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BERGER, P.

Perspectivas Sociológicas
1. Esta tirinha da Mafalda contém, em cada frase, um elemento social.  Nesta tarefa você
deve demonstrar o elemento social das falas, utilizando os conceitos trabalhados nessa
unidade, como grupo de referência, papeis sociais, localização no mapa social entre
outros.

No primeiro quadrinho podemos notar que as duas personagens têm o modo de pensar
completamente diferentes uma em relação à outra e isso tem muito haver com o mapa social
na qual cada uma está inserida já que de acordo com Berger o indivíduo encontrar-se em um
mapa geográfico com sua localização dentro de uma sociedade. E esta localização informa ao
individuo aquilo que ele pode fazer e o que pode esperar da vida. O autor, então, apresenta a
visão de que a sociedade seria uma prisão e seus componentes possuiriam funções
predeterminadas, demonstrando que o desejado pelo individuo nada mais é que um reflexo da
expectativa que a própria sociedade mantém sobre o sujeito. Quando falamos dessa forma,
temos como referencia o poder, privilegio ou prestigio, resumindo as palavras do autor, temos
um sistema hierárquico existente na sociedade em que vivemos aonde um ser terá maior poder
e dominância em relação à outra, podendo até ter poderes sobre o indivíduo. (BERGER, 2007,
P. 79)

Já no momento em que Susanita pergunta e afirma a Mafalda, no segundo e terceiro


quadrinho, que mesmo ela saindo sem cultura, à polícia não a prende, o aspecto dito acima é
evidenciado. Ou seja, a polícia funcionando como um dos instrumentos de força coercitiva
necessária a manutenção da ordem na sociedade, inibe o indivíduo a desobedecer às regras e
de acordo com Peter Berger, no livro “Perspectivas Sociológicas”, em que na sociedade
utiliza de forças sociais específicas repressoras e coercitivas dentre as quais, o autor, cita o
controle social do qual se pode dar pelo uso legitimado da força, como também os recursos
que submetem o indivíduo a ato vexatório, tais como mecanismos de persuasão, ridículo,
difamação, ostracismo sistemático e opróbrio (desonra). Ainda dentro desses meios existem a
moralidade, os costumes e as convenções, uma vez que estes são princípios máximos sendo
de grande importância ao “status” do indivíduo perante a sociedade. Outros meios de coerção
podem dar-se também na esfera política, econômica. (BERGER, 2007, P. 84). E a outra força
social que se utiliza é a estratificação social, com o sistema de hierarquia e as instituições
como forças atuantes. Ele vale da ideia que dentro de uma sociedade existem níveis inter-
relacionados em termos subordinação, em especial em suas relações de poder. Havendo, três
recompensas primeiras de acordo com posições sociais: Poder, Privilégio e Prestigio. Em
relação às chamadas instituições, se definem segundo a Gehlen, como um órgão regulador das
ações do ser humano. Mediante a esses fatos, a consciência é, sendo Berger, determinada
coletivamente/socialmente no que ele chama de internalização onde o indivíduo absorve
determinados comportamentos fazendo-os com que seja parte de sua própria consciência,
assim, normatizando de tais condutas. Sendo assim, a conclusão a que se chega é que a visão
apresentada é de uma sociedade opressora e coercitiva que busca moldar o indivíduo de
acordo com suas próprias necessidades e expectativas. (BERGER, 2007, P. 91)

Outra questão que podemos observar, no último quadrinho, é que por a personagem Susanita
ser o tipo de mulher burguesa que está sempre fora da realidade, busca não se envolver com
os problemas do mundo e prende-se às aparências. E a Mafalda ser uma menina de opinião,
sonhadora, contestadora, com uma visão bastante crítica da realidade, então, nota-se que essa
divergência de pensamento e comportamento ocasiona atrito entre as duas personagens e esse
tipo de atitude que as mesmas apresentam se encaixa na teoria do papel, em que Berger diz
que nessa teoria defende que, assim como no teatro, cada pessoa tem um papel a desempenhar
na sociedade. A sociedade espera de cada papel uma postura diferente, uma linguagem e
vestuário próprios. As pessoas não estão limitadas a exercer um papel só, na verdade cada
pessoa exerce vários papéis no seu dia-a-dia, dependendo do ambiente que estão e de como as
pessoas esperam que o indivíduo aja. Um exemplo é o de um homem que age de forma
autoritária no trabalho devido a sua posição hierárquica, mas que aje de forma fraternal dentro
de casa com sua família. Outro ponto importante é o de que dificilmente as pessoas fingem
exercer o seu papel, normalmente as pessoas se tornam realmente o seu papel, dessa forma a
sociedade acaba por moldar o indivíduo e transformá-lo a cada novo papel exercido.
(BERGER, 2007, P. 108)

Como também, na sociologia do conhecimento na qual mostra que as regras da sociedade


têm ligação direta com a época em que estão inseridas, as relações de poder existentes e quem
criou as regras. Quase sempre o pensamento geral da sociedade é criado por quem tem mais
poder e serve para legitimar esse poder, para isso cita exemplos religiosos, comerciais e
políticos. O pensamento geral da sociedade que serve para manter a ordem social (ideologia) é
quase sempre repetido pelos indivíduos de forma sincera, elas realmente acreditam naquilo.
(BERGER, 2007, P. 125)

Depois de apresentadas essas duas formas de análise, o autor tenta conciliá-las sob a teoria
dos grupos de referência que servem para os indivíduos como gabaritos, onde eles podem
sempre se comparar e tentar ao máximo se igualar para serem aceitos pelo grupo. Cada grupo
de referência tem uma certa visão de mundo, e essa visão de mundo traz consigo diferentes
formas de se vestir, de falar e de se portar. Para ilustrar isso o autor cita o exemplo de
universidades que tem várias “tribos”, cada uma com sua vestimenta e visão política
diferentes. (BERGER, 2007, P. 133)

Referência:

BERGER, P. Perspectivas Sociológicas. Petrópolis: Vozes, 2007. Cap. 4 e 5.

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