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Perspectivas Sociológicas
1. Esta tirinha da Mafalda contém, em cada frase, um elemento social. Nesta tarefa você
deve demonstrar o elemento social das falas, utilizando os conceitos trabalhados nessa
unidade, como grupo de referência, papeis sociais, localização no mapa social entre
outros.
No primeiro quadrinho podemos notar que as duas personagens têm o modo de pensar
completamente diferentes uma em relação à outra e isso tem muito haver com o mapa social
na qual cada uma está inserida já que de acordo com Berger o indivíduo encontrar-se em um
mapa geográfico com sua localização dentro de uma sociedade. E esta localização informa ao
individuo aquilo que ele pode fazer e o que pode esperar da vida. O autor, então, apresenta a
visão de que a sociedade seria uma prisão e seus componentes possuiriam funções
predeterminadas, demonstrando que o desejado pelo individuo nada mais é que um reflexo da
expectativa que a própria sociedade mantém sobre o sujeito. Quando falamos dessa forma,
temos como referencia o poder, privilegio ou prestigio, resumindo as palavras do autor, temos
um sistema hierárquico existente na sociedade em que vivemos aonde um ser terá maior poder
e dominância em relação à outra, podendo até ter poderes sobre o indivíduo. (BERGER, 2007,
P. 79)
Outra questão que podemos observar, no último quadrinho, é que por a personagem Susanita
ser o tipo de mulher burguesa que está sempre fora da realidade, busca não se envolver com
os problemas do mundo e prende-se às aparências. E a Mafalda ser uma menina de opinião,
sonhadora, contestadora, com uma visão bastante crítica da realidade, então, nota-se que essa
divergência de pensamento e comportamento ocasiona atrito entre as duas personagens e esse
tipo de atitude que as mesmas apresentam se encaixa na teoria do papel, em que Berger diz
que nessa teoria defende que, assim como no teatro, cada pessoa tem um papel a desempenhar
na sociedade. A sociedade espera de cada papel uma postura diferente, uma linguagem e
vestuário próprios. As pessoas não estão limitadas a exercer um papel só, na verdade cada
pessoa exerce vários papéis no seu dia-a-dia, dependendo do ambiente que estão e de como as
pessoas esperam que o indivíduo aja. Um exemplo é o de um homem que age de forma
autoritária no trabalho devido a sua posição hierárquica, mas que aje de forma fraternal dentro
de casa com sua família. Outro ponto importante é o de que dificilmente as pessoas fingem
exercer o seu papel, normalmente as pessoas se tornam realmente o seu papel, dessa forma a
sociedade acaba por moldar o indivíduo e transformá-lo a cada novo papel exercido.
(BERGER, 2007, P. 108)
Depois de apresentadas essas duas formas de análise, o autor tenta conciliá-las sob a teoria
dos grupos de referência que servem para os indivíduos como gabaritos, onde eles podem
sempre se comparar e tentar ao máximo se igualar para serem aceitos pelo grupo. Cada grupo
de referência tem uma certa visão de mundo, e essa visão de mundo traz consigo diferentes
formas de se vestir, de falar e de se portar. Para ilustrar isso o autor cita o exemplo de
universidades que tem várias “tribos”, cada uma com sua vestimenta e visão política
diferentes. (BERGER, 2007, P. 133)
Referência: