reitoria de Pesquisa e Inovação Alice Paula Bastos Chagas - Aulas 03 e 04
Pró-Reitoria de Administração e Planejamento Fátima Suassuna - Aulas 05 e 06
Sumário

Sumário 5

Apresentação da Disciplina 7

Aula 1 9
Aula 2 31
Aula 3 55
Aula 4 77
Aula 5 99
Aula 6 119
Apresentação da Disciplina

Prezado aluno (a)!

Com a ideia de melhorar a qualidade de sua formação, damos início a mais


uma disciplina de grande importância do Curso de Tecnologia em Gestão
Ambiental.

Um gestor ambiental possui um mercado bem diversificado, com área de


atuação em empresas públicas e privadas. Nesse contexto, além de ter a
capacidade de tratar as variáveis ambientais num contexto socioeconômico,
esse profissional pode desenvolver, aprimorar e gerenciar diversos processos
produtivos industriais, visando, principalmente, o aumento da capacidade de
produção e a minimização de poluição ambiental.

Dessa forma, esta disciplina contribui diretamente para aumentar o mercado


de trabalho desse profissional, abordando conhecimentos técnicos e práticos
de diversos processos industriais clássicos existentes.

Processos Industriais 7 UAB


Aula 1 - Indústria Química:
História e Conceitos Básicos

Objetivos

Os objetivos estratégicos desta disciplina são:

- Conhecer os aspectos teóricos e práticos de processos químicos


industriais;

- Interpretar fluxograma de processo, manuais e cronogramas;

- Aplicar instrumentos de qualidade, produtividade, conservação


e sustentabilidade ambiental na gestão de processos industriais.

Assunto
Os processos industriais requerem o conhecimento de algumas definições
envolvidas em um processo de transformação da matéria-prima em bens
de consumo. Tais definições serão apresentadas ao longo das 6(seis) aulas
existentes neste material didático. Os conteúdos aqui abordados envolvem
a diferenciação de rendimentos e conversões, tipos de fluxogramas, estado
de equilíbrio de um processo químico, operações unitárias, conversões quí-
micas, processos industriais contínuos e descontínuos e também de alguns
critérios relacionados à seleção do projeto industrial, projeto e operação.

Além disso, serão apresentados, ao longo da disciplina, vários processos quí-


micos clássicos como a fabricação de amônia, tecnologias limpas, fabricação
de açúcar e álcool, de cerveja e refrigerante, e alguns processos industriais
envolvidos no refino de petróleo e gás natural.

Com essas definições básicas bem consolidadas, um gestor ambiental adqui-


re uma visão global de vários processos produtivos em termos de transfor-

Processos Industriais 9 UAB


mação de matérias-primas em produtos, aprende a interpretar fluxogramas
e entende a aplicação dos mesmos.

Introdução
Um dos indicadores de desenvolvimento e de riqueza de um país é o seu
grau de industrialização. Nesse sentido, a Indústria Química é um dos setores
mais dinâmicos e vitais de qualquer economia industrializada. Isso é con-
sequência da geração de seus produtos finais, amplamente, demandados
por consumidores finais, além de vários outros consumidores intermediários,
representados por outras indústrias.

Assim, a capacidade de inovar mais rapidamente do que os demais setores,


oferecendo sempre novos produtos e modificando processos, permitiu notá-
vel crescimento à indústria química ao longo dos anos (CREMASCO, 2005).

Nesse contexto, a indústria química nasceu da necessidade de complemen-


tação das atividades básicas ligadas à preservação da vida humana. Em um
sentido mais amplo, a química está presente em todos os momentos na vida
do homem, desde o homem primitivo ao homem moderno (PASSOS, 2003).

A química é uma ciência, essencialmente, experimental; e só, muito moder-


namente, passou a dispor de recursos teóricos que permitem prever resulta-
dos e as condições nas quais se processam certas transformações químicas.

1. Histórico do Desenvolvimento da
Indústria

1.1. No mundo
Impossível comentar sobre o desenvolvimento tecnológico sem citar a evolu-
ção da humanidade, pois, devido às necessidades dos seres humanos é que
surgiram as invenções, descobertas de produtos e processos, que revolucio-
naram e continuam revolucionando o mundo.

O início do desenvolvimento da humanidade se deu no instante em que


ocorreu a utilização de uma “pedra lascada” como instrumento utilizado
para garantir a sobrevivência. Em seguida o homem passou a utilizar a pedra
polida e por volta de 3.000 a.C., iniciou-se a Idade do Bronze e do Ferro, em

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que foi possível a fabricação de armas e utensílios domésticos mais leves e
resistentes. Criavam-se assim as técnicas metalúrgicas (WONGTSCHOWSKI,
2002).

É fácil perceber que o homem transformou a matéria-prima (pedra) em um


bem de consumo (produto) para uma determinada finalidade. Conforme
Cremasco (2005), essa é a atividade básica de uma indústria, que de maneira
simplificada, apresenta-se na história da indústria química sob a forma de
artesanato, manufatura e industrial (ou mecanizada).

Há mais de 20.000 anos, os seres humanos já desenhavam animais e cenas


de caça nas paredes das cavernas, utilizando-se de materiais coloridos extra-
ídos de plantas e argilas com a utilização de água. Por volta de 1.000 a.C., a
confecção de pinturas foi aprimorada pelos egípcios e favoreceu o desenvol-
vimento dos principais componentes dos vernizes atuais, usando resinas na-
turais ou cera de abelha. Esses mesmo egípcios desenvolveram a produção
de cerveja em pequena escala além de diversos outros corantes, utilizados
na indústria de tecidos e no embalsamento de múmias (CREMASCO, 2005).

Por volta de 400 a.C., já se conheciam muitos produtos químicos e muitas


técnicas de transformação química (fusão, dissolução, filtração, aquecimen-
to, etc.). Entretanto, os povos antigos se preocupavam apenas com a prática
de transformação da matéria-prima em bem de consumo, e ignoravam as
teorias e explicações dos porquês dos fenômenos acontecerem.

O uso do petróleo também não é recente. Têm-se datações dos assírios,


utilizando o petróleo como material vedante em embarcações. Nos países
árabes, onde hoje se concentra a maior produção de petróleo do mundo,
houve a utilização do petróleo na construção das pirâmides. Já os antigos
habitantes da América do Sul, como os Incas, utilizavam o petróleo como
agente ligante no calçamento das estradas (CREMASCO, 2005).

Todavia, em meados do século XVIII, iniciou-se na Inglaterra a Revolução In-


dustrial a qual, sem dúvida, foi o fator que mais ocasionou o desenvolvimen-
to da tecnologia moderna de todos os tempos, pela existência de indústrias
de diversos ramos como têxteis, de sabões, de vidro e siderúrgicas, ácidos,
álcalis e outras.

Conforme Wongtschowski (2002), a moderna indústria mundial, em uma


visão sintética, teve seu desenvolvimento baseado em duas fontes distintas:

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i) Indústria química alemã, desenvolvida a partir da química derivada do
carvão, em unidades de pequeno e médio porte, em geral descontínuas, pre-
dominando por quase um século, desde a segunda metade do século XIX.

ii) Indústria química norte-americana, desenvolvida a partir da química de-


rivada do petróleo, em unidades de grande porte, em geral de produção
contínua, predominando desde a segunda metade do século XX.

O período da Primeira Guerra Mundial (1914 a 1918) corresponde a grandes


transformações nas indústrias químicas dos países envolvidos, envolvendo
o desenvolvimento mundial de corantes, indústria têxtil, de solventes, de
explosivos e armas, fertilizantes, medicamentos, indústrias fermentativas e
outras.

Nessa época, a Alemanha recebeu grandes empréstimos de capital dos Es-


tados Unidos, aos quais ficou de certa forma, ligada econômica e indus-
trialmente, abrindo, assim, a industrialização entre os países. No período
de 1918 a 1939, as indústrias em geral assistiram a grandes modificações,
envolvendo políticas protecionistas, crises financeiras, formação de empre-
sas gigantes, proliferação de cartéis e avanços no desenvolvimento de novos
produtos químicos.

Nesse mesmo período, mundialmente houve o desenvolvimento da indús-


tria automobilística e, consequentemente, houve também o crescimento da
gasolina sintética, borracha sintética, fibras e tintas, provenientes do refino
de petróleo, além de algumas operações unitárias mais definidas e aplicadas
como a troca térmica, extração, destilação e a fluidodinâmica.

É curioso notar que, mesmo tendo legislações proibitivas em relação à for-


mação e participação de cartéis; firmas nos Estados Unidos, Alemanha e
Inglaterra participavam ativamente dos mesmos. Havia, praticamente, um
cartel para cada produto químico ou grupo de produtos químicos similares
como os explosivos, combustíveis sintéticos, barrilha, fibras, compostos de
potássio, metais, corantes e outros. Isso durou até o início da Segunda Guer-
ra Mundial, que conheceu um avanço sem precedentes no desenvolvimento
da indústria química mundial.

Com a impossibilidade de acesso às principais fontes de matérias-primas,


as nações envolvidas na guerra foram obrigadas a desenvolver, dentro do
território, as matérias-primas e os produtos necessários para a sobrevivência

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da nação e para os esforços da guerra. Houve um grande desenvolvimento e
aprimoramento no processo produtivo dos polímeros (principalmente com a
inserção, no mercado, do PVC, polietileno, náilon e outras fibras), e no setor
de telecomunicações.

O período Pós-Segunda Guerra Mundial é conhecido como os anos doura-


dos das indústrias, podendo assistir à diminuição da dependência das indús-
trias norte-americanas e o nascer de diversas tecnologias como a indústria
automobilística, petroquímica, de polímeros, eletrônica, farmacêutica, de
vidros e cerâmicas, alimentícias, da construção civil, metalúrgica, de papel e
celulose, aviação, naval, tratamento de água, resíduos e efluentes, além de
diversas outras tecnologias.

1.2. No Brasil
O Brasil se desenvolveu através da política de colonização, em que houve a
exploração de um corante vermelho presente na árvore do pau-brasil, sendo
este enviado para Portugal a partir de 1500-1530.

Entretanto, os portugueses trouxeram também um pouco de seus costumes


e tecnologias, como o cultivo da cana-de-açúcar que se adaptou, rapida-
mente, ao solo e clima do Nordeste brasileiro. Com isto, em 1520 já ha-
viam instalado o primeiro engenho de açúcar, sendo a primeira experiência
industrial brasileira, ou seja, foi a primeira atividade de transformação da
matéria-prima em um produto viável, economicamente, em nosso país. No
final do século XVI, a produção anual de açúcar na colônia chegava a 4.500
toneladas, geradas em 117 engenhos, localizados, principalmente, em Per-
nambuco e na Bahia (SIMÃO, 2008).

Dessa forma, a partir do final do século XVI, o cultivo da cana-de-açúcar e


a fabricação do açúcar tornaram-se as principais atividades econômicas no
Brasil. Durante bastante tempo, o açúcar caracterizou-se por ser o produto
mais importante de nossa exportação. Entretanto, somente o açúcar bruto
era aqui produzido e exportado para a Europa e Estados Unidos, onde pas-
sava por uma operação de refino antes de ser distribuído aos consumidores.
Nenhuma grande usina de açúcar existiu no Brasil antes do final do século
XIX.

É importante ressaltar que, associada à fabricação do açúcar, tinha-se a pro-


dução de aguardente, tanto em instalações anexas aos engenhos, quanto
em estabelecimentos exclusivos (chamados também de engenhocas).

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O sabão (produzido a partir de cinzas e de sebo de boi ou carneiro), o óxido
de cálcio e o hidróxido de cálcio também eram fabricados no país, porém em
escala muito menor quando comparada ao açúcar e à aguardente.

Nesse mesmo período, a Europa experimentava o auge da Revolução Indus-


trial. Entretanto, ao invés de acompanhar o ritmo acelerado da evolução da
tecnologia do processo produtivo europeu, houve a proibição desse desen-
volvimento no Brasil. Apenas em 1808, essa proibição foi revogada devido
à transferência do governo central português para o Brasil, com a presença
de Dom João VI (Rei de Portugal). Dessa forma, aqui se produziam, princi-
palmente açúcar, aguardente, sabão, medicamentos, carbonato de potássio,
barrilha (carbonato de sódio), salitre (nitrato de potássio), cloreto de amônio
e cal (óxido de cálcio).

Entre 1808 e 1844 foram fundadas no país cinco fábricas de pólvora, 30


fábricas de sabões e velas e dez fábricas de produtos químicos diversos (ali-
mentos, medicamentos, água sanitária, tintas, perfumes e outros). Apenas
em 1884 iniciou a exploração de petróleo nacional no sudeste do país onde
havia a produção de querosene, óleos lubrificantes, velas de parafinas, sa-
bão, ácidos. O desenvolvimento de tais indústrias proporcionou o crescimen-
to de diversas outras.

Em 1889 houve a Proclamação da República, e o Brasil já possuía indústrias


de cimento; extração de minérios; indústria siderúrgica; de papel; de vidro;
de sabões; de velas; de adubos, fertilizantes e inseticidas; de fermentação
(com a produção de álcool etílico); e de vários outros produtos químicos
inorgânicos e orgânicos.

Durante o período da Primeira Guerra Mundial (1914 -1918), a incipiente


indústria brasileira ressentiu-se muito da ausência de matérias-primas e pro-
dutos, quase todas importadas. Várias indústrias também surgiram nesse pe-
ríodo. Como exemplo tem-se a S.A. Indústrias Votorantim, que foi fundada
em 1918, em Sorocaba-SP, para a produção de artigos da construção civil
como cimento, argamassa e cerâmica, utilizando tecnologia nacional. É im-
portante ressaltar que grande parte das indústrias que surgiram no período
da Primeira Guerra Mundial continua em funcionamento até a data atual.

Com a Segunda Guerra Mundial, novamente as indústrias brasileiras viram-


se destituídas de sua fonte de matérias-primas importadas. Desse modo,
iniciaram-se vários estudos imediatos com o objetivo de suprir a ausência de

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matérias-primas importadas por substitutas nacionais, com resultados eco-
nômicos muitas vezes, duvidosos. Como exemplos dessa época, têm-se as
tentativas de substituir o enxofre importado por piritas brasileiras, carvão
combustível por algodão e diversos outros. Logo os empresários e técnicos
do setor observaram que era preciso desenvolver e estabelecer bases defi-
nitivas da indústria nacional e não só promover a substituição das matérias-
primas em situações emergenciais.

Na década de 50 do século XX, houve o desenvolvimento acelerado das


atividades petroquímicas, havendo o estabelecimento de várias refinarias,
principalmente, no Rio de Janeiro e em São Paulo.

Dessa forma, foram quatro principais períodos marcantes da evolução indus-


trial no Brasil.

• Proibição (de 1500 a 1808), em que havia pequenas indústrias (sapatos,


têxtil, fiação, etc.) apenas produzindo para o consumo interno, devido à
distância entre a metrópole e a colônia.

• Implantação (de 1808 a 1930), em que houve uma forte concorrência


dos produtos nacionais com os produtos ingleses que tinham invadido
o mercado consumidor local, ocorreu o fim do tráfico de escravos e, além
disso, ocorreu a 1ª Guerra Mundial, quando foi desenvolvida, principal-
mente, a indústria bélica e da construção civil.

• Revolução Industrial Brasileira (1930 a 1956), em que tinha início a 2ª


Guerra Mundial e o Brasil não conseguia importar/exportar matéria-pri-
ma e equipamentos, havendo a necessidade do desenvolvimento interno
do país. No final da Guerra, já existiam indústrias com capital e tecnolo-
gia nacional, como algumas indústrias de autopeças e alimentos.

• Internacionalização da economia (após 1956), no qual houve o cresci-


mento de indústrias, principalmente, nos setores petroquímicos, siderúr-
gicos e metalúrgicos (produção de automóveis); químicos, farmacêuti-
cos, construção naval e outros.

2. Conceitos Básicos
Antes de descrever os processos industriais químicos, faz-se necessário in-
troduzir diversos conceitos básicos que devem ser assimilados para que seja

Processos Industriais 15 UAB


possível a compreensão das operações existentes nas diversas etapas de um
processo.

Para que um material seja produzido industrialmente e vendido no comércio,


são necessárias diversas etapas de produção, que compreendem desde a re-
tirada da matéria-prima de algum recurso da natureza, até o planejamento
para a venda do produto final (Figura 1).

Figura 1. Esquema básico de transformação da matéria-prima em produto. (FONTE:


CREMASCO, 2005)

Classificação de Bens de Consumo

i) duráveis: produzem mercadorias que não são trocadas com


frequência como automóveis e eletrodomésticos;

ii) não-duráveis: produzem mercadorias de necessidade pri-


mária e de rápida reposição como alimentos, roupas, sapatos,
etc.

Como exemplo, pode-se citar a fabricação de calça jeans. Como matéria-pri-


ma principal tem-se o algodão que é produzido através de práticas agrícolas.
O algodão que foi colhido é transportado para a indústria de tecidos, sofrerá
várias transformações até a formação de fios e tecidos, os quais podem ser
novamente transformados através da utilização de corantes. Então, o pro-
duto formado é matéria-prima para a fabricação de roupas como as calças
jeans. Após a transformação, tem-se a compra desses produtos por comer-
ciantes que enfim chegarão ao consumidor. Observe que existem diversas
etapas em diversos setores que participam da transformação do algodão em
calças jeans.

A indústria química, de modo geral, pode ser entendida como um conjunto


de atividades, visando à manipulação e à exploração de matérias-primas e

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fonte energéticas, bem como a transformação de produtos semiacabados
em bens de produção ou bens de consumo.

As indústrias de bens de produção (ou de capital) transformam os recur-


sos extraídos de alguma forma da natureza em matérias-primas que serão
utilizadas por outras indústrias. Como exemplo tem-se o caso das indústrias
siderúrgicas e metalúrgicas.

As siderúrgicas são responsáveis pela transformação dos minérios, contendo


metais encontrados no ambiente natural (minério de ferro) em chapas de
metal (chapas de ferro). Em contrapartida, as indústrias metalúrgicas utili-
zam as chapas de metal para a produção de peças que serão também uti-
lizadas por outras indústrias, como a fabricação de máquinas industriais e
automóveis.

Já a indústria química, em geral, é intermediária de diversas atividades, tais


como construção civil, produtos petroquímicos e outras.

As indústrias de bem de consumo são responsáveis pela transformação


de bens que serão comercializados, diretamente, com o consumidor final,
como sapatos, roupas, eletrodomésticos, automóveis, alimentos e outros.
Podem se dividir em bens de consumo duráveis e não duráveis.

Dependendo da matéria-prima e da tecnologia utilizada para a transforma-


ção desta, pode-se obter diversos tipos de produtos, como pode ser visuali-
zado na Tabela 1.

Tabela 1- Elementos básicos da transformação de matéria-prima em bens de consumo.

Matéria-prima Produtos

Cana-de-açúcar Açúcar, álcool

Petróleo Gasolina, querosene, gás natural, etc.

Leite Queijo, iogurte, coalhada, etc.

Hematita Ferro, aço, etc.

Areia Vidro

Processos Industriais 17 UAB


Os processos industriais são métodos e procedimentos específicos que
Glossário transformam a matéria-prima através da utilização de mão-de-obra, equipa-
mentos, energia e tecnologia em bens de consumo (figura 2). Consiste na
As Indústrias de Alta aplicação de princípios físicos, químicos e físico-químicos para a transforma-
Tecnologia são assim ção das matérias-primas em produtos.
chamadas, pois necessitam
de tecnologia avançada,
conhecimento específico e
mão-de- obra qualificada
para a sua elaboração.
Como exemplos têm-se
as indústrias navais, de
aviões, de jogos eletrônicos,
de computadores, de
equipamentos industriais
elétricos entre outras. Figura2. Esquema de um processo químico geral (FONTE: FIRMO, 2009).

Esses processos consistem em um conjunto de ações executadas em etapas,


que envolvem modificações da composição química, que incluem certas al-
terações físicas no material que está sendo preparado, ou processado, ou
separado ou purificado (FOUST et al., 1982).

Dependendo do processo químico, os recursos podem ser apresentados


como insumos (água, energia elétrica, vapor aquecido, gases, etc.) ou como
outros recursos, tais como instrumentação de controle da produção, manu-
tenção corretiva e preventiva dos equipamentos.

Em um processo produtivo qualquer, tem-se também a geração de resíduos,


que é um dos maiores passivos ambientais. Muitas vezes, esses resíduos po-
dem ser utilizados como matéria-prima em outras indústrias.

Em contrapartida, dependendo da característica dos resíduos gerados, tem-


se a necessidade de tratar ou destinar, adequadamente, esses resíduos, se-
jam sólidos, líquidos ou gasosos. Algumas vezes, também são formados por
subprodutos ou pela própria matéria-prima que não formou o produto.

O processo industrial, propriamente, dito envolve conversões químicas e


operações físicas.

• Processo Unitário ou Conversão Química: pode envolver reações químicas


simples que alterem a natureza atômica da matéria-prima ou reagente.

Exemplo de reações químicas simples: obtenção de ácido sulfúrico (H2SO4)


a partir do enxofre:

UAB 18 Tecnologia em Gestão Ambiental


S + O2 SO2
SO2 + ½ O2 SO3
SO3 + H2O H2SO4

Exemplos de reações químicas mais complexas podem ser visualizados na


tabela 2.

Tabela 2. Principais conversões químicas (Fonte: SHREVE & BRINK JR, 2008)

Acilação Formação de silicato

Alcoolise Halogenação

Alquilação Hidrólise e hidratação

Aminação por redução Hidrogenação

Aromatização Isomerização

Calcinação Neutralização

Carboxilação Nitração

Caustificação Oxidação

Combustão Pirólise

Condensação Polimerização

Desidratação Reações de Friedel-Crafts

Diazotação e acoplamento Redução

Eletrólise Saponificação

Esterificação Sulfonação

Fermentação Troca iônica

Processos Industriais 19 UAB


- Operações Unitárias ou Operações Físicas: ocorrem quando não há alte-
ração na constituição atômica do material. Podem envolver o transporte e
armazenamento de fluidos (líquido e gás) e sólidos; geração e transporte
de calor; processos de separação (lixiviação, filtração, cristalização, sublima-
ção); sistemas líquido-sólidos (filtros, centrífugas, misturadores, agitadores);
sistemas sólido-sólidos (peneiração, trituração); sistema líquido-gás (destila-
ção, absorção, evaporação) e outros. Tais operações serão descritas de forma
mais detalhada na aula 2 desse módulo.

2.1. Equilíbrio e Força Motriz


Para qualquer sistema, existe pelo menos uma condição em que a taxa de
troca de certas grandezas (massa ou energia) é igual a zero. E quando isso
acontece, pode-se dizer que o sistema está em equilíbrio. Por exemplo, de
forma geral, a energia térmica flui de uma região de concentração elevada
de calor (corpo quente) para uma região de concentração baixa de calor
(corpo frio). Analogamente, a energia elétrica tem a tendência de fluir de
uma região de potencial elevado para outra de potencial baixo.

Assim, as substâncias também fluem das regiões de elevadas concentrações


para as de baixas concentrações, da mesma forma que, o calor e a eletricida-
de fluem das regiões de altas para as de baixas concentrações nas situações
mencionadas acima.

A condição de equilíbrio é familiar no que diz respeito à energia elétrica ou


térmica e a “concentração” dessa energia é expressa em voltagem ou tem-
peratura. Por isso, dois corpos num mesmo potencial elétrico (voltagem), ou
numa mesma temperatura, estarão em equilíbrio em relação a esses tipos
particulares de energia.

A diferença entre a condição de equilíbrio e a condição existente em um


sistema é a força motriz. Logo, quando duas substâncias não estão em
equilíbrio, há uma tendência de ocorrerem modificações no sistema que pro-
voquem uma aproximação no sentido da condição de equilíbrio e é a força
motriz que provoca essa modificação.

2.1. Rendimento x Conversão Química


A Química é a ciência básica para o desenvolvimento dos processos químicos
industriais. Então, faz-se necessário o conhecimento de aspectos econômi-
cos de um processo, tais como rendimentos, conversões, velocidade de rea-
ção, constantes de equilíbrio, tempos de residência e outros.

UAB 20 Tecnologia em Gestão Ambiental


A eficiência operacional de uma indústria é interpretada em termos de ren-
dimento e conversão. Para a determinação desses parâmetros, tem-se o de-
senvolvimento de experiências práticas, obtendo dessa forma a previsão e
solução de problemas na indústria.

A produção em escala industrial envolve, em geral, 3(três) fases:

I. Desenvolvimento em escala de laboratório, no qual se têm um estudo


detalhado das reações químicas, rendimentos das reações e das condições
físicas ideais de trabalho (temperatura, quantidade de reagentes, catalisado-
res, etc.);

II. Desenvolvimento do produto em escala semi-industrial ou escala pilo-


to que permite reproduzir o comportamento dos equipamentos utilizados,
pode-se obter também a conversão química do processo e prever a utiliza-
ção de operações físicas necessárias, porém numa escala bem menor que a
industrial;

III. Desenvolvimento do projeto e estudo da viabilidade de implantação do


processo em escala industrial.

Como se pode observar, nos experimentos em pequena escala (ou escala de


laboratório) é possível obter o rendimento da reação, ou seja, a transforma-
ção máxima dos reagentes em produtos sob determinadas condições. Isso
ocorre devido ao fato de, raramente, se encontrar circunstâncias em que se
consigam obter uma quantidade de produto correspondente à conversão
total de um reagente nesse produto.

Ou seja, o rendimento de uma reação é a relação entre a quantidade real de


produto obtido em condições definidas e a quantidade teórica esperada de
formação (obtida através da estequiometria da reação).

Entretanto, utilizando experimentos em escala piloto, é possível estimar a


conversão química da reação em um determinado processo, que em geral, é
diferente do rendimento da reação.

Processos Industriais 21 UAB


Exemplo: Fabricação da Amônia (NH3)
Glossário A amônia (NH3) é um dos produtos químicos fundamentais utilizados na
civilização moderna, sendo uma das cinco substâncias mais produzidas em
termos de quantidade no mundo. Esse produto químico pode ser utiliza-
do, diretamente, sobre o solo como fertilizante ou pode ser utilizado como
matéria-prima para a fabricação de outros fertilizantes nitrogenados (nitrato
de cálcio e sódio, sulfato de amônio, fosfato de amônio, uréia e outros).
Além disso, a amônia também pode ser utilizada na produção de explosivos,
fabricação de barrilha (carbonato de sódio - NaCO3), polímeros, corantes
entre outros.
Fritz Haber (1868-1934)
ganhou o Prêmio Nobel de O processo de síntese da amônia (NH3), chamado de Haber-Bosch, foi de-
Química em 1918, por ter
desenvolvido um método senvolvido por Fritz Haber e Willian Carl Bosch em 1898, o qual supriu a
eficaz de síntese da amônia.
Sua invenção permitiu que escassez de fertilizantes nitrogenados, principalmente, durante o período da
a Alemanha reduzisse os 1ª Guerra Mundial, no qual houve uma demanda muito grande da amônia
custos na produção de
explosivos durante a 1ª devido à fabricação de explosivos.
Guerra Mundial.

Ele observou que a amônia, No processo de Haber-Bosch, a amônia é produzida a uma temperatura de
por oxidação, produz o
ácido nítrico (HNO3) – 400 a 600ºC e pressão absoluta de 150 a 250 atm a partir da reação do
essencial para a produção de nitrogênio gasoso (N2) com hidrogênio gasoso (H2), conforme reação abaixo.
pólvora. Apesar dos serviços
prestados à pátria; Haber,
por ser judeu, foi perseguido 1/2 N2 (g) + 3/2 H2(g) NH3(g) ΔH18ºC = -11,0 Kcal
pelos nazistas, tendo de
fugir da Alemanha, em ΔH659ºC=-13,3 Kcal
1933, para não ser morto
por seus compatriotas.
(FONTE: CURSO DOM BOSCO, 2010) A figura 3, abaixo, apresenta um esquema do processo químico utilizado
para a síntese da amônia. Inicialmente, introduz-se a mistura gasosa de N2 e
H2 no reator e após o estabelecimento do equilíbrio, essa mistura é transferi-
da para um condensador, onde o NH3 passa do estado gasoso para o estado
líquido (liquefação) e assim, é retirado do sistema.

A existência de um equilíbrio químico em reações reversíveis significa que


nem sempre ocorre a transformação completa dos reagentes em produtos,
ou seja, esses materiais podem coexistir no sistema.

O rendimento da reação é, frequentemente, acima de 98%. Entretanto, a


conversão do processo é, em média, cerca de 14%, o que significa que 86%
da carga dos reagentes não reagem.

Geralmente, nos processos químicos industriais que apresentam um elevado


rendimento de reação e uma baixa conversão química, tem-se a necessida-

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de de recuperação e recirculação dos reagentes que não convergiram no
processo. Dessa forma, uma parte do N2 e H2, que não reagiu, é inserida no
reator e será submetida, novamente, à conversão química para a formação
da amônia.

Atenção!

Reações exotérmicas são


aquelas que liberam calor e
possuem entalpia de reação
negativa (ΔH<0).

Reações endotérmicas são


aquelas que absorvem calor
e possuem entalpia de
reação positiva (ΔH>0).

Figura 3. Processo de Haber-Bosch de síntese da amônia. (FONTE: CURSO DOM BOS-


CO, 2010)

Devido às conversões baixas da obtenção da amônia, os equipamentos uti-


lizados no processo são de quatro a cinco vezes maiores do que seria preci-
so, caso as conversões fossem mais próximas do rendimento. Esse volume
torna-se maior pela necessidade de aumentar o tempo de contato dos rea-
gentes no reator (também chamado de tempo de residência) para que seja
atingido o equilíbrio.

O objetivo do profissional responsável pela operação do processo industrial


é fazer a conversão se aproximar ao máximo do rendimento, ocasionando
uma diminuição dos custos da empresa.

Aumentando o volume dos equipamentos, tem-se um elevado custo, prin-


cipalmente por necessitar de uma maior área de produção e a utilização de
uma maior quantidade de material para a confecção desses equipamentos.

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Porém, em processo de baixas conversões, podem-se realizar algumas modi-
ficações nas condições de operação do processo químico para elevar a taxa
de conversão, são elas:

I. Utilização do catalisador: aumento da velocidade da reação, permitindo


que o equilíbrio químico seja alcançado mais rapidamente, através da utili-
zação de Ferro (Fe) como catalisador da reação;

II. Diminuição da temperatura: como a reação é exotérmica (ocorre a libera-


ção de calor), diminuir a temperatura favorece a formação da amônia, pois
desloca a reação para a direita (formação dos produtos);

III. Aumento das pressões: ocorre uma diminuição do volume e aumenta a


probabilidade de colisão entre as partículas gasosas reagentes, deslocando
o equilíbrio para o lado direito (formação dos produtos), lado de menor
volume;

IV. Remoção do NH3 formado: quanto mais intensa e rápida for a retirada
do NH3 formado, mais intensamente o equilíbrio será deslocado para a for-
mação dos produtos (direita da reação).

2.2. Processos Contínuos e Descontínuos


O processo contínuo consiste no fluxo constante de matéria-prima e de pro-
dutos em todos os equipamentos existentes no processo produtivo de uma
indústria. Envolve uma instrumentação de processo que não apenas registra
a temperatura, pressão, vazão, mas também requer o máximo de controle
de desvios e a correção automática de afastamentos indesejáveis frente a
padrões estabelecidos de qualidade dos produtos.

Para controlar procedimentos de elevada complexidade em processos con-


tínuos, em geral, tem-se a utilização de computadores automáticos, que
economizam o trabalho do operador e o tempo de correção. Grande parte
das indústrias de grande porte tem o processo produtivo contínuo, como é
o caso das indústrias de petróleo e petroquímicas.

O custo em implementar, industrialmente, um processo de fluxo constante


de matéria-prima, para pequenas produções, é alto. Entretanto, para gran-
des produções, esse custo se dilui no valor do produto, sem ocasionar eleva-
ção significativa no seu preço.

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Processo contínuo: tem-se, no mesmo instante, a entrada de matéria-prima
e saída de produtos em um único equipamento.

Os processos descontínuos (também chamados de bateladas) ainda são


extremamente usados, principalmente, quando a produção é pequena ou
quando, por razões de segurança, exigem que se operem, de cada vez, com
pequenas quantidades, como na fabricação de explosivos.

Além disto, os processos descontínuos propiciam uma cinética ótima para


as reações lentas (como a fermentação) e são, frequentemente, mais fáceis
de controlar.

Processo descontínuo: um equipamento é carregado com as matérias-pri-


mas, ocorre a conversão em algum produto ou subproduto após algum tem-
po, e posteriormente, todo o produto formado no interior do equipamento
é descarregado.

Alguns processos industriais iniciam mediante operações descontínuas.


Quando ocorre a expansão do mercado, torna-se o processo descontínuo
em contínuo. A redução dos custos da fábrica, por unidade de produto pro-
duzido, constitui um dos principais fatores para essa mudança. Em um pro-
cesso contínuo, tem-se, principalmente, um aumento do volume de produ-
ção e diminuição de despesas com mão-de-obra.

2.3. Fluxogramas
Os fluxogramas apresentam a sequência coordenada das conversões quími-
cas e operações unitárias, expondo os aspectos básicos do processo químico
e a ordem de processamento das matérias-primas em produtos. Indicam os
pontos de entrada das matérias-primas, utilidades, insumos e também os
pontos de saída (ou retirada) do produto e dos subprodutos formados.

Servem de base para o projeto e operação da planta-piloto e da indústria


como um todo. Nas etapas iniciais, tem-se um fluxograma grosseiro (fluxo-
grama de blocos), tornando-se mais detalhados e com maior número de
informações à medida que o projeto vai se desenvolvendo.

Um fluxograma detalhado deve contemplar uma quantidade maior de


informações principalmente no que se refere às operações unitárias, conver-
sões químicas, detalhes dos equipamentos utilizados, balanço de massa e
energia, mão-de-obra, utilidades e parâmetros controlados.

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Como exemplo de fluxograma de blocos, tem-se a figura 4 que representa
o processo de fabricação do açúcar, que será descrito na Aula 4. A figura 5
representa um exemplo de um fluxograma mais detalhado de um sistema de
tratamento de esgoto.

Figura 4. Fluxograma em blocos do processo de fabricação do açúcar. (DALEFFE, 2008)

Figura5. Fluxograma detalhado do processo de tratamento de esgoto com detalhe


no filtro a vácuo. (FONTE: SILVA, 2008)

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2.4. Seleção do Processo Industrial, Projeto
e Operação
O projeto inicial de um processo industrial envolve diversas etapas desde
pesquisas em laboratório até estudos de pesquisa de viabilidade do merca-
do. Algumas dessas etapas são de extrema importância, principalmente no
que se refere a:

(1) Levantamento dos equipamentos mínimos e ideais necessários;

(2) studos de corrosão do material e estrutura mínima necessária para a im-


plantação da indústria;

(3) Parâmetros a serem controlados e equipamentos a serem instrumentali-


zados para um controle adequado;

(4) Sistemas de acondicionamento das matérias-primas e produtos;

(5) Proteção e segurança aos possíveis trabalhadores da indústria e do pró-


prio processo industrial;

(6) Investimento em pesquisa e desenvolvimento constante para garantir o


progresso da indústria, propiciar lucros continuados e substituir processos e
equipamentos com baixos rendimentos;

(7) Controle de qualidade das matérias-primas recebidas e produtos


formados;

(8) Atendimento às normas de meio ambiente, desde a escolha da área no


qual a indústria vai se estabelecer e controle da poluição em todo o processo
industrial, até o atendimento às normas e legislações ambientais vigentes no
âmbito federal, estadual e municipal.

Resumo
Nessa aula, foi abordado o desenvolvimento das Indústrias e seus avanços
tecnológicos, relacionando com os principais acontecimentos históricos que
marcaram a economia e a política, tanto no Brasil como no Mundo.

Para melhorar o aprendizado nas aulas posteriores, foram definidos os prin-


cipais conceitos básicos aplicados na área de processos industriais, tais como:

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– tipos de indústrias: de bens de consumo e de produção;
– tipos de matérias-primas que podem estar no estado sólido, líquido
e gasoso;
– diferença clássica entre processos unitários (conversão química) e
operações unitárias (modificações físicas);
– tipos de processos químicos: contínuos ou descontínuos;
– tipos de fluxogramas: de blocos ou detalhados.

Além disso, é necessário entender que, para ocorrer uma modificação física
ou química de uma matéria-prima em produto, tem-se a necessidade da
existência de uma força motriz, que pode ser a diferença de temperatura,
concentração, pressão, etc. Ou seja, para que uma reação ocorra, é necessá-
rio que o sistema não esteja em equilíbrio.

Para avaliar a eficiência de transformação de uma matéria-prima em produ-


tos, frequentemente são utilizados os conceitos de rendimento e conversão.
É sempre desejável que a conversão de um processo industrial, esteja sempre
próxima do seu rendimento. Para isso, existem diversas técnicas, que nes-
sa aula foram citadas, como as utilizadas na síntese da amônia, utilizando
como matéria-prima os gases H2 e N2.

Referências
CREMASCO, M.A. Vale a Pena Estudar Engenharia Química. Editora Edgard Blucher, 2005.
PASSOS, L.A.N. Gestão Ambiental e Competitividade: um Estudo do Setor Químico
Brasileiro. Dissertação de Mestrado. Pós-graduação em Administração. Universidade
Estadual de Maringá, 2003.
WONGTSCHOWSKI, P.Indústria Química - Riscos e Oportunidades. 2ª edição. Editora
Edgard Blucher, 2002.
FOUST, A.S.; WENZEL, L.A.; CLUMP, C. W.; MAUS, L.; ANDERSEN, L.B. Princípios das
Operações Unitárias. 2º edição. Editora LTC. Rio de Janeiro, RJ, 1982.
SIMÃO, A.G. Indústria Química e Meio Ambiente: Estudo das Percepções de Profissionais
que Atuam em Indústrias Químicas Instaladas em um Município Paranaense. Dissertação
de Mestrado. Centro Universitário UNIFAE. Curitiba-PR, 2008.
CURSO DOM BOSCO. Amônia: Obtenção e Uso. Disponível em:<http://www.dombosco.
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SHREVE, R. NORRIS.; BRINK JR, J.A. Indústria de Processos Químicos. 4ª edição. Editora
Guanabara Koogan S.A.. Rio de Janeiro-RJ, 2008.

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DALEFFE, R.V. Introdução às Operações Unitárias. Departamento de Engenharia Química.
Universidade Federal de São Carlos. São Carlos - SP, 2008.
SILVA, A.C. Notas de Aula da Disciplina de Processos Químicos Industriais. Departamento
de Engenharia Química. Universidade de São Paulo, 2008.

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