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FORTALEZA
2021
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FACULDADE DE VENDA NOVA DO IMIGRANTE
FORTALEZA
2021
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Arbitragem: Jurisdição e processo legal
CÉSAR AUGUSTO VENÂNCIO DA SILVA
Declaro que sou autor deste trabalho de conclusão de curso. Declaro também que
o mesmo foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou
extraído, seja parcial ou integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas
públicas consultadas e corretamente referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles
cujos dados resultaram de investigações empíricas por mim realizadas para fins de
produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis,
penais e administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime
de plágio ou violação aos direitos autorais(NOS TERMOS DA 3ª CLÁUSULA, § 4º,
DO CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS).
______________________________________
E-MAIL: cesarvenancio.neurociencia@gmail.com
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Arbitragem: Jurisdição e processo legal
CÉSAR AUGUSTO VENÂNCIO DA SILVA
Resumo.
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Arbitragem: Jurisdição e processo legal
CÉSAR AUGUSTO VENÂNCIO DA SILVA
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1 - Introdução.
Neste artigo o autor firma com base em sua experiência processual arbitral que
as transformações ocorridas na arbitragem com a implantação do novo Código de
Processo Civil vão firmar esse instituto como forma alternativa de jurisdição.
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Fontes do direito processual civil - As fontes do direito são as formas pelas
quais uma norma é gerada e introduzida no ordenamento jurídico. Assim como na
maioria dos ramos, as fontes do direito processual civil são: a lei, os costumes,
a doutrina e a jurisprudência. O uso da lei e dos costumes na arbitragem pode ser
fonte de direito e deve ser entendida em sentido amplo. Assim, além de leis ordinárias
municipais, estaduais e federais, bem como outros tipos de leis em sentido estrito,
também são fontes do direito processual civil. Exemplo, a LEI QUE REGULAMENTA
A CÂMARA DE ARBITRAGEM, e os seus regimentos internos dos tribunais e os
códigos de organização judiciária dos estados são fonte de direito processual.
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4. Juiz natural – O arbitro quando nomeado em observância ao principio legal
torna-se parte dentro do “princípio do juiz natural está previsto no artigo 5º,
LIII da Constituição Federal e prevê que ninguém será processado ou
sentenciado senão pela autoridade competente. Esse princípio tem reflexos nas
regras de competência, bem como determina a imparcialidade do julgador.
5. Inafastabilidade da jurisdição - Também chamado de princípio do acesso à
justiça, está previsto no artigo 5º, XXXV da Constituição Federal. Segundo esse
princípio, qualquer direito ameaçado ou lesado poderá ser discutido em juízo.
6. Publicidade - O princípio da publicidade está previsto no artigo 93, IX da
Constituição Federal e nos artigos 11 e 189 do Código de Processo Civil.
Segundo ele, para atender o interesse público e garantir a fiscalização da justiça,
os atos processuais devem ser públicos (salvo os que exijam segredo de justiça),
sob pena de nulidade.
7. Celeridade - Também chamado de princípio da duração razoável do processo,
está previsto no artigo 5º, LXXVII da Constituição Federal e no artigo 4º do
Código de Processo Civil. Esse princípio estabelece que os processos devem ser
concluídos em tempo razoável para que se garanta a utilidade da decisão.
8. Princípios infraconstitucionais do direito processual civil - Os princípios
infraconstitucionais do direito processual civil estão previstos de forma implícita
ou explícita no Código de Processo Civil. São eles: Dispositivo - O princípio
dispositivo, também chamado de princípio da inércia, está previsto no artigo 2º
do Código de Processo Civil. Segundo ele, a jurisdição brasileira só é iniciada
mediante provocação das partes. Uma vez acionada, a jurisdição segue as regras
de processo e se desenvolve por impulso oficial.Persuasão racional - Também
chamado de princípio do livre convencimento motivado, está previsto no artigo
371 do Código de Processo Civil. Este princípio assegura que o juiz pode
valorar as provas apresentadas no processo de acordo com seu convencimento
pessoal. É importante esclarecer que essa liberdade de decidir conforme suas
convicções estão restritas ao que foi argumentado e provado pelas partes durante
o processo.
9. Boa-fé - Está previsto nos artigos 5º, 77, 80, 322, §2º e 489, §º do Código de
Processo Civil. É considerado um dos princípios basilares do direito processual
brasileiro. Segundo ele, as partes devem agir com respeito e integridade em
todas as fases do processo.
10. Instrumentalidade - Previsto nos artigos 154 e 244 do Código de Processo
Civil, o princípio da instrumentalidade das formas prevê que os atos processuais
não dependem de forma específica. Assim, sempre que um ato atingir sua
finalidade, o mesmo não poderá ser considerado nulo devido à forma com que
foi apresentado.
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2 - Uso da arbitragem.
O sistema jurídico, aliado ao cada vez maior interesse dos indivíduos por meios
alternativos ao poder judiciário para resolver conflitos, ora buscando agilidade,
especialização, ou flexibilização, tem ampliado cada vez mais o uso da arbitragem.
Seja nos processos judiciais, seja nos processos arbitrais, a Constituição Federal
irradia seus efeitos (posição ativa), devendo-se observância aos seus princípios, como o
devido processo legal e todos os seus resultados (de; efeito ou consequência: finalização
consectária. Consequência, conclusão, resultado, efeito) consectário.
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E no sentido inverso, no processo arbitral a Constituição Federal encontra a
mesma proteção (posição passiva) que no processo judicial, em que o magistrado realiza
o controle de constitucionalidade difuso, afastando normas incompatíveis com a “norma
sobre as normas, o sobredireito, superdireito, lei das leis, ou seja a norma que normatiza
outra. É uma das formas como é chamada a LICC - Lei de Introdução ao Código Civil e
também, e mais apropriadamente, a Constituição da Republica Federativa do Brasil por
ser a lei suprema do país”. lexlegum.
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É importante ressaltar que o compromisso arbitral poderá
conter:
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idoso. As partes, de comum acordo, poderão afastar a aplicação de dispositivo do
regulamento do órgão arbitral institucional ou entidade especializada que limite a
escolha do árbitro único, coárbitro ou presidente do tribunal à respectiva lista de
árbitros, autorizado o controle da escolha pelos órgãos competentes da instituição,
sendo que, nos casos de impasse e arbitragem multiparte, deverá ser observado o que
dispuser o regulamento aplicável, conforme determinação dada pela Lei Federal nº
13.129, de 2015. O árbitro ou o presidente do tribunal designará, se julgar conveniente,
um secretário, que poderá ser um dos árbitros. No desempenho de sua função, o árbitro
deverá proceder com imparcialidade, independência, competência, diligência e
discrição. Poderá o árbitro ou o tribunal arbitral determinar às partes o adiantamento de
verbas para despesas e diligências que julgar necessárias. Estão impedidos de
funcionar como árbitros as pessoas que tenham, com as partes ou com o litígio que
lhes for submetido, algumas das relações que caracterizam os casos de
impedimento ou suspeição de juízes, aplicando-se-lhes, no que couber, os mesmos
deveres e responsabilidades, conforme previsto no Código de Processo Civil. As
pessoas indicadas para funcionar como árbitro têm o dever de revelar, antes da aceitação
da função, qualquer fato que denote dúvida justificada quanto à sua imparcialidade e
independência. O árbitro somente poderá ser recusado por motivo ocorrido após sua
nomeação. Poderá, entretanto, ser recusado por motivo anterior à sua nomeação,
quando: a) não for nomeado, diretamente, pela parte; ou b) o motivo para a recusa do
árbitro for conhecido posteriormente à sua nomeação. A parte interessada em argüir a
recusa do árbitro apresentará, nos termos do art. 20 da lei da arbitragem, a respectiva
exceção, diretamente ao árbitro ou ao presidente do tribunal arbitral, deduzindo suas
razões e apresentando as provas pertinentes. Acolhida a exceção, será afastado o árbitro
suspeito ou impedido, que será substituído, na forma do art. 16 da Lei de Arbitragem.
Se o árbitro escusar-se antes da aceitação da nomeação, ou, após a aceitação, vier a
falecer, tornar-se impossibilitado para o exercício da função, ou for recusado, assumirá
seu lugar o substituto indicado no compromisso, se houver. Não havendo substituto
indicado para o árbitro, aplicar-se-ão as regras do órgão arbitral institucional ou
entidade especializada, se as partes as tiverem invocado na convenção de arbitragem.
Nada dispondo a convenção de arbitragem e não chegando as partes a um acordo sobre
a nomeação do árbitro a ser substituído, procederá a parte interessada da forma prevista
no art. 7º da Lei da Arbitragem, a menos que as partes tenham declarado,
expressamente, na convenção de arbitragem, não aceitar substituto.
3 – Processo Arbitral.
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ou o tribunal arbitral que há necessidade de explicitar questão disposta na convenção de
arbitragem, será elaborado, juntamente com as partes, adendo firmado por todos, que
passará a fazer parte integrante da convenção de arbitragem, conforme expressa
manifestação da Lei Federal nº 13.129, de 2015. A instituição da arbitragem interrompe
a prescrição, retroagindo à data do requerimento de sua instauração, ainda que extinta a
arbitragem por ausência de jurisdição conforme determina Lei Federal nº 13.129, de
2015. A parte que pretender argüir questões relativas à competência, suspeição ou
impedimento do árbitro ou dos árbitros, bem como nulidade, invalidade ou ineficácia da
convenção de arbitragem, deverá fazê-lo na primeira oportunidade que tiver de se
manifestar, após a instituição da arbitragem. Acolhida a argüição de suspeição ou
impedimento, será o árbitro substituído nos termos do art. 16 da Lei de Arbitragem,
reconhecida a incompetência do árbitro ou do tribunal arbitral, bem como a nulidade,
invalidade ou ineficácia da convenção de arbitragem, serão as partes remetidas ao órgão
do Poder Judiciário competentes para julgar a causa. Não sendo acolhida a argüição,
terá normal prosseguimento a arbitragem, sem prejuízo de vir a ser examinada a decisão
pelo órgão do Poder Judiciário competente, quando da eventual propositura da demanda
de que trata o art. 33 da Lei da Arbitragem. A arbitragem obedecerá ao procedimento
estabelecido pelas partes na convenção de arbitragem, que poderá reportar-se às regras
de um órgão arbitral institucional ou entidade especializada, facultando-se, ainda, às
partes delegar ao próprio árbitro, ou ao tribunal arbitral, regular o procedimento.
Não havendo estipulação acerca do procedimento, caberá ao árbitro ou ao tribunal
arbitral discipliná-lo. Serão, sempre, respeitados no procedimento arbitral os princípios
do contraditório, da igualdade das partes, da imparcialidade do árbitro e de seu livre
convencimento. As partes poderão postular por intermédio de advogado, respeitada,
sempre, a faculdade de designar quem as represente ou assista no procedimento arbitral.
Competirá ao árbitro ou ao tribunal arbitral, no início do procedimento, tentar a
conciliação das partes, aplicando-se, no que couber, o art. 28 da Lei da Arbitragem.
Poderá o árbitro ou o tribunal arbitral tomar o depoimento das partes, ouvir testemunhas
e determinar a realização de perícias ou outras provas que julgar necessárias, mediante
requerimento das partes ou de ofício. O depoimento das partes e das testemunhas será
tomado em local, dia e hora previamente comunicados, por escrito, e reduzido a termo,
assinado pelo depoente, ou a seu rogo, e pelos árbitros. Em caso de desatendimento,
sem justa causa, da convocação para prestar depoimento pessoal, o árbitro ou o tribunal
arbitral levará em consideração o comportamento da parte faltosa, ao proferir sua
sentença; se a ausência for de testemunha, nas mesmas circunstâncias, poderá o árbitro
ou o presidente do tribunal arbitral requerer à autoridade judiciária que conduza a
testemunha renitente, comprovando a existência da convenção de arbitragem. A revelia
da parte não impedirá que seja proferida a sentença arbitral. Se, durante o
procedimento arbitral, um árbitro vier a ser substituído fica a critério do substituto,
repetir as provas já produzidas.
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Assim, presente tal convenção tem como efeito, afastar a jurisdição estatal,
passando poderes a um terceiro, o qual será competente para solucionar o litígio. Logo,
se as partes escolherem que seus conflitos de interesses serão resolvidos pela
Arbitragem, terá que celebrar a Convenção Arbitral.
Assim, qualquer pessoa pode ser arbitro, pois a lei coloca como elemento objetivo
a capacidade de contratar e como elemento subjetivo a confiança das partes. Desta
forma, a escolha da arbitragem implica a submissão da decisão proferida pelos sujeitos
indicados por lei, na forma estabelecida, para concluir sua tarefa. Somente os árbitros é
que poderão realizar esta função, que por natureza é de caráter jurisdicional.
O árbitro não precisa ter formação jurídica. As partes podem escolher o árbitro de
acordo com a especialidade técnica que seja mais útil à solução da questão em concreto.
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autoriza as partes delinearem o processo de escolha dos árbitros ou submeter-se às
regras de órgão arbitral institucional ou de entidade especializada, seguindo o seu
regulamento.
A sentença arbitral será assinada pelo árbitro ou por todos os árbitros. Caberá ao
presidente do tribunal arbitral, na hipótese de um ou alguns dos árbitros não poder ou
não querer assinar a sentença, certificar tal fato. A sentença arbitral decidirá sobre a
responsabilidade das partes acerca das custas e despesas com a arbitragem, bem como
sobre verba decorrente de litigância de má-fé, se for o caso, respeitadas as disposições
da convenção de arbitragem, se houver. Se, no decurso da arbitragem, as partes
chegarem a acordo quanto ao litígio, o árbitro ou o tribunal arbitral poderá, a pedido das
partes, declararem tal fato mediante sentença arbitral, que conterá os requisitos do art.
26 desta Lei. Proferida a sentença arbitral, dá-se por finda a arbitragem, devendo o
árbitro, ou o presidente do tribunal arbitral, enviar cópia da decisão às partes, por via
postal ou por outro meio qualquer de comunicação, mediante comprovação de
recebimento, ou, ainda, entregando-a diretamente às partes, mediante recibo. No prazo
de cinco dias, a contar do recebimento da notificação ou da ciência pessoal da sentença
arbitral, a parte interessada, mediante comunicação à outra parte, poderá solicitar ao
árbitro ou ao tribunal arbitral que no prazo de 5 (cinco) dias, a contar do recebimento da
notificação ou da ciência pessoal da sentença arbitral, salvo se outro prazo for acordado
entre as partes, a parte interessada, mediante comunicação à outra parte, poderá solicitar
ao árbitro ou ao tribunal arbitral que:
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O árbitro ou o tribunal arbitral decidirá, no prazo de dez dias, aditando a sentença
arbitral e notificando as partes na forma do art. 29 da Lei da Arbitragem. O árbitro ou o
tribunal arbitral decidirá no prazo de 10 (dez) dias ou em prazo acordado com as partes,
aditará a sentença arbitral e notificará as partes na forma do art. 29 da Lei da
Arbitragem. A sentença arbitral produz, entre as partes e seus sucessores, os mesmos
efeitos da sentença proferida pelos órgãos do Poder Judiciário e, sendo condenatória,
constitui título executivo. É nula a sentença arbitral se:
6 – Conclusão.
Diante de todo o exposto acima, pode-se concluir que muitas vezes, a arbitragem
é o melhor caminho para a solução de algumas questões, tendo em vista que seu
processo é sempre o da conciliação. Ademais, cumpre ressaltar a importância dos
árbitros, que, apesar de não serem juízes, conseguem solucionar conflitos de interesses
entre as partes, tornando um processo muito mais rápido e eficaz.
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competência para tal atividade equivale, em última instância, a afirmar que em tal seara,
a Constituição tem sua proteção, e por consequência, sua normatividade, mitigada.
Ademais, dado que a decisão arbitral tem aptidão para a coisa julgada, e que o
próprio sistema normativo prevê a possibilidade de anulação da sentença arbitral que
viola a ordem pública, em que aqui está contida a decisão que aplica norma
inconstitucional, ao fim e ao cabo, não conferir ao árbitro a competência para o controle
difuso esvazia sobremaneira a segurança jurídica que buscam as partes que submetem o
seu litígio a esta forma de solução de conflitos.
7 – Bibliografia.
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9. FIGUEIRA JÚNIOR, Joel Dias. Arbitragem, Jurisdição e Execução. 2ª Edição,
São Paulo: Revista dos Tribunais, 1999.
10. MENDES, Gilmar Ferreira. BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito
Constitucional. ed. 12. São Paulo: Saraiva, 2017.
11. NERY Jr. Nelson. Princípios do Processo na Constituição Federal. 2.ed. em e-
book baseada na 12.ed. impressa. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2016.
12. STRENGER, Irineu. Comentários a Lei de Arbitragem. São Paulo. LTR 1998.
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