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Limpeza Catódica de Óxidos em Peças de Alumínio por Arco

de Polaridade Variável

R. Sarrafi1, R. Kovacevic1

1
Avaliação dos alunos Deivis Baratto Paul, Igor Rafael Silva Bernardinelli, Leonardo
Cristofoli Silva e Tiago Sartor do artigo em questão, publicado pela revista Welding
Journal.
2
Centro Engenharias e Ciências Exatas – Universidade Estadual do Oeste do Paraná
Foz do Iguaçu – PR – Brasil
3
Disciplina de Processos de Soldagem – Professor Maksoel Agustin Krauspenhar Niz –
4° ano

1. Introdução

A falta de uma observação direta do mecanismo de limpeza dos óxidos precipitados


durante a soldagem GTAW (Gas Tungsten Arc Welding) em peças de alumínio dificulta
o entendimento adequado do processo. Este fato acarretou o surgimento de diversas
teorias para explicar esse fenômeno [1-4], dentre elas, um estudo realizado por Jarvis e
Ahmed [5] mostrou que o óxido de alumínio pode ser removido por corrente contínua
com eletrodo negativo (CC-) e proteção de gás hélio.
Herbst [2] descreve qualitativamente a limpeza catódica como um tufão de areia,
sendo esta hipótese baseada no aumento da taxa de limpeza quando o argônio é
utilizado como gás de proteção no lugar do hélio. Uma análise estatística e térmica do
arco realizada por Pattee et al [1] sugeriu que a limpeza pode ser realizada pelo processo
de sputtering. Posteriormente Pang et al [3, 6], utilizando o software TRIM, realizou o
calculo do rendimento deste processo e concluiu a inconsistência do mecanismo de
limpeza catódica ser por sputtering, o mesmo propôs então, a ruptura dielétrica como o
possível mecanismo de limpeza. Entretanto, nenhuma evidência concreta e explicação
adequada foram apresentadas. Coulombe [7] e Scotti et al [4] relatam que os pontos
catódicos podem ser responsáveis pela limpeza da poça de fusão, entretanto, a
aplicabilidade desse mecanismo ainda não está bem investigada.
Uma observação direta, em tempo real, da limpeza catódica pode fornecer uma
melhor compreensão desse processo em comparação com as investigações realizadas
após a extinção do arco. As imagens possibilitariam a identificação das principais
variáveis de influência no processo e uma alteração destas poderia então, propiciar o
controle do processo.
O objetivo deste trabalho é estudar o mecanismo de limpeza catódica através da
observação direta do processo com uma alta velocidade do sistema de visão de máquina,
e examinar a superfície limpa pelo arco.

2. Materiais e Métodos

Devido à limpeza catódica ocorrer durante um curto período de tempo, fez-se necessário
o uso de uma câmera de alta velocidade para a captura dos eventos no processo. As
imagens foram aquisitadas por uma câmera CCD, com uma taxa de 2074 quadros por
segundo (fps), uma resolução de 240 × 240 pixels e 72 pixels por polegada. Esta taxa de
frame permite tomar seis fotos consecutivas durante um ciclo de polaridade CC+ do
arco, á uma freqüência de 60 Hz. Sendo que 20% do ciclo de trabalho é destinado a
polaridade CC+.
Para o estudo do processo de remoção dos óxidos formados utilizou-se um
eletrodo de tungstênio de 3,2 mm de diâmetro com uma ponta esférica e argônio (99,8%
de pureza, 12 L/min) como gás de proteção. A preferência pela utilização do argônio
não foi exatamente explicada neste trabalho. Um arco de polaridade variável, com 3mm
de comprimento foi estabelecido entre o eletrodo e a superfície dos corpos de prova de
alumínio (50 × 30 × 6 mm). Durante a soldagem utilizou-se uma fonte de alimentação
ACAl 6.061 de onda quadrada, e um laser verde como fonte de iluminação do processo.
Três ensaios, com diferentes parâmetros foram utilizados (tabela 1).

Devido à ampla gama de comprimentos de onda emitidos pelo arco elétrico fez-
se necessária uma filtragem deste sinal através de um sistema de reflexão especular
(figura 2). O sistema utiliza um filtro de 532nm que impede a passagem da maior parte
da luz emitida pelo plasma, enquanto isso, a luz verde refletida da área de interesse, que
carrega os dados visuais, é capturada pela câmera.

As superfícies limpas foram examinadas por microscopia óptica e microscopia


eletrônica de varredura (MEV).

3. Resultados e discussão

As condições da superfície afetada durante os ciclos de corrente inicial, após a abertura


do arco, estão representadas na figura 3. A figura 3A representa o arco em um pulso
CC-, enquanto as figuras 3B-D são imagens consecutivas em um pulso de polaridade
CC+, que foi posterior aquele. O status da área afetada durante um ciclo CC- está
representado nas figuras 3E e F, onde a figura 3E mostra o início do ciclo e a 3F o final
do mesmo. O período CC+ subseqüente está representado nas figuras 3G-I. O intervalo
de tempo entre as imagens é igual (3,3 ms), exceto entre as imagens 3E e F, que é de 20
ms.

A aparência mais escura indica áreas que não foram afetadas pelo arco durante a
soldagem. O tamanho e as condições de superfície destas áreas não mudam durante
alternâncias de polaridade, mas se expande durante períodos CC+. A luminosidade do
arco durante os ciclos CC- está em concordância com os resultados obtidos por
Qingdong et al [8]. As figuras 4A e B são imagens típicas (MEV) das áreas escuras
observadas nas figuras 3B-D, sendo que estas se apresentam livre de óxidos e sua
estrutura é porosa devido à formação dos pontos catódicos. Nem todos os pontos
catódicos podem ser vistos nas fotos por apresentarem vida curta, tamanho reduzido e
pela baixa resolução das imagens.

Apesar do mecanismo de emissão de elétrons, para o ciclo CC+ da soldagem


GTAW ser não termo-iônico, que oferece uma baixa taxa de emissão de elétrons, relata-
se que neste caso esta taxa pode ser aumentada pela emissão de campo térmico [7]. Na
emissão por campo térmico, os elétrons escapam da superfície sob a influência de um
forte campo elétrico, através do efeito mecânico quântico de tunelamento e do
rompimento da barreira energética que é significativamente reduzida a altas
temperaturas. O forte campo elétrico e alta concentração de calor necessários para a
emissão de campo térmico só pode ser satisfeita localmente. Na verdade, a corrente se
localiza em uma série de pequenos pontos (de alguns mm) gerando nestes altas
temperaturas e o campo elétrico necessário para sustentar o arco, estes locais são
chamados de ‘pontos catódicos’. Altas taxas de evaporação material têm sido relatadas
nos pontos catódicos [7, 9] por causa da alta densidade de energia presente [7, 10]. Essa
intensa evaporação pontual de material gera pressão sobre a camada superficial de óxido
removendo-a.
No início do pulso CC+, os pontos catódicos são formados aleatoriamente na
superfície. Em seguida, observa-se um movimento destes, para fora da área limpa até o
final do pulso. O crescimento da zona limpa é muito rápido nos primeiros pulsos CC+,
mas desacelera mais tarde (figura 5). Como observado, quando o diâmetro da zona
limpa atinge um valor entre 9 e 12 mm, esta continua a crescer linearmente a uma taxa
inferior. Um monitoramento a longo prazo indica que após ter atingido determinado
diâmetros a zona limpa para de crescer. Em um caso típico (I = 180 A, ciclo de trabalho
= 0,2 e freqüência = 60 Hz), esta área quase parou de crescer quando atingido um
diâmetro de aproximadamente 15,5 mm (figura 6).

As imagens mostram que um aumento do nível de corrente amplia a zona limpa,


mas a diferença não é significativa. A Figura 7 mostra o efeito significativo do ciclo de
trabalho no tamanho da área limpa e sua taxa de crescimento. A variação de freqüência
não causa mudanças significativas nos valores do diâmetro da zona de limpa, mas
provoca uma variação da taxa de crescimento desta a longo prazo (figura 8). Maiores
freqüências proporcionam um maior número de pulsos CC+, com tempo de duração
mais curto e esta situação gera uma rápida taxa de crescimento da área limpa.

4. Considerações Finais
Com base nas observações e na topografia da superfície limpa pode-se inferir
que os pontos catódicos são responsáveis pela limpeza catódica em polaridade CC+,
sendo necessários ainda estudos adicionais para uma completa comprovação desta
hipótese.
De uma análise da área limpa em função do tempo considera-se que, em geral, a
zona limpa se expande de forma não linear com o tempo. Durante os pulsos iniciais, a
taxa de expansão é rápida e posteriormente essa taxa diminui até parar.
Aumentar o nível de corrente, freqüência e o ciclo de trabalho alargam a zona
limpa catodicamente, sendo esta ultima variável a de maior influência.

5. Referências Bibliográficas

1. Pattee, H., Meister, R., and Monroe, R.1968. Cathodic cleaning and plasma arc
welding of aluminium. Welding Journal 47(5): 226-s to 233-s.
2. Herbst, H. T. 1948. Electrical characteristics of the arc in Heliarc welding. Welding
Journal 27(8): 600.
3. Pang, Q., Pang, T., McClure, J. C., and Nunes, A. C. 1994. Workpiece cleaning
during variable polarity plasma arc welding of aluminum. Journal of Engineering for
Industry 116(4): 463–466.
4. Scotti, A., Dutra, J. C., and Ferraresi, V.A. 2000. The influence of parameter
settings on cathodic self-etching during aluminum welding. Journal of Materials
Processing Technology 100(1): 179–187.
5. Jarvis, B., and Ahmed, N. 1998. The behavior of oxide films during gas tungsten arc
welding of aluminum alloys. Proceedings of International Conference on Trends in
Welding Research, Georgia, pp. 410–414.
6. Pang, Q. 1991. In situ spectroscopic measurements of variable polarity plasma arc
welding on aluminum 2219. MS thesis, Department of Metallurgical and Materials
Engineering, University of Texas at El Paso.
7. Coulombe, S. 1997. A model of the electric arc attachment on non-refractory (cold)
cathodes. PhD thesis, Department of Chemical Engineering, McGill University,
Montreal,Canada.
8. Qingdong, P., and McClure, J. C. 1991. Emission spectrum and resistivity of low
power plasma weld arcs. Spectroscopy Letters 24(4): 487–497.
9. Coulombe, S., and Meunier, J. L. 1997. Importance of high local cathode spot
pressure on the attachment of thermal arcs on cold cathodes. IEEE Transactions on
Plasma Science 25(3): 913–918.
10. Fridman, A., and Kennedy, L. A. 2004. Plasma Physics and Engineering, chapter 8,
arc discharges, Taylor & Francis.

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