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O PFL do Paraná: marginalidade e centralidade no sistema político subnacional

Emerson Urizzi Cervi e Adriano Nervo Codato

Trabalho apresentado no 3º Encontro Nacional da Associação Brasileira de Ciência Política


(ABCP)
Ciência Política e Justiça Social
Área Temática: Representação e Partidos Políticos
Painel 2: Partidos e Eleições nos Estados
Coordenadores: Jairo Nicolau (IUPERJ) e Maria D’Alva Kinzo (USP)

Universidade Federal Fluminense


Niterói - RJ / 28 a 31 de Julho de 2002
2

O PFL do Paraná: marginalidade e centralidade no sistema político subnacional


Emerson Urizzi Cervi1 e Adriano Nervo Codato2
Resumo:
O objetivo deste trabalho é identificar, na trajetória recente do PFL do Paraná, os elementos
políticos e eleitorais que fizeram com que o partido passasse de uma agremiação marginal na
política estadual (desde sua constituição até meados dos anos 90) a ―partido de governo‖ em
1998. Os fatores que levaram o PFL a ultrapassar a condição de simples coadjuvante a uma das
principais agremiações políticas do estado entre 1997 e 2000 não são ideológicos. Nesse
período, o PFL-PR transformou-se em um partido para o governo, centralizando forças políticas
regionais, organizando a base de apoio do governador no legislativo, ao mesmo tempo em que
sedimentava a relação do primeiro com o governo federal. A decadência do governo Jaime
Lerner e a conjugação de uma série de crises setoriais neste fim de segundo mandato atingem
também o PFL. Alguns de seus principais representantes deixaram o partido para filiar-se em
outras agremiações, migrando principalmente para o PSDB. Essa não foi a primeira
experiência no sistema político brasileiro em que um partido é utilizado como elemento de
coesão/base de apoio do governo, sofrendo as conseqüências — positivas ou negativas — das
complicações conjunturais. Desde a década de 30, o sistema partidário brasileiro tem servido
mais de instrumento em favor da estrutura político-burocrática do Estado que de ligação
efetiva entre setores sociais e governos eleitos. Nessa perspectiva, poder-se-ia tematizar o
problema dos ―partidos fracos‖.

1 Professor de Ciência Política na Faculdade Internacional de Curitiba (FACINTER) e Doutorando em Ciência Política no
Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (IUPERJ).
2Professor de Ciência Política na Universidade Federal do Paraná (UFPR) e Doutorando em Ciências Sociais na Universidade
Estadual de Campinas (UNICAMP).
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I. INTRODUÇÃO: A INSTITUCIONALIZAÇÃO DOS PARTIDOS POLÍTICOS.


UMA DISCUSSÃO A PARTIR DA QUESTÃO REGIONAL
Estudos mostram que partidos políticos continuam tendo importância decisiva para a
tomada de decisões políticas, embora tenham sofrido transformações significativas ao longo do
tempo até mesmo em democracias consolidadas.
Esquematicamente poderíamos separar o alvo de atuação dos partidos políticos em três
dimensões: a) junto ao eleitorado: partidos são capazes de simplificar as escolhas dos eleitores,
estruturar opções, educar os cidadãos, generalizar símbolos de identificação e lealdade coletivas
e mobilizar pessoas para participar da vida política; b) junto à elite política: partidos são
organizações que promovem o recrutamento de líderes políticos que buscam cargos
governamentais, treinam elites e articulam/agregam interesses políticos; e c) junto aos governos:
partidos (ou coalizões de partidos, mais freqüentemente) organizam o governo, garantem
maioria nas casas legislativas para a implementação de programas, estruturam o campo político
em torno de ―situação‖ e ―oposição‖ (ou dissidência), garantem responsabilidade e estabilidade
do governo (Dalton & Wattenberg, 2000, p. 5).
Análises recentes têm mostrado que a importância dos partidos junto ao eleitorado tem
diminuído crescentemente. Em sociedades de massa, com forte influência de meios de
comunicação como a televisão, os eleitores são mais autônomos na busca de informações a
respeito da política e dos candidatos (Popkin). Assim, os partidos perdem força como agentes
de organização da disputa eleitoral.
Isso não significa, no entanto, que eles não continuem sendo fortes na arena parlamentar
e na arena governamental. São os partidos que organizam bancadas de sustentação e oposição
a governantes. Eles ajudam, de muitas maneiras, na discussão, formatação e implementação de
políticas. Assim, no processo de ―consolidação democrática‖, há muitas vezes um crescimento
da importância dos partidos políticos na arena governamental. (Meneguello, 1998).
Tendencialmente eles se tornam pólos de identificação de governos e fontes de decisões
políticas (governos partidários).
No Brasil, como se sabe, o debate sobre a importância (ou não) dos partidos políticos é
extenso. No que diz respeito às eleições, a literatura nacional segue o consenso mundial de que
os meios de comunicação de massa têm substituído os partidos no processo de difusão de
informações políticas. Mas esse não é o único indicador para se avaliar a questão da força ou
fraqueza dos partidos políticos.
Na arena legislativa há evidências importantes quanto ao perfil e papéis dos partidos.
Figueiredo e Limongi (1999) sustentam que há um padrão na atuação das bancadas partidárias
no parlamento. Eles constataram que o percentual de votação da bancada com a
recomendação do líder do partido é de cerca de 89%, e está nos mesmos patamares dos
parlamentos em democracias consolidadas. Com isso, concluem que os resultados das votações
no parlamento brasileiro são bastante previsíveis, o que sugere a existência de um elevado grau
de coerência partidária no Brasil.
Como, quando e sob que condições pode-se sustentar que um partido é ―forte‖ ou, mais
propriamente, ―institucionalizado‖?
O conceito de institucionalização que utilizamos aqui está ligado à contraposição ente
―partido forte‖ e ―partido fraco‖. Um partido institucionalizado deve demonstrar: 1) força
eleitoral autônoma como marca de seu enraizamento na sociedade. Essa variável pode ser
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medida seja em função da independência da organização frente a um ―cacique político‖, seja


em função do grau de identificação/reconhecimento do eleitorado junto ao partido. Esse traço
pode ser evidenciado a partir de séries eleitorais; 2) coesão e disciplina organizacional, medidas
seja pela migração (baixa) partidária, seja através do comportamento da bancada no legislativo
estadual (apoio ao executivo); e 3) atuação junto ao governo: alta presença nos escalões
superiores do governo (ocupação/indicação de posições relevantes no executivo); grande
capacidade de definição e/ou influência no processo decisório indicam o grau de enraizamento
da agremiação partidária.
Apesar do personalismo como traço importante da política brasileira, podemos presumir
que o controle de um governo estadual por determinado partido pode contribuir para sua
institucionalização, seja no âmbito eleitoral, seja no âmbito organizacional. Para testar essa
hipótese analisaremos a performance eleitoral e a organização interna do PFL do Paraná entre
1986 e 2002. Em 1997, o governador Jaime Lerner filiou-se ao partido, dando um impulso à
estrutura do partido estado.
II. O PFL DO PARANÁ: OPOSIÇÃO E GOVERNO
O quadro da política estadual paranaense desde 1982 acompanhou de perto a tendência
nacional.
Ao longo dos anos 80, o PMDB converteu-se em partido dominante elegendo, em
seqüência, três governadores (José Richa em 1982; Álvaro Dias em 1986 e Roberto Requião
em 1990; ver o Quadro 1 do Anexo). A única agremiação que chegou a rivalizar com o PMDB,
mas sem nunca ameaçar sua hegemonia, foi o PDT de Jaime Lerner que em 1988 conquistou a
prefeitura de Curitiba. O Partido da Frente Liberal (PFL), agremiação que teve um crescimento
importante após sua fundação em janeiro de 1985, convertendo-se num dos principais partidos
nacionais, participando de todos os governos desde a Aliança Democrática, sempre foi, no
Paraná, um partido secundário, praticamente inexistente no cenário político estadual.
Isso se deu porque os principais integrantes do PDS paranaense que romperam com a
ala dos malufistas não fundaram o PFL, como aconteceu nos outros estados. Eles se dividiram
em grande parte entre o PDT e o PTB. Na época, o então ex-prefeito de Curitiba, Jaime
Lerner (ARENA/PDS), que prestava consultoria ao então governador do Rio de Janeiro,
Leonel Brizola, optou pelo PDT levando consigo boa parte dos quadros políticos que logo em
seguida viriam constituir a principal alternativa partidária aos governos do PMDB.
Em 1985 o PFL coligou-se com o PDT para apoiar o candidato Jaime Lerner nas
eleições para a prefeitura de Curitiba. Lerner ficou em segundo lugar. O candidato vitorioso foi
Roberto Requião, do PMDB. Nas eleições de 1986 o PFL não apresentou candidato a
governador. O partido coligou-se com o PDT, PMB e PJ para apoiar o candidato do PMB,
Alencar Furtado, que ficou em segundo lugar sendo derrotado por Álvaro Dias (PMDB).
Nesse ano, o partido elegeu uma bancada de cinco deputados federais e oito deputados
estaduais. Nas eleições de 1988 o PFL elegeu 36 prefeitos, o que representou 11,35% dos 317
municípios do Paraná, tendo ficado em terceiro lugar. O PMDB, partido do governo, elegeu o
maior número de prefeitos: 162, ou 51,1%. Em segundo ficou o PTB, com 65 prefeitos, ou
20,5% das prefeituras (v. Tab. 3). Em Curitiba, o PFL não teve candidato a prefeito e
conseguiu eleger apenas três vereadores. No pleito de 1990 o PFL coligou-se ao PDC, ao PSC
e ao PRN, que apresentou o candidato José Carlos Martinez. Ao Senado lançou a candidatura
de Paulo Pimentel, não eleito. Foram eleitos quatro deputados federais e seis estaduais, o pior
desempenho até então. Nas eleições de 1992 o Partido da Frente Liberal elegeu 39 prefeitos,
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ou 10,54% dos 370 municípios, tendo ficado em quinto lugar, confirmando a tendência de
queda junto ao eleitorado estadual. Em primeiro lugar ficou novamente o PMDB, com 138
prefeituras (37,29%) (v. Tab. 3). A prefeito de Curitiba, o PFL lançou Luciano Pizzatto, que
ficou em terceiro lugar na disputa que consagrou a vitória do candidato do PDT, Rafael Greca;
o partido elegeu uma bancada de três vereadores apenas. Em 1994, o PFL novamente não
lançou candidato próprio ao governo do estado, nem ao Senado, e apoiou a candidatura de
Jaime Lerner, do PDT. O partido melhorou seu desempenho na Câmara Federal (elegeu 6
deputados) e manteve sua bancada na Assembléia Legislativa: seis representantes. Nas eleições
de 1996 o PFL elegeu 37 prefeitos, representando 9,2% das 399 prefeituras do Estado, tendo
ficado em quinto lugar. Em primeiro ficou o PDT, partido do governador, com 111 prefeitos
ou 27,8% (v. Tab. 3). Em Curitiba, o PFL coligou-se com o PDT e outros partidos
(PPB/PTB/PSC) em apoio à candidatura de Cássio Taniguchi (PDT), que foi eleito. Na
Câmara Municipal o PFL fez uma bancada de quatro vereadores.
Assim, na bancada federal do Paraná, o partido manteve, desde 1986, a média de cinco
parlamentares por legislatura sem nunca ter ultrapassado os 15% de votos válidos, como se vê
na Tabela 1.

Tabela 1 – Desempenho do PFL na bancada federal do Paraná (1982-1998)


ANO TOTAL VOTOS TOTAL VOTOS PFL % DO TOTAL Nº DE CADEIRAS ÍNDICE DE AVANÇO

1982 2 730 266 0 0 0 0

3
1986 3 058 914 470 641 15,39 5 0

4
1990 2 258 126 217 850 9,65 4 2,05

1994 2 287 868 390 319 14,00 65 3,37

1998 4 223 167 881 375 20,87 66 2,44

Como agremiação secundária e de oposição ao governo do Estado até 1994, os


representantes do PFL não ocupavam postos importantes na máquina governamental, nem na
Assembléia Legislativa. Ocupou entre 8 e 6 cadeiras nas eleições de 1986, 1990 e 1994, com
um máximo de 13% dos votos válidos para deputado estadual. Mesmo após 1994, quando o
partido apoiou o candidato vitorioso ao governo do Estado, Jaime Lerner (PDT), sua
participação continuou sendo secundária. Com apenas seis deputados, foi a segunda menor
bancada eleita em 1994 entre os partidos relevantes, empatando com o PTB e ganhando
apenas do PT, que elegeu cinco parlamentares.

3 Eleitos: Antonio Ueno, Alceni Guerra, Paulo Pimentel, Dionísio Assis Dal Pra, Jacy Scanagatta.
4 Eleitos: Ivanio Guerra, Iosio Antonio Ueno, Werner Wanderer e Reinhold Stephanes.
5 Eleitos: Reinhold Stephanes, Luciano Pizzatto, Ricardo Barros, Abelardo Lupion, Iosio Antonio Ueno e Werner Wanderer.
6 Eleitos: Rafael Greca, Abelardo Lupion, Affonso Camargo, Luciano Pizzato, Werner Wanderer, Santos Filho.
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Tabela 2 – Desempenho do PFL na bancada estadual do Paraná (1982-1998)

ANO TOTAL VOTOS TOTAL VOTOS PFL % DO TOTAL Nº DE CADEIRAS ÍNDICE DE AVANÇO

2 705 436 0 0 0 0
1982
7
3 113 887 417 657 13,41 8 0
1986
8
2 554 742 213 531 8,36 6 -2,72
1990
9
3 201 212 361 738 11,30 6 2,74
1994
4 433 259 989 060 22,31 1210 4,51
1998

Jaime Lerner ingressou no PFL em 1997, ao final de seu primeiro mandato como
governador do estado (1995-1998). Pode-se a partir daí dividir a história do PFL do Paraná em
duas fases bastante distintas.
Durante o período 1995-1998, Lerner teve de optar entre manter-se fiel ao PDT de
Leonel Brizola, candidato derrotado nas eleições de outubro de 1994 para a presidência da
República, ou aproximar-se do governo de Fernando Henrique Cardoso. O governador
esforçou-se por protelar a decisão o máximo possível. Aprovada a legislação que dava a
governadores, prefeitos e presidente da República o direito de tentar a reeleição, ele desejou
transferir-se para o partido do governo federal. Com apoio do então ministro e conselheiro
político de Fernando Henrique, Sérgio Motta, o ex-governador Álvaro Dias — candidato
derrotado pelo próprio Lerner na eleição de 1994, recém-filiado ao PSDB (ex-PP) —
conseguiu barrar interferências federais e evitou, dentro do diretório regional, o ingresso do
governador do Estado no PSDB.
A saída mais viável naquele momento foi o PFL, o outro partido mais próximo do
presidente da República depois do PSDB. Assim, em função de uma contingência política, em
setembro de 1997, com fichas abonadas pelo vice-presidente da República, Marco Maciel, os
caciques do governo estadual paranaense se transferem para o PFL. Começa assim a segunda
fase do partido no Estado, a fase do ―PFL gigante‖.
Em questão semanas, o PFL passou de partido quase inexistente a principal potência
política no Estado. Para os pefelistas genuínos, o agigantamento do PFL trouxe benefícios.
Afinal de contas, eles apoiavam o governo desde 1994 sem obter grandes compensações em
troca. A partir de 1997 o partido se transformou na principal fonte de recrutamento para os
cargos do Legislativo e Executivo estaduais.
Com a entrada do grupo de Lerner no partido o PFL ganhou a força de novas
lideranças. De um dia para outro deixou de ser um partido secundário numericamente para

7Eleitos: Ezequias Losso, Lindolfo Junior, David Cherigate, Alexandre Cerranto, Antonio Costenaro Neto, João Batista
Arruda, Basílio Zanusso e Werner Wanderer.
8Eleitos: Antonio Costenaro Neto, João Batista de Arruda, Elio Lino Rusch, Basílio Zanusso, Duílio Genari e Plauto Miró
Guimarães Filho
9 Eleitos: Carlos Simões, Nelson Garcia, Reny Borsato, Elio Lino Rusch, Plauto Miró Guimarães Filho e Basílio Zanusso
10Eleitos: Luis C. Alborghetti, Anibal Khury, Basílio Zanusso, Cleiton Kielse, Edno Guimarães, Élio Rusch, Geraldo Cartário,
Hidekazu Takayama, José Durval Amaral, Marcos Isfer, Nelson Garcia, Plauto Miro.
7

uma das principais expressões políticas do Estado. Além de ser o partido do governador, ele
passou a contar com a maior bancada na Assembléia, ao lado do PTB, por conta da migração
dos deputados do PDT. O partido que elegeu a maior bancada da base governista em 1994 foi
o PDT, com nove deputados. Após a transferência de Lerner para o PFL a sigla ficou com
apenas três parlamentares.
Na Assembléia Legislativa a bancada do PFL sempre apresentou movimentação, mas o
período mais intenso de trocas de legendas foi em agosto e setembro de 1997, quando o
partido recebeu 13 novos parlamentares em uma bancada eleita de seis deputados. No período
de 1995 a 1997 o PFL perdeu apenas um deputado, Carlos Xavier Simões, que passou pelo
PSDB e PTB até novembro de 1997. Foram para o PFL os deputados do PDT (partido de
Lerner) Luiz Carlos Martins, Luiz Acorsi Motta, Edno Guimarães, Nelson Tureck, Walmor
Trentini e Julio Ando (os dois últimos eram suplentes do partido). Da bancada do PTB foram
Luiz Carlos Alborguetti, José Alves dos Santos, Aníbal Kury e Eduardo Trevisan. Da bancada
do PMDB foram Durval Amaral e Cleiton Crisóstomo. Da bancada do PP, Geraldo Cartário
(que antes tinha passado pelo PTB)11.
O partido também ganhou o direito de indicar secretários de Estado e em função da
candidatura à reeleição de Jaime Lerner passou a fazer parte da estratégia do governador
ampliar a bancada de seu partido na assembléia regional. O PFL passou a contar com a
possibilidade de indicar secretários de estado a partir de 1998.
Em 1998 os pefelistas do Paraná foram para a sua primeira campanha majoritária do
Estado, com um governador candidato à reeleição e uma das melhores chapas para as eleições
proporcionais. O PFL não lançou candidato a senador por opção do partido12. As articulações
garantiram a reeleição de Lerner no primeiro turno, com 52,2% dos votos válidos, enquanto
Requião ficou com 45,9%. Os outros dos candidatos juntos fizeram 1,8% dos votos válidos.
Além de reeleger o governador, o PFL também fez a maior bancada de deputados
estaduais, com 12 eleitos. Na bancada federal não houve o mesmo efeito e o partido elegeu
apenas cinco parlamentares para a Câmara dos Deputados, um a menos que em 1994.
Além do avanço eleitoral significativo do partido, o PFL ganhou poder na esfera
governamental. Elegeu pela primeira vez o presidente da Assembléia Legislativa do Paraná,
Aníbal Khury. Também passou a contar com funções importantes nas principais comissões
parlamentares. O partido passou a ocupar importantes funções também em comissões
especiais.

11 O período mais intenso de migrações na bancada de deputados federais do PFL do Paraná foi em 1991. Os deputados
federais eleitos em 1989 pelo PRN, Max Rosenmann, Luciano Pizzatto e Basílio Vilani trocaram a legenda pelo PFL em agosto
de 1991. A justificativa era que o principal representante do governo Collor no Paraná era o então ministro da saúde, Alceni
Guerra, do PFL, e não mais o ex-candidato a governador, Luis Carlos Martinez, do PRN. Na legislatura de 1991 a 1995 a
bancada eleita de seis deputados recebeu apenas três novas filiações: Carlos Xavier Simões (eleito pelo PMDB passou pelo PL
antes de entrar no PFL em dezembro de 1993) e Nelson Garcia, eleito pelo PRN. Nessa legislatura a bancada do PFL perdeu
Antonio Costenaro Neto para o PP em janeiro de 1993 e Duílio Genari, filiado ao PP em janeiro de 1994. Na legislatura 1987
a 1991 o partido tinha eleito 8 deputados e não contou com nenhuma filiação. Nesse período, a bancada do PFL apenas
perdeu deputados. Ezequias Losso foi para o PL em setembro de 1987, Lindolfo Júnior passou pelo PTB em setembro de
1987, PMDB em julho de 1988 e PL em outubro de 1989. David Cherigate foi para o PRN em julho de 1989.
12 Esse episódio ficou conhecido no Estado como o ―acordo branco‖ entre Jaime Lerner e Álvaro Dias. Ele previa o não
lançamento de candidato ao senado pelo PFL, praticamente garantindo a eleição de Dias ao cargo, enquanto, em
contrapartida, o PSDB de Álvaro Dias não lançaria candidato ao governo, permitindo uma polarização entre Lerner e Roberto
Requião (PMDB), o que ajudaria a evitar um eventual segundo turno.
8

O PFL do Paraná conseguiu eleger a maior bancada da Assembléia Legislativa em 1998.


Foram 12 cadeiras contra 11 do PTB e oito do PPB. Os três maiores partidos em número de
deputados, somando 31 deputados (57,5% do total), fizeram parte da coligação de apoio à
reeleição do governador Jaime Lerner13.
A oposição ficou com apenas 26% das vagas depois da eleição, distribuídas da seguinte
forma: sete do PMDB, quatro do PT e três do PDT14.
É possível concluir que, do ponto de vista institucional, o PFL é o partido mais forte do
Estado e de fundamental importância para a manutenção da governabilidade.
Também no Executivo o partido conta com grande parte das vagas de primeiro escalão.
Com relação aos municípios, é o partido que detém o maior número de prefeitos e de
vereadores do Estado na atualidade. Porém, não foi o que elegeu mais prefeitos e vereadores
em 1996. Isso significa que houve um processo de transferência partidária maciça para o
―partido do governo‖, em especial até setembro de 1997. Inclusive no âmbito municipal, o
PFL do Paraná é o partido da instrumentalização do governo.
Se o PFL do Paraná é uma potência invejável regionalmente, o mesmo não se pode dizer
de sua importância na esfera federal. De uma bancada de trinta deputados na Câmara Federal,
o PFL do Paraná conseguiu seis vagas, empatado com o PTB, nas eleições de 199815. Em
seguida vieram o PSDB e o PPB com cinco deputados eleitos cada um. Depois o PMDB com
quatro, o PT com três e o PDT com um.
Na representação estadual do Senado, o PFL é nulo. O Paraná tem um senador do
PMDB e dois do PDT. Todos, em níveis diferentes, fazem oposição ao governo do PFL.
A força que o partido demonstrou ter no governo do Estado a partir de 1998 gerou
grandes expectativas para as eleições municipais de 2000. Se o PFL tinha crescido na esfera
estadual, isso significava potencial mudança no quadro eleitoral dos municípios paranaenses. O
que terminou acontecendo, pois o partido passou de 9,2% dos prefeitos eleitos no Estado em
1996 (antes da entrada de Lerner) para 20% dos prefeitos eleitos em 2000, com crescimento
real nunca percebido anteriormente, como pode ser visto na Tabela 3.

Tabela 3 – Prefeitos eleitos segundo os partidos políticos – paraná (1988-2000)

variação 1992/1988 variação 1996/1992 variação 2000/1996

eleições/ 1988 (317 1992 (370 1996 (399 2000 (399

13 Os partidos que não fizeram parte da coligação mas que dão apoio ao Executivo são o PSB com dois deputados eleitos, o
PSC com uma cadeira e o PSDB com seis, somando mais 16,5% das vagas. Vale ressaltar que um deputado do PSDB sempre
se posicionou contrário à maioria da bancada e vota contra o governo.
14Aqui também há dissidências: dois deputados do PDT começaram o mandato votando com o governo, mas há menos de
um ano resolveram romper publicamente com a base aliada e se junta à oposição.
15 Poucos deputados federais do PFL do Paraná se destacam no cenário nacional. Um deles é Abelardo Lupion, uma das
principais lideranças ruralistas. Outro é o ex-ministro Rafael Greca de Macedo, que conseguiu ser indicado para o primeiro
escalão do governo federal. Aqui vale uma ressalva para deixar registrado que a indicação de Greca como ministro deve-se
mais à pressão de Bornhausen do que à pressão do PFL do Paraná. Logo depois da indicação de Greca, Bornhausen justificou
sua indicação como sendo necessário um representante do PFL do sul do País no primeiro escalão do governo federal como
forma de combater o senso comum de que o PFL é um partido nordestino. Ele preferiu indicar um pefelista paranaense,
provavelmente, porque não pretendia disputar o poder político do partido em seu Estado com um Ministro. Além disso, o
PFL do Paraná ficou ―devendo‖ essa indicação a Bornhausen. Desde a demissão de Greca, o governador do Paraná não tem
um integrante de seu grupo político entre os principais assessores do governo federal.
9

partidos municípios) municípios) municípios) municípios)


aumento diminuição aumento diminuição aumento diminuição
(+) (-) (+) (-) (+) (-)

PMDB 162 138 -24 74 -64 73 -1

PTB 65 40 -25 54 14 40 -14

PFL 36 (11,35%) 39 (10,54%) 3 (- 0,81) 37 (9,2%) (-1,34) -2 80 (20,05%) 43 (+ 10,85)

PDT 25 (7,88%) 40 (10,81%) 15 (+2,93) 111 (27,81%) 71 18 (4,51%) -93

(PDS) PPB 13 10 -3 35 28 28 -7

PSDB 0 15 15 73 58 89 16

PT 2 1 -1 6 5 7 1

Outros 20 88 9 64

TOTAL 323 371 48 399 28 399 0 0

Fonte: Dados adptados e recalculados a partir de Doria, 2001, Tab. 1, p. 72 e Tab. 3, p. 96.

É possível perceber um deslocamento no desempenho eleitoral do PFL do Paraná entre


a bancada federal e a bancada estadual. Enquanto a bancada federal cresce em 1991 por conta
da influência de Alceni Guerra no governo Collor, a bancada estadual perde deputados. Os
deputados federais sofrem influência do governo federal para a troca de legendas e não da
esfera estadual. Em 1997, com a entrada de Lerner no PFL a bancada estadual cresce, mas não
há influência significativa na bancada federal. O que mostra mais uma vez que o PFL do
Paraná consegue influenciar os políticos apenas no âmbito paroquial.
Ao contrário da bancada federal, nas eleições para prefeito da capital e para a Câmara de
Vereadores de Curitiba o partido tem o mesmo desempenho da Assembléia Legislativa. O
partido ganha importância em 1997, com a entrada de Lerner, triplicando a bancada na
assembléia, o número de prefeitos eleitos no Estado e o número de vereadores em Curitiba.

Tabela 4 - Desempenho do PFL na bancada municipal de Curitiba (1988-2000)

ÍNDICE DE Nº DE
ANO TOTAL VOTOS PFL TOTAL VOTOS % DO TOTAL
AVANÇO CADEIRAS

1988 49 032 0 672 614 7,95 316

1992 56 869 1,43 747 674 7,6 317

1996 73 978 3,11 819 953 11,88 418

2000 191 603 12,15 927 260 21,13 919

Podemos afirmar que o PFL ganha importância como partido no Paraná apenas após a
entrada de Lerner.

16 Eleitos: Marcos Isfer, Fabiano Braga Cortes Junior e Julio Hideo Ando.
17 Eleitos: Marcos Isfer, Josias Lacour e Fabiano Braga Cortes Junior.
18 Eleitos: Bernardino Barreto de Oliveira, Julieta Braga Cortes dos Reis, Dino Almeida e Carlos Bortoletto.
19Bobato, Julieta Reis, Rui Hara, Aparecido Custódio da Silva, Ede Abib, Alexandre Kuri, Reinhold Stephanes Junior, João
Cláudio Derosso e Ailton Araújo
10

Contudo, o PFL-PR constituiu-se, a partir de 1997, em um partido para o governo e não


num partido de governo.

III. CENTRALIDADE E MARGINALIDADE NA POLÍTICA ESTADUAL


São indicadores da força do partido: a) a coesão da bancada/disciplina partidária; b) a
ocupação de cargos de prestígio/influência na Assembléia Legislativa; e c) a ocupação de
cargos de prestígio/influência no executivo estadual.
Desde 1997, com a entrada do governador Lerner no PFL, a bancada do partido na
Assembléia tem sido sua base de sustentação no governo. Em todas as votações importantes o
governo obteve maioria simples de votos em função do apoio principalmente do PFL e do
PTB. Duas delas merecem destaque.
Em dezembro de 1998, ao fim da última legislatura, foi votado na Assembléia o projeto
de lei que criava o novo sistema de previdência e assistência dos servidores públicos, o ―Paraná
Previdência‖. O sistema substituía o extinto IPE (Instituto de Previdência do Estado) e sofreu
muitas críticas, principalmente de representantes sindicais das categorias de funcionários
públicos20. Apesar de tudo, a base de apoio do governo e principalmente os deputados do PFL
votaram a favor da proposta.
Outro projeto polêmico do governo Jaime Lerner foi a proposta formalizada no início
de 2001 para a privatização da Companhia Paranaense de Eletricidade (Copel) em outubro do
mesmo ano. Desde o início, a iniciativa do executivo estadual recebeu críticas de importantes
setores da sociedade21. Apesar da pressão e do inevitável desgaste político, todos os deputados
do PFL votaram a favor da privatização. Antes, os 29 deputados governistas ―derrubaram‖ a
proposta de iniciativa popular.
Essas duas votações evidenciam o grau de coesão do PFL em torno do executivo
estadual, sua disciplina como partido do governo e sua força relativa na Assembléia. Outro
indicador do crescimento do PFL em nível estadual está na ocupação de cargos de importância
na Assembléia Legislativa a partir de 1997.

20 Pelo IPE, os cerca de 200 mil servidores da ativa e inativa tinham direito a consultas e tratamentos médicos em todas as
cidades do Paraná. Com o Paraná Previdência, apenas hospitais credenciados podem realizar tratamentos que serão pagos pelo
plano de saúde estadual. A questão é que em 1998, quando o projeto foi aprovado, não se sabia que hospitais prestariam os
serviços. Hoje, em 2002, quase quatro anos após a aprovação do novo plano, apenas dez casas hospitalares podem prestar
assistência médica aos servidores públicos estaduais. Quando o projeto foi votado os deputados sabiam que seria necessário
um período de adaptação e que haveria desgastes públicos em função das reclamações de dirigentes sindicais do Estado. A
inexistência de um plano de saúde que substituísse o IPE gerou ameaças de greve dos servidores nos últimos anos. Além dos
problemas relativos à assistência médica, o projeto do Paraná Previdência apresentava um problema político ainda maior para
seus defensores: quando aprovado, ele não tinha nem previsão orçamentária, nem definia a origem dos recursos para
manutenção dos pagamentos das aposentadorias e pensões. A justificativa então aprasentada para instituir a previdência
estadual era desonerar o caixa do estado dos gastos com os servidores inativos e, assim, adequar as contas públicas à Lei de
Responsabilidade Fiscal que à época estava sendo regulamentada na esfera federal. A insegurança sobre a manutenção dos
pagamentos de pensões pela previdência estadual, a médio prazo, fez com que as críticas da oposição ao projeto ganhassem
força na sociedade, capitaneadas pelos representantes sindicais das principais categorias profissionais do Estado.
21 Dirigentes de entidades que normalmente davam seu apoio ao governo Lerner, como a Federação das Indústrias do Estado
do Paraná (FIEP) e a Associação Comercial do Paraná (ACP), manifestaram-se oficialmente contrários à privatização da
Copel. Até mesmo a imprensa local, que quase nunca adota posições antigovernistas, posicionou-se contrária à venda da
Companhia, através da associação que representa os donos de veículos de comunicação do Paraná. Paralelamente, nos meses
que antecederam a votação do projeto que permitia a venda, pelo Estado, da maioria acionária da empresa, partidos de
oposição organizaram uma coleta de assinaturas em todas as regiões do Paraná a fim de apresentar um projeto de lei de
iniciativa popular que impedia a privatização da empresa.
11

Em 1998 o partido elegeu pela primeira vez o presidente da Assembléia Legislativa do


Paraná, Aníbal Khury22. O partido passou também a contar com funções importantes nas
principais comissões parlamentares. A Comissão Permanente de Constituição e Justiça, por
onde passam todos os projetos que tramitam na Assembléia, foi presidida pelo deputado
Basílio Zanusso. Além dela, o partido presidiu a Comissão de Agricultura, Indústria e
Comércio (deputado Plauto Miró Guimarães) e Comissão de Ecologia e Meio Ambiente
(deputado Kiélse Crisóstomo)23.
Na esfera do poder executivo o PFL também ganhou força. Apesar de ter feito parte da
coligação que elegeu Lerner em 1994, o partido não tinha conseguido indicar nenhum
Secretário de Estado até 1997. Desde a filiação do governador, o PFL passou a contar com
cerca de um terço dos secretários estaduais24.
Com base nos dados eleitorais, que indicam um crescimento real do PFL no Paraná a
partir das eleições de 1998 e no fortalecimento da participação do partido em postos de
decisão no Estado, seria possível pensar que regionalmente o PFL estaria se
institucionalizando, a exemplo do que acontece com o PFL em nível nacional.
Porém, uma análise mais detalhada do partido no período posterior ao ingresso do
governador Lerner mostra que, ao invés de crescer o partido inflou, e, ao invés de se
transformar em partido do governo, tornou-se um partido para o governo.
Até a entrada de Lerner, a bancada do partido na Assembléia possuía seis cadeiras e seus
integrantes tinham um perfil político muito definido. Dessa fase do ―PFL original‖, faziam
parte do partido, por exemplo, o deputado Basílio Zanusso, um dos fundadores do PFL no
estado em 1985. Com o notável crescimento de 1997 surgiu uma nova ala, formada
principalmente por migrantes do PDT. A boa relação entre as duas alas não durou muito.
Depois da reeleição de Lerner, os pefelistas originais perceberam que os ex-pededistas haviam
tomado conta do partido em detrimento dos interesses dos quadros históricos da sigla25.
Além dos problemas internos de organização e relacionamento político, o crescimento
do PFL nas eleições municipais foi menor que o de outros partidos na época em que
controlavam o governo do Estado.
Quando Lerner estava no PDT, o partido passou de 10,8% das prefeituras em 1992
(antes da eleição de Lerner) para 27,81% em 1996, o que significa um aumento de quase 200%;
entre 1996 e 2000 o PFL experimentou um crescimento de pouco mais de 100%.

22 O deputado Khury já tinha sido presidente da Assembléia por duas gestões, mas não estava filiado ao PFL.
23 O partido ocupou importantes funções também em Comissões Especiais. Em 2000 o deputado Plauto Miró Guimarães foi
vice-presidente da Comissão Especial de Investigação do Cartel dos Supermercados. Em 2001 Plauto foi novamente Vice-
Presidente da Comissão Especial de Investigação da Sanepar (companhia de águas).
24Esse é um número aproximado em função das repetidas modificações no número de secretarias, com fusões e criação de
―Organizações Sociais‖, que as substituíam.
25 O ponto de maior tensão nessa convivência deu-se em 2000, quando o pefelista original, deputado Abelardo Lupion,
resolveu candidatar-se a presidente do diretório estadual com um discurso crítico em relação ao governador Lerner.
Representante dos ruralistas, Lupion discordava do fato de existirem, nas ―gavetas‖ do Secretário de Segurança Pública
(naquela época Cândido Martins de Oliveira), 57 mandados judiciais de reintegração de posse de propriedades rurais invadidas
pelo MST no Estado. Essa candidatura levou a um ―racha‖ interno e o partido do governo quase se dividiu. Foi preciso a
indicação do ex-governador João Elísio Ferraz de Campos, um nome de consenso entre os governistas e os genuínos, para
impedir dissidências maiores. Lupion retirou sua candidatura e João Elísio foi eleito presidente estadual do PFL. O detalhe é
que o ex-governador vive no Rio de Janeiro, onde presidente uma federação nacional de empresas seguradoras.
12

Deputados indicam que o fato do governador não ser um ―homem de partido‖ como
responsável pelo crescimento relativo do PFL no Estado. Além disso, existe o fato do governo
ter sido eleito e reeleito em uma coalizão de partidos e não por uma única sigla. Isso implicaria
em dizer que o governo tem que dar espaço para outros partidos, ao contrário do que ocorreu
nos anos 80, quando o PMDB foi dominante no cenário eleitoral regional26.
Um elemento que os pefelistas não consideram é que a trajetória do PFL do Paraná pós-
Lerner segue a mesma trajetória política que o governador Lerner. Enquanto o governador
tinha um bom índice de aceitação, o partido cresceu. A decadência da imagem pública de
Lerner levou o partido a uma regressão no cenário político regional. Segundo o ranking dos
governadores do Instituto Datafolha, de julho de 2001, Jaime Lerner passou de sétimo para
nono colocado nacional. Sua nota média à época era de 5,0 pontos. Cerca de um terço dos
entrevistados, 32%, reprovava seu desempenho; para 37% ele era regular e 27% o aprovavam.
Desde o início de seu segundo mandato, Lerner apresentou queda de popularidade. Em junho
de 1999 era aprovado por 52%, em dezembro do mesmo ano essa taxa caiu para 46%. Em
junho de 2000 oscilou para 44%, caindo para 35% em dezembro deste ano e agora chega a
27%, o menor índice desde que assumiu o governo pela primeira vez em 1995 (dados do site
Instituto Datafolha). Depois do último levantamento do Datafolha, Lerner sofreu um desgaste
ainda maior, durante o segundo semestre de 2001, ao propor a privatização da Companhia
Paranaense de Energia Elétrica. De fato, há fortes indicações que o personalismo suplantou a
estruturação partidária no caso do PFL do Paraná nos anos 90. Os resultados eleitorais de 2002
deverão confirmar essa hipótese, mostrando um recuo no partido na arena eleitoral27.
A análise dos dados isolados do crescimento eleitoral e da presença institucional do PFL
não são suficientes para evidenciar se houve de fato um fortalecimento do partido no Paraná a
partir da filiação de Lerner.
Para evitar conclusões pouco fundamentadas, compare-se o desempenho eleitoral do
partido com outros partidos de governo em outros períodos; compare-se igualmente a bancada
eleita de deputados estaduais do PFL com outras bancadas na legislatura de 1998 a 2002 na
Assembléia Estadual e na legislatura de 2000 a 2002 na Câmara Municipal de Curitiba.
A análise do desempenho eleitoral do PFL no interior do Paraná nas eleições municipais
de 2000 – as primeiras com a presença do governador no partido – sugerem que se deva
relativizar o fortalecimento da sigla no estado no período recente.
Enquanto controlava o governo do Estado, durante os anos 80 e na primeira metade dos
90, o PMDB conseguiu eleger 51% prefeitos dos municípios paranaenses em 1988 e 37% em
1992. Nas eleições municipais de 1996 o partido já tinha deixado o governo do Estado e fez
apenas 18,5% de prefeitos, mantendo praticamente o mesmo índice em 2000, com 18,3%. Já o
PDT, enquanto esteve na oposição ao governo do Estado, tinha 7,9% de prefeitos eleitos em
1988 e 10,8% em 1992. Já nas eleições municipais de 1996 o partido contava com o apoio do
governo Lerner e quase conseguiu triplicar o número de prefeituras, chegando a 27,8% dos

26Em entrevista aos autores, o deputado Basílio Zanusso declarou que Jaime Lerner não se preocupa com a vida partidária e
nem se interessa por estimular reuniões do PFL Entrevista 26 de fevereiro de 2002.
27Em 2002 há novos dados que reforçam a idéia de um fortalecimento bastante relativo do PFL no Paraná. O partido não terá
candidato a governador em 2002. Lerner prefere apoiar a candidatura do PSDB. A articulação é para que o PFL indique o
vice-governador. O PPB, que também deve fazer parte da coligação, pretende indicar o candidato a senador da chapa. A
redução da bancada do partido na Assembléia indica que o PFL terá dificuldades em repetir a votação de 1998, com grandes
possibilidades de sair das eleições de outubro com uma redução em sua bancada estadual. Assim, o partido que nos últimos
quatro anos vinha apresentando crescimento acentuado no Paraná, entra em 2002 em franca decadência eleitoral.
13

prefeitos eleitos. Em 2000, na oposição ao governo Lerner, o PDT alcançou 4,5% das
prefeituras. O PFL, por sua vez, teve 11,3% de prefeitos eleitos em 1988, 10,5% em 1992 e
9,2% em 1996, mantendo praticamente os mesmos índices durante todo o período em que
esteve na oposição ao governo do Estado. Em 2000, com o apoio do governador Lerner, o
partido dobrou o número de prefeituras, com 20,5% dos prefeitos eleitos. Esses números
mostram que apesar da presença de Lerner, o PFL não conseguiu fortalecer-se no interior do
Estado, pois ficou com apenas 20,5% das prefeituras, enquanto no período dos governos do
PMDB o partido chegou a ter 51% dos prefeitos. Até mesmo o PDT, partido do governador
nas eleições de 1996, conseguiu melhor desempenho nos municípios (27,8%) do que o PFL
em 2000.
As bancadas de representantes do PFL na Assembléia do Paraná e na Câmara Municipal
de Curitiba, apesar de terem sido as maiores nas eleições de 1998 e 2000, respectivamente, têm
demonstrado muita instabilidade. Para medir a estabilidade da bancada nós criamos o Índice de
Permanência Média no Partido. O objetivo desse indicador é calcular o percentual de
permanência no partido ao longo do mandato do parlamentar que foi eleito ou se filiou ao
PFL após a eleição. O índice é agregado e varia de zero a um. Quanto mais próximo de um,
maior o índice de permanência médio dos parlamentares, quanto mais próximo de zero, menor
o índice e por conseqüência maior a instabilidade da bancada no parlamento.

Tabela 5 - % de cadeiras por partido e índice de permanência dos políticos no partido na Assembléia Legislativa do Paraná (1998-
2002)

1998* 1999 2000 2001 2002** bancada % da Índice de colocação no


média no bancada/ permanência índice de
mandato relação ao permanência
cadeiras % de cadeiras % de cadeiras % de cadeiras % de cadeiras % de
total na
partidos cadeiras cadeiras cadeiras cadeiras cadeiras
legislatura
por por por por por
partido partido partido partido partido

PFL 12 22,22 9 16,67 9 16,67 9 16,67 9 16,67 9,00 16,67 0,65 5º


PPB 8 14,81 7 12,96 4 7,41 6 11,11 6 11,11 5,75 10,65 0,63 6º
PTB 11 20,37 11 20,37 11 20,37 6 11,11 5 9,26 8,25 15,28 0,66 4º
PSDB 6 11,11 7 12,96 6 11,11 8 14,81 8 14,81 7,25 13,43 0,52 10º
PMDB 7 12,96 7 12,96 7 12,96 8 14,81 8 14,81 7,50 13,89 0,93 2º
PDT 3 5,56 3 5,56 2 3,70 6 11,11 6 11,11 4,25 7,87 0,63 6º
PT 4 7,41 4 7,41 4 7,41 4 7,41 4 7,41 4,00 7,41 1,00 1º
PSC 1 1,85 1 1,85 1 1,85 0 0,00 1 1,85 0,75 1,39 0,80 3º
PSB 2 3,70 2 3,70 3 5,56 0 0,00 0 0,00 1,25 2,31 0,35 12º
PL 0 0,00 2 3,70 2 3,70 2 3,70 2 3,70 2,00 3,70 0,40 11º
PSL 0 0,00 1 1,85 4 7,41 3 5,56 3 5,56 2,75 5,09 0,60 8º
PST 0 0,00 0 0,00 1 1,85 0 0,00 0 0,00 0,25 0,46 0,20 13º
PPS 0 0,00 0 0,00 0 0,00 2 3,70 2 3,70 1,00 1,85 0,53 9º
TOTAL 54 100 54 100 54 100,00 54 100,00 54 100,00 54 100,00 0,61
Índice de 0,85 0,87 0,88 0,87 0,88 0,87
Fracionalizaçã
o

nº 6,67 7,59 8,33 8,33 8,58 8,20


partidos
efetivos

* Resultado das eleições de 4 de outubro de 1998.


** Situação em maio de 2002.

Quadro 1 - Índice de permanência média dos deputados estaduais do PFL no partido na Assembléia Legislativa – PR (1998-2002)
1998 1999 2000 2001 2002 IP
Luis C. Alborghetti Luis C. Alborghetti 0,4
Anibal Khury Anibal Khury 1
Basílio Zanusso Basílio Zanusso Basílio Zanusso Basílio Zanusso Basílio Zanusso 1
Cleiton Kielse Cleiton Kielse Cleiton Kielse Cleiton Kielse Cleiton Kielse 1
Edno Guimarães 0,2
Élio Rusch Élio Rusch Élio Rusch Élio Rusch Élio Rusch 1
Geraldo Cartário 0,2
14

Hidekazu Takayama Hidekazu Takayama 0,4


José Durval Amaral José Durval Amaral José Durval Amaral José Durval Amaral José Durval Amaral 1
Marcos Isfer 0,33
Nelson Garcia Nelson Garcia Nelson Garcia Nelson Garcia Nelson Garcia 1
Plauto Miró Plauto Miró Plauto Miró Plauto Miró Plauto Miró 1
Nelson Tureck 0,33
Nelson Justus Nelson Justus Nelson Justus 0,6
Chico Noroeste Chico Noroeste Chico Noroeste 0,6
Braz Palma Braz Palma 0,4
12 9 9 9 9 0,65

Embora o PFL tenha conseguido eleger a maior bancada estadual em 1998, com 12
parlamentares e ter se mantido com nove cadeiras durante os quatro anos da gestão, o que o
posicionou como a maior bancada em tamanho efetivo, o Índice de Permanência Médio no
PFL ficou em 0,65, sendo o quinto partido em estabilidade parlamentar segundo esse
indicador. Ou seja, na média, cada parlamentar eleito ou filiado ao PFL ficou 65% de seu
mandato no partido. As siglas com melhores Índices Médios de Permanência foram o PT com
1, o PMDB com 0,93, o PSC com 0,80 e o PTB com 0,66.
O mesmo padrão repete-se na Câmara de Curitiba.
Tabela 6 - % de cadeiras por partido e índice de permanência dos políticos no partido na Câmara dos Vereadores de
Curitiba - PR (2000-2002)

2000* 2001 2002** bancada % da Índice de colocação no


média no bancada/ permanência índice de
mandato relação ao permanência
total na
cadeiras % de cadeiras cadeiras % de cadeiras cadeiras % de cadeiras legislatura
partidos por partido por partido por partido

PFL 9 25,71 4 11,43 2 5,71 3 8,57 0,56 12º


PTB 2 5,71 1 2,86 1 2,86 1 2,86 0,67 7º
PPB 4 11,43 1 2,86 1 2,86 1 2,86 0,40 13º
PMDB 3 8,57 4 11,43 4 11,43 4 11,43 0,92 4º
PT 6 17,14 6 17,14 5 14,29 5,5 15,71 1,00 1º
PSC 3 8,57 5 14,29 4 11,43 4,5 12,86 0,80 6º
PSL 1 2,86 1 2,86 1 2,86 1 2,86 1,00 1º
PDT 2 5,71 1 2,86 1 2,86 1 2,86 0,67 7º
PSB 2 5,71 3 8,57 3 8,57 3 8,57 0,89 5º
PSDB 3 8,57 7 20,00 10 28,57 8,5 24,29 0,60 11º
PL 0 0,00 1 2,86 1 2,86 1 2,86 0,66 9º
PPS 0 0,00 1 2,86 1 2,86 1 2,86 0,66 9º
PCdoB 0 0,00 0 0,00 1 2,86 0,5 1,43 1,00 1º
TOTAL 35 100 35 100 35 100 35 100,00 0,76

Índice de 0,8588 0,8718 0,8555 0,8669


Fracionalização

* Resultado das eleições de 1 de outubro de 2000.


** Situação em maio de 2002.

Quadro 2 - Índice de permanência média dos vereadores do PFL no partido na Câmara Municipal de Curitiba – PR
(2000-2002)
2000 2001 2002 IP
Ailton Araujo 0,33
Alexandre Curi 0,33
Aparecido Custódio da Silva 1,00
Ede Abib Ede Abib 0,66
15

Geraldo Bobato Geraldo Bobato Geraldo Bobato 1,00


João Claudio Derosso João Claudio Derosso 0,07
Julieta Reis Julieta Reis Julieta Reis 1,00
Rui Hara 0,33
Stephanes Junior 0,33
9 4 2 0,56

Na Câmara Municipal de Curitiba a instabilidade da bancada é ainda mais notável. O


partido elegeu o maior número de vereadores em 2000 (nove representantes). Hoje, menos de
dois anos após o início do mandato, o PFL conta com apenas duas cadeiras. É o 12º em Índice
de Permanência Médio de um total de 13 partidos. O indicador do PFL está em 0,56,
ganhando apenas do PPB, que tem 0,40%.
Por que os políticos migram? Uma das explicações possíveis é a chamada ―conexão
eleitoral‖. Parlamentares trocam de partidos em função de interesses eleitorais futuros,
principalmente para garantir maior possibilidade de reeleição (Ranulfo, 2000). Por isso os
índices de migração em anos ímpares (quando termina o prazo legal para as filiações de
candidatos às eleições seguintes) aumentam em relação aos anos pares. Outra razão que deve
ser considerada é a chamada ―conexão presidencial‖ (Amorim & Santos, 2001), que leva em
conta a relação entre o Executivo e o Legislativo, incluindo barganha, patronagem e
clientelismo dos congressistas como um estímulo à migração partidária. Nesse caso, os
beneficiados com os recursos de patronagem tenderiam a migrar para partidos da base do
governo, enquanto integrantes desse partido que se sintam desprestigiados pelo Executivo
tenderiam a migrar para legendas mais distantes da base de apoio do Executivo.
Essa é uma hipótese bastante rentável. Como esse trabalho trata de partidos nos
Estados, substituiremos o termo ―conexão presidencial‖ por ―conexão com o executivo‖.
Políticos buscam uma conexão com o executivo para aumentar suas possibilidades de
reeleições, trazer benefício para o eleitorado e esse movimento, embora faça aumentar o
partido não o fortalece, ou o ―institucionaliza‖. As dificuldades conjunturais promovem nova
leva de migrações, fragilizando a agremiação.

IV. CONCLUSÕES
A história do desempenho eleitoral do PFL no Paraná pode ser dividida em duas fases
bem nítidas. Uma antes e outra depois da entrada do governador Jaime Lerner.
Mostramos que mesmo tendo ganho fôlego eleitoral, em função da presença do
governador desde 1997, o PFL não conseguiu se institucionalizar no Estado, contrariando o
estilo nacional da agremiação.
Pode-se por isso dizer que não houve um fortalecimento do PFL enquanto partido
político autônomo no Estado, pois, ao invés de transformar-se no partido do governo, nos
últimos quatro anos ele continuou sendo um partido para o governo.
A relativa desimportância do PFL paranaense é tanto mais relevante quando se considera
a imagem difundida do PFL no nível nacional: a) disciplinado (há quase unanimidade nas
votações); b) coeso ideologicamente (não há clivagens importantes a não ser regionais (facções
estaduais), e mesmo elas não estimulam uma fragmentação importante do partido — pense-se
16

nesse caso na diferença substancial em relação do PMDB); e c) estável (baixa migração


partidária).
No estado, as decisões principais continuaram nas mãos do governador e de sua
―equipe‖ e não do partido. o principal desafio da política estadual, hoje, é a sobrevivência do
grupo lernista no poder, sendo o problema-chave encontrar um candidato viável
independentemente do PFL.
17

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AMORIM Neto, Octavio & SANTOS, Fabiano. 2001. A conexão presidencial: facções pró e
antigoverno e disciplina partidária no Brasil. Dados, Rio de Janeiro, vol.44 n. 2.
DALTON, Russel J. & WATTENBERG, Martin P. 2000. Unthinkable Democracy: Political Change
in Advanced Industrial democracies. In: _____. (eds.) Parties Without Partisans: Political Change in
Advanced Industrial Democracies. New York : Oxford University Press.
DÓRIA, Pedro Ricardo. 2001. Liderança, autoridade e contexto político: o caso de Jaime Lerner no Paraná
(1971-2001). Dissertação (Mestrado em Sociologia). Departamento de Ciências Sociais,
Universidade Federal do Paraná (UFPR).
FIGUEIREDO, Argelina Cheibub & LIMONGI, Fernando. 1999. Os partidos políticos na Câmara
dos Deputados: 1989-94. In: _____. Executivo e legislativo na nova ordem constitucional. Rio de Janeiro :
Editora FGV.
MELO, Carlos Ranulfo Felix de. 2000. Partidos e migração partidária na Câmara dos Deputados.
Dados, Rio de Janeiro, vol.43 n. 2.
MENEGUELLO, Rachel. 1998. Partidos e governo no Brasil contemporâneo (1985-1997). São Paulo : Paz e
Terra.
18

Anexos
Quadro 3 - Índice de permanência média dos vereadores no partido na Câmara Municipal de Curitiba – PR (2000-2002)
2000 2001 2002 IP
PFL
Ailton Araujo 0,33
Alexandre Curi 0,33
Aparecido Custódio da Silva 1,00
Ede Abib Ede Abib 0,66
Geraldo Bobato Geraldo Bobato Geraldo Bobato 1,00
João Claudio Derosso João Claudio Derosso 0,07
Julieta Reis Julieta Reis Julieta Reis 1,00
Rui Hara 0,33
Stephanes Junior 0,33
0,56
PTB
Aldemir Manfron Aldemir Manfron Aldemir Manfron 1,00
Jair Cezar 0,33
0,67
PPB
Ângelo Batista Ângelo Batista 0,66
Arlete Caramês 0,33
Ney Leprevost 0,33
Osmar Bertoldi 0,33
Pastor Valdemir 0,33
0,40
PMDB
Alexandre Curi Alexandre Curi 0,66
Celso Torquato Celso Torquato Celso Torquato 1,00
Marcelo Almeida Marcelo Almeida Marcelo Almeida 1,00
Paulo Salamuni Paulo Salamuni Paulo Salamuni 1,00
0,92
PT
Adenival Gomes Adenival Gomes Adenival Gomes 1,00
André Passos André Passos André Passos 1,00
Clair da Flora Martins Clair da Flora Martins Clair da Flora Martins 1,00
Jorge Samek Jorge Samek licenciado 1,00
Natálio Stica Natálio Stica Natálio Stica 1,00
Tadeu Veneri Tadeu Veneri Tadeu Veneri 1,00
1,00
PSC
Ailton Araujo 0,33
Elias Vidal Elias Vidal 0,66
Fábio Camargo Fábio Camargo Fábio Camargo 1,00
Mauro Moraes Mauro Moraes Mauro Moraes 1,00
Paulo Frote Paulo Frote Paulo Frote 1,00
0,80
PSL
Antonio Bueno Antonio Bueno Antonio Bueno 1,00
1,00
PDT
Ângelo Batista 0,33
Jorge Bernardi Jorge Bernardi Jorge Bernardi 1,00
0,67
PSB
Jairo Marcelino Jairo Marcelino Jairo Marcelino 1,00
19

José Aparecido Alves - Jotapê José Aparecido Alves - Jotapê José Aparecido Alves - Jotapê 1,00
Mario Celso Mario Celso 0,66
0,89
PSDB
Ailton Araujo 0,33
Ede Abib 0,33
Elias Vidal 0,33
Jair Cezar Jair Cezar 0,66
João Claudio Derosso 0,33
Luis Ernesto Luis Ernesto Luis Ernesto 1,00
Ney Leprevost Ney Leprevost 0,66
Osmar Bertoldi Osmar Bertoldi 0,66
Rui Hara Rui Hara 0,66
Sabino Picolo Sabino Picolo Sabino Picolo 1,00
Stephanes Junior Stephanes Junior 0,66
0,60
PL
Pastor Valdemir Pastor Valdemir 0,66
0,66
PPS
Arlete Caramês Arlete Caramês 0,66
0,66
PCdoB
Ricardo Gomyde suplente 1,00
1,00
20

Quadro 4 - Índice de permanência média dos deputados estaduais no partido na Assembléia Legislativa – PR (1998-2002)

1998 1999 2000 2001 2002 IP


PFL
Alborghetti Alborghetti 0,4
Anibal Khury Anibal Khury 1
Basílio Zanusso Basílio Zanusso Basílio Zanusso Basílio Zanusso Basílio Zanusso 1

Cleiton Kielse Cleiton Kielse Cleiton Kielse Cleiton Kielse Cleiton Kielse 1

Edno Guimarães 0,2


Élio Rusch Élio Rusch Élio Rusch Élio Rusch Élio Rusch 1
Geraldo Cartário 0,2
Hidekazu Takayama Hidekazu Takayama 0,4
José Durval Amaral José Durval Amaral José Durval Amaral José Durval Amaral José Durval Amaral 1
Marcos Isfer 0,33
Nelson Garcia Nelson Garcia Nelson Garcia Nelson Garcia Nelson Garcia 1
Plauto Miró Plauto Miró Plauto Miró Plauto Miró Plauto Miró 1
Nelson Tureck 0,33
Nelson Justus Nelson Justus Nelson Justus 0,6
Chico Noroeste Chico Noroeste Chico Noroeste 0,6
Braz Palma Braz Palma 0,4
0,65
PSDB
Ademar Luiz Traiano Ademar Luiz Traiano 0,4
Algaci Túlio Algaci Túlio 0,4
Augustinho Zucchi Augustinho Zucchi 0,4
Edno Guimarães Edno Guimarães 0,4
Hermas Eurides Brandão Hermas Eurides Brandão 0,4
José Maria Ferreira José Maria Ferreira José Maria Ferreira 0,6
Luiz Fernandes (Litro) Luiz Fernandes (Litro) Luiz Fernandes (Litro) Luiz Fernandes (Litro) Luiz Fernandes (Litro) 1
Neivo Beraldin 0,2
Nelson Tureck Nelson Tureck 0,66
Pastor Edson Praczyk Pastor Edson Praczyk 0,4
Renato Gaúcho Renato Gaúcho Renato Gaúcho 0,6
Ricardo Maia Ricardo Maia 0,4
Serafina Carrilho Serafina Carrilho 0,4
Sérgio Spada Sérgio Spada Sérgio Spada Sérgio Spada Sérgio Spada 1
0,52
PPB
Augustinho Zucchi 0,2
Braz Palma Braz Palma 0,4
Cesar Seleme Cesar Seleme Cesar Seleme Cesar Seleme Cesar Seleme 1
Duílio Genari Duílio Genari Duílio Genari Duílio Genari Duílio Genari 1
Miltinho Pupio Miltinho Pupio 0,4
Moysés Leônidas Moysés Leônidas 0,4
Neivo Beraldin Neivo Beraldin 0,4
Ribas Carli Ribas Carli Ribas Carli Ribas Carli Ribas Carli 1
Tiago Amorim Tiago Amorim 0,5
Tony Garcia Tony Garcia Tony Garcia Tony Garcia Tony Garcia 1
0,63
PTB
21

Ademar Luiz Traiano Ademar Luiz Traiano Ademar Luiz Traiano 0,6
Alborghetti Alborghetti Alborghetti 0,6
Algaci Túlio Algaci Túlio Algaci Túlio 0,6
Beto Richa Beto Richa Beto Richa 1
Carlos Simões Carlos Simões Carlos Simões Carlos Simões Carlos Simões 1
Cesar Silvestri Cesar Silvestri Cesar Silvestri 0,6

Hermas Eurides Brandão Hermas Eurides Brandão Hermas Eurides Brandão 0,6
Hidekazu Takayama Hidekazu Takayama 0,4
Luiz Accorsi Luiz Accorsi Luiz Accorsi Luiz Accorsi Luiz Accorsi 1
Miltinho Pupio Miltinho Pupio 0,4
Nelson Justus Nelson Justus 0,4
Ricardo Chab Ricardo Chab Ricardo Chab 0,6
Tiago Amorim Tiago Amorim 0,5
Valdir Rossoni Valdir Rossoni Valdir Rossoni Valdir Rossoni Valdir Rossoni 1
0,66
PMDB
Ademir Bier Ademir Bier Ademir Bier Ademir Bier Ademir Bier 1
Antonio Annibelli Antonio Annibelli Antonio Annibelli Antonio Annibelli Antonio Annibelli 1
Caíto Quintana Caíto Quintana Caíto Quintana Caíto Quintana Caíto Quintana 1
Edson Strapasson Edson Strapasson Edson Strapasson Edson Strapasson Edson Strapasson 1
Nereu Moura Nereu Moura Nereu Moura Nereu Moura Nereu Moura 1
Orlando Pessuti Orlando Pessuti Orlando Pessuti Orlando Pessuti Orlando Pessuti 1
Ricardo Chab Ricardo Chab 0,4
Waldyr Pugliesi Waldyr Pugliesi Waldyr Pugliesi Waldyr Pugliesi Waldyr Pugliesi 1
0,93
PDT
Augustinho Zucchi Augustinho Zucchi 0,4
Edgar Bueno Edgar Bueno Edgar Bueno 1
Eli Ghellere Eli Ghellere 1
José Maria Ferreira José Maria Ferreira 0,4
Luiz Carlos Zuk Luiz Carlos Zuk Luiz Carlos Zuk Luiz Carlos Zuk Luiz Carlos Zuk 1
Neivo Beraldin Neivo Beraldin 0,4
Moysés Leônidas Moysés Leônidas 0,4
Renato Gaúcho Renato Gaúcho 0,4
0,63
PT
Ângelo Vanhoni Ângelo Vanhoni Ângelo Vanhoni Ângelo Vanhoni Ângelo Vanhoni 1
Hermes Fonseca Hermes Fonseca Hermes Fonseca Hermes Fonseca Hermes Fonseca 1
Irineu Colombo Irineu Colombo Irineu Colombo Irineu Colombo Irineu Colombo 1
Luciana Rafagnin Luciana Rafagnin 1

Péricles de Holleben Melo Péricles de Holleben Melo Péricles de Holleben Melo 1


1
PSC
Chico Noroeste Chico Noroeste Chico Noroeste 0,6
Pastor Fernando
Guimarães 1
0,8
PSB
Antonio Belinati Antonio Belinati 0,4
Hidekazu Takayama 0,2
22

Moysés Leônidas 0,2


Ricardo Maia Ricardo Maia Ricardo Maia 0,6
0,35
PL
Edno Guimarães 0,2
Geraldo Cartário 0,2
Pastor Edson Praczyk Pastor Edson Praczyk Pastor Edson Praczyk 0,6
Serafina Carrilho Serafina Carrilho Serafina Carrilho 0,6
0,4
PSL
Antonio Belinati Antonio Belinati Antonio Belinati 0,6
Edno Guimarães 0,2
Geraldo Cartário Geraldo Cartário Geraldo Cartário 0,6
Luiz Carlos Martins Luiz Carlos Martins Luiz Carlos Martins Luiz Carlos Martins 1
0,6
PST
Braz Palma 0,2
0,2
PPS
Cesar Silvestri Cesar Silvestri 0,4
Marcos Isfer Marcos Isfer 0,66
0,53

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