Académique Documents
Professionnel Documents
Culture Documents
A partir do século XX, qualquer objeto ficou passível de conservação por conter
informações a serem interpretadas que poderiam remontar o processo histórico.
Contudo, esta seleção deveria se concentrar na busca de um monumento que
representasse a identidade coletiva de uma determinada sociedade. Mesmo assim, a
questão mais complexa do processo era saber quais representantes dessa sociedade
seriam mais indicados para eleger seu Patrimônio coletivo. Afinal como selecionavam
esses indivíduos que definiriam qual patrimônio a ser conservado para as futuras
gerações, se estes se pautavam em valores e interesses do seu tempo? Como evitariam
ignorar a significação (política, econômica, religiosa, entre outras) que o monumento
teria para a sua época – além dos próprios interesses pessoais? Certeau não descarta que
os interesses do presente impedem uma suposta neutralidade:
1
De acordo com a Convenção para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial, aprovada pela
Unesco em 17 de outubro de 2003, “entende-se por ‘Patrimônio Cultural Imaterial’ as práticas,
representações, expressões, conhecimentos e técnicas - junto com os instrumentos, objetos, artefatos e
lugares que lhes são associados - que as comunidades, os grupos e, em alguns casos, os indivíduos
reconhecem como parte integrante de seu patrimônio cultural. Este Patrimônio Cultural Imaterial, que
se transmite de geração em geração, é constantemente recriado pelas comunidades e grupos em função
de seu ambiente, de sua interação com a natureza e de sua história, gerando um sentimento de identidade
e continuidade, contribuindo assim para promover o respeito à diversidade cultural e à criatividade
humana”. (www.iphan.gov.br, 2005)
3
Essa Carta de Veneza era dividida em artigos, e sua primordial consideração foi
verbalizar que não somente grandiosos monumentos deveriam ser destacados para
preservação, mas também criações modestas com significado cultural. O artigo 1º
coloca que: A noção de monumento histórico compreende a criação arquitetônica
isolada, bem como o sítio urbano ou rural que dá testemunho de uma civilização
6
Outro ponto que devemos destacar é a valorização dos sítios arqueológicos, que
ganham destaque com seus próprios artigos:
avanço significativo, pela primeira vez surge o conceito Patrimônio Cultural e a ação
popular tem explicitada em seu texto suas responsabilidades perante o patrimônio da
união.
Outro artigo que atraiu nossa atenção foi que o Estado ficaria responsável em
promover e divulgar as manifestações culturais, mas com a preocupação de observar
toda a formação étnica diversificada brasileira: 1º O estado protegerá as manifestações
das culturas populares, indígenas e afro-brasileras e das de outros grupos
participantes do processo civilizatório.(www.iphan.gov.br, 2005)
Uma dessas alternativas foi defendida por Stela Maris Murta e Celina Albano no
livro, “Interpretar o Patrimônio: um exercício do olhar”. Em vários artigos
pesquisadores apresentam a questão da “Interpretação do Patrimônio”, que funciona no
intuito de valorizar locais de patrimônio para atrair visitantes. Contudo essa iniciativa
vai mais longe, pois auxiliam esses visitantes a compreenderem aspectos culturais dos
lugares visitados. As autoras defendem que para isso devemos utilizar todos os recursos
possíveis:
BIBLIOGRAFIA
FUNARI, Pedro Paulo (Org). Turismo e patrimônio cultural. São Paulo: Contexto,
2001.
MENESES, José Newton Coelho. História & Turismo Cultural. Belo Horizonte:
Autêntica, 2004.
www.iphan.gov.br (07/09/2005)