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CAPÍTULO 1
PROSPECÇÃO DO SUBSOLO
1. INTRODUÇÃO
As principais características que deverão ser analisadas nos solos são: tipo,
granulometria, cor, grau de compacidade ou de consistência, espessura da camada, presença
d’água. Nas rochas deve-se analisar: tipo, cor, grau de decomposição, grau de fraturamento,
RQD (rock quality designation).
Entre 1200m2 e 2400m2, deve-se fazer uma sondagem para cada 400m2 que exceder
de 1200m2. Acima de 2400m2, o número de furos deve ser fixado de acordo com plano
particular da construção. Em quaisquer circunstâncias, o número mínimo será:
A exploração deve ser levada a profundidades tais que incluam todas as camadas
impróprias ou que sejam questionáveis como apoio de fundação, de tal forma que não
venham a prejudicar a estabilidade e o comportamento estrutural e funcional do edifício.
As sondagens devem ser levadas até profundidade onde o solo não seja mais
significativamente solicitado pelas cargas estruturais, fixando-se como critério aquela
profundidade onde o acréscimo de pressões no solo devido às cargas estruturais aplicadas for
menor que 10% da pressão geostática efetiva (Figura1).
Tanto a escolha do método e da técnica como a amplitude das investigações deve ser
função das dimensões e finalidade da obra, das características do terreno, dos dados
disponíveis de investigação anterior e de observações do comportamento de estruturas
próximas.
b) Ensaios in situ
- provas de carga;
- ensaios de bombeamento;
- outras técnicas.
c) Ensaios de laboratório:
Uma obra de vulto, como por exemplo: uma barragem, um metrô ou um canal, pode
justificar seu emprego.
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N cor = 15 +
(N − 15)
2
Gibbs e Holtz sugeriram corrigir N em função da profundidade:
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N (3,5)
N cor =
( pv + 0,70)
onde: pv: pressão efetiva vertical de terra (kgf/cm2). O valor de Ncor não pode ser maior que o
dobro do medido.
Várias outras sugestões de correção são encontradas em de Mello (1978).
Mais recentemente, muitas pesquisas têm avaliado a influência da energia de cravação
nos ensaios, através de ensaios dinâmicos de cravação (equação da Onda), como pode ser
visto em Odebrecht (2003); Aoki e Cintra (2002) e (2004); Odebrecht et al. (2005), Lobo
(2005).
Segundo Odebrecht (2003) pode-se estimar a variação da energia potencial durante a
execução do ensaio como expressa a equação:
Fd =
(M h)
m
2
e(M h + M m )
O penetrômetro consiste de uma haste metálica esbelta, com ponteira cônica, a qual se
faz penetrar ou se crava verticalmente no solo por meio de um macaco hidráulico ou
mecânico, ou mesmo por impactos de um martelo.
Segundo Schmertmann (1975) o ensaio pode ser classificado como:
a) Estático: quando o avanço da extremidae é feito durante incrementos de carga
constante, a uma velocidade nula; esse ensaio é usado para pesquisa, sendo
considerado muito lento para o uso geral de campo.
b) Quasi-estático: quando as hastes metálicas são introduzidas no solo por meio de
macacos hidráulicos ou mecânicos, a uma velocidade de 2cm/seg, usualmente
possuindo uma ponteira cônica de 10cm2 de área projetada e ângulo de 600.
Atualmente são utilizados em quase todo o mundo.
c) Dinâmico: o avanço ocorre através de impacto do martelo de cravação, a
velocidades variáveis, apresentando uma grande variedade de dimensões, peso de
martelo, etc... São empregados em praticamente todo o mundo.
d) Quasi-estático e dinâmico. É uma combinação dos ensaios b e c, sendo que o
ensaio dinâmico é utilizado quando não se consegue mais prosseguir por meio do
ensaio quasi-estático. São usadas ponteiras especiais e são divulgados
principalmente na França e na Suíça.
e) Rotativa. O avanço se dá por meio de um cone especial, a uma velocidade
variável, sendo particularmente empregado na Suécia e na Noruega.
f) Inercial. A extremidade penetra na superfície do solo ou rocha por propulsão ou
queda livre, a velocidades variáveis durante as medidas de desaceleração. Esse
método de ensaio é empregado em áreas de solos inacessíveis, como por exemplo
em investigações “offshore”.
M .g.h
rd =
A.e
M 2 .g .h
qd =
( M + M ' ). A.e
por meio de quatro a seis brocas helicoidais rotativas, do peso próprio fornecido pelos
caminhões a que muitas vezes são acoplados, ou pela combinação dos dois processos.
As sondas mais antigas eram constituídas, em linhas gerais, de um tubo contendo em
seu interior uma haste deslocável com ponteira cônica. O ensaio consistia em fazer penetrar
no solo, de início, somente o cone, e depois o conjunto tubo e cone. Um macaco hidráulico
munido de manômetro permitia a medida da resistência à cravação. Media-se assim a
resistência de ponta Rp (atualmente anotada como qc), geralmente de 25 em 25 centímetros, e
após, media-se a resistência total (tubo + ponta). A resistência lateral era dada por: Rl=Rt+Rp.
Os modelos de penetrômetros mais modernos dispõem de uma camisa de atrito acima
da ponteira, que permite medir a resistência lateral local.
As ponteiras de cones mecânicos mais conhecidas são as desenvolvidas na Holanda
(Delft mantle), na qual as medidas de resistência de ponta são feitas a cada 20 centímetros, e
a resistência de ponta e atrito lateral a cada 20 centímetros (Figuras 5 e 6).
Segundo De Ruiter (1982), o interesse pelo ensaio de penetração tipo cone tem
aumentado muito nestes últimos anos, o que é surpreendente, pois esta técnica de ensaio de
campo tem estado em uso desde 1930. Como resultado direto desse interesse crescente,
diversos dispositivos elétricos e eletrônicos e sistemas computadorizados de aquisição de
dados têm sido utilizados no aperfeiçoamento do ensaio durante a última década, permitindo
a incorporação de sensores adicionais que aumentam grandemente a exatidão dos resultados.
Os dispositivos de medida elétricos empregados são strain gages colados na
extremidade cônica e conectados por meio de cabos, que se encontram no interior das hastes
de penetração, à superfície, ou através de manômetros operados eletricamente.
Como exemplos podem ser citados: o penetrômetro elétrico com extremidades tipo
“Delft” e o da “Fugro”, fabricados na Holanda. Nesse caso a resistência de ponta durante a
penetração é medida por uma célula de carga, havendo contato direto entre o cone e as hastes
somente através da célula. A célula de carga contém strain gages, que são posicionados de
modo que somente as cargas axiais sejam medidas e formando uma Ponte de Wheatstone,
sendo excitada por uma fonte estabilizada, e registrando os dados de saída (que
corresponderão à força aplicada), por meio de condicionadores de sinal ou sistema de
aquisição de dados. Tem-se assim um registro contínuo da resistência com a profundidade.
Ainda mais recentemente, têm sido desenvolvidos cones com adição de elementos
capazes de medir poropressão durante a penetração do penetrômetro, bem como é possível a
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Profundidade [m]
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U
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(u u ) −
B 2 0
q =
(q σ )
t
−
vo
B.2.3.) Interpretação dos gráficos de resistência de ponta e por atrito lateral pela
profundidade e avaliação do tipo de solo com base nos resultados do ensaio CPT
Diversos autores no Brasil têm apresentado ótimas revisões bibliográficas sobre o
assunto após os anos 1980, podendo-se citar: Danziger (1990), Prezzi(1990), Schnaid (2000).
Entende-se importante transcrever parte destas citações, para tornar mais fácil a interpretação
de resultados destes ensaios.
Notas de aula de Fundações – Prof. Cláudio R. R. Dias Prospecção do subsolo
Uma classificação preliminar pode ser obtida com base no seguinte critério (Tabela
4):
Begeman (1965) propôs gráficos com faixas de intervalos definidos, que possibilitem
a estimativa de diferentes tipos de solo, baseando-se na resistência de ponta e no atrito lateral
(Figura 9). A utilização desses gráficos é somente recomendada para locais que possuam
geologia semelhante ao da Holanda.
então:
2r 3πsu 28 3
M = 8πr 3 su + 2. = πr su
3 3
ou:
3M
su =
28πr 3
ensaios feitos em 1978 e uma campanha posterior, em 1986, quando foi utilizado
equipamento mais sofisticado, dotado de redutores de atrito ao longo da tubulação.
Essa membrana é expandida contra o terreno, por meio da aplicação de pressão de gás
nitrogênio extra-seco, disponível em cilindros pressurizados, capaz de aplicar pressão de até
800 tf/m². A expansão da membrana contra o terreno, imposta pela aplicação de uma pressão,
é monitorada na superfície, por um par de manômetros de precisão, que registra os valores
das pressões, necessárias para atingir a deformação pré-estabelecida.
As pressões po e p1 correspondem a deslocamentos da membrana de 0 mm e 1 mm, e
p2 é a pressão de fechamento da membrana. Essas leituras são realizadas em incrementos de
profundidade de 20 cm (Figura 15).
Notas de aula de Fundações – Prof. Cláudio R. R. Dias Prospecção do subsolo
(Vieira 1994)
Notas de aula de Fundações – Prof. Cláudio R. R. Dias Prospecção do subsolo
(Vieira 1994)
(Vieira 1994)
Notas de aula de Fundações – Prof. Cláudio R. R. Dias Prospecção do subsolo
deve-se descê-la dentro do furo fechando (nº2 – Figura) na posição “capteur”, de forma a
evitar um aumento no raio da célula, sob o peso da coluna d’água contida na tubulação
central. Um ligeiro estreitamento do tubo metálico que forma o corpo da sonda, ao nível da
célula central, permite diminuir este fenômeno, inevitável além dos 10m de profundidade. As
sondas, sendo ocas, são facilmente deslocadas dentro de um furo cheio de água, evitando-se o
efeito de pistão.
Muitos ensaios in situ têm sido utilizados para obtenção de parâmetros geotécnicos de
projeto, com base em correlações desenvolvidas, principalmente em pesquisas, a partir de
ensaios de laboratório e provas de carga de fundações.
E oed = α .q c
Vesic (1970) propôs, para areias, uma correlação em função da densidade relativa:
(
E oed = 2. 1 + DR .q c
2
)
Barata (1988) apresentou valores de α para solos residuais brasileiros como podem
ser vistos na Tabela 7. Sanglerat também apresentou correlações para solos franceses, como
pode-se ver na Tabela 8 .
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TIPO DE SOLO α
Silte arenoso pouco argiloso (solo residual de gnaiss - ref, Duque de Caxias-RJ) 1,15
Areia siltosa (solo residual de gnaiss) 1,20
Silte argiloso (solo residual de gnaiss) 2,40
Argila pouco arenosa (solo residual de gnaiss) 2,25
Silte pouco argiloso (terreno compactado) 3,00
Solo residual argiloso (terreno compactado) 3,40
Argila pouco arenosa (solo residual de gnaiss) 3,60
Solo residual argiloso (aterro compactado) 4,40
Argila areno siltosa (solo residual de gnaiss) 5,20
Argila areno siltosa porosa (solo residual de basalto – ref. Planalto, Campinas-SP) 5,2-9,2
Schultz e Melzer: Dr = 0,317. log N − 0,226 p ' v +0,392 ± 0,067 para p’v<1,2kgf/cm2
Dr = 0,351. log q c − 0,421 p' v +0,07 para p’v<1,2kgf/cm2
C) DENSIDADE RELATIVA E φ
Meyerhof: φ = 30 0 + 15.Dr (areias puras)
φ = 25 0 + 15.Dr (areias com mais de 5% de finos)
Zeevaert: φ = 26 0 + 20.Dr (areias bem graduadas)
De Mello: (1,49 + Dr ) tan φ = 0,712
4.2. Correlações entre resistência de ponta do cone (qc) e resistência do SPT (N)
(Schmertmann,1978)
qc 9350 + 225,7.z
n= =
N (10,7 + 825 f b )(70,5 + 6,3.z )
TIPO DE SOLO fb
Argila – turfa >0,04
Silte 0,025 – 0,040
Areia siltosa fina 0,017 – 0,025
Areia fina 0,012 – 0,017
Areia grossa 0,007 – 0,012
pedregulho <0,007