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Ministério das Finanças e da Administração Pública

DIRECÇÃO-GERAL DAS ALFÂNDEGAS E DOS


IMPOSTOS ESPECIAIS SOBRE O CONSUMO
Direcção de Serviços de Cooperação Aduaneira e Documentação
Divisão de Documentação e Relações Públicas

Processo nº 92302/12:04 –
DPC/DSAF

Circular N.º 34/2006


Série II

Assunto: Procedimentos a adoptar pelos funcionários aduaneiros no caso de suspeita de


mercadoria contrafeita ou de outros crimes de natureza semi-pública previstos nos
artigos 321º a 328º do CPI.

Com a entrada em vigor do Código da Propriedade Industrial – CPI – aprovado pelo Decreto-lei
n.º 36/2003, de 5 de Março, tornou-se necessário reformular os procedimentos a adoptar
perante mercadorias cuja genuinidade levanta suspeitas, em virtude das alterações
substanciais introduzidas no ordenamento jurídico por aquele diploma – referimo-nos
especificamente aos prazos a ter em conta aquando da apreensão, conhecimento ao Ministério
Público e a nova natureza dos crimes, que passaram ser a semi-públicos.

Na realidade, o crime de contrafacção e todos os outros previstos no CPI passaram a ser


crimes cujo procedimento depende de queixa do lesado ou seu representante. As diligências
preconizadas pelo CPI aquando da detecção desse tipo de mercadorias está em consonância
com o Regulamento (CE) nº 1383/2003, de 22 de Julho, do Conselho, o qual remete para a
legislação interna de cada Estado-membro no tocante às sanções aplicáveis a cada um dos
comportamentos ilícitos neles tipificados.

Assim, atenta a necessidade cada vez mais premente de suster o fluxo de mercadoria
contrafeita que é apresentada às Alfândegas, as questões que foram sendo equacionadas quer
no que concerne às alterações legislativas efectuadas, nacionais ou comunitárias, quer às
questões colocadas pelos funcionários que no seu dia-a-dia lidam com a entrada no território
nacional de mercadorias provenientes das mais diversas origens, elabora-se a presente
circular, instrumento que munirá os funcionários com a capacidade de intervenção requerida
perante crimes de natureza semi-pública.

Assim, de acordo com o despacho de 20 de Março 2006, do Exmº Senhor Director – Geral,
determina-se a adopção dos procedimentos a seguir enunciados e a substituição da Circular
nº 91/2004, Série II, pela presente.

Divisão de Documentação e Relações Públicas, em 3 de Abril de 2006

O Director de Serviços

Francisco Curinha

ATENÇÃO: A consulta das circulares em suporte digital não dispensa a consulta em suporte documental

Rua Terreiro do Trigo (Edifício da Alfândega) 1149-060 LISBOA Tel. 218 814 183
ddrp@dgaiec.min-financas.pt Fax 218 814 172
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I – Introdução

A presente circular sistematiza os procedimentos que deverão ser seguidos de acordo com as
formalidades processuais penais decorrentes das alterações legislativas introduzidas no
domínio das mercadorias suspeitas de violarem certos direitos de propriedade intelectual e das
medidas a tomar contra mercadorias que violem esses direitos, procedimentos esses que
decorrem da legislação a seguir discriminada.

1. Regulamento (CE) n.º 1383/2003, de 22 de Julho, do Conselho, aplicável com efeitos a 1


de Julho de 2004,que revoga o Regulamento (CEE) n.º 3295/94, do Conselho, acima
citado vertido na Circular nº 78/04, II Série;

2. Regulamento (CEE) n.º 918/83, do Conselho, de 28 de Março, relativo ao estabelecimento


do regime comunitário das franquias aduaneiras;

3. Código de Propriedade Industrial, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 36/2003, de 5 de Março,


doravante CPI, publicado no Diário da República – I Série A, n.º 54 e que transpôs para a
ordem jurídica interna instrumentos de direito comunitário e que entrou em vigor em 1 de
Julho de 2003.

4. Decreto-Lei n.º 28/84, de 28 de Janeiro, publicado no Diário da República – I Série A, n.º


17.

5. Decreto-Lei n.º 20/99, de 28 de Janeiro, publicado no Diário da República – I Série A, n.º


23.

6. Código Penal Português (CP).

7. Código de Processo Penal (CPP).

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II – Do crime de contrafacção

Antes ainda de se entrar nas formalidades processuais penais propriamente ditas, interessa
explicitar quais as alterações legislativas ocorridas que impeliram à modificação daquelas
formalidades.

Deixando de parte a definição de contrafacção que vem explicitada na Circular n.º 78/2004, II
Série, para a qual se remete, e cuja definição se encontra, igualmente, na legislação
comunitária referida no ponto I, importa realçar que a primeira alteração fundamental
ocorrida, do ponto de vista penal, se consubstancia no facto do crime de contrafacção ter
deixado de ser um crime público e passado a ser um crime semi-público.

No CPI, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 16/95 de 24 de Janeiro, o crime de contrafacção era um
crime público. Isto significa que a entidade aduaneira, assim que tivesse conhecimento da
prática de factos que integrassem o tipo de crime de contrafacção, devia, para além de outras
formalidades e no que ora interessa, dar notícia do crime ao Ministério Público (MP).

Por sua vez, o MP, a partir do momento em que tivesse conhecimento da notícia do crime,
promovia oficiosamente e por sua própria iniciativa o processo penal.

Tal deixou de poder acontecer desde a entrada em vigor, a 1 de Julho de 2003, do novo CPI,
visto que os crimes previstos e punidos neste Código (artigos 321º a 328º) passaram a ser
crimes de natureza semi-pública.

Portanto, o Ministério Público deixou de ter legitimidade para promover oficiosamente e por
sua própria iniciativa o processo penal, passando o procedimento criminal a depender de
queixa, ou seja, para que se inicie a investigação de um processo de contrafacção, ou outro
desta natureza, é necessário que o titular dos direitos ou respectivo representante legal
apresente, junto das autoridades competentes, uma queixa (art. 329.ºdo CPI e artº 113º, n.º
1 do CP).

Esta queixa funciona como condição de procedibilidade para a acção penal, querendo isto dizer
que só depois da sua apresentação, pelo ofendido ou respectivo representante legal, junto da
autoridade competente, é que se inicia o processo-crime, com a atribuição de NUIPC e
consequente abertura da fase de inquérito.

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III – Procedimentos

A– Iniciativa da Alfândega para apreender produtos ou mercadorias de


contrafacção

1. Suspensão de desalfandegamento e/ou apreensão de mercadorias


contrafeitas e notificação ao ofendido.

1.1 - Suspensão e Apreensão pela entidade aduaneira

1.1.1 Quando o funcionário aduaneiro, perante uma situação de mercadoria para


importar, introduzir em livre prática, exportar, reexportar, colocar sob um regime
suspensivo ou colocada em zona franca ou em entreposto franco 1 , verificar que está
na presença de mercadoria suspeita de contrafacção deve, de imediato:

• Suspender o desalfandegamento da mercadoria;

• Notificar o titular da marca ou seu representante para, querendo, proceder à


peritagem, com vista à confirmação da genuinidade da mercadoria.

1.1.2 Caso a mercadoria apresentada a despacho for manifestamente contrafeita a


Alfândega deve, de imediato, no âmbito do nº2 do artigo 319º do CPI:

• Apreender a mercadoria, preenchendo o Auto de Apreensão (modelo Anexo


I) em dois exemplares. Sublinha-se que estes têm que ser assinados pelo
funcionário aduaneiro que procedeu à apreensão (autuante) e pela pessoa a
quem foi apreendida a mercadoria;

• Entregar o duplicado do auto de apreensão ao autuado, mantendo o original na


Alfândega;

• Notificar da ocorrência o titular do direito/ respectivo representante legal, de


acordo com a Notificação (Anexo II), informando-o da necessidade de
elaborar o respectivo termo de peritagem ou, querendo, proceder a um acordo
com o importador nos termos do nº 1 do artº 11º do Reg (CE) nº 1383/2003.

• Se a mercadoria apreendida ostentar várias marcas, devem ser feitas tantas


notificações quanto o número de marcas envolvidas;

• Estas notificações devem ser efectuadas pelo meio de comunicação mais rápido,
nomeadamente por telefone, e-mail, fax, relevando que a data da notificação é
aquela em que foi efectuado o telefonema, enviado o e-mail ou fax (com
recepção do respectivo ok);

1
Art. 1.º do Regulamento (CE) n.º 1383/2003, de 22 de Julho, do Conselho e art. 319.º, do CPI

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• Qualquer que seja a forma de notificação/comunicação utilizada, o funcionário


aduaneiro deve preencher o formulário do Anexo II, datá-lo e dá-lo a assinar ao
titular do direito ou seu representante, aquando da sua ida à estância aduaneira;

• Comunicar ao MP, via fax (Anexo III), a apreensão da mercadoria cuja


contrafacção tenha já sido confirmada em termo de peritagem, a data e o meio
pelo qual foi feita a notificação ao ofendido ou respectivo representante legal e,
se possível, juntar aquele Termo.

1.2 – Apreensão a pedido de quem tem interesse

O titular do direito ou quem o represente pode pedir à Alfândega a apreensão de uma


mercadoria suspeita de violar certos direitos de propriedade intelectual.

Nas mesmas condições, também o pode pedir quem faça prova documental do seu
interesse na apreensão da mercadoria.

O procedimento a ter nestas situações é idêntico ao descrito no ponto 1.1.2.

1.3 – Caducidade da apreensão

Depois de ter sido apreendida a mercadoria, de ter sido notificado o lesado e de ter sido
remetido ao MP um fax a dar-lhe conhecimento destes factos, a entidade aduaneira tem
que aguardar 10 dias úteis, pela apresentação do pedido de confirmação desta apreensão.
Este prazo começa a correr no dia seguinte ao da notificação do titular do direito ou seu
representante legal e pode ser prorrogado por mais 10 dias úteis, em casos devidamente
justificados.

No caso de mercadoria perecível esse prazo é de 3 dias e não é prorrogável.

Dentro do período referido, o MP, através do meio que entender conveniente, o lesado ou
seu representante legal através de comprovativo emitido pelas entidades judiciárias,
informa a Alfândega de que foi solicitado, em Juízo, a confirmação da apreensão em causa.

Se dentro do prazo referido não for dado conhecimento à entidade apreensora, pelos meios
atrás mencionados, que foi solicitada, em Juízo, a confirmação da apreensão, esta caduca.

Dado que o crime em causa é semi-público, salienta-se o seguinte: quando a apreensão


das mercadorias de contrafacção envolva mais do que um lesado, a confirmação deverá
ser feita por cada um dos lesados ou respectivo representante legal, relativamente à
marca de que é titular do direito. Só podem ser consideradas como confirmadas as
apreensões em relação às quais tenha sido apresentado documento comprovativo, na
Alfândega apreensora, no prazo atrás referido.

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O mesmo se aplica quando o pedido de confirmação for remetido pelo MP. Deve ter-se em
conta que esta Autoridade Judiciária pode informar da apresentação do pedido de
confirmação da totalidade das apreensões efectuadas, como apenas de uma ou de algumas
delas.

2. Apreensão não confirmada

Pode haver situações em que não haja pedido de confirmação da apreensão efectuada pela
Alfândega, já que nem o MP nem o ofendido o requereram em Juízo. Independentemente de
ter havido ou não o pedido, o lesado pode apresentar às autoridades aduaneiras termo de
peritagem da mercadoria suspeita de violar direitos de propriedade intelectual.

2.1 Apreensão não confirmada com Termo de Peritagem

Nos casos, em que não houve pedido de confirmação da apreensão e mesmo que tenha
havido termo de peritagem que ateste a natureza contrafeita da mercadoria, a Alfândega
deve conceder autorização de saída, depois de cumpridas todas as formalidades
aduaneiras, e desde que não tenha havido o acordo previsto no artigo11º do
Regulamento) n.º 1383/2003, de 22 de Julho, do Conselho.

2.2 Prazos

O titular do direito ou seu representante legal tem 10 dias úteis, prorrogáveis por um
máximo de mais 10 dias úteis 2 , contados da data da notificação da apreensão, nos termos
já acima enunciados, para apresentar na estância aduaneira comprovativo do pedido de
confirmação em Juízo da apreensão efectuada, ou do acordo celebrado nos termos do
artigo 11º do Reg. (CE) nº 1383/2003 do Conselho.

No caso de mercadorias perecíveis este prazo é de 3 dias úteis 3 , não prorrogáveis.

2
Art. 13.º, n.º 1, do Regulamento (CE) n.º 1383/2003, de 22 de Julho, do Conselho e art. 319.º, n.ºs 4 e 5, do CPI
3
Art. 13º, n.º 2, do Regulamento (CE) n.º 1383/2003, de 22 de Julho, do Conselho

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2.3. Mercadoria cujo desalfandegamento foi suspenso

Havendo confirmação, por parte do titular da marca, de que a mercadoria cujo


desalfandegamento foi suspenso é contrafeita, proceder-se-á, a seu pedido, à apreensão,
de acordo com o nº 3 do artº 319º do CPI. Nestes casos, procede-se como prescrito nos
pontos 1.1.2. e 1.3.

Nas mercadorias cuja saída foi suspensa, se, nos prazos referidos no ponto 2.2 a contar
da data da recepção da notificação da suspensão da autorização de saída, a estância
aduaneira não receber qualquer confirmação/peritagem do titular da marca (ou seu
representante) no sentido de confirmar que a mercadoria viola um direito de propriedade,
ou não tiver recebido o acordo do titular do direito previsto no nº1 do artº 11º do Reg.
(CE) nº 1383/2003, quando aplicável, (nº1 do artº 3º do Reg.) será concedido a
autorização de saída das mercadorias, sob reserva do cumprimento de todas as
formalidades aduaneiras.

2.4. Acordo entre o titular da marca e o importador

Nos casos em que já houve comunicação ao MP da apreensão da mercadoria nos termos do


ponto 1.1.2 e, posteriormente, for celebrado entre o titular da marca e o importador o
acordo previsto no artigo 11º do Reg. (CE) nº 1383/2003 do Conselho, este deverá ser
comunicado ao MP, informando-o de que a mercadoria irá ser destruída sob controlo
aduaneiro.

3. Apresentação de queixa pelo titular do direito

Considerando que a contrafacção é um crime de natureza semi-pública a queixa deste


crime só pode ser apresentada:

- Pelo lesado;

- Por mandatário judicial: advogado ou solicitador munido da respectiva


procuração forense4;

- Por qualquer outra pessoa, singular ou colectiva, munida de poderes especiais


especificados para esse fim; incluem-se aqui a REACT, despachante ou
transitário que apresentem procuração5 passada pelo titular do direito, em que
expressamente se refira que aquele pode apresentar queixa-crime em nome do
lesado.

A queixa tanto pode ser entregue na Alfândega que tenha procedido à apreensão da
mercadoria como nos Serviços do Ministério Público. Não basta que o lesado ou seu
representante legal declare que pretende procedimento criminal. Tem que apresentar queixa

4
Não carece de registo notarial
5
Idem

7
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em que conste que, por terem sido lesados os seus direitos, pretende exercer a acção penal
contra o infractor.

Só mediante a apresentação da queixa, a Alfândega deve atribuir NUIPC, precedendo


despacho do respectivo Director, e anexar toda a documentação com interesse para o
processo, nomeadamente, auto de apreensão, notificação ao lesado, remetendo o original do
expediente ao MP e uma cópia à DSAF, de acordo com a Circular de Investigação Criminal n.º
4/2004, I Série.

Nos casos em que haja mais que uma marca envolvida na mercadoria apreendida pode
suceder que nem todos os lesados ou seus representantes legais apresentem, na mesma data,
as respectivas queixas, podendo, todavia, fazê-lo posteriormente, uma vez que dispõem de 6
meses, contados a partir da data da notificação, para exercer o direito de queixa (nº.1 do art.
115º do C.Penal).

Quando tal acontecer, os originais das queixas posteriores à primeira (já remetida ao MP),
devem ser, igualmente, enviados a esta Autoridade Judiciária, sob o mesmo número de NUIPC
já atribuído, com cópia à DSAF.

Reitera-se, mais uma vez, que a distribuição, assim, do expediente, não invalida a
comunicação imediata via fax, ao MP, da apreensão efectuada, no âmbito do artigo 319º do
CPI.

4. Excepções à apreensão – franquias na importação

As mercadorias que violem o estipulado no CPI – artº 321º a 328º – contidas nas bagagens
pessoais dos viajantes, e que cumpram cumulativamente os requisitos do Regulamento (CEE)
nº 918/983, do Conselho, de 28 de Março, quanto à concepção de franquia aduaneira, não são
susceptíveis de serem apreendidos.

B – Outros crimes semi-públicos

É aplicável, “mutatis mutandis”, a tramitação acima enunciada 6 aos crimes previstos nos
artigos 321.º, 322.º, 323.º, 324.º e 325.º, todos do CPI, por serem, igualmente, de natureza
semi-pública.

6
Sempre que seja de aplicar o regime previsto no art. 11.º do Regulamento (CE) n.º 1383/2003, do Conselho, de 22
de Julho, devidamente explicado na Circular nº 78/2004, é afastado todo o procedimento até agora enunciado.

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C – Crimes públicos e concurso de crimes

1. Crimes públicos

Para além dos crimes previstos no CPI, existe legislação penal nacional dispersa. Como
exemplo referem-se os previstos no Decreto-lei n.º 28/84, de 20 de Janeiro:

• Fraude sobre mercadorias (art. 23.º);

• Contra a genuinidade, qualidade ou composição de géneros alimentícios e aditivos


alimentares (art. 24.º);

• Contra a genuinidade, qualidade ou composição de alimentos destinados a animais (art.


25.º);

• Exportação ilícita de bens (art. 33.º),

Todos estes crimes são de natureza pública sendo que aos aduaneiros compete efectuar a
apreensão e elaborar o respectivo auto de notícia7.

2. Concurso de crimes

Podem ocorrer situações em que se esteja perante factos passíveis de serem enquadrados
num crime semi-público e, simultaneamente num crime público, como acontecerá se,
designadamente, houver factos subsumíveis a um crime de contrafacção e a um crime de
contrabando.

Mediante estas circunstâncias, a estância aduaneira deve, de imediato:

• Proceder à apreensão da mercadoria objecto das infracções com o preenchimento do


respectivo auto de apreensão;

• Deverá, simultaneamente, notificar o titular do direito ou seu representante legal, de


acordo com o descrito no ponto A.1, quanto ao crime semi-público e à necessidade de
peritagem;

• Elaborar o auto de notícia e atribuir NUIPC, de acordo com a Circular 4/2004, I Série.

Todo o expediente tem que ser apresentado ao MP, num prazo máximo de 72 horas (art.
178.º, n.º 5, do CPP), para validação da apreensão (vide Circular 4/2004, I Série), sem
prejuízo do eventual exercício do direito de queixa por parte do lesado relativamente ao crime
de natureza semi-pública.

7
Os crimes referenciados são crimes públicos, pelo que os procedimentos a seguir relativos à apreensão e à investiga-
ção criminal são os que estão explanados na Circular n.º4/2004, I Série.

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D – Tratamento de informação

Findo o prazo estabelecido no ponto III .1.3 da presente circular, sem que tenha havido pedido
de confirmação da apreensão da mercadoria nos termos acima descritos, e consequentemente
a mercadoria for desalfandegada, deve ser obrigatoriamente preenchida a Ficha de
Informação Avulsa (FIA) correspondente, nos termos habituais.

Desde que seja atribuído o NUIPC deve ser de imediato e obrigatoriamente preenchida e
validada a Ficha de Irregularidades (FI) correspondente.

E– Formulários

Os Anexos I, II e III, serão implementados na DGAIEC para uso em sede dos


procedimentos acima descritos, devendo ser utilizados por todos os Serviços aduaneiros.

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Anexo I
(Auto de Apreensão)

11
MINISTÉRIO DAS FINANÇAS
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E DOS IMPOSTOS ESPECIAIS SOBRE O CONSUMO

AUTO DE APREENSÃO
Aos _____ dias do mês de ___________________, pelas ___h ___m, eu,
____________________________________________, (categoria) _________
_____________, e _____________________________________ (categoria)
__________________, a exercer funções na Alfândega/ Delegação Aduaneira
_______________________, procedemos à apreensão da mercadoria,
suspeita de contrafacção / outro (riscar o que não interessa) ___________________________

__________________________ com os fundamentos infra assinalados.

1.

‰ Decreto-Lei n.º 36/2003, de 5 de Março, que aprovou o Código de Propriedade


Industrial (cfr. art. 319.º, n.º 4 e art. n.º 342.º, n.º 1 e n.º 2) e do artº 13º do Reg.
(CE) n.º 1383/2003, de 22 de Julho do Conselho.

‰ Outro __________________________________________________________

2. Descrição da mercadoria: ________________________________________


_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
A mercadoria supra identificada ficou depositada, à ordem da Declaração
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E DOS IMPOSTOS ESPECIAIS SOBRE O CONSUMO

Aduaneira nº__________, nas instalações ___________________________,


sito em ________________________________________________________.

Todos os factos foram presenciados pelo/a autuado/a, que identifiquei como


sendo _________________________________________________________,
portador/a do BI/ Passaporte/ Cédula Profissional n.º _______________,
emitido de _____/ ____/ ____, por ____________________, com residência/
domicílio profissional em
_______________________________________________________________
_____________ __________________ Cód. Postal ____-______ Localidade
______________.

Para constar se lavrou o presente auto que vai ser assinado por aqueles que
nele intervieram.

Autuante,

__________________________________________________

Autuante,

___________________________________________________

O/ A Autuado/a 1

__________________________________________________

1
Deve ser entregue cópia do Auto de Apreensão à pessoa autuada
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Anexo II
(Notificação)

12
MINISTÉRIO DAS FINANÇAS
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DIRECÇÃO DE SERVIÇOS ANTIFRAUDE

NOTIFICAÇÃO

Em _____/ ____/ ____, foi notificado o lesado /representante legal (riscar o que não interessa) da
marca _________________________________, para comparecer em ____/ ____/ ____, pelas
____h ____m nesta Alfândega/ Delegação Aduaneira, (riscar o que não interessa) sito em
_________________________________________ informando-o da apreensão da mercadoria
constante no Auto de Apreensão anexo, ao abrigo do:
‫ ٱ‬Decreto-lei n.º 36/2003, de 5 de Março, que aprovou o Código de Propriedade Industrial (cfr.
art.º 319.º, n.º 4) e nº 1 do artº 13º do Reg. (CE) n.º 1383/2003, de 22 de Julho do Conselho.
‫ٱ‬ Outro ____________________

O titular do direito/ respectivo representante legal (riscar o que não interessa) foi informado que a
mercadoria fica à sua disposição, para no prazo de________ dias úteis contados a partir de
amanhã, dia ____/ ____/ ____, apresentar nesta estância aduaneira, sob pena da apreensão
caducar, documento comprovativo do pedido de confirmação da referida apreensão, emitida
pelo entidade judiciária competente. 1

Identificação da pessoa notificada:


______________________________________________, BI/ Passaporte n.º _____________, de
_____ /___/ ___, emitido por _________________, titular/ representante da marca __________,
residência/ sede _________________________________________ Código Postal ______
Localidade ________ ___________________.
Meio de notificação: pessoal/ por telefone/ por fax/ por e-mail (riscar o que não interessa).

O funcionário aduaneiro

__________________________
(assinatura e carimbo)

Declaro que fui notificado/a nos termos acima mencionados.

Em _____/ ____ / ____, _______________________________________


(assinatura)

1
Entidade judiciária onde foi apresentado o pedido

Tel : +351
Fax : +351
Ministério das Finanças e da Administração Pública
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Anexo III
(Fax ao MP)

13
MINISTÉRIO DAS FINANÇAS
DIRECÇÃO-GERAL DAS ALFÂNDEGAS
E DOS IMPOSTOS ESPECIAIS SOBRE O CONSUMO

Para: Serviços do Ministério Público junto do Tribunal Judicial de Fax n.º: 0

De:

CC:

Data: Nº Saida: Operador: Nº páginas:


1+
Nossa referência: Vossa referência

Assunto: Apreensão de mercadoria suspeita de contrafacção / outra _______________________

Para os devidos efeitos, junto se remete a V.Ex.ª cópia do Auto de Apreensão mencionado
em epígrafe, relativo à mercadoria apreendida ao abrigo do diploma legal abaixo assinalado:

‰ Decreto-Lei n.º 36/2003, de 5 de Março, que aprovou o Código de Propriedade Industrial (cfr. art.
319.º, n.º 4) e artº 13º do Reg. (CE) n.º 1383/2003, de 22 de Julho do Conselho

‰ Outro ________________________________________________________________________

e acompanhado das cópias dos documentos a seguir apontados:

‰ Auto de Apreensão

‰ ____ 1 Notificação ao (s) titular (es) dos direitos ou aos representante (s) legal (ais)
2
‰ ____ Termo (s) de Peritagem

‰ ____ 3 Queixa (s)

‰ Outros________________________________________________________________________

Com os melhores cumprimentos.

O Director

___________________________________

1
Número de notificações a remeter
2
Número de Termos de Peritagem a remeter
3
Número de Queixas a remeter
Ministério das Finanças e da Administração Pública
DIRECÇÃO-GERAL DAS ALFÂNDEGAS E DOS
IMPOSTOS ESPECIAIS SOBRE O CONSUMO
Direcção de Serviços de Cooperação Aduaneira e Documentação
Divisão de Documentação e Relações Públicas

ÍNDICE

I – Introdução .................................................................................................... 2
II – Do crime de contrafacção ............................................................................... 3
III – Procedimentos............................................................................................. 4
A– Iniciativa da Alfândega para apreender produtos ou mercadorias de
contrafacção ......................................................................................................4
1. Suspensão de desalfandegamento e/ou apreensão de mercadorias
contrafeitas e notificação ao ofendido. ...........................................................4
1.1 - Suspensão e Apreensão pela entidade aduaneira .............................. 4
1.2 – Apreensão a pedido de quem tem interesse ..................................... 5
1.3 – Caducidade da apreensão ............................................................. 5
2. Apreensão não confirmada ..............................................................................6
2.1 Apreensão não confirmada com Termo de Peritagem ........................ 6
2.2 Prazos........................................................................................ 6
2.3. Mercadoria cujo desalfandegamento foi suspenso ............................. 7
2.4. Acordo entre o titular da marca e o importador ................................ 7
3. Apresentação de queixa pelo titular do direito ..............................................7

4. Excepções à apreensão – franquias na importação .......................................8

B– Outros crimes semi-públicos ...........................................................................8

C– Crimes públicos e concurso de crimes ............................................................9

1. Crimes públicos ....................................................................................................9

2. Concurso de crimes ..............................................................................................9

D – Tratamento de informação .............................................................................10

E– Formulários .....................................................................................................10
Anexo I..............................................................................................11
(Auto de Apreensão) ...........................................................................11
Anexo II ............................................................................................12
(Notificação) ......................................................................................12
Anexo III ...........................................................................................13
(Fax ao MP) .......................................................................................13

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