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Algumas bandas em específico têm facilidade em atrair fãs chatos.

Como aquele
fã de new black pagan viking metal extremo nórdico que só curte determinado momento
ínfimo e quase desconhecido da carreira dos músicos, um outro fã de rock folclórico
progressivo inglês com influencias celtas que só gosta das músicas cantadas pelo
décimo terceiro vocalista da quinta geração da sétima formação, quando em dó menor,
ou o fã de rock independente alternativo oitentista baseado nos filmes de Fellini que só
gosta das músicas em que o guitarrista toca de costas e em palhetadas diagonais, ou das
canções em que o baterista sola com só uma das mãos de cabeça para baixo e usando
baquetas com ponteiras de marfim indiano retirado de elefantes criados em cativeiro.
E tem o fã que odeia compilações e os tão comerciais álbuns “The Best Of”.
Neste quesito, pouquíssimas bandas têm tanto êxito em atrair seres terrivelmente chatos
quanto a alternativa Sonic Youth. Aliás, neste momento, 355 fãs desta banda enfartaram
por eu chamá-la de rock alternativo. Não se perdeu muita coisa, convenhamos. O caso é
que a própria banda, que se diz avessa a estes tipos de discos “caça-níqueis”, lançou em
2008 o seu “Melhor De”, claro que com um nome bastante provocativo, no mínimo...
“Hits Are For Squares” (“hits são coisa de careta” em livre tradução). Ponto para o
capitalismo que “já prostituiu muitas bandas alternativas, sou indie, odeio o
mainstrean e sei fazer cara blasé...”. E ponto maior ainda para nós, fãs normais,
pessoas interessadas no trabalho dos caras ou apenas curiosos musicais, que temos em
mãos um álbum maravilhoso, recheado de músicas essênciais tanto para quem já
conhece e gosta, quanto para quem quer conhecer o som diferente dos que foram
praticamente os criadores do noise rock, além de serem considerados, justiça feita, uma
das bandas mais inventivas e criativas do rock moderno.
Interessante também dizer que todas as músicas deste CD foram escolhidas por
artistas e bandas que de uma forma ou outra foram influenciados pelo trampo do Sonic
Youth, dentre elas, por exemplo, as também alternativas e muito bem conceituadas
Radiohead e R.E.M.
No disco temos clássicas: “Bull In The Heather”, “100%”, “Sugar Kane” e
“Kool Thing” abrem absurdamente bem este disco, que conta ora com faixas suaves e
introspectivas, ora com pedradas sonoras dignas do mais puro noise rock, porém, como
é de costume, sempre inovadoras e criativas. Destaque para “Sugar Kane” já citada
acima, e em minha opinião, uma das melhores músicas de um dos melhores álbuns do
rock alternativo do final dos anos 80 e início dos 90, até os dias de hoje.
São 16 faixas. Um som de qualidade indiscutível para você viajar longe, entre
ruídos rascantes, guitarras distorcidas, linhas de baixo e bateria aparentemente simples,
porém extremamente marcantes, intercaladas entre melodias suaves muito bem
construídas. Ou para você ter colapsos nervosos e chiliques, enquanto faz muita cara
blasé, se for um daqueles detestáveis fãs bitolados.

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