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No Brasil, os planos de gestão de resíduos sólidos urbanos são cada vez mais valorizados, sendo estes
exigidos por instrumentos legais e por fontes de financiamento de infra-estrutura. Por outro lado, a
experiência mostra que o maior problema dos planos de gestão de resíduos sólidos não diz respeito ao
seu conteúdo ou a qualidade técnica. As dificuldades aparecem nitidamente na hora da sua aplicação.
Quais seriam estratégias para que os planos se tornem instrumentos sustentáveis?
O PGIRSU formula a política do setor nos limites municipais, e com isso as diretrizes para o
gerenciamento dos diferentes tópicos da limpeza urbana. A formulação do plano cabe à
administração municipal e a aprovação do mesmo ao gestor municipal (prefeito). Tratando-se
de um instrumento que necessita e busca a integração dos vários setores da administração
municipal, bem como de setores organizados da sociedade civil ligados à temática, estes
devem participar ativamente na elaboração de tópicos específicos do plano. No contexto amplo
visualizado no quadro a seguir, o plano é o elemento chave na “pirâmide de gestão”. Com isso,
ele deve desencadear e apoiar os vínculos necessários.
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O Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos:
A Metodologia de Elaboração como Fator de Sustentabilidade
Neste contexto, o plano é elaborado por outros motivos. Fora da questão legal, a elaboração
do PGIRSU apresenta várias vantagens para o município:
§ Integração de atividades e atores envolvidos no setor de limpeza urbana, sob visão de
uma temática transversal: viabilizar integração com outros setores, aproveitar os
potenciais sinergias de um sistema de gestão integrada, evitar fricções e contradições;
§ Definição da política do setor: transparência das ações, fio condutor para ações de
médio e longo prazo. Com isso, o plano facilita o gerenciamento do setor e inter-
setorial;
§ Captação de recursos: municípios que concorrem a financiamentos na área de
resíduos sólidos precisam apresentar aos agentes financiadores um plano de gestão
e/ou gerenciamento de resíduos urbanos, em que o projeto proposto se integre à
gestão desses municípios.
§ Planejamento de médio e longo prazo, levando em conta taxas de crescimento e
prognóstico demográfico: Assegurar capacidades de tratamento e disposição final;
§ Incentivos ao turismo, à inclusão social, à saúde pública.
Fator 1: A Motivação
Curiosamente, um dos principais fatores de risco é ligado diretamente à intenção de obter
financiamentos de infra-estrutura. As exigências dos agentes financiadores de apresentar um
PGIRSU implicam no risco que este seria elaborado apenas por atender a estas exigências
externas, “cumprindo as normas”. Quando o plano é elaborado por consultoria externa, sem
vontade política e convicção técnica em aplicá-lo, dificilmente ele estimula uma dinâmica de
modernização no setor. Mas mesmo com o apoio necessário da alta gestão do município, o
plano configurará como um instrumento artificial e desconexo, enquanto o corpo técnico não se
apropria do seu conteúdo. Perante estes fatores de rico: Quais seriam estratégias de
sustentabilidade?
Certamente, a participação ativa da administração municipal na elaboração do plano é
condição para que ela o aplique – afinal, ninguém gosta de seguir ordens sem ter sido
questionado na hora da sua definição. Para assegurar o apoio da alta gestão da administração
municipal (prefeito, secretariado), ela deveria assumir visivelmente - e documentar - o
compromisso em elaborar e aplicar o plano. Ao mesmo tempo, a participação ativa do corpo
técnico em todas as fases de elaboração favorece planos mais realistas em relação às
realidades locais, possibilitando um training-on-the-job, e motivando os envolvidos em buscar
soluções com quais eles podem se identificar.
Fator 2: O Planejamento
Quem já participou de processos de planejamento participativo, deve conhecer o momento da
“Euforia de Planejamento”, e conseqüentemente ter se frustrado com resultados de
planejamento que não são realizados. Fato é que o planejamento precisa conciliar as
propostas técnicas e gerenciais com os recursos (financeiros, humanos, tempo) disponíveis. O
emprego de métodos de planejamento e gerenciamento de projetos de desenvolvimento é uma
estratégia de sustentabilidade indispensável na elaboração destes planos.
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O Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos:
A Metodologia de Elaboração como Fator de Sustentabilidade
Fator 3: A Continuidade
Mesmo controlando e contornando os riscos citados e com o plano implementado, existe o
problema de dar continuidade às ações na seqüência das trocas de gestão municipal: Em clima
de mudança, um novo gestor eleito pode não querer dar continuidade às ações do seu
antecessor. Maximizar o envolvimento e a participação ativa de setores independentes da
administração municipal na elaboração e implementação do plano é uma estratégia valiosa que
daria suporte e estabilidade ao instrumento, em tempos de mudança. São grupos da sociedade
civil e do setor privado, entidades de classe, igrejas, clubes, associações etc. que precisam ser
envolvidos ao máximo.
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O Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos:
A Metodologia de Elaboração como Fator de Sustentabilidade
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O Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos:
A Metodologia de Elaboração como Fator de Sustentabilidade
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O Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos:
A Metodologia de Elaboração como Fator de Sustentabilidade
Thilo Schmidt
Engenheiro Mecânico, tese sobre tecnologias de saneamento de áreas contaminadas na Universidade Técnica de Colônia,
Alemanha. Pós-graduado em Engenharia para Países Tropicais (M.Eng.), mestrado sobre avaliação de sistemas de coleta
seletiva no Brasil.
Trabalha no Brasil desde 1992, consultorias no âmbito da Cooperação Técnica Alemã (GTZ), nas funções de assessor técnico na
organização e administração do portfólio de projetos ambientais no Brasil, e perito de curto e longo prazo em projetos de gestão
ambiental urbana e de resíduos sólidos. De 2000 a 2003, coordenou o projeto Gestão Ambiental Urbana no Amapá.
Elaborou uma avaliação do estado da arte de Planos de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos no Brasil e na
Alemanha, publicado pelo Ministério de Meio Ambiente e a GTZ.
Coordenou a elaboração do Plano Regional de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos da Ilha de Santiago, Cabo Verde, pela
GOPA Consultants, financiado pela União Europeia.
Mora em Recife e atua como consultor autônomo, na área de gestão de resíduos sólidos urbanos e gestão ambiental urbana, em
projetos de desenvolvimento no Brasil e no exterior.
Contato: thiloschmidt1@gmx.de
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