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H O S P IT A L D E C L ÍN IC A S

U N IV E R S ID A D E F E D E R A L D O P A R A N Á

ORIENTAÇÕES EM TRANSFUSÃO SANGÜÍNEA


* Serviço de Hemoterapia / * Comitê Transfusional / * Hemovigilância

HEMOTERAPIA
Sangue Total
Glóbulos Vermelhos
Plaquetas
Plasma Fresco Congelado
Albumina
Crioprecipitado
Componentes Especiais
Transfusão de Sangue

Autores: Dr. Paulo Tadeu Rodrigues de Almeida, Dr. Giorgio Roberto Baldanzi, Enfª Leomar Albini, Farmac-Bioqª
Anna Carolina de Moraes Braga, Drª Célia Mara Turri Telis, Dr. Marcelo Thá Accioly Veiga, Farmac-Bioqª Anália
Maria Breckenfeld Machado, Farmac-Bioqª Cristiane Costacurta Farhat, Dr. Sérgio Bernardo Tenório, Dr. Luciano
Rocha Loures Pacheco, Enfª Francine Taporosky Alpendre, Enfª Juliana Mendes, Enfª Luciana Grittem, Enfª Mirela
Pezzini Veran, Dr. Clementino Zeni Neto, Dr. Leonardo Andrade Mulinari, Dr. Pedro Paulo Tanaka, Dr. Sérgio
Brenner, Enfª Liane Pivatto, Enfª Lúcia Helena Ribeiro, Enfª Maria Inês Neves, Enfª Maria Luíza Hexsel Segui, Enfª
Meriane Lopes Amorin,Dr. Mitsuru Miyaki, Dr. Antonio Carlos Bagatin, Dr. Marcos Parolin Ceccatto, Dra. Mara
Albonei Dudeque Pianovski, Dra. Regina Paula G. V. C. da Silva.

1 - CRITÉRIOS PARA TRANSFUSÃO DE SANGUE TOTAL

1.1 - CRITÉRIOS EM PEDIATRIA


Transfusão de substituição (exosangüíneo-transfusão).

1.2 CRITÉRIOS EM ADULTO


Autotransfusão (onde o sangue coletado não é fracionado e será utilizado somente pelo próprio doador).

2 - CRITÉRIOS PARA TRANSFUSÃO DE CONCENTRADO DE HEMÁCIAS

2.1 - TRANSFUSÃO DE HEMÁCIAS

O princípio da transfusão de hemácias é aumentar a capacidade de carrear oxigênio e a liberação deste aos tecidos.
Em pacientes com doença cardíaca, pulmonar ou cerebral pré-existente, deve-se elevar o hematócrito para 30% no pré-
operatório de cirurgias eletivas. A mesma recomendação deve ser feita em pacientes idosos, pelo risco de doença
coronariana ou cerebrovascular silenciosa.

2.2 - TRANSFUSÃO EM ANEMIA CRÔNICA

2.2.1 - PACIENTES ASSINTOMÁTICOS (com hematócrito>21% ou Hemoglobina>7,0g/dl);

Pacientes com anemia responsiva (ferro, folato ou vitamina B-12) devem ser tratados com a medicação específica e
aguardar a recuperação clínica. Em casos de anemia relacionada ao tratamento com zidovudine para AIDS, o tratamento
deverá ser feito com Eritropoietina assim como nos pacientes com anemia relacionada a insuficiência renal crônica.

2.2.2 - PACIENTES SINTOMÁTICOS


Transfundir com sangue homólogo de unidade a unidade, para aliviar os sintomas.
Lembre: uma unidade pode ser o suficiente.

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2.3 - TRANSFUSÃO EM ANEMIA AGUDA

2.3.1 - PACIENTES ASSINTOMÁTICOS

O volume intravascular deve ser adequadamente restaurado com cristalóides.


Em pacientes normovolêmicos com anemia e que apresentam alguma situação de risco:
a. isquemia miocárdia;
b. doença arterial coronária;
c. doença cardíaca valvular;
d. insuficiência cardíaca congestiva;
e. pacientes sob risco de isquemia cerebral;
f. história de ataques isquêmicos transitórios;
g. acidente vascular trombótico prévio.
Uma transfusão estará indicada, assim que haja deterioração dos sinais vitais ou que o paciente desenvolva algum dos
sintomas ou sinais:
a. síncope;
b. dispnéia;
c. hipotensão postural;
d. taquicardia;
e. angina;
f. ataque isquêmico transitório.

Na ausência de riscos, uma transfusão não está indicada, a menos que o nível de hemoglobina esteja abaixo de
7,0g/dl

2.3.2 - PACIENTES SINTOMÁTICOS

Procurar manter o hematócrito >30% e hemoglobina >10g/dl


Usar cristalóides para repor o volume intravascular.
Caso os sintomas persistam após a reposição do volume, o paciente deve receber uma transfusão com sangue autólogo.
Caso o sangue da autotransfusão não seja disponível, o paciente receberá sangue homólogo .

2.3.3 - PACIENTES SOB ANESTESIA

a) Pacientes com sinais vitais estáveis:


Observar se o paciente tem algum risco para isquemia miocárdica ou cerebral.
Na ausência de riscos, uma transfusão não está indicada, a menos que a taxa de hemoglobina esteja abaixo de 7,0g/dl.
O volume intravascular deve ser mantido com uso de cristalóides. Anemia normovolêmica geralmente é bem tolerada.

b) Pacientes com sinais vitais instáveis:


Procurar manter o hematócrito>30% ou hemoglobina >10g/dl
Pacientes sob risco de isquemia cerebral ou miocárdica.
Na ausência de riscos, o volume intravascular pode ser adequadamente mantido com cristalóides e/ou colóides.
Pacientes sob risco devem receber sangue autólogo. Caso não seja disponível sangue autólogo, usar sangue homólogo

2.4 - TRANSFUSÃO EM ANEMIA AGUDA

Devido às mudanças fisiológicas que acontecem desde o nascimento, alterando valores hematológicos e as respostas à
hipovolemia e hipóxia, costuma-se dividir as indicações de pediatria em dois grande períodos: menores de 4 meses de
vida e maiores de 4 meses de vida.

2.4.1 – TRANSFUSÃO SANGÚÍNEA NEONATAL

RECOMENDAÇÕES GERAIS:
. doador conhecido, com exames microbiológicos normais pelo menos há 2 anos;
- preferentemente a bolsa do doador deve ser reservada para o mesmo RN (doador único);
- ABO e Rh idêntico ou compatível, tanto para transfusão de hemácias, quanto de plaquetas;
- preferentemente CMV negativo e hemácias irradiadas para prematuros;
- prova cruzada negativa com plasma materno e/ou plasma do RN;
- hemácias e plaquetas irradiadas, se ocorreu prévia transfusão intra-uterina ou se o doador é consangüíneo de 1º. ou 2º.
Grau.
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2.4.1.1 – ESCOLHA DA TIPAGEM DO PRODUTO DE SANGUE A TRANSFUNDIR


TIPAGEM DO CONCENTRADO DE PLAQUETAS PLASMA FRESCO
PACIENTE HEMÁCIAS
O – 1ª. Escolha 0 0 0
2ª. Escolha - A A ou B ou AB
A – 1ª. Escolha A A A ou AB
2ª. Escolha O O -
B – 1ª. Escolha B B B ou AB
2ª. Escolha O A ou O -
AB – 1ª. Escolha AB AB AB
2ª. Escolha A, B A A
3ª. Escolha O

2.4.1.2 – VOLUME DO COMPONENTE A TRANSFUNDIR


- Concentrado de hemácias = 10 a 20 ml/kg (Hb desejada – Hb atual) x peso x 3
- Concentrado de plaquetas = 10 a 20 ml/kg
- Crioprecipitado = 5 a 10 ml/kg
- Plasma fresco = 10 a 15 ml/kg

2.1.4.3 – CRITÉRIOS DE ANEMIA PARA TRANSFUSÃO (geral)


- Hb < 12 g/dl nas primeira 24 horas ou RN internado em UTI neonatal
- Sangramento agudo (dreno, SNG, etc) com perda de 10% da volemia
- Hb < 7 g/dl para anemia crônica e paciente estável
- Hb < 10 g/dl para displasia broncopulmonar

2.1.4.4 – CRITÉRIOS PARA TRANSFUSÃO DE PAPA DE HEMÁCIAS EM PREMATUROS


- RN em ventilação mecânica
- < 28 dias: FiO2 > 30% → Hb < 12g/dl ou HT < 40%
FiO2 < 30% → Hb < 11g/dl ou HT < 35%
- > 28 dias: Hb < 10 g/dl ou HT < 30%
- RN em CPAP
- < 28 dias → Hb < 10 g/dl ou HT < 30%
- > 28 dias → Hb < 8 g/dl ou HT < 25%
- RN respirando espontaneamente
- FiO2 > 21% → Hb < 8 g/dl ou HT < 25%
- ar ambiente e reticulócitos < 100 mil/mm³ → Hb < 7 g/dl ou HT < 20%

2.4.1 – CRIANÇAS COM MENOS DE 4 MESES DE VIDA

a) Hematócrito < 20% ou hemoglobina < 6,5 g/dl

b) Hematócrito < 30% ou hemoglobina < 10g/dl se:

• Em uso de capuz de O2 < 35% ou cânula nasal de O2


• Em ventilação mecânica ou sob pressão positiva contínua com pressão de vias aéreas média < 6 cm
H2O
• Com bradicardia ou apnéia importante
• Com taquicardia e taquipnéia importante
• Com baixo ganho de peso
• Perda sangüínea aguda

c) Hematócrito < 36% ou hemoglobina < 12 g/dl se:

• Em uso de capuz de O2 < 35%


• Em ventilação mecânica ou sob pressão positiva contínua com pressão de vias aéreas > 6 cm H2O
• Anemia nas primeiras 24 horas de vida independente da etiologia
• Perda cumulativa de sangue em 1 semana de 10 % do volume sangüíneo total

d) Hematócrito < 45% ou hemoglobina < 15 g/dl se:

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• Em oxigenação através de membrana extracorpórea


• Cardiopatia congênita cianótica
• RN com menos de 1.000g e menos de 1 semana de vida

2.4.2 – CRIANÇAS COM MAIS DE 4 MESES DE VIDA

a) Perda sangüínea aguda com hipovolemia não responsiva a outros tratamentos. Em geral perdas acima de
20% da volemia.
b) Em geral está indicada a transfusão quando hematócrito < 20% ou hemoglobina < 7 g/dl. Hematócrito
entre 20 e 30% ou hemoglobina entre 7 e 10 g/dl exige uma análise caso a caso considerando quadro clínico
(taquicardia, hipotensão, etc) e laboratorial.
c) Doença pulmonar grave e uso de oxigenação através de membrana extracorpórea se hematócrito < 40% ou
hemoglobina < 13 g/dl.
d) Cardiopatia congênita cianótica se hematócrito 40-55% ou hemoglobina 14-18 g/dl.
e) Na anemia falciforme a indicação está relacionada ao quadro clínico e não ao nível de hemoglobina, na
talassemia major deve ser seguido o protocolo de transfusões regulares de sangue para manter a hemoglobina > 9,0-9,5
g/dl.
f) Na anemia hemolítica autoimune só transfundir se estiver com instabilidade hemodinâmica ou falência dos
órgãos.
g) Pacientes em quimioterapia e/ou radioterapia se com hematócrito < 24% ou hemoglobina < 8,0 g/dl.

3 - CRITÉRIOS PARA TRANSFUSÃO DE PLAQUETAS

3.1 - USO PROFILÁTICO

a) Contagem de plaquetas menor que 10.000/mm3, com exceção das púrpuras imunológicas e trombóticas, o gatilho
poderá ser de 20.000/mm em pacientes pós-TMO, ou com grandes esplenomegalias, febre, infecção bacteriana
grave ou fúngica.
b) Procedimentos invasivos ou cirúrgicos em pacientes com um dos seguintes parâmetros:
• contagem de plaquetas menor que 50.000/mm3;
• tempo de sangramento prolongado;
• suspeita ou presença de defeitos qualitativos plaquetários por inferência clínica ou documentado por
tromboelastografia ou testes de função plaquetária.
• Contagem de plaquetas menor que 100.000/mm3 em cirurgias neurológicas e oftalmológicas.

3.2 - NA PRESENÇA DE SANGRAMENTO ATIVO

a) Contagem de plaquetas menor que 50.000/mm3.


b) Tempo de sangramento prolongado;
c) Suspeita ou presença de defeitos qualitativos plaquetários por inferência clínica ou documentados por
tromboelastografia ou testes de função plaquetária;
d) Transfusão de mais de dez unidades de concentrado de glóbulos vermelhos ou reposição de uma volemia nas
últimas 24 horas e contagem de plaquetas menor que 50.000/mm3;
e) Transfusão maciça com sangramento microvascular difuso e tempo inadequado para se obter uma contagem
plaquetária.

Contra-indicações (exceto se houver sangramento com risco de vida):


- púrpura trombocitopênica trombótica (PTT)
- púrpura trombocitopênica idiopática (PTI)
- trombocitopenia induzida por heparina

3.3 – EM RECÉM-NASCIDOS
- < 25.000/mm³ = considerar em todos os recém-nascidos. Transfundir se apresentar sangramento. Se
trombocitopenia autoimune (PTI) transfundir se houver sangramento. Na trombocitopenia aloimune transfundir com
plaquetas HPA compatível da mãe;
- entre 25 e 50.000/mm³ = transfundir somente se houver sangramento. Nos prematuros extremos (< 1000g),
considerar transfusão na 1ª. semana, se estiver clinicamente instável (flutuação da PA), prévio sangramento (HPIV grau
3 ou 4), sangramento menor, coagulopatia concorrente e necessidade de cirurgia ou exosanguíneotransfusão. Não
transfundir se PTI.

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- entre 50 e 99.000/mm³ = transfundir somente se houver sangramento ou pré-operatório. Não transfundir


paciente com PTI ou trombocitopenia aloimune.
- > 99.000/mm³ = não transfundir plaquetas, independentemente do quadro clínico.

4 - CRITÉRIOS PARA TRANSFUSÃO DE PLASMA FRESCO CONGELADO

(NOS CASOS EM QUE OS CONCENTRADOS DE COAGULAÇÃO ESPECÍFICOS NÃO ESTEJAM


INDICADOS OU DISPONÍVEIS)
(MÁXIMO DE 4 UNIDADES DESCONGELADAS DE CADA VEZ, PORÉM RECOMENDA-SE DE DUAS A
DUAS UNIDADES)

O Plasma Fresco é o produto obtido do fracionamento do sangue donde foram removidas as hemácias, e foi congelado
num tempo de até 6 horas após a coleta, mantendo viáveis todos os fatores da coagulação.

1. Transfusão de mais de dez unidades de concentrado de glóbulos vermelhos ou reposição de uma volemia em 24
horas;
2. Tempo de protrombina (TP) ou tempo de tromboplastina parcial ativado (TTPa) prolongados (1,5 vezes o normal), na
presença de hemorragia ou quando forem necessários procedimentos invasivos;
3. Documentação ou exame de laboratório indicando uma deficiência de fator de coagulação em condições clinicamente
significativas;
4. Reversão em caráter de emergência (pré-operatório ou procedimento invasivo) do uso de medicamentos cumarínicos;
5. Tromboelastografia indicando deficiência de fatores da coagulação na presença de hemorragia ou quando forem
necessários procedimentos invasivos;
6. Plasmaférese para púrpura trombocitopênica trombótica ou síndrome hemolítico urêmica;
7. Deficiência de anti-trombina III, proteína C ou S na vigência de fenômenos trombóticos significativos;
7. Transplante de fígado.
8. Edema angioneurótico (edema de Quincke) recidivante causado por déficit de inibidor de C1-esterase.
9. Doença hemorrágica do RN, com sangramento evidente (associar vitamina K), CIVD, insuficiência hepática com
TAP alargado.

5 - CRITÉRIOS ACEITÁVEIS PARA REPOSIÇÃO DE ALBUMINA

As recomendações aqui listadas representam situações nas quais o uso de albumina pode ser feito. São circunstâncias
clínicas em que há evidências, na literatura médica, indicando que a utilização do medicamento pode ser benéfica para
os pacientes.
As recomendações não implicam em reconhecimento de que a albumina tem que ser usada naquela determinada
situação clínica.
As indicações formais são aquelas em que há trabalhos randomizados e controlados mostrando a eficácia da albumina
no tratamento dos pacientes. O fato de uma indicação estar incluída na categoria formal não significa que não haja
alternativas terapêuticas ao uso da albumina; antes, indica que, se a equipe médica que cuida do paciente optar pela sua
utilização, o fará com respaldo na literatura especializada.
As indicações discutíveis são aquelas em relação às quais não há consenso e os resultados dos trabalhos e das meta-
análises são conflitantes. O uso de albumina nestas situações pode eventualmente ser feito, até que haja evidências mais
conclusivas na literatura.
Finalmente, as indicações não fundamentadas são aquelas em que os trabalhos mostram que o uso da albumina não traz
nenhum benefício para os pacientes.

5.1 INDICAÇÕES FORMAIS


1. Preenchimento (priming) da bomba de circulação extracorpórea nas cirurgias cardíacas;
2. Tratamento de pacientes com ascites volumosas, por paracenteses repetidas;
3. Após paracenteses evacuadoras nos pacientes com ascites volumosas;
4. Como líquido de reposição nas plasmaféreses terapêuticas de grande monta (retirada de mais de 20 ml/kg de
plasma por sessão);
5. Prevenção da síndrome de hiperestimulação ovariana no dia da coleta do óvulo para fertilização in vitro;
6. Pacientes com cirrose hepática e síndrome nefrótica, quando houver edemas, refratários aos diuréticos e que
coloquem em risco iminente a vida dos pacientes.
7. Grandes queimados, após as primeiras 24 horas pós-queimadura;
8. Pós-operatório de transplante de fígado, quando a albumina sérica for inferior a 2,5 g%.

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5.2 INDICAÇÕES DISCUTÍVEIS


1. Em pacientes críticos com hipovolemia, hipoalbuminemia e má-distribuição hídrica;
2. Hiperbilirrubinemia do recém-nato por dhrn;
3. Em pacientes com cirrose que apresentem peritonite bacteriana espontânea.

5.3 INDICAÇÕES NÃO FUNDAMENTADAS


1. Correção de hipoalbuminemia;
2. Correção de perdas volêmicas agudas, incluindo choque hemorrágico;
3. Tratamento de pacientes com cirrose hepática ou com síndrome nefrótica.
4. Peri-operatório, exceto nos casos mencionados anteriormente.

6 - CRITÉRIOS PARA TRANSFUSÃO DE CRIOPRECIPITADO

O Crioprecipitado é um componente obtido do Plasma Fresco, sendo rico em FVIII (Hemofilia A), fibrinogênio e fator
XIII da coagulação.

1. Coagulação intravascular disseminada (no RN após transfusão de plasma e plaquetas);


2. Doença de von Willebrand, em condições nas quais o DDAVP (Desmopressina) não for suficiente ou efetivo; e
quando não houver Fator VIII, com atividade para von Willebrand, disponível .
3. Insuficiência renal com alteração do tempo de sangramento e presença de um dos seguintes parâmetros:
• hemorragia;
• procedimentos invasivos ou cirúrgicos.
4. Hipofibrinogenemia ou desfibrinogenemia congênita em situações clinicamente significativas;
5. Pacientes com TP ou TTPa prolongados com hemorragia não-corrigida pela transfusão de plasma fresco congelado
ou plaquetas;
6. Tromboelastografia indicando deficiência de fatores de coagulação contidos neste produto em situações
clinicamente significativas;
7. Deficiência congênita do fator XIII em situações clinicamente significativas;
8. Hemofilia A na ausência de concentrado de fator VIII;
9. Sangramento urêmico não responsivo à desmopressina;
10. Na produção da cola de fibrina.

7 - COMPONENTES ESPECIAIS

O médico que prescreve deveria contatar o médico do Banco de Sangue para discutir casos como estes.

O que são componentes especiais ?


- Componentes pobre em leucócitos – destinados a prevenção de reação febril não-hemolítica. Contém menos de
5 X 108 leucócitos.
- Componentes leucodepletados – Obtido por filtração do sangue, com redução no no número de leucócitos para
5 X 106 no mínimo. A lavagem de hemácias não atinge este objetivo, não sendo, pois, recomendada para
leucodepleção;
- Componentes CMV negativos (citomegalovírus);
- Componentes irradiados;
- Concentrado de glóbulos vermelhos lavados;
- Plaquetas haploidênticas;
- Concentrado de granulócitos;
- Concentrado de linfócitos;
- Concentrado de células tronco hematopoéticas periféricas.

7.1 - COMPONENTES LEUCODEPLETADOS

As recomendações para hemocomponentes leucodepletados podem incluir:


a. Prevenção de reação febril não hemolítica recorrente;
b. Prevenção ou retardo da aloimunização e refratariedade plaquetária em pacientes selecionados, requerendo
transfusão de repetição, cronicamente;
c. Prevenção de transmissão de citomegalovírus;
d. Gestante CMV seronegativa;

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e. Todos os pacientes de terapia intensiva neonatal;


f. Candidatos a transplante de órgãos sólidos;
g. Pacientes CMV seronegativos submetidos a transplante de medula óssea;
h. Pacientes CMV seronegativos portadores de imunodeficiência;
i. Pacientes CMV seronegativos oncológicos;
j. Pacientes CMV seronegativos, submetidos a esplenectomia;
k. Pacientes submetidos a exosangüíneo transfusão ou transfusão intrauterina.

7.2 - COMPONENTES SANGÜÍNEOS IRRADIADOS

Os hemocomponentes são irradiados para se reduzir o risco de doença do enxerto contra o hospedeiro.

Os grupos beneficiados com este tipo de procedimento são:


a. Receptores de transplante de medula óssea;
b. Paciente com imunodeficiência congênita;
c. Neonatos;
d. Transfusão intrauterina;
e. Pacientes com Doença de Hodgkin;
f. Receptores de sangue em transfusões dirigidas de familiares;
g. Pacientes com outras doenças hematológicas, que não doença de Hodgkin;
h. Pacientes com tumores sólidos que tenham imunossupressão causada por quimioterapia e/ou irradiação;
i. Prematuros pesando menos que 1200 gramas.

7.3 - CONCENTRADO DE GLÓBULOS VERMELHOS LAVADOS

Administração de glóbulos vermelhos lavados está indicado após a ocorrência de uma ou mais reações alérgicas severas
em transfusão de hemácias, ou em pacientes com sensibilidade à proteínas plasmáticas. Os critérios apropriados
incluem:

a. História de reação anafilática a hemocomponentes ;


b. Deficiência de IgA com documentação da presença de anticorpos anti-IgA;
c. Reações urticariformes recorrentes não prevenida pelo uso de antihistamínico pré-transfusional;
d. Reações febris associadas à transfusão de glóbulos vermelhos, não prevenidas pela leucodepleção
(desleucotização);
e. Trombocitopenia imune neonatal quando a mãe é a doadora para o feto ou recém-nato.

7.4 - PLAQUETAS HAPLOIDÊNTICAS (HLA)

Plaquetas haploidênticas estão indicadas para pacientes com refratariedade clínica à transfusão de plaquetas. É
necessário demonstrar-se a presença de anticorpos anti-HLA. O critério apropriado para se definir refratariedade é o não
incremento plaquetário, determinado 1 hora após a transfusão, no mínimo em dois episódios e na ausência de
septicemia, hiperesplenismo, coagulação intravascular disseminada, púrpura trombocitopênica trombótica, ou outras
condições que acelerem a destruição das plaquetas.

7.5 - CONCENTRADO DE GRANULÓCITOS

Critérios Aceitáveis para o uso de Transfusão de Granulócitos:


1. Septicemia bacteriana em recém-nascidos com menos de duas semanas de vida e contagem de neutrófilos, incluindo
bastonetes, menores que 300/mm3;
2. Septicemia bacteriana ou infecção fúngica disseminada, que não responda a antibióticos, em pacientes com
contagem de neutrófilos menor que 500/mm3;
3. Infecção grave documentada que não responde a antibióticos em pacientes com alteração funcional (qualitativa)
comprovada dos neutrófilos, independente da contagem leucocitária.
(Obs.: não se recomenda o uso concomitante com anfotericina B).

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8 - ROTINAS EM TRANSFUSÃO DE SANGUE

8.1 - COMO ARMAZENAR OS HEMOCOMPONENTES NOS POSTOS DE ENFERMAGEM, UTIs E CENTRO


CIRÚRGICO

Os concentrados de hemácias poderão ficar a temperatura ambiente por no máximo 30 minutos, após este tempo
deverão ser armazenados em refrigerador.
Os plasmas deverão ser transfundidos, no máximo, 6 horas após o seu descongelamento se armazenados entre 20-24°C,
e 24 horas se entre 2-6°C.
Se houver necessidade os concentrados de hemácias e plasmas poderão ser mantidos na geladeira destes setores, desde
que sejam exclusivas para armazenar sangue, com temperatura controlada a cada 4 horas, temperatura e tempo
recomendados respeitados, caso contrário, deverão ser devolvidas ao Serviço de Hemoterapia imediatamente.

Crioprecipitado e concentrado de plaquetas, uma vez no posto, devem ser imediatamente transfundidos.

8.2 - TRANSFUSÃO DE SANGUE E DROGAS INCOMPATÍVEIS

Nenhum medicamento, com exceção do cloreto de sódio a 0,9% em casos excepcionais, pode ser adicionado à
bolsa e nem ser infundida na mesma via venosa que é utilizada para a transfusão sangüínea, porém, podem ser
feitos ao mesmo tempo, desde que em veias diferentes.

8.3 - AQUECIMENTO DO SANGUE E RECONSTITUIÇÃO DE CONCENTRADO DE HEMÁCIAS

8.3.1 - AQUECIMENTO DE BOLSAS DE SANGUE

a) Indicações:
Apenas nos casos de transfusão maciça onde grandes volumes de hemácias (acima de 4U, para adultos,
para infusão em até 4 horas) em temperatura de geladeira podem levar a hipotermia. Quando poucas bolsas serão
transfundidas não há necessidade de aquecimento.

b) Técnica de Aquecimento:
Recomenda-se manter a bolsa entre 20 e 24oC, por 30 minutos antes da transfusão (já ficam no Banco de
Sangue antes de serem enviados ao paciente, enquanto se faz a prova cruzada). Havendo indicação de aquecimento, o
mesmo só pode ser realizado em aquecedores próprios para este fim, ou deverão ser solicitados diretamente ao Serviço
de Hemoterapia

8.3.2 - DILUIÇÃO DAS BOLSAS DE HEMÁCIAS COM SOLUÇÃO SALINA

a) Indicações:
Quando se deseja infundir hemácias de maneira mais rápida, ou havendo necessidade de deixá-la menos
viscosa, deve-se solicitar a diluição da bolsa ao Serviço de Hemoterapia.

8.4 - REAÇÕES TRANSFUSIONAIS


8.4.1 - MANEJO E TIPOS DE REAÇÕES

a) O que fazer imediatamente:


1. Parar a transfusão;
2. Manter a linha venosa com soro fisiológico 0,9%;
3. Notificar o médico do paciente e o Banco de Sangue;
4. Devolver ao Banco de Sangue a bolsa e o equipo de transfusão.
5. Em caso de febre ou suspeita de reação hemolítica aguda;
Encaminhar uma amostra de sangue do paciente com heparina ao Banco de Sangue; e coletar outra amostra em frasco
de hemocultura para o Laboratório de Bacteriologia do Serviço de Análises Clínicas;,

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Tipo de Reação Sinais e Sintomas Tratamento


Urticária, dispnéia, sibilância, obstrução • Itens 1, 2, 3 e 4 (acima);
Alérgica de orofaringe, raramente hipotensão ou • Administrar anti-histamínicos (VO ou IM); se
anafilaxia grave, epinefrina e/ou corticosteróides
• Itens 1 a 6 (acima);
• Administrar anti-térmicos
Febril Febre, tremores, raramente hipotensão • Administrar meperidina 25 a 50 mg EV ou
IM em adultos
• Administrar difenidramina 50 mg EV
• Itens 1 a 6 (acima);
• Fazer hidratação
Hemoglobinemia, hemoglobinúria, febre,
Hemolítica Aguda
CIVD, dispnéia, dor lombar e oligúria. • Fornecer suporte pressórico e respiratório
• Induzir diurese
• Tratar o choque e CIVD se ocorrerem

8.5 - TRANSFUSÃO DE EXTREMA URGÊNCIA

Em casos de EMERGÊNCIA ABSOLUTA, casos em que o retardo no início da transfusão possa levar o paciente a
óbito, serão enviadas 02 (duas) unidades de concentrado de hemácias O negativo ou positivo (sem prova cruzada).
Será solicitado ao médico, a assinatura do Termo de Responsabilidade, (para transfusão sem prova cruzada).
Nos casos em que o grau de urgência for menor, realizar-se-á a tipagem ABO/Rh do paciente e enviar-se-á sangue do
mesmo grupo do paciente com a 1a fase da prova cruzada.

Caso não haja sangue disponível, transfundir conforme orientação abaixo:

RECEPTOR (PACIENTE) DOADOR


O O
A A ou O
B B ou O
AB AB, A, B, ou O
Rh positivo Rh positivo ou Rh negativo

Rh negativo; se não houver RH negativo e se for urgência,


Rh negativo enviar Rh positivo com Prova Cruzada compatível, (sem
risco para o paciente). Comunicar o médico do paciente.

8.6 - FEBRE E TRANSFUSÃO

Muitos pacientes que necessitam de uma transfusão se apresentam com febre. Lembrar que o risco de sangramento num
paciente com plaquetas menor que 20.000/ul indica uma transfusão o mais precoce possível, ou seja, mesmo com febre,
transfundir, (se possível, fazer antitérmico, para estes pacientes meia hora antes de iniciar a transfusão).

8.7 - TEMPO DE INFUSÃO DE HEMOCOMPONENTES

Não ultrapassar 4 horas para concentrado de hemácias, sangue total e plasma; e para concentrado de plaquetas e
crioprecipitado fazer o mais rápido possível, sendo no máximo em 30 minutos. Lembrar que plasma fresco (validade =
6h) e crioprecipitado uma vez descongelados devem ser utilizados, já que não é recomendável novo congelamento.

* Serviço de Hemoterapia / * Comitê Transfusional / * Hemovigilância - UFPR


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8.8 - AMOSTRAS SANGÜÍNEAS

Todo paciente que necessitar qualquer tipo de transfusão sangüínea deverá obrigatoriamente ser tipado para ABO/Rh, e
ter uma pesquisa de anticorpos irregulares, a fim de prevenir reações transfusionais hemolíticas. As amostras devem ser
colhidas de forma asséptica e colocadas num tubo de ensaio previamente identificado com o nome completo do
paciente, clínica, enfermaria e leito onde esta internado ou ambulatório, nome de quem colheu e data da coleta.
Encaminhar a amostra com a requisição corretamente preenchida para o Banco de Sangue. Para transfusão de hemácias
ou sangue total esta amostra terá validade de 48 horas, após a qual será desprezada. Para transfusão de crioprecipitado,
plaquetas ou plasma, enviar somente a primeira amostra, para identificação de grupo sangüíneo, já que para estas
transfusões não é necessária prova de compatibilidade (prova cruzada).

8.9 - INSTALAÇÃO DE HEMOCOMPONENTES

É de competência e responsabilidade do corpo de enfermagem, com exceção para o centro cirúrgico, onde na maioria
das vezes quem faz a instalação é o médico anestesiologista. Após a instalação, o paciente deve ser acompanhado
durante os primeiros quinze minutos e seus dados vitais devem ser observados e anotados pré, durante (quando
aplicável) e pós-transfusão.

BIBLIOGRAFIA

1. Resolução ANVISA - RDC N° 153, de 14 de junho de 2004. Determina o Regulamento Técnico para os
procedimentos hemoterápicos, incluindo a coleta, o processamento, a testagem, o armazenamento, o transporte, o
controle de qualidade e o uso humano de sangue, e seus componentes, obtidos do sangue venoso, do cordão
umbilical, da placenta e da medula óssea.
2. Resolução ANVISA – RDC N° 129, de 24 de maio de 2004. Aprova as Diretrizes para a Transfusão de Plaquetas,
que constituem recomendações para indicação do uso do hemocomponente.
3. Resolução ANVISA – RDC N° 115, de 10 de maio de 2004. Aprova as Diretrizes para o uso de Albumina.
4. Resolução ANVISA – RDC N° 10, de 23 de janeiro de 2004. Aprova as Diretrizes para o uso de Plasma Fresco
Congelado – PFC e de Plasma Vírus Inativo.
5. Resolução ANVISA – RDC N° 23, de 24 de janeiro de 2002. Aprova o Regulamento Técnico sobre a indicação de
uso de crioprecipitado.
6. American College of Physicians. Practice strategies for elective red blood cell transfusion. Annals of Internal
Medicine – 1992.
7. Blood Supply; Risks; Perceptions and Prospects for the future – American Association of Blood Banks – 1994.
8. Idiopathic Thrombocytopenic Purpura: A Practice Guideline Developed by Explicit Methods for the American
Society of Hematology – Blood, vol 88, nº 1 (auly 1), – p. 3-40 - 1996.
9. Technical Manual – American Association of Blood Banks – 12a Edição – 1996.
10. Standards for Blood Banks and Transfusion Services – American Association of Blood Banks – 18a Edição – 1997.
11. Nuevos Conceptos en Medicina Transfusional – Programa # 313 – American Association of Blood Banks – 1997.
12. Transfusion Guidelines – MD Anderson Cancer Center – 1997.
13. Innovations in Perinatal Transfusion and Transplantation – American Association of Blood Banks – 1998.
14. Guide to the preparation, use and quality assurance of blood components – Council of Europe Publishing – 59o
Edição – 1999.
15. Murray NA, Roberts IAG. Neonatal transfusion practice. Arch Dis Child Fetal Neonatal Ed, 2004, 89:F101-107.
16. British Committee for Standards in Haematology. Transfusion guidelines for neonates and older children. Br. J.
Haematol, 124:433-453, 2004
17. Hume HA, Kronick JB, Blanchette VS. Review of the literature on allogeneic red blood cell and plasma
transfusions in children. Can Med Assoc J,156: 541-549, 1997.

* Serviço de Hemoterapia / * Comitê Transfusional / * Hemovigilância - UFPR

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