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Resumo
dv
F = ηA
dx
No sistema internacional a unidade de viscosidade η é pascal segundo [Pa.s]. Apesar disso, esta
unidade é pouco utilizada. A unidade de viscosidade mais usada é o poise [P], em homenagem ao
fisiologista francês Jean Louis Poiseuille (1799 – 1869). Dez poise são iguais a um pascal segundo
[Pa.s], fazendo um centipoise [cP] e um milipascal segundo [mPa.s] idênticos.
R = ρul/η ou R = ul/ν,
onde ρ é a densidade do fluido, u a velocidade relativa entre o corpo e o fluido, uma dimensão
linear característica do corpo, η é o coeficiente de viscosidade dinâmica. Se R é menor que mais ou
menos 2000 pode ser considerado pequeno, caso contrário, será grande.
Como o coeficiente de viscosidade cinemática é ν = η/ρ, obtemos a segunda expressão acima para o
número de Reynolds. O número de Reynolds é um critério muito importante em todo o estudo da
mecânica dos fluidos.
A situação modifica radicalmente na virada do século XIX para o século XX, quando Ludwig
Prandtl (1875 – 1953), hoje, chamado de “pai da hidrodinâmica moderna”, em 1904, introduzia uma
nova teoria neste domínio. Trata-se da teoria da camada limite (boundary layer, em inglês,
Grenzschicht, em alemão, couche limite, em francês, pogranítchnii sloi, em russo).
A conbribuição de Prandtl foi fazer ver que, quando um sólido se move num fluido, podemos
dividir esse fluido em duas regiões. A maior parte do volume do fluido pode ser tratada como fluido
potencial. Nesta região, os efeitos da viscosidade são, em geral, desprezíveis. Apenas numa pequena
região próxima ao sólido os efeitos da viscosidade passam a ser dominantes. Esta região constitui
uma camada delgada em torno do corpo, conhecida como camada limite. Levando em conta esta
camada limite, desaparece paradoxo de d’ Alembert.
Jean Charles Borda (1733 – 1799), mais conhecido como Chevalier de Borda, um matemático e
astrônomo náutico francês, comentou que as correntes dos fluidos são “mais sofisticadas que o mais
sofisticado caráter de uma dama” (TOKATY, 1994, p. 83). Ele queria dar um aviso de que nem
todas as correntes de fluidos (escoamentos) estão em harmonia com as leis de Daniel Bernoulli e de
Leonardo da Vinci. Em particular, a fórmula de Torricelli não é totalmente correta. Antes dos
experimentos de Borda, pensava-se que a força de arraste resultante da combinação de corpos
poderia ser computada como uma simples soma dos arrastes individuais de cada corpo da
combinação. Borda foi o primeiro a mostrar que isso não era correto. O arraste total de duas esferas
colocadas próximas uma da outra e movendo-se na água ou no ar, geralmente, difere da soma das
resistências de arraste dos dois corpos quando separadamente. Hoje conhecemos este fenômeno
como interferência hidrodinâmica.
Chevalier de Borda foi presidente da Comissão dos Pesos e Medidas, criada durante a Revolução
Francesa, em 1790. Foi por insistência de Borda que a proposta de escolher como unidade de
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Outra contribuição original de Borda foi seu teorema que a resistência aerodinâmica seria
proporcional à velocidade ao quadrado (como na fórmula de Newton) e ao seno do ângulo de
ataque, diferentemente da fórmula de Newton.
Theodore von Kármán (1881 – 1963), nascido na Hungria e falecido nos EUA, foi um grande
especialista em mecânica dos fluidos e, em aerodinâmica, em particular. Aprofundando os estudos
de Borda, Kármán afirmou que dois corpos movendo-se separadamente estão livres da chamada
“esteira de vórtice” (vortex street) de Von Kármán. Entretanto, quando esses corpos são colocados
juntos, lado a lado, há a formação de vórtice na parte posterior à incidência do fluxo.
Para exemplificar este fenômeno, consideremos uma asa de avião: para um grande ângulo de
ataque, o fluxo de ar na parte superior da asa é intenso, ou seja, apresentando maior velocidade,
produzindo uma maior turbulência, gerando, conforme previsto por von Kármán “esteira de vórtice”
(vortex street). Se, contudo, adaptarmos à asa peças auxiliares, o padrão do fluxo sobre ela melhora
significativamente e a interferência torna-se favorável.
Os construtores de avião conhecem bem este efeito. As asas interferem com o padrão do fluxo da
cauda do avião; a fuselagem interfere com os padrões dos fluxos das asas e da cauda, e assim
sucessivamente.
A seguir, algumas fotos, envolvendo fenômenos de vórtices na atmosfera terrestre, obtidas via
satélite.
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Referências