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O Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos:

A Metodologia de Elaboração como Fator de Sustentabilidade

No Brasil, os planos de gestão de resíduos sólidos urbanos são cada vez mais valorizados, sendo estes
exigidos por instrumentos legais e por fontes de financiamento de infra-estrutura. Por outro lado, a
experiência mostra que o maior problema dos planos de gestão de resíduos sólidos não diz respeito ao
seu conteúdo ou a qualidade técnica. As dificuldades aparecem nitidamente na hora da sua aplicação.
Quais seriam estratégias para que os planos se tornem instrumentos sustentáveis?

O PGIRSU formula a política do setor nos limites municipais, e com isso as diretrizes para o
gerenciamento dos diferentes tópicos da limpeza urbana. A formulação do plano cabe à
administração municipal e a aprovação do mesmo ao gestor municipal (prefeito). Tratando-se
de um instrumento que necessita e busca a integração dos vários setores da administração
municipal, bem como de setores organizados da sociedade civil ligados à temática, estes
devem participar ativamente na elaboração de tópicos específicos do plano. No contexto amplo
visualizado no quadro a seguir, o plano é o elemento chave na “pirâmide de gestão”. Com isso,
ele deve desencadear e apoiar os vínculos necessários.

Contexto do Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos

Porque elaborar um Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos?


O PGIRSU é um instrumento previsto em vários regulamentos legais existentes – como nas
políticas estaduais de resíduos sólidos e, ao nível federal, a Lei da Política Nacional de
Saneamento Básico - ou em tramitação (Projeto de Lei da Política Nacional de Resíduos
Sólidos). Por outro lado, a Constituição Federal do Brasil (art. 30, inciso 1) limita a competência
da União na formulação de uma legislação federal que interfira nos interesses locais, sendo
que a política nacional de resíduos sólidos - ou outros regulamentos federais ou estaduais -
podem incentivar, mas não exigir dos municípios a formulação de planos de gestão integrada
de resíduos sólidos.

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O Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos:
A Metodologia de Elaboração como Fator de Sustentabilidade

Neste contexto, o plano é elaborado por outros motivos. Fora da questão legal, a elaboração
do PGIRSU apresenta várias vantagens para o município:
§ Integração de atividades e atores envolvidos no setor de limpeza urbana, sob visão de
uma temática transversal: viabilizar integração com outros setores, aproveitar os
potenciais sinergias de um sistema de gestão integrada, evitar fricções e contradições;
§ Definição da política do setor: transparência das ações, fio condutor para ações de
médio e longo prazo. Com isso, o plano facilita o gerenciamento do setor e inter-
setorial;
§ Captação de recursos: municípios que concorrem a financiamentos na área de
resíduos sólidos precisam apresentar aos agentes financiadores um plano de gestão
e/ou gerenciamento de resíduos urbanos, em que o projeto proposto se integre à
gestão desses municípios.
§ Planejamento de médio e longo prazo, levando em conta taxas de crescimento e
prognóstico demográfico: Assegurar capacidades de tratamento e disposição final;
§ Incentivos ao turismo, à inclusão social, à saúde pública.

Os 3 Fatores de Risco e Estratégias de Sustentabilidade


Especificamente no caso dos Resíduos Sólidos Urbanos, sendo que o gestor é o poder público
municipal, cada vez mais se confirma à hipótese que a aplicabilidade e a sustentabilidade dos
planos é intrinsecamente relacionada à metodologia de elaboração.
Para discutir uma metodologia de elaboração apropriada, é necessário abordar critérios de
aplicabilidade e sustentabilidade e conhecer os principais fatores de risco neste contexto. Entre
os vários fatores de riscos técnicos, financeiros, operacionais e gerenciais, três se destacam.

Fator 1: A Motivação
Curiosamente, um dos principais fatores de risco é ligado diretamente à intenção de obter
financiamentos de infra-estrutura. As exigências dos agentes financiadores de apresentar um
PGIRSU implicam no risco que este seria elaborado apenas por atender a estas exigências
externas, “cumprindo as normas”. Quando o plano é elaborado por consultoria externa, sem
vontade política e convicção técnica em aplicá-lo, dificilmente ele estimula uma dinâmica de
modernização no setor. Mas mesmo com o apoio necessário da alta gestão do município, o
plano configurará como um instrumento artificial e desconexo, enquanto o corpo técnico não se
apropria do seu conteúdo. Perante estes fatores de rico: Quais seriam estratégias de
sustentabilidade?
Certamente, a participação ativa da administração municipal na elaboração do plano é
condição para que ela o aplique – afinal, ninguém gosta de seguir ordens sem ter sido
questionado na hora da sua definição. Para assegurar o apoio da alta gestão da administração
municipal (prefeito, secretariado), ela deveria assumir visivelmente - e documentar - o
compromisso em elaborar e aplicar o plano. Ao mesmo tempo, a participação ativa do corpo
técnico em todas as fases de elaboração favorece planos mais realistas em relação às
realidades locais, possibilitando um training-on-the-job, e motivando os envolvidos em buscar
soluções com quais eles podem se identificar.

Fator 2: O Planejamento
Quem já participou de processos de planejamento participativo, deve conhecer o momento da
“Euforia de Planejamento”, e conseqüentemente ter se frustrado com resultados de
planejamento que não são realizados. Fato é que o planejamento precisa conciliar as
propostas técnicas e gerenciais com os recursos (financeiros, humanos, tempo) disponíveis. O
emprego de métodos de planejamento e gerenciamento de projetos de desenvolvimento é uma
estratégia de sustentabilidade indispensável na elaboração destes planos.

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A Metodologia de Elaboração como Fator de Sustentabilidade

Fator 3: A Continuidade
Mesmo controlando e contornando os riscos citados e com o plano implementado, existe o
problema de dar continuidade às ações na seqüência das trocas de gestão municipal: Em clima
de mudança, um novo gestor eleito pode não querer dar continuidade às ações do seu
antecessor. Maximizar o envolvimento e a participação ativa de setores independentes da
administração municipal na elaboração e implementação do plano é uma estratégia valiosa que
daria suporte e estabilidade ao instrumento, em tempos de mudança. São grupos da sociedade
civil e do setor privado, entidades de classe, igrejas, clubes, associações etc. que precisam ser
envolvidos ao máximo.

Fatores de risco e estratégias de sustentabilidade

O quadro de setores e principais envolvidos, tanto na elaboração do plano quanto na gestão


dos resíduos urbanos, é bastante amplo. A fim de definir os integrantes de uma força tarefa
para a elaboração do plano, estes podem ser diferenciados conforme os seus setores, o seu
papel na elaboração do plano e suas características de envolvimento, visualizado no box a
seguir:

Principais stakeholders e característica de envolvimento

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A Metodologia de Elaboração como Fator de Sustentabilidade

Conclusões para a metodologia de elaboração


O processo de elaboração do plano deve ser dividido em três fases:
§ Fase 1: Preparação
Descrição do problema inicial e da forma de elaboração do plano
Produto: Documento base, aprovação pelo gestor mun.
§ Fase 2: Diagnóstico e Prognóstico, Avaliação
Dados substanciais referentes ao contexto local e à gestão dos resíduos
Estipular a situação futura de geração e gestão dos resíduos
Produto: Resumo do Diagnóstico e Prognóstico, Avaliação, Propostas, aprovação pelo
gestor mun.
§ Fase 3: Identificação de Medidas
Elaboração das proposições e faseamento
Produto: PGIRSU, validação pelo gestor municipal
Procurando uma metodologia de elaboração dos planos que aproveite estas fases para induzir
a apropriação do plano pelo gestor municipal, propõe-se uma metodologia que favoreça a
sustentabilidade dos planos. O diferencial seria que os produtos destas fases fossem
elaborados seguindo alguns critérios.
Um destes critérios se refere à integridade e disponibilidade de informações, no sentido de que
se trabalha apenas com as informações realmente necessárias, facilitando a compreensão do
plano para tomadores de decisão e terceiros. Como a temática é complexa, exige-se do plano
uma máxima simplificação. Por outro lado, profundidade é precisa, na medida em que é
necessária para a definição clara dos elementos.
Outro critério se refere ao fator de apropriação do plano pelo gestor municipal, o que significa
que os envolvidos na gestão dos resíduos tenham conhecimento sobre o plano e o aprovem.
Para tal, os gestores locais e as pessoas que atualmente e/ou posteriormente serão
responsáveis pelo gerenciamento do sistema, bem como outros grupos envolvidos e/ou
atingidos pelo sistema, deveriam participar ativamente no processo de elaboração do plano.
Desta forma se propicia uma situação, onde os grupos mais envolvidos na gestão dos resíduos
tenham conhecimento sobre o plano e sejam partes do sistema de gerenciamento. Ao mesmo
tempo, estes grupos já receberiam um treinamento, fator importante para as fases seguintes.
Este faseamento possibilita o monitoramento das principais etapas e confirmar para cada uma
delas a sua compatibilidade com a estratégia adotada. Cada etapa produz um produto
intermediário, o que será insumo para a próxima etapa.
Desta forma, propõe-se que a metodologia de elaboração do PGIRSU apresentaria as
seguintes características:
§ Compromisso político visível, oficializando a formação de uma força tarefa para a
elaboração do plano, por decreto ou outro instrumento;
§ Elaboração dos principais elementos do plano pelo corpo técnico da administração
municipal e de outros stakeholders locais fora da esfera da administração municipal
(força tarefa ou grupo de trabalho temporário);
§ Organizar e facilitar a elaboração pelo GT por métodos de planejamento;
§ Quando necessário, envolvimento pontual de consultoria externa, visando à introdução
de métodos de planejamento e apoio técnico ao GT.
O esquema de elaboração do plano está resumido na próxima figura. Este esquema baseia-se
nas etapas: definição de procedimentos, diagnóstico, prognóstico e identificação de medidas -
também conteúdo da maioria dos PGIRSU brasileiros atuais. Portanto, no modelo proposto, a
metodologia de elaboração considera especificamente a apropriação do plano pelos atores
locais.
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O Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos:
A Metodologia de Elaboração como Fator de Sustentabilidade

Fases de elaboração do PGIRSU

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O Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos:
A Metodologia de Elaboração como Fator de Sustentabilidade

Thilo Schmidt
Engenheiro Mecânico, tese sobre tecnologias de saneamento de áreas contaminadas na Universidade Técnica de Colônia,
Alemanha. Pós-graduado em Engenharia para Países Tropicais (M.Eng.), mestrado sobre avaliação de sistemas de coleta
seletiva no Brasil.
Trabalha no Brasil desde 1992, consultorias no âmbito da Cooperação Técnica Alemã (GTZ), nas funções de assessor técnico na
organização e administração do portfólio de projetos ambientais no Brasil, e perito de curto e longo prazo em projetos de gestão
ambiental urbana e de resíduos sólidos. De 2000 a 2003, coordenou o projeto Gestão Ambiental Urbana no Amapá.
Elaborou uma avaliação do estado da arte de Planos de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos no Brasil e na
Alemanha, publicado pelo Ministério de Meio Ambiente e a GTZ.
Coordenou a elaboração do Plano Regional de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos da Ilha de Santiago, Cabo Verde, pela
GOPA Consultants, financiado pela União Europeia.
Mora em Recife e atua como consultor autônomo, na área de gestão de resíduos sólidos urbanos e gestão ambiental urbana, em
projetos de desenvolvimento no Brasil e no exterior.
Contato: thiloschmidt1@gmx.de

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