O autor apresenta, ao longo da história da arte, como a perspectiva
atua no espaço. E de que forma a visão perspéctica modificou-se da Antiguidade Clássica ao Renascimento.
IDÉIAS PRINCIPAIS
I – representação do espaço
A definição de perspectiva, originária do Latim é “ver através de”,
Panofsky utiliza a expressão “perspéctica” para designar a representação do espaço como um todo, segundo o autor, “... não apenas os objetos individuais, as casas ou utensílios [...], mas sim o quadro todo.” (Panofsky, p.108). Ao longo do tempo, mais precisamente no Renascimento, essa representação de espaço passa por um amadurecimento e uma simplificação. Dentre essas simplificações está o conceito de pirâmide visual, no qual o autor define o olho como um triângulo que liga os pontos no espaço para formar uma determinada imagem. Conforme o autor: “... considero o olho como um ponto e o ligo aos pontos isolados no espaço que pretendo representar.” (Panofsky, p.108). O texto especifica que existem dois espaços, que são eles: matemático e o psicofisiologico. O espaço matemático é racional, infinito, constante e homogêneo, que difere do psicofisiologico. Este é como nós percebemos o espaço, nosso cérebro ignora o conceito de infinito. “A percepção ignora o conceito de infinito, já de partida, restrito por determinados limites espaciais imposto por nossa capacidade perceptiva.” (Panofsky, p.109).
II– evolução da perspectiva do medievo ao renascimento
No Medievo houve um retorno de formas representativas
consideradas primitivas para resolução de um espaço, como, o retorno da linha como meio de sistematização e a multiplicidade de corpos no espaço.
A Arte Bizantina não conseguiu representar de forma linear o espaço,
então, fez uso do mosaico para resolveu o problema de espaço. Apenas no final, utilizou a linha a fim de representar planos de fundo, tais como: paisagens e a arquitetura.
O Românico afasta-se da representação clássica, a linha é somente
linha, renuncia a ilusão espacial. Aqui, a homogeneidade está presente, pois os corpos e o espaço estão unidos.
Na escultura da alta Idade Media também há um abandono
ilusionismo, volta-se a um espaço, no qual as figuras são unidas por contornos lineares, não existe apenas um corpo, estabelece uma relação de figura-fundo, ou seja, a figura e o fundo são uma só substancia. Esculturas arquitetônicas diferem das cariátides, uma vez que não é simplesmente acrescida a arquitetura, mas sim por constituir uma expressão própria, como diz o autor: “... diferente da métopa e da cariátide antigas, não é inserida ou acrescentada ao edifício e sim constitui uma direta expressão da própria massa da construção.” (Panofsky, p. 119).
III- a perspectiva amadurecida
Pode-se dizer, segundo o texto, que Giotto e Duccio - durante
trezentos e quatrocentos italianos - foram os percussores da moderna perspectiva; pois ambos conseguem superar a visão figurativa medieval, para uma nova visão: “uma perspectiva amadurecida”, que é fruto da junção da perspectiva clássica com a moderna. Essa união concebe a perspectiva moderna, que Panofsky coloca como “objetivação da subjetividade”, seria a transformação da arte em uma ciência exata: a matemática. Ela deixa de ser um problema representacional técnico, mas sim “uma faca de dois gumes”. Na qual a arte pode representar mimeticamente o espaço, ou questionar-se sobre essa representação.