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Responsáveis: Jamil Natour e Artur da Rocha Fernandes
Médicos experientes apresentam grande dificuldade no lações interfalangianas, também contribuem na flexão das
exame físico de pacientes com suspeita de lesão dos tendões metacarpofalangianas(3).
do antebraço e da mão. Estudos relatam até 20% de atrasos Para melhor compreensão da musculatura da mão e da
no diagnóstico, resultando em morbidade que poderia topografia das lesões, Kleinert e Verdan(4) propuseram um
ser prevenida e evitada. Em atendimento de emergência, sistema de classificação em zonas (Figura 1):
o diagnóstico clínico correto é realizado em apenas 64% • zona I: articulação interfalangiana distal;
dos casos(1). • zona II: falange média;
Pode ser difícil diferenciar ruptura tendínea de aderência • zona III: articulação interfalangiana proximal;
do tendão ou desordens neurológicas. O local e a dimen- • zona IV: falange proximal;
são da ruptura podem não ser evidentes ao exame físico, • zona V: articulação metacarpofalangiana;
especialmente em casos de lesão degenerativa de tendão • zona VI: dorso da mão;
com distúrbio motor incompleto, em que o edema local e • zona VII: compartimentos extensores do punho
a sensibilidade aumentada podem não estar presentes(2). (Figura 2);
Desse modo, os métodos de imagem desempenham • zona VIII: músculos extensores extrínsecos (Figuras
importante papel no auxílio diagnóstico das lesões dos 3 e 4).
músculos extensores da mão, ajudando a direcionar a te-
rapêutica mais adequada em função da causa. As zonas possuem grande importância para se localizar
corretamente a região anatômica da lesão, o que, associado ao
tipo da lesão e à presença de deformidades, direciona o diag-
ASPECTOS ANATÔMICOS
nóstico e o procedimento cirúrgico a serem realizados.
Os movimentos extensores da mão são realizados por
dois conjuntos de músculos, a saber: os extensores intrín- AVALIAÇÃO POR MÉTODOS DE IMAGEM
secos, ou seja, aqueles que possuem sua origem e inserção
na própria mão, e os extrínsecos, cuja origem é no cotovelo Radiografia convencional
e antebraço. Durante muitas décadas, a radiografia de baixa quilovol-
Os músculos extensores extrínsecos são responsáveis tagem e a xerorradiografia eram as únicas técnicas de imagem
pela extensão das articulações metacarpofalangianas e aplicáveis aos tendões. Apesar de poderem delinear os ten-
interfalangianas, compreendendo o extensor dos dedos, o dões, particularmente quando envoltos por gordura, essas
extensor do indicador e o extensor do dedo mínimo(3). técnicas falhavam em demonstrar a sua estrutura interna.
Já os músculos extensores intrínsecos são os lumbri- Entretanto, ainda são boas modalidades para a documentação
cóides e interósseos, que, além de estenderem as articu- de pequenas calcificações em tendões ou lesões ósseas(5).
3 4
2 5
Figura 1 – Zonas do antebraço. Esquema da vista dorsal do antebraço mostrando Figura 3 – Músculos extensores superficiais do antebraço. Vista póstero-lateral. 1.
a classificação de Verdan das zonas que dividem os músculos extensores da mão e Extensor radial longo do carpo; 2. Extensor radial curto do carpo; 3. Extensor dos
antebraço: I. Articulação interfalangiana distal; II. Falange média; III. Articulação dedos; 4. Extensor do dedo mínimo; 5. Extensor ulnar do carpo.
interfalangiana proximal; IV. Falange proximal; V. Articulação metacarpofalangiana;
VI. Dorso da mão; VII. Compartimento extensor do punho; VIII. Músculos extensores
extrínsecos.
G
F
} Compartimento 4
6
Compartimento 5 { H D
C
} Compartimento 2
Compartimento 6 { I
A
B
} Compartimento 1
7
9
E } Compartimento 3 10
8
5 8
4 9
3
2
2
Tomografia computadorizada
Os ligamentos do punho e mão podem ser visualizados 1
6 7 8 9
5 10
2 3
4
11
1
2
1
5
4 Figura 12 – Cortes axiais de ressonância magnética do punho. 1. Abdutor longo
do polegar; 2. Extensor curto do polegar; 3. Extensor longo do polegar; 4. Nervo
3 radial; 5. Artéria radial; 6. Extensor radial longo do carpo; 7. Extensor radial
2 curto do carpo; 8. Extensor dos dedos; 9. Extensor do dedo mínimo; 10. Extensor
6 ulnar do carpo.
ossos e partes moles, associada à ultra-sonografia, por Caso os exames estejam normais e seja alta a suspeita clí-
apresentar boa precisão diagnóstica, pelo seu baixo cus- nica ou se estiverem alterados, com informações discrepantes
to, fácil acesso e por não utilizar radiação ionizante. Se em relação à semiologia, deve-se prosseguir a investigação
esses exames obtiverem resultados normais e a suspeita com tomografia computadorizada ou ressonância magnética,
clínica for baixa, pode-se interromper a investigação preferencialmente com esta última, quando a suspeita clínica
diagnóstica. estiver relacionada a lesões tendíneas e ligamentares.