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Bem antes de serem chamados de cristãos dava-se aos seguidores de Jesus Cristo
o nome de “o Caminho”.
Um dos motivos era que eles literalmente haviam encontrado o caminho de como
se vive. O cerne da igreja cristã não é apropriadamente espelhado por uma série de
eventos religiosos em recinto eclesiásticos reservados especialmente para encontros com
Deus, oferecidos por clérigos profissionais. Pelo contrário, está em questão o estilo de
vida profético dos seguidores de Jesus Cristo no dia-a-dia, que como famílias extensas
espiritualmente ampliadas respondem a perguntas formuladas pela sociedade –
justamente no local em que isso é mais decisivo: em casa.
QUACRES*
Datação - 1858 cf. MS6 - Acepções - ■ substantivo masculino - Rubrica: religião. membro de seita
religiosa protestante inglesa (a Sociedade dos Amigos), fundada no sXVII [Prega a existência da luz
interior, rejeita os sacramentos e os representantes eclesiásticos, não presta nenhum juramento e
opõe-se à guerra.]
Etimologia
ing. quaker (1590-1600) 'nome popular para membro da seita protestante Religious Society of
Friends', lit. 'que treme', der. do v. to quake 'tremer, vibrar'; segundo JM, "pois os quacres ficam a
tremer quando se sentem 'possessos do espírito'"; f.hist. 1858 quácre
3. A TERCEIRA REFORMA
Por ter redescoberto o evangelho da redenção “somente pela graça mediante a fé”,
Lutero desencadeou uma Reforma – uma reforma da teologia. A partir do final do século
XVII, movimentos de renovação como o Pietismo descobriram novamente o
relacionamento pessoal do individuo com Deus. Isso levou a uma reforma da
espiritualidade, a segunda Reforma. Agora Deus está avançando mais uma passo, ao
mexer com as formas básicas do ser igreja. Dessa forma ele desencadeia uma terceira
Reforma, uma reforma das estruturas.
Desde os tempos do Novo testamento não existe mais algo como a “casa de
Deus”. Deus não vive em templos, erguidos por mãos humanas. É o povo de Deus
constitui a igreja. Por essa razão a igreja. Por essa razão a igreja está em casa no exato
lugar em que as pessoas estão em casa: nos lares. É ali que os seguidores de Cristo
partilham a vida no poder do Espírito de Deus, tomam refeições em conjunto e muitas
vezes nem mesmo hesitam vender propriedade particular, repartindo as bênçãos
materiais e espirituais com outras pessoas. Instruem-se sobre como se inserir melhor,
enquanto ser humano, nas leis espirituais constitutivas de Deus em meio à vida prática –
e justamente não por meio de palestras professorais, mas de modo dinâmico, no estilo
de pergunta e resposta. É ali que oram, batizam e profetizam uns aos outros. É ali que
podem deixar cair à máscara e até confessar pecados, porque conquistam uma nova
identidade coletiva pelo fato de se amarem mutuamente, apesar de se conhecerem e
constantemente tornarem a se perdoar e se aceitar.
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15 Tópicos da reforma necessária à Igreja
Igrejas nos lares não são conduzidas por um “pastor”, mas acompanhas
por um presbítero e por um dono de casa sábio e atento à realidade.
As igrejas nos lares são interligadas em rede, formando movimentos, pela conexão
orgânica dos presbíteros com o assim chamado ministério quíntuplo (apóstolos, profetas,
pastores, evangelistas e mestre), que circula “de casa em casa” pelas igrejas, como um
saudável sistema de circulação sanguínea. Nessa atividade as pessoas com dons
apostólicos e proféticos (Ef 4.11,12; 2.20) desempenham um papel fundamental.
Sem dúvida os pastores são uma parte importante de toda a equipe, porém não
podem ser mais que um fragmento dela, “para capacitar os santos para serviço”. Seu
ministério precisa ser complementado pelos outros quatros ministérios, do contrário as
igrejas não apenas sofrem de enfermidades de carência espiritual, devido à dieta
unilateral, mas igualmente os próprios pastores não conseguem mover nada, ficando
impedidos de se realizar em sua vocação.
Deus retém sua bênção quando profissionais da religião se imiscuem entre ele e o povo.
O véu do Templo foi rasgado e Deus possibilita as todas as pessoas a terem acesso a ele
diretamente por meio de Jesus Cristo, o único Caminho e Advogado. Já não precisam
manter contato com ele de forma mediada e indireta através do representante de uma
casta religiosa. A fim de transportar para a prática o “sacerdócio de todos os que crêem”,
que entrementes já foi impetrado há 500 anos pela primeira Reforma, o atual sistema de
uma igreja profissionalizada e burocratizada terá de ser transformado radicalmente – ou
afundará na irrelevância religiosa.
A burocracia é a mais diabólica de todas as formas de administração, porque no
fundo levanta apenas duas perguntas: sim ou não. Nela dificilmente há espaço para a
espontaneidade, a humanidade e a vida genuína cheia de variações. Essa forma
estrutural pode ser adequada a empreendimentos políticos ou econômicos, porém não ao
cristianismo. Deus parece estar em vias de libertar seu povo do cativeiro babilônico de
burocratas eclesiásticos e de pessoas no exercício do poder religioso, bem como tornar a
igreja novamente um bem comum. Faz isso ao colocá-la nas mãos de pessoas simples,
chamadas por Deus para algo extraordinário e que, como nos dias de outrora, talvez
ainda estejam cheirando a peixe, perfume ou revolução.
O corpo de Cristo foi confiado por Deus às mãos fiés de pessoas que possuem um
dom carismático especial: são capazes de crer que Deus ainda mantém o controle da
situação quando elas próprias já o perderam há tempo. Sem dúvida o ecumenismo
político e as hierarquias denominacionais tiveram sua chance de mostrar resultados no
passado, mas não obtiveram êxito. Hoje é necessário criar redes regionais e nacionais
que se baseiam sobre a confiança, para que formas orgânicas de cristianismo possam ser
novamente desenvolvidas.
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Jesus deu a vida a um movimento – mas o que apareceu foram empresas religiosas com
redes globais, que comercializavam suas respectivas marcas do cristianismo, fazendo
concorrência uma à outra. Por causa dessa subdivisão em nomes e marcas a maior parte
do protestantismo perdeu sua voz no mundo e tornou-se politicamente irrelevante.
Muitas igrejas estão mais preocupadas com especialidades tradicionais e discórdias
religiosas dentro de seus muros do que com um testemunho perante o mundo em
conjunto com outros cristãos.
Jesus jamais pediu aos seres humanos que se organizassem em denominações.
Nos primeiros dias da igreja os cristãos tinham uma dupla identidade: eram seguidores
de Jesus Cristo, convertidos verticalmente a Deus. Em segundo lugar, congregavam com
base na geografia, quando também se convertiam localmente uns aos outros, formando
movimentos eclesiais. Não somente se ligavam em igrejas de vizinhanças ou nos lares,
nas quais partilhavam sua vida cotidiana, mas também expressavam sua nova identidade
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Jesus, o cabeça de todos os cristãos, foi crucificado. Hoje seus seguidores estão
tão ocupados com suas posições e seu papel respeitável na economia, política e
sociedade, ou pior ainda, estão adaptados e quietos de forma tão pouco cristã, que
quase não são mais notados.
Jesus diz:”Abençoados sois quando por minha causa as pessoas vos injuriarem e
perseguirem” (Mt 5.11).
O cristianismo bíblico é uma ameaça para o ateísmo e pecado gentílicos, para um mundo
que foi dominado pela ganância, pelo materialismo, pela inveja e pela tendência de crer
em absolutamente tudo, a menos que esteja na Bíblia. Isso levou aceitação social de
comportamentos na esfera da moral, do sexo, do dinheiro e do poder que somente
podem ser explicados na dimensão demoníaca. Até o momento o cristianismo atualmente
conhecido não constitui um contraste para isso, mas em muitos países ele é
simplesmente inócuo e gentil demais para que fosse digno de perseguição.
Quando, porém os cristãos começarem a redescobrir os valores do Novo
Testamento, a viver a vida resultante e perder a vergonha de dar nome ao pecado, o
mundo em seu redor será atingido no cerne de sua consciência e reagirá, como de
costume, com conversão ou com perseguição. Ao invés de construir para si ninhos em
zonas confortáveis de presumida liberdade religiosa, os cristãos precisam preparar-se
novamente para serem descobertos como réus principais e ovelhas negras.
Nada mais farão que seja um estorvo para o humanismo universal, para a moderna
escravidão do entretenimento e para a descarada adoração do Eu, o falso centro do
universo. É por essa razão que cristãos despertos rapidamente sentirão as conseqüências
do liberalismo fundamentalista e da “tolerância repressiva” de um mundo que perdeu
suas normas absolutas porque negou a reconhecer se Deus Criador com seus padrões
absolutos.
Em conexão com a crescente ideologização, privatização e espiritualização da
política e economia, os cristãos obterão mais cedo do que esperavam uma nova chance
para ocupar, ao lado de Jesus, o banco dos réus da sociedade do bem-estar. É bom que
hoje mesmo já se preparem para o futuro, desenvolvendo uma mentalidade à prova das
perseguições e, em conseqüência, construam uma estrutura à prova de perseguições.
Qual é o lugar mais simples para uma pessoa ser santa? Ela se esconde atrás de um
grande púlpito e, trajado com túnicas sagradas, prega palavras santas e uma massa sem
rosto, desaparecendo depois em seu gabinete. E qual é o lugar mais difícil e, por isso
mais significativo, para uma pessoa ser santa? Em casa, na presença de sua família,
onde tudo o que ela diz e faz é submetido a um teste espiritual automático e conferido
com a realidade. Ali todo farisaísmo devoto está irremediavelmente condenado à morte.
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Você também está convidado a aderir a esse mover aberto, e dar a sua própria
contribuição. Dessa maneira provavelmente também a sua casa há de ser uma casa que
transforma o mundo.
Estude mais:
http://housechurch.org/basics/simson_15.html
Texto extraído do livro CASAS QUE TRANSFORMA O MUNDO – Igreja nos lares
de Wolfgang Simson - Editora Evangélica Esperança – 041.2560390 Curitiba – Pr. Brasil
Grande parte das pessoas, ao lerem pela primeira vez um texto como este, têm a
impressão de que o autor está incitando as pessoas a acabarem com todas as igrejas e
mudarem a FORMA de serem igreja.
Na verdade, todas as pessoas que deixam esta visão amadurecer no Senhor, vão
aprendendo que o processo de transformação é pessoal, gradativo, e não “em massa”.
A resistência natural dentro de nós, exige um ponto de lastro, que geralmente é a idéia
de extremismo.
Mas a revolução que Deus quer realizar em nós, nos levando de volta para o padrão de
santidade e vida como Igreja, verdadeiramente é muito impactante, forte e radical.
Deus quer exclusividade, santidade, posicionamento santo, firmeza na Sua Palavra.
A estrutura religiosa sempre existirá. Creio que prevalecerá até o fim. Porém a vida real
de discípulos buscando ao Senhor de todo o coração, e vivendo cada dia mais próximos
do propósito original do Senhor, vai crescendo mais e mais!
O número daqueles que vão recebendo o Reino de Cristo de uma forma mais intensa e
profunda, é crescente, até que Cristo volte para arrebatar Sua Igreja, santa, pura,
imaculada. Sejamos um destes!
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