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Religião

Assista a entrevista com o Dr. Fé.


1. O que é o fenômeno religioso?
2. A secularização da sociedade parece desafiada. Indique  evidências da importância da
religião na vida social.
3. Como os autores estudados interpretariam estas ocorrências?

Se há uma coisa que pessoas religiosas e pesquisadores dos fenômenos religiosos


concordam é que as religiões são algo extremamente importante para as pessoas, pois as
religiões organizam uma dimensão muito impactante na vida dos indivíduos, religiosos ou
não: elas lhes propiciam o sentido de suas vidas, suas práticas e todas as dimensões da vida
social: falar, vestir, comer, se expressar, se relacionar, entre outros. E também há uma coisa
em que as pessoas religiosas e os pesquisadores dos fenômenos religiosos não concordam,
totalmente, é o que define uma religião. Para os religiosos aquilo que define uma religião é, na
grande maioria das vezes, definido a partir daquilo que o grupo se estrutura. Já para os
pesquisadores do fenômeno religioso costuma avaliar as congruências do discurso dos
religiosos sobre si e confrontá-los sobre suas práticas; procura-se identificar sistemas
regulares ou comuns à maioria das religiões.
Para o Durkheim ao invés do sociólogo buscar conhecer imediatamente o fenômeno
religioso em sua totalidade, elaborando já de início uma definição precisa, o autor prefere
iniciar a investigação decompondo o fenômeno em partes “elementares”. Dentre os
fenômenos que constituem a religião, são identificados inicialmente as crenças e os ritos. Em
que “[...] as primeiras são estados da opinião, consistem em representações; os segundos são
modos de ação determinados [...]” (Durkheim, 1996, P. 19).
Assim, fazendo um detalhamento, as crenças são representações de algo específico, e é
justamente esse algo, ou seja, o objeto da crença, que o define enquanto crença,
diferentemente das demais formas de representação. De acordo com Durkheim, as
representações religiosas, ou seja, as crenças, caracterizam-se por impor um certo olhar que
divide a realidade entre o sagrado e o profano, enquanto oposições absolutas, ou, mais
especificamente, as crenças religiosas são “representações que exprimem a natureza das
coisas sagradas e a relação que elas mantêm, seja entre si, seja com as coisas profanas”
(Durkheim, 1996, P. 24). Em relação aos ritos são, enquanto um modo de ação religioso,
concebidos como “[...] regras de conduta que prescrevem como o homem deve comportar-se
com as coisas sagradas” (Durkheim, 1996, P. 24).
Enfim, rito e crença são fenômenos religiosos que, articulados de forma sistemática,
constituem uma religião, que resulta numa unidade coerente e singular, que não é parte de
nenhum outro sistema de crenças, e que funciona de acordo com sua própria lógica. Com isso,
Durkheim garantiu a universalidade dos aspectos elementares constitutivos da religião, ou
seja, ao caracterizar a religião como um sistema integrado de crenças e mitos que estabelecem
uma determinada relação entre sagrado e profano, julgou ter encontrado algo que está
presente em todas as religiões.
A existência de uma articulação de crenças e ritos é certamente uma condição
necessária para caracterizar qualquer forma de religião, mas não é suficiente, visto que esses
elementos estão presentes também na magia. Era preciso estabelecer, então, a diferença
existente entre magia e religião. Além disso, o elemento crucial para distinguir magia de
religião está relacionado ao conceito de igreja, sendo esta definida por Durkheim como “uma
sociedade cujos membros estão unidos por se representarem de uma mesma maneira o mundo
sagrado e por traduzirem essa representação comum em práticas idênticas” (1996, P. 28). De
acordo com a avaliação do autor, não há vida religiosa sem igreja, pois “onde quer que
observemos uma vida religiosa, ela tem por substrato um grupo definido.” (DURKHEIM,
1996, P. 28)
Com relação à magia, o mesmo não ocorre. Embora as práticas mágicas sejam
suficientemente difundidas no seio de um grupo social, elas diferem da religião pelo fato de
não terem a função de promover a unidade e a identidade entre os membros de um grupo.
Portanto, enquanto a religião só existe quando seus membros unidos formam uma igreja, ou
seja, uma unidade moral consistente, a magia não serve de base para a formação de uma tal
coletividade, o que levou Durkheim a afirmar que “não existe igreja mágica” (1996, P. 29).
Portanto, reunindo os elementos citados anteriormente, que garantem a universalidade da
definição do fenômeno religioso, Durkheim chega a sua clássica definição de religião.

“Uma religião é um sistema solidário de crenças e práticas relativas a coisas


sagradas, isto é, separadas, proibidas, crenças e práticas reúnem numa mesma
comunidade moral, chamada igreja, todos aqueles que a eles aderem”.
(DURKHEIM, 1996, P. 32).

Já para o doutor Fé, a religião é definida com um dogma, práticas e regras em que a
pessoa deva se adequar. O mesmo faz uma diferenciação entre fé e religião em que a primeira
se define pela relação entre a pessoa com Deus e de se ter fé, ou seja, crer firmemente em
algo, sem ter em mãos nenhuma evidência de que seja verdadeiro ou real o objeto da crença.
Já o segundo, é um conjunto de símbolos e rituais que possuem significados amparados pela
crença de um grupo de fieis que se identificam com a organização religiosa.
Com relação ao fenômeno histórico-social da secularização, a mesma está
intimamente relacionada com o avanço da modernidade. O direito, a arte, a cultura, a
filosofia, a educação, a medicina e outros campos da vida social moderna que se baseiam em
valores seculares, ou seja, não religiosos. Como também, com o desenvolvimento da ciência,
da técnica e do racionalismo faz recuar as concepções sacrais e religiosas do homem e mundo.
Dessa forma, a secularização se caracteriza pelo declínio da religião, pela perda de sua
posição axial. Para Pierucci (1997), a religião no mundo moderno perde força e autoridade
sobre a vida privada e cotidiana. E também, Berger afirmar que a secularização é um processo
“pelo qual setores da sociedade e da cultura são subtraídos à dominação das instituições e
símbolos religiosos” (2003, P.119). O autor diz que a secularização se manifesta
historicamente com a retirada das igrejas cristãs, no mundo ocidental.
Para Weber (1974), observou-se que a admissão à congregação era considerada como
uma garantia absoluta de qualidades morais, especialmente as qualidades exigidas em
questões de comércio. Para o autor o tipo de congregação a que alguém pertence era
irrelevante. O importante era que a pessoa fosse admitida como membro através de votações,
depois de um exame e uma comprovação ética no sentido das virtudes que estão a prêmio
para o ascetismo ao mesmo tempo íntimo e voltado para o mundo do protestantismo, e, daí,
para a tradição puritana (WEBER, 1974, P. 353).
Weber (1974) percebeu que especialmente em lugares que são fora das áreas
metropolitanas bastante modernas e dos centros de imigração, que o número de homens entre
as classes médias americanas que utilizavam um distintivo significava que esses homens eram
cavalheiro certificado. Isso só era possível depois de uma investigação e um período de
observação feita pela seita para que esses homens tivessem a participação nesta fraternidade.
E também, essas associações eram os veículos típicos de ascensão social para o círculo da
classe média empresarial. “Serviam para difundir e manter o ethos econômico burguês e
capitalista entre as amplas camadas das classes médias, inclusive os agricultores” (WEBER,
1974, P. 354). Diante disso, o autor notou-se que os “promotores”, os “capitães da indústria”
americanos, dos multimilionários e dos magnatas dos trustes pertenciam formalmente a seitas,
especialmente a dos batistas. Mas, “essas pessoas freqüentemente eram filiadas apenas por
motivos convencionais, como na Alemanha, e apenas a fim de se legitimarem na vida pessoal
e social”. (WEBER, 1974, P. 354). E quem não conseguisse ingressar numa associação não
era um cavalheiro e quem desprezasse as associações, como era habitual entre os alemães,
tinha de trilhar o caminho difícil, especialmente na vida econômica.
Dessa maneira, no entendimento de Weber (1974), à medida que foi se estendendo a
influência do estilo de vida puritano, centrado na idéia da votação e isto era muito mais
importante do que o simples fomento da acumulação do capital, foi favorecendo o
desenvolvimento de uma vida econômica racional e burguesa. Assim, a intensidade da busca
do reino de Deus gradualmente começa a transforma-se em sóbria virtude economia, quando
lentamente desfalecem as raízes religiosas, dando lugar à secularidade utilitária. Uma ética
profissional especificamente burguesa surgiu em seu lugar.
No entanto, atualmente, a teoria da secularização vem sendo fortemente contesta por
alguns cientistas sociais que diante do surgimento de novos movimentos religiosos, do
revigoramento dos fundamentalismos religiosos e da cada vez maior penetração do religioso
no espaço público chegam a dizer que presenciamos um retorno do sagrado, um processo de
dessecularização global. Dessa forma, nos dias atuais temos a secularização, porém de uma
forma diferenciada, ou seja, a secularização afeta as pessoas em todos os níveis de sua vida
fazendo com que as expressões religiosas sejam privatizadas. Assim, não haverá nenhum
problema, por exemplo, se uma pessoa seja cristã, ou se segue o budismo, ou se lê os livros
dos monges tibetanos, uma vez que todas essas expressões são válidas desde que elas sejam
guardadas para si e que nunca sejam reivindicadas a veracidade das mesmas ou a sua
superioridade em relação a outras ideias religiosas.
E também, com o processo de secularização hoje em dia, que de acordo com o doutor
Fé, há pessoas que vão para a igreja, ao centro espírita ou onde sua fé se manifeste, porém
esquecem que não adianta somente ter religião sem espiritualidade, pois a pessoa precisa ter
espiritualidade para ter conexão com Deus e sentir que nada é possível, por exemplo. Já que a
espiritualidade refere-se à experiência de contato com algo que transcende as realidades
normais da vida. Significa experimentar uma força interior que supera as próprias
capacidades. A espiritualidade é a dimensão peculiar de todo ser humano e o impulsiona na
busca do sagrado, da experiência transcendente na tentativa de dar sentido e resposta aos
aspectos fundamentais da vida.
O doutor fé percebeu que há pessoas que se consideram “sem religião”, ou seja, sem
uma ligação religiosa com qualquer crença tradicional. No entanto, essas pessoas não rejeitam
valores religiosos, mas sim a institucionalidade ou até mesmo a mediação de sacerdotes ou de
uma igreja, por exemplo. Assim, não ter uma religião não significa a perda da fé, pois a
crença no sagrado existe, mas não precisa de mediadores. Ela está dentro de cada um na
forma de energia e espiritualidade, já que a espiritualidade não é monopólio das religiões ou
de algum movimento espiritual. Ela é inerente ao ser humano. É a dimensão que eleva a
pessoa para além de seu universo e a coloca frente as suas questões mais profundas, as que
brotam da sua interioridade, no anseio de encontrar resposta às perguntas existenciais.

Referências Bibliográficas:

BERGER, Peter. O Dossel Sagrado. 4. ed. São Paulo, Paulus, 2003.

DURKHEIM. E. As Formas Elementares da Vida Religiosa. São Paulo: Martins Fontes,


1996. capítulo 1.

PIERUCCI, Antônio Flávio. Secularização segundo Max Weber. In: SOUZA, Jessé. (Org.) A
atualidade de Max Weber. 1. ed. Brasília, Unb, 2000. cap. 3,p. 105-162. Reencantamento e
dessecularização - a propósito do auto-engano em sociologia da religião. Novos Estudos
Cebrap, n. 49, p. 99-117, nov. 1997.

WEBER, M. A Ensaio de Sociologia. Rio de Janeiro: Zahar, 1974. [As Seitas Protestantes e o
Espírito do Capitalismo]

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