Académique Documents
Professionnel Documents
Culture Documents
U N IV E R S ID A D E F E D E R A L D O P A R A N Á
HEMOTERAPIA
Sangue Total
Glóbulos Vermelhos
Plaquetas
Plasma Fresco Congelado
Albumina
Crioprecipitado
Componentes Especiais
Transfusão de Sangue
Autores: Dr. Paulo Tadeu Rodrigues de Almeida, Dr. Giorgio Roberto Baldanzi, Enfª Leomar Albini, Farmac-Bioqª
Anna Carolina de Moraes Braga, Drª Célia Mara Turri Telis, Dr. Marcelo Thá Accioly Veiga, Farmac-Bioqª Anália
Maria Breckenfeld Machado, Farmac-Bioqª Cristiane Costacurta Farhat, Dr. Sérgio Bernardo Tenório, Dr. Luciano
Rocha Loures Pacheco, Enfª Francine Taporosky Alpendre, Enfª Juliana Mendes, Enfª Luciana Grittem, Enfª Mirela
Pezzini Veran, Dr. Clementino Zeni Neto, Dr. Leonardo Andrade Mulinari, Dr. Pedro Paulo Tanaka, Dr. Sérgio
Brenner, Enfª Liane Pivatto, Enfª Lúcia Helena Ribeiro, Enfª Maria Inês Neves, Enfª Maria Luíza Hexsel Segui, Enfª
Meriane Lopes Amorin,Dr. Mitsuru Miyaki, Dr. Antonio Carlos Bagatin, Dr. Marcos Parolin Ceccatto, Dra. Mara
Albonei Dudeque Pianovski, Dra. Regina Paula G. V. C. da Silva.
O princípio da transfusão de hemácias é aumentar a capacidade de carrear oxigênio e a liberação deste aos tecidos.
Em pacientes com doença cardíaca, pulmonar ou cerebral pré-existente, deve-se elevar o hematócrito para 30% no pré-
operatório de cirurgias eletivas. A mesma recomendação deve ser feita em pacientes idosos, pelo risco de doença
coronariana ou cerebrovascular silenciosa.
Pacientes com anemia responsiva (ferro, folato ou vitamina B-12) devem ser tratados com a medicação específica e
aguardar a recuperação clínica. Em casos de anemia relacionada ao tratamento com zidovudine para AIDS, o tratamento
deverá ser feito com Eritropoietina assim como nos pacientes com anemia relacionada a insuficiência renal crônica.
Na ausência de riscos, uma transfusão não está indicada, a menos que o nível de hemoglobina esteja abaixo de
7,0g/dl
Devido às mudanças fisiológicas que acontecem desde o nascimento, alterando valores hematológicos e as respostas à
hipovolemia e hipóxia, costuma-se dividir as indicações de pediatria em dois grande períodos: menores de 4 meses de
vida e maiores de 4 meses de vida.
RECOMENDAÇÕES GERAIS:
. doador conhecido, com exames microbiológicos normais pelo menos há 2 anos;
- preferentemente a bolsa do doador deve ser reservada para o mesmo RN (doador único);
- ABO e Rh idêntico ou compatível, tanto para transfusão de hemácias, quanto de plaquetas;
- preferentemente CMV negativo e hemácias irradiadas para prematuros;
- prova cruzada negativa com plasma materno e/ou plasma do RN;
- hemácias e plaquetas irradiadas, se ocorreu prévia transfusão intra-uterina ou se o doador é consangüíneo de 1º. ou 2º.
Grau.
* Serviço de Hemoterapia / * Comitê Transfusional / * Hemovigilância - UFPR
3
a) Perda sangüínea aguda com hipovolemia não responsiva a outros tratamentos. Em geral perdas acima de
20% da volemia.
b) Em geral está indicada a transfusão quando hematócrito < 20% ou hemoglobina < 7 g/dl. Hematócrito
entre 20 e 30% ou hemoglobina entre 7 e 10 g/dl exige uma análise caso a caso considerando quadro clínico
(taquicardia, hipotensão, etc) e laboratorial.
c) Doença pulmonar grave e uso de oxigenação através de membrana extracorpórea se hematócrito < 40% ou
hemoglobina < 13 g/dl.
d) Cardiopatia congênita cianótica se hematócrito 40-55% ou hemoglobina 14-18 g/dl.
e) Na anemia falciforme a indicação está relacionada ao quadro clínico e não ao nível de hemoglobina, na
talassemia major deve ser seguido o protocolo de transfusões regulares de sangue para manter a hemoglobina > 9,0-9,5
g/dl.
f) Na anemia hemolítica autoimune só transfundir se estiver com instabilidade hemodinâmica ou falência dos
órgãos.
g) Pacientes em quimioterapia e/ou radioterapia se com hematócrito < 24% ou hemoglobina < 8,0 g/dl.
a) Contagem de plaquetas menor que 10.000/mm3, com exceção das púrpuras imunológicas e trombóticas, o gatilho
poderá ser de 20.000/mm em pacientes pós-TMO, ou com grandes esplenomegalias, febre, infecção bacteriana
grave ou fúngica.
b) Procedimentos invasivos ou cirúrgicos em pacientes com um dos seguintes parâmetros:
• contagem de plaquetas menor que 50.000/mm3;
• tempo de sangramento prolongado;
• suspeita ou presença de defeitos qualitativos plaquetários por inferência clínica ou documentado por
tromboelastografia ou testes de função plaquetária.
• Contagem de plaquetas menor que 100.000/mm3 em cirurgias neurológicas e oftalmológicas.
3.3 – EM RECÉM-NASCIDOS
- < 25.000/mm³ = considerar em todos os recém-nascidos. Transfundir se apresentar sangramento. Se
trombocitopenia autoimune (PTI) transfundir se houver sangramento. Na trombocitopenia aloimune transfundir com
plaquetas HPA compatível da mãe;
- entre 25 e 50.000/mm³ = transfundir somente se houver sangramento. Nos prematuros extremos (< 1000g),
considerar transfusão na 1ª. semana, se estiver clinicamente instável (flutuação da PA), prévio sangramento (HPIV grau
3 ou 4), sangramento menor, coagulopatia concorrente e necessidade de cirurgia ou exosanguíneotransfusão. Não
transfundir se PTI.
O Plasma Fresco é o produto obtido do fracionamento do sangue donde foram removidas as hemácias, e foi congelado
num tempo de até 6 horas após a coleta, mantendo viáveis todos os fatores da coagulação.
1. Transfusão de mais de dez unidades de concentrado de glóbulos vermelhos ou reposição de uma volemia em 24
horas;
2. Tempo de protrombina (TP) ou tempo de tromboplastina parcial ativado (TTPa) prolongados (1,5 vezes o normal), na
presença de hemorragia ou quando forem necessários procedimentos invasivos;
3. Documentação ou exame de laboratório indicando uma deficiência de fator de coagulação em condições clinicamente
significativas;
4. Reversão em caráter de emergência (pré-operatório ou procedimento invasivo) do uso de medicamentos cumarínicos;
5. Tromboelastografia indicando deficiência de fatores da coagulação na presença de hemorragia ou quando forem
necessários procedimentos invasivos;
6. Plasmaférese para púrpura trombocitopênica trombótica ou síndrome hemolítico urêmica;
7. Deficiência de anti-trombina III, proteína C ou S na vigência de fenômenos trombóticos significativos;
7. Transplante de fígado.
8. Edema angioneurótico (edema de Quincke) recidivante causado por déficit de inibidor de C1-esterase.
9. Doença hemorrágica do RN, com sangramento evidente (associar vitamina K), CIVD, insuficiência hepática com
TAP alargado.
As recomendações aqui listadas representam situações nas quais o uso de albumina pode ser feito. São circunstâncias
clínicas em que há evidências, na literatura médica, indicando que a utilização do medicamento pode ser benéfica para
os pacientes.
As recomendações não implicam em reconhecimento de que a albumina tem que ser usada naquela determinada
situação clínica.
As indicações formais são aquelas em que há trabalhos randomizados e controlados mostrando a eficácia da albumina
no tratamento dos pacientes. O fato de uma indicação estar incluída na categoria formal não significa que não haja
alternativas terapêuticas ao uso da albumina; antes, indica que, se a equipe médica que cuida do paciente optar pela sua
utilização, o fará com respaldo na literatura especializada.
As indicações discutíveis são aquelas em relação às quais não há consenso e os resultados dos trabalhos e das meta-
análises são conflitantes. O uso de albumina nestas situações pode eventualmente ser feito, até que haja evidências mais
conclusivas na literatura.
Finalmente, as indicações não fundamentadas são aquelas em que os trabalhos mostram que o uso da albumina não traz
nenhum benefício para os pacientes.
O Crioprecipitado é um componente obtido do Plasma Fresco, sendo rico em FVIII (Hemofilia A), fibrinogênio e fator
XIII da coagulação.
7 - COMPONENTES ESPECIAIS
O médico que prescreve deveria contatar o médico do Banco de Sangue para discutir casos como estes.
Os hemocomponentes são irradiados para se reduzir o risco de doença do enxerto contra o hospedeiro.
Administração de glóbulos vermelhos lavados está indicado após a ocorrência de uma ou mais reações alérgicas severas
em transfusão de hemácias, ou em pacientes com sensibilidade à proteínas plasmáticas. Os critérios apropriados
incluem:
Plaquetas haploidênticas estão indicadas para pacientes com refratariedade clínica à transfusão de plaquetas. É
necessário demonstrar-se a presença de anticorpos anti-HLA. O critério apropriado para se definir refratariedade é o não
incremento plaquetário, determinado 1 hora após a transfusão, no mínimo em dois episódios e na ausência de
septicemia, hiperesplenismo, coagulação intravascular disseminada, púrpura trombocitopênica trombótica, ou outras
condições que acelerem a destruição das plaquetas.
Os concentrados de hemácias poderão ficar a temperatura ambiente por no máximo 30 minutos, após este tempo
deverão ser armazenados em refrigerador.
Os plasmas deverão ser transfundidos, no máximo, 6 horas após o seu descongelamento se armazenados entre 20-24°C,
e 24 horas se entre 2-6°C.
Se houver necessidade os concentrados de hemácias e plasmas poderão ser mantidos na geladeira destes setores, desde
que sejam exclusivas para armazenar sangue, com temperatura controlada a cada 4 horas, temperatura e tempo
recomendados respeitados, caso contrário, deverão ser devolvidas ao Serviço de Hemoterapia imediatamente.
Crioprecipitado e concentrado de plaquetas, uma vez no posto, devem ser imediatamente transfundidos.
Nenhum medicamento, com exceção do cloreto de sódio a 0,9% em casos excepcionais, pode ser adicionado à
bolsa e nem ser infundida na mesma via venosa que é utilizada para a transfusão sangüínea, porém, podem ser
feitos ao mesmo tempo, desde que em veias diferentes.
a) Indicações:
Apenas nos casos de transfusão maciça onde grandes volumes de hemácias (acima de 4U, para adultos,
para infusão em até 4 horas) em temperatura de geladeira podem levar a hipotermia. Quando poucas bolsas serão
transfundidas não há necessidade de aquecimento.
b) Técnica de Aquecimento:
Recomenda-se manter a bolsa entre 20 e 24oC, por 30 minutos antes da transfusão (já ficam no Banco de
Sangue antes de serem enviados ao paciente, enquanto se faz a prova cruzada). Havendo indicação de aquecimento, o
mesmo só pode ser realizado em aquecedores próprios para este fim, ou deverão ser solicitados diretamente ao Serviço
de Hemoterapia
a) Indicações:
Quando se deseja infundir hemácias de maneira mais rápida, ou havendo necessidade de deixá-la menos
viscosa, deve-se solicitar a diluição da bolsa ao Serviço de Hemoterapia.
Em casos de EMERGÊNCIA ABSOLUTA, casos em que o retardo no início da transfusão possa levar o paciente a
óbito, serão enviadas 02 (duas) unidades de concentrado de hemácias O negativo ou positivo (sem prova cruzada).
Será solicitado ao médico, a assinatura do Termo de Responsabilidade, (para transfusão sem prova cruzada).
Nos casos em que o grau de urgência for menor, realizar-se-á a tipagem ABO/Rh do paciente e enviar-se-á sangue do
mesmo grupo do paciente com a 1a fase da prova cruzada.
Muitos pacientes que necessitam de uma transfusão se apresentam com febre. Lembrar que o risco de sangramento num
paciente com plaquetas menor que 20.000/ul indica uma transfusão o mais precoce possível, ou seja, mesmo com febre,
transfundir, (se possível, fazer antitérmico, para estes pacientes meia hora antes de iniciar a transfusão).
Não ultrapassar 4 horas para concentrado de hemácias, sangue total e plasma; e para concentrado de plaquetas e
crioprecipitado fazer o mais rápido possível, sendo no máximo em 30 minutos. Lembrar que plasma fresco (validade =
6h) e crioprecipitado uma vez descongelados devem ser utilizados, já que não é recomendável novo congelamento.
Todo paciente que necessitar qualquer tipo de transfusão sangüínea deverá obrigatoriamente ser tipado para ABO/Rh, e
ter uma pesquisa de anticorpos irregulares, a fim de prevenir reações transfusionais hemolíticas. As amostras devem ser
colhidas de forma asséptica e colocadas num tubo de ensaio previamente identificado com o nome completo do
paciente, clínica, enfermaria e leito onde esta internado ou ambulatório, nome de quem colheu e data da coleta.
Encaminhar a amostra com a requisição corretamente preenchida para o Banco de Sangue. Para transfusão de hemácias
ou sangue total esta amostra terá validade de 48 horas, após a qual será desprezada. Para transfusão de crioprecipitado,
plaquetas ou plasma, enviar somente a primeira amostra, para identificação de grupo sangüíneo, já que para estas
transfusões não é necessária prova de compatibilidade (prova cruzada).
É de competência e responsabilidade do corpo de enfermagem, com exceção para o centro cirúrgico, onde na maioria
das vezes quem faz a instalação é o médico anestesiologista. Após a instalação, o paciente deve ser acompanhado
durante os primeiros quinze minutos e seus dados vitais devem ser observados e anotados pré, durante (quando
aplicável) e pós-transfusão.
BIBLIOGRAFIA
1. Resolução ANVISA - RDC N° 153, de 14 de junho de 2004. Determina o Regulamento Técnico para os
procedimentos hemoterápicos, incluindo a coleta, o processamento, a testagem, o armazenamento, o transporte, o
controle de qualidade e o uso humano de sangue, e seus componentes, obtidos do sangue venoso, do cordão
umbilical, da placenta e da medula óssea.
2. Resolução ANVISA – RDC N° 129, de 24 de maio de 2004. Aprova as Diretrizes para a Transfusão de Plaquetas,
que constituem recomendações para indicação do uso do hemocomponente.
3. Resolução ANVISA – RDC N° 115, de 10 de maio de 2004. Aprova as Diretrizes para o uso de Albumina.
4. Resolução ANVISA – RDC N° 10, de 23 de janeiro de 2004. Aprova as Diretrizes para o uso de Plasma Fresco
Congelado – PFC e de Plasma Vírus Inativo.
5. Resolução ANVISA – RDC N° 23, de 24 de janeiro de 2002. Aprova o Regulamento Técnico sobre a indicação de
uso de crioprecipitado.
6. American College of Physicians. Practice strategies for elective red blood cell transfusion. Annals of Internal
Medicine – 1992.
7. Blood Supply; Risks; Perceptions and Prospects for the future – American Association of Blood Banks – 1994.
8. Idiopathic Thrombocytopenic Purpura: A Practice Guideline Developed by Explicit Methods for the American
Society of Hematology – Blood, vol 88, nº 1 (auly 1), – p. 3-40 - 1996.
9. Technical Manual – American Association of Blood Banks – 12a Edição – 1996.
10. Standards for Blood Banks and Transfusion Services – American Association of Blood Banks – 18a Edição – 1997.
11. Nuevos Conceptos en Medicina Transfusional – Programa # 313 – American Association of Blood Banks – 1997.
12. Transfusion Guidelines – MD Anderson Cancer Center – 1997.
13. Innovations in Perinatal Transfusion and Transplantation – American Association of Blood Banks – 1998.
14. Guide to the preparation, use and quality assurance of blood components – Council of Europe Publishing – 59o
Edição – 1999.
15. Murray NA, Roberts IAG. Neonatal transfusion practice. Arch Dis Child Fetal Neonatal Ed, 2004, 89:F101-107.
16. British Committee for Standards in Haematology. Transfusion guidelines for neonates and older children. Br. J.
Haematol, 124:433-453, 2004
17. Hume HA, Kronick JB, Blanchette VS. Review of the literature on allogeneic red blood cell and plasma
transfusions in children. Can Med Assoc J,156: 541-549, 1997.