Vous êtes sur la page 1sur 7

PESARO AEP ET AL.

Artigo de Atualização

INFART
INFART O AGUDO DO MIOCÁRDIO - SÍNDROME CORONARIANA AGUD
ARTO AGUDAA
COM SUPRADESNÍVEL DO SEGMENTO ST
SEGMENTO
ANTONIO EDUARDO PEREIRA P ESARO*, C ARLOS V ICENTE SERRANO JR., JOSÉ C ARLOS N ICOLAU
Trabalho realizado na Unidade Clínica de Coronariopatia Aguda - Instituto do Coração do
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, São Paulo, SP.

RESUMO – As doenças cardiovasculares continuam sendo a primei- importantes do tratamento atual incluem redução da disfunção
ra causa de morte no Brasil, responsáveis por quase 32% de todos ventricular e melhor controle das arritmias. A necessidade de
os óbitos. Além disso, são a terceira maior causa de internações no reperfusão precoce é crucial para o bom prognóstico do infarto do
país. Entre elas, o infarto agudo do miocárdio ainda é uma das miocárdio. O objetivo dessa revisão é enfatizar conceitos atuais
maiores causas de morbidade e mortalidade. Apesar dos avanços básicos em relação à fisiopatologia, diagnóstico e tratamento do
terapêuticos das últimas décadas, o infarto ainda apresenta expres- infarto agudo do miocárdio, de acordo com as diretrizes nacionais
sivas taxas de mortalidade e grande parte dos pacientes não recebe e internacionais.
o tratamento adequado. O advento das Unidades Coronarianas e a
introdução do tratamento de reperfusão com fibrinolíticos ou
angioplastia primária foram fundamentais para reduzir a mortalida- UNITERMOS: Infarto agudo do miocárdio. Fibrinolíticos. Angioplastia
de e as complicações relacionadas à doença. Efeitos benéficos primária.

INTRODUÇÃO Patogênese de apresentações clínicas que variam da


O estudo do infarto agudo do miocárdio O termo infarto do miocárdio significa angina instável e infarto sem supra até o
(IAM) é fundamental pela alta prevalência, basicamente a morte de cardiomiócitos cau- infarto com supradesnível7 do segmento ST.
mortalidade e morbidade da doença. Estudos sada por isquemia prolongada. Em geral, essa É por isso que o manejo do infarto é baseado
epidemiológicos revelam taxas de mortalidade isquemia é causada por trombose e/ou no rápido diagnóstico, na desobstrução ime-
geral ao redor de 30%, sendo que metade dos vasoespasmo sobre uma placa ateros- diata da coronária culpada, manutenção do
óbitos ocorrem nas primeiras duas horas do clerótica. O processo migra do subendo- fluxo obtido, profilaxia da embolização distal
evento e 14% morrem antes de receber aten- cárdio para o subepicárdio. A maior parte dos e reversão de suas complicações potencial-
dimento médico1,2. No entanto, os pacientes eventos é causada por rotura súbita e forma- mente fatais (arritmias, falência cardíaca e
admitidos nos serviços de emergência preco- ção de trombo sobre placas vulneráveis, distúrbios mecânicos).
cemente foram os que mais se beneficiaram inflamadas, ricas em lipídios e com capa fibro- Diagnóstico
dos avanços terapêuticos das últimas décadas. sa delgada. Uma porção menor está asso- O diagnóstico é feito com base no qua-
A mortalidade intra-hospitalar, ao redor de ciada à erosão da placa aterosclerótica5. dro clínico, nas alterações eletrocardio-
30% antes de 1960, diminuiu para 16% com o Existe um padrão dinâmico de trombose e gráficas e na elevação dos marcadores
advento das unidades coronarianas. Posterior- trombólise simultaneamente, associadas a bioquímicos de necrose. Tendo em vista
mente, com o desenvolvimento dos fibrino- vasoespasmo, o que pode causar obstrução que os sintomas são extremamente varia-
líticos e da angioplastia primária, as taxas decli- do fluxo intermitente e embolização distal6 dos e que a elevação dos marcadores inicia-
naram até cerca de 6%-8% nos primeiros (um dos mecanismos responsáveis pela falên- se cerca de seis horas após o inicio da dor,
30 dias após o infarto3,4. cia da reperfusão tecidual apesar da obtenção o principal instrumento diagnóstico e deter-
Assim, o prognóstico desses pacientes de fluxo na artéria acometida). minante da conduta é o eletrocardiograma.
depende fundamentalmente da agilidade em Dentro de um espectro de possibilidades Ele deverá apresentar o supradesnível do
alcançar um serviço médico e na eficiência relacionadas com o tempo de evolução, o segmento ST ou o bloqueio agudo de ramo
desse serviço em obter a reperfusão miocárdio sofre progressiva agressão repre- esquerdo, critérios suficientes para desen-
coronariana o mais rápido possível. sentada pelas áreas de isquemia, lesão e cadear a tentativa imediata de reperfusão
necrose sucessivamente. Na primeira, pre- em um paciente com história sugestiva.
dominam distúrbios eletrolíticos, na segunda,
*Correspondência alterações morfológicas reversíveis e na últi- Quadro clínico
Av. Enéas C. de Aguiar, 44 – Prédio 2 – 2º andar
sala 12 – CEP: 05683-000 – São Paulo – SP
ma, danos definitivos. Da mesma forma, essas A apresentação típica é caracterizada por
Tel: (11) 3069-5058 – Fax: (11) 3088-3809 etapas se correlacionam com a diversidade dor precordial em aperto à esquerda, irradiada

214 Rev Assoc Med Bras 2004; 50(2): 214-20


INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO

para o membro superior esquerdo, de grande Tabela 1 – Classificações do IAM


intensidade e prolongada (maior do que 20
minutos), que não melhora ou apenas tem Classificação clínica de Killip10
alívio parcial com repouso ou nitratos Killip 1: Sem evidência de congestão pulmonar
sublinguais. A irradiação para mandíbula, Killip 2: Estertores pulmonares, distensão venosa jugular ou terceira bulha
membro superior direito, dorso, ombros e Killip 3: Edema pulmonar
epigástrio também é possível. Em pacientes Killip 4: Choque cardiogênico
diabéticos, idosos ou no período pós-opera-
Classificação hemodinâmica de Forrester11
tório, o infarto pode ocorrer na ausência de
dor, mas com náuseas, mal-estar, dispnéia, Forrester 1: IC >2.2 e PCP<18
taquicardia ou até confusão mental8. Forrester 2: IC>2.2 e PCP>18
Forrester 3: IC<2.2 e PCP<18 (correlaciona-se com infarto do ventrículo direito)
Exame físico Forrester 4: IC<2.2 e PCP<18
O paciente apresenta-se ansioso e com (IC = índice cardíaco, PCP = pressão capilar pulmonar; aferido com catéter de Swan Ganz)
agitação psicomotora em função do descon-
Classificação de Forrester modificada12
forto precordial. A ausculta cardíaca pode
revelar taquicardia (fator de pior prognóstico), Classe 1: perfusão normal e ausência de congestão pulmonar
sopros valvares (em virtude de disfunção Classe 2a: perfusão normal, congestão pulmonar ao exame físico ou radiografia, sem dispnéia
valvar isquêmica) e terceira bulha (associada Classe 2b: perfusão normal e congestão pulmonar com dispnéia
com insuficiência ventricular aguda). Ela Classe 3: perfusão diminuída e ausência de congestão pulmonar
também serve como base para comparação Classe 4: perfusão diminuída e presença de congestão pulmonar
com possíveis alterações posteriores gera-
das por complicações mecânicas (rotura de
• No infarto inferior, se o supra em D3 for ver supra de ST maior do que 1mm concor-
septo, insuficiência mitral, etc). Hipotensão
maior que em D2 e houver infra em D1 e dante com o QRS, ou maior do que 5mm
pode ser um sintoma de choque cardio-
aVL maior do que 1 mm, há grande possi- discordante do QRS.
gênico inicial. Ausculta de estertores pul-
bilidade de lesão da coronária direita. A Ecocardiograma
monares em pacientes dispnéicos é um sinal
associação com supra de V4R favorece o
de falência ventricular em pacientes de alto É um exame de baixo custo, não-
envolvimento do ventrículo direito 15. Se
risco 7,8 . invasivo, que pode ser feito à beira do leito.
isso não estiver presente, mas houver
Classificações do IAM supra em D1, aVL, V5,V6 e infra em V1,V2 Pode detectar disfunção segmentar do
e V3, provavelmente a artéria envolvida é ventrículo, auxiliando no diagnóstico. Além
A importância das classificações é de or-
a circunflexa. disso, na evolução do IAM quantifica a fun-
dem prática (Tabela 1). Com elas, condutas ção cardíaca, evidencia envolvimento do
são estipuladas, estima-se o grau de disfunção • No infarto anterior com supra em V1,V2 e
V3, se o supra for maior do que 2,5mm ventrículo direito e diagnostica compli-
ventricular e determina-se o prognóstico do cações mecânicas valvares e miocárdicas,
IAM. Citaremos três classificações extensa- em V1 ou se houver BRD agudo, ou ainda
se houver infra associado em D2,D3 e AVf, além de possíveis trombos nos átrios e
mente utilizadas9. ventrículos. Auxilia na exclusão de diagnós-
a maior probabilidade é de uma lesão
Exames subsidiários ticos diferenciais como a dissecção de aorta
proximal da descendente anterior. Por
Eletrocardiograma (ECO transesofágico, preferencialmente),
outro lado, se na mesma situação houver
derrame pericárdico ou embolia pulmonar
É o exame mais importante no diagnós- supra associado em D2, D3 e AVf, a pro-
maciça 7,8.
tico do IAM. Deve ser feito seriadamente nas babilidade maior é de lesão na porção
primeiras 24 horas e diariamente após o distal da descendente anterior. Marcadores de necrose
primeiro dia. O supradesnível do segmento Infartos da parede posterior podem ma- Deve-se proceder coleta seriada de
ST >1 mm em duas derivações contíguas nifestar-se com infra em V1,V2 e V3. Nesses CKMB, mas ela não é necessária para a indi-
determina o diagnóstico e correlaciona-se casos, deve-se observar as derivações V7 e cação de reperfusão imediata, já que inicia
com a topografia do infarto13,4. Por exemplo: V8, que evidenciam supradesnivelamento e sua elevação após algumas horas do início
supra em V1,V2,V3 relaciona-se com parede portanto, serão suficientes para indicar a dos sintomas. A curva detectada pela coleta
septal, D1 e aVL com parede lateral alta, V1 reperfusão. seriada (a cada 6 horas, por exemplo) mostra
a V6, anterior extensa, V2,V3 e aVF com O bloqueio de ramo esquerdo (BRE) ascenso e descenso do marcador. O pico
inferior e finalmente V7 e V8 com parede agudo na vigência de dor precordial também costuma ocorrer nas primeiras 24 horas e
posterior. permite o diagnóstico de IAM. Porém, se o correlaciona-se com a extensão do infarto16.
Além disso, é possível inferir a artéria BRE é antigo, o diagnóstico eletrocar- A dosagem de troponina não é obrigatória e
culpada por meio do eletrocardiograma: diográfico é dificultado, mas possível se hou- não deve ser seriada.

Rev Assoc Med Bras 2004; 50(2): 214-20 215


PESARO AEP ET AL.

Manejo do IAM tamanho e a mortalidade do infarto, derivam V1,V2,V3, com supra em V7 e V8 do IAM
1.Tratamento da dor de trabalhos da era pré-fibrinolítica20. Suge- posterior) ou bloqueio de ramo esquerdo
re-se a administração inicialmente endo- novo24. Ela deve ser executada o mais breve
Opióides
venosa com fármacos de curta duração possível para minimizar os danos ao mio-
Morfina pode ser usada com eficiência (ex: metoprolol 5mg EV, seguido de doses cárdico. A precocidade da recanalização, a
para alívio da dor, da ansiedade e tem ação suplementares a cada cinco minutos, até 15 eficiência na obtenção e manutenção de fluxo
vasodilatadora adjuvante. Doses de 4-8 mg mg se necessário, para alcançar frequência ótimo (TIMI 3) estão diretamente relacionadas
EV podem ser usadas, com bolus adicionais cardíaca próxima a 60 bpm). Em seguida, ao prognóstico do infarto25.
de 2mg se necessário. Efeitos colaterais de deve-se introduzir a medicação via oral. A escolha entre método farmacológico ou
depressão do sistema nervoso podem ser Devem ser evitados em pacientes com mecânico depende da disponibilidade de re-
antagonizados com naloxone. Bradicardia e asma ou doença pulmonar obstrutiva crônica, cursos médicos, porém mais importante do
hipotensão podem ser tratadas com atropina e bradicardias (especialmente em pacientes que o método é a rapidez no uso da terapêu-
expansão volêmica. com infarto inferior), congestão pulmonar tica. Um estudo europeu, por exemplo, reve-
Nitratos sintomática ou choque, BAV de segundo ou lou que nas primeiras 3 horas do início dos
São usados para alívio dos sintomas e não terceiro graus, PAS<90mmHg ou diminuição sintomas, os dois métodos foram equiva-
diminuíram a mortalidade do IAM em grandes de 30 mmHg em relação ao basal. Em pacien- lentes26. No entanto, a angioplastia primária
tes com disfunção ventricular compensada mostrou-se superior aos fibrinolíticos em rela-
estudos17,18. Dinitrato de Isossorbida pode ser
devem ser usados com cautela. ção à mortalidade, reinfarto e AVCs, em uma
usado SL para alívio imediato da dor e para
meta-análise com 23 estudos comparando os
afastar espasmo coronariano. Nitroglicerina 2. Tratamento antiplaquetário métodos. Nela, observou-se a diminuição da
EV deve ser usada, especialmente em casos de Aspirina mortalidade de 9% com tratamento farmaco-
sintomas congestivos associados ou hiper-
Mostrou benefício em relação à mortalida- lógico para 7% com angioplastia27.
tensão (10-20mcg/min com incrementos de
de, no estudo ISIS-2 associada ou não à Acrescenta-se que as seguintes indicações
5-10 mcg a cada cinco minutos até alívio da
Estreptoquinase21. Deve ser administrada de angioplastia são mandatórias: disfunção
dor, pressão sistólica menor do que 90mmHg
imediatamente, em doses de 200-325 mg VO ventricular esquerda ou choque cardiogênico,
ou diminuição de 30% na PAS inicial). O trata-
e mantida indefinidamente. Deve ser evitada contra-indicações ao tratamento fibrinolítico,
mento endovenoso pode ser usado até 24-
em pacientes com antecedente de alergia ao suspeita de dissecção aórtica. No entanto, é
48h e convertido a drogas orais posteriormen- importante ressaltar que esses resultados favo-
te, que devem ser administradas em horários fármaco, insuficiência hepática grave, discrasia
sanguínea ou úlcera hemorrágica. Em casos de ráveis dependem da agilidade e preparo do
assimétricos (ex: 8,14 e 20h) com pelo menos serviço. Estima-se que o tempo ideal entre a
10 horas de intervalo entre duas tomadas, no alergia pode ser substituída por Clopidrogel
(300mg VO de ataque, seguido de 75mg VO admissão e a infusão do fibrinolítico seja de, no
sentido de evitar tolerância. A medicação máximo, 30 minutos (tempo porta-agulha). Se
pode causar cefaléia e hipotensão postural, ao dia). Na ausência de Clopidogrel, está
indicada Ticlopidina (250mg de 12/12h). a opção for angioplastia primária, o tempo
que podem ser revertidas com diminuição da máximo é de 90 minutos (tempo porta-balão).
dose e analgésicos. Não devem ser usados em Inibidores da glicoproteína 2b3a Em caso de atraso na angioplastia acima desse
pacientes que utilizaram sildenafil nas últimas limite, o paciente deve ser submetido à
Estudos evidenciaram resultados contro-
24 horas e devem ser usados cautelosamente fibrinólise. Além disso, o serviço que se dispõe
versos em relação ao uso de inibidores de
em infartos inferiores com possibilidade de a executar angioplastia primária deve ter equi-
glicoproteína22,23. Há possibilidade de bene-
ventrículo direito associado, pelo risco de pe treinada e experiente, pois o método não
fício angiográfico e clínico, especialmente em
hipotensão. deve ser usado em serviços habituados apenas
casos complicados por trombos ou angio-
Oxigênio plastias em pontes de safena. Após o procedi- a cateterismos diagnósticos. Finalmente, é im-
Deve ser administrado em pacientes com mento, o Tirofiban deve ser mantido por 24 portante salientar que não é obrigatória a pre-
dispnéia, hipóxia, choque ou edema pulmo- horas e o Abcicximab por 12 horas. Não há sença de dor para desencadear o tratamento.
nar. Eventualmente deverá ser associado às indicação rotineira da sua associação com Pacientes que tiveram dor sugestiva e são
máscaras de ventilação não invasiva (CPAP), fibrinolíticos. admitidos com critérios eletrocardiográficos,
ou intubação orotraqueal, dependendo do devem ser reperfundidos, mesmo que a dor
3. Tratamento de recanalização esteja ausente no momento da admissão.
grau de congestão pulmonar.
A etapa fundamental do tratamento do Os estudos LATE e EMERAS, com reper-
Tratamento com beta-bloqueadores IAM com supra é a recanalização. Ela deve ser fusão tardia sistemática após 12 horas do
São úteis para o controle da dor anginosa, feita em situações de dor (superior a 20 minu- início dos sintomas, não demonstraram be-
tratamento da hipertensão e das taquiar- tos e refratária ao nitrato sublingual) ou quadro nefício significativo em relação à mortalida-
ritmias associadas ao evento agudo19. As evi- clínico sugestivos de infarto e supradesnível de28,29. Porém, pacientes que apresentaram
dências de que os B-bloqueadores possam >1 mm do segmento ST em pelo menos duas o quadro há mais de 12 horas, mas ainda
diminuir a incidência de arritmias fatais, o derivações contíguas (incluso infra em apresentam sinais de isquemia persistente,

216 Rev Assoc Med Bras 2004; 50(2): 214-20


INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO

com recorrência da dor e presença de crité- Tabela 2 – Contra indicações ao tratamento fibrinolítico7
rios eletrocardiogáficos, podem beneficiar-
se da reperfusão e devem ser tratados. Em Absolutas Relativas
idosos nessa situação, prefere-se angio- AVC* hemorrágico em qualquer ocasião Ataque isquêmico transitório nos últimos seis meses
plastia, pelo risco aumentado de rotura AVC* isquêmico nos últimos seis meses Anticoagulação oral
ventricular após fibrinólise tardia. Neoplasia ou lesões em sistema nervoso central Gestação ou até uma semana pós parto
Em situações duvidosas, com instalação Trauma, cirurgia ou lesão craniana nas Punção não compressível
insidiosa e critérios eletrocardiográficos últimas três semanas
frustros, deve-se proceder com eletrocar- Sangramento intestinal nos últimos 30 dias Ressuscitação traumática
diogramas seriados para monitorização do Discrasia sanguínea Hipertensão refratária (PAS***>180mmHg)
segmento ST e curva de marcadores. Se em Dissecção aórtica ** Doença hepática avançada
algum momento esses pacientes cumprirem Doença terminal Endocardite infecciosa
os critérios necessários, deverão ser reper- Para estreptoquinase: exposição prévia (entre cinco dias e
fundidos igualmente. dois anos) ou reação alérgica
* AVC: Acidente vascular cerebral; PAS: Pressão arterial sistólica
Tratamento fibrinolítico ** Esse diagnóstico deve ser afastado em casos suspeitos por anamnese, medidas de pulsos e pressões nos quatro membros, radiografia de tórax e
ecocardiograma trans-esofágico. Nesses casos, a opção mais adequada é a angioplastia.
O fibrinolítico deve ser usado na ausência
de contra-indicações (Tabela2). Seu benefício
foi estabelecido em diversos estudos. Desde Estreptoquinase pode causar hipotensão du- novos agentes podem ser administrados em
1986, demonstrou-se que cerca de 30 mortes rante a infusão. Esse tipo de reação deve ser bolus, o que facilita a aplicação pré-hospitalar.
poderiam ser evitadas para cada 1.000 pacien- tratada com diminuição da velocidade de infu- A reteplase teve benefício equivalente ao t-PA
tes tratados nas primeiras seis horas e 20 entre são, expansão volêmica e elevação de mem- no estudo INJECT, de 1995 e GUSTO 3 de
6 e 12 horas. O benefício chegou a 50 mortes bros inferiores. 1997. O TNK também demonstrou equiva-
lência ao t-PA no estudo ASSENT 2 de 1999,
evitadas, quando associado à aspirina21. A asso- Escolha do fibrinolítico
porém com menor incidência de sangra-
ciação com antiplaquetários evita a agregação O primeiro fibrinolítico testado com mentos maiores não cerebrais33,34,35.
desencadeada pela trombina liberada após a eficiênca no IAM foi a estreptoquinase, com Recentemente, alguns fibrinolítios foram
fibrinólise, diminuindo a chance de reoclusão. 18% de diminuição da mortalidade geral31. Em estudados em associação com heparina de
Uma seleção de grandes estudos demonstrou média, a estreptoquinase apresentou uma taxa baixo peso molecular, e eventualmente com
que a mortalidade declinou cerca de 26% de cerca de 34% na obtenção de fluxo TIMI 3. Inibidores da glicoproteína 2b3a, revelando
para pacientes reperfundidos nas primeiras O acompanhamento desses pacientes mos- resultados promissores. Esses trabalhos são
três horas, 18% entre 3-6 horas e 14% entre trou persistência do benefício até 11 anos após baseadas na necessidade de manter a artéria
6-12 horas25 . a fibrinólise executada na primeira hora dos aberta e “estabilizada” após a fibrinólise e na
A diminuição de mortalidade foi mais sintomas. Posteriormente, em 1988, o estudo tentativa de evitar mecanismos de embo-
expressiva em pacientes com IAM anterior e ISIS 2 comprovou o benefício e segurança da lização distal e obstrução microvascular.
BRE novo em comparação com o inferior, mas associação de Estreptoquinase e AAS. Portanto, a escolha do fibrinolítico depen-
ainda com benefício significativo para o último. Em 1993, o estudo GUSTO 1 comprovou de de uma avaliação de risco-benefício. De
Em idosos (maiores do que 75 anos), a indica- a superioridade do t-PA em esquema acele- maneira geral, os ativadores do plasminogênio
ção do tratamento persiste com benefício rado (90minutos) associado à heparina não devem ser usados, pois tem resultados melho-
significante, porém com relação risco-benefí- fracionada, sobre a estreptoquinase, dimi- res. Porém, em casos de alto risco de
cio menos favorável do que em outros grupos. nuindo a mortalidade em 30 dias de 7,2% para sangramento e IAM de baixo risco, a estrepto-
6,3%, resultando em 10 mortes a menos para quinase pode ser uma boa opção (por exem-
Efeitos colaterais cada 1.000 pacientes tratados. O t-PA obteve plo, no caso de uma mulher idosa, hipertensa
O uso de fibrinolíticos está associado a um fluxo TIMI 3 em 54% dos casos, e o estudo e com um pequeno infarto inferior). Acrescen-
excesso de 3,9 AVCs/1000 pacientes tratados comprovou que a obtenção de fluxo TIMI 3 ta-se a diferença de custos: o t-PA chega a
nas primeiras 24 horas. Os AVCs hemor- estava inversamente relacionada à mortali- custar mais de sete vezes o preço da
rágicos prevalecem inicialmente e os isquê- dade. Esse ganho, no entanto, acompanhou-se estreptoquinase.
micos são tardios. Os fatores preditores de de uma maior incidência de AVCs, com três
AVC hemorrágico são: Idade avançada (>65 eventos adicionais para cada 1.000 pacientes Esquemas terapêuticos
anos), baixo peso (<70Kg), sexo feminino, tratados32. Estreptoquinase: diluir 1.500.000 UI em
AVC prévio, HAS prévia ou na admissão30. Desde então, outros estudos com 100 ml de SF 0,9 % e aplicar 200.000UI (14ml)
Sangramentos maiores, que requerem trans- ativadores de plasminogênio modificados ge- em bolus e o restante em 30- 60 minutos.
fusão ou geram risco de morte, ocorrem em neticamente (Reteplase, tenecteplase, etc) Preferencialmente não deve ser repetida. Em
4%-13% dos pacientes, especialmente em não demonstraram benefícios adicionais casos de reinfarto, a melhor opção é a
idosos, mulheres e pessoas de baixo peso. quanto à mortalidade. No entanto, esses angioplastia ou mesmo a t-PA.

Rev Assoc Med Bras 2004; 50(2): 214-20 217


PESARO AEP ET AL.

Alteplase: infundir 15 mg em bolus segui- para diminuir o risco de trombose de mem- serviço, iniciamos com captopril em doses
dos de 0,75 mg/Kg em 30 minutos (máximo de bros inferiores no período em que o paciente baixas (por ter a meia-vida mais curta) a cada
50 mg) e posteriormente 0,5 mg/Kg em 60 está acamado e não anticoagulado. 6 horas, com aumento progressivo até cerca
minutos (máximo de 35 mg). A administração de 100 mg por dia.
repetida para reinfarto é possível. Fibrinólise pré-hospitalar
O benefício da fibrinólise pré-hospitalar 5. Boqueadores de canais de cálcio
TNK: uma dose única de 30mg (peso
<60Kg), 35mg (peso 60-70Kg), 40mg (peso ainda é controverso. Diversos estudos não Os bloqueadores de canais de cálcio não
70-80Kg), 45mg (peso 80-90Kg), 50 mg demonstraram benefícios significantes, porém demonstraram benefício no tratamento do
(peso>90Kg) quando analisados em conjunto, demonstra- IAM suficiente para sua indicação rotineira.
se pequena redução de mortalidade para o Portanto, seu uso fica restrito ao controle de
Critérios de sucesso grupo pré-hospitalar37. De forma geral, acon- arritmias supraventriculares (ex: FA de alta
Devem estar presentes até 60 minutos selha-se que a fibrinólise durante o transporte resposta) quando os b-bloqueadores forem
após o término da infusão do fibrinolítico. seja feita com fibrinolíticos em bolus, quando a contra-indicados e não houver disfunção
São eles: diminuição do supra de ST maior previsão de tempo até a chegada no hospital é ventricular.
do que 50%, arritmias de reperfusão (ritmo superior a 90 minutos24. Acrescenta-se que 7. Controle do diabetes
idioventricular acelerado, extras sístoles todo o aparato de ressuscitação e desfibrilação
ventriculares) e melhora da dor8. O pico pre- Pacientes diabéticos podem ter infartos
deve estar disponível durante o transporte. com apresentações atípicas, nem sempre
coce de CKMB é o quarto critério, porém só
pode ser avaliado posteriormente com a curva 4. Inibidores da enzima de conversão acompanhadas de dor, mas com dispnéia,
do marcador. Os pacientes que não apresen- da angiotensina (IECA) sudorese e náuseas. Também são pacientes
tarem sucesso na reperfusão farmacológica, Os IECA devem ser administrados preco- que apresentam maior mortalidade, freqüen-
deverão ser submetidos se possível, à cemente a todos os pacientes com disfunção temente com diversas artérias acometidas. O
angioplastia de resgate. ventricular ou infarto anterior, pelas vantagens controle do diabetes no IAM demonstrou
do fármaco em relação à remodelação e benefício em alguns estudos, inclusive com
Anticoagulação redução da mortalidade. A bomba de insulina
melhora hemodinâmica (vasodilatação e redu-
Heparina não fracionada: e glicose foi incluída em trabalhos rando-
ção da pós carga). Verificou-se diminuição da
O benefício da heparina está na manu- mortalidade, tanto em trabalhos que sele- mizados com resultados desafiadores. O estu-
tenção da patência coronária nas horas e dias cionaram pacientes com disfunção ventricular do DIGAMI41 mostrou redução de 30% na
subsqüentes ao uso do fibrinolítico36. Deve e infartos anteriores (como nos estudos SAVE, mortalidade em um ano com a bomba de
ser adicionada ao t-PA e ao TNK (desde o insulina-glicose nas primeiras 24 horas, segui-
AIRE e TRACE; uso de IECA por 4-6 semanas;
início da infusão do fibrinolítico) por 24-48 da de três meses de controle ambulatorial
redução de 26% na mortalidade38,39,40), como
horas, inicialmente com bolus de 60 U/Kg/h do diabetes com insulina subcutânea. Até o
em trabalhos que não selecionaram um grupo
(máximo de 4000 UI) seguido de 12 U/Kg/h momento, recomendamos o controle rígido
específico, utilizando IECA em todos os pa-
(máximo 1000U/h), titulada para alcançar uma da glicemia durante a internação, com esque-
cientes com infarto, por até 1 a 4 anos após o
relação de TTPA entre 1,5-2,5. O TTPA deve mas intensivos de insulina, buscando valores
evento (ISIS 4 e GISSI 3, redução da morta- próximos da normalidade.
ser monitorizado em 3, 6, 12 e 24 h após o lidade em torno de 6,7%17,18). Sendo assim, há
início da infusão. Sua associação com a possibilidade de benefício com o uso dos IECA 8. Manejo das arritmias no IAM
estreptoquinase não é necessária. em todos os IAM, independente da função O ritmo idioventricular acelerado ocorre
Pacientes com trombos intracavitários ventricular. em até 20% dos IAM, tem freqüência entre
com características emboligênicas (pedicu- O uso prolongado do IECA também resul- 60 e 120 bpm e não requer tratamento espe-
lados, “ ball trombus”, etc) também devem ser tou em benefícios cardiovasculares. No estu- cífico. Não tem implicação prognóstica e pode
anticoagulados por pelo menos três meses. A do HOPE, por exemplo, pacientes com múlti- ser um sinal de reperfusão miocárdica. As
anticoagulação em infartos anteriores extensos plos fatores de risco, doença vascular ou dia- taquicardias ventriculares não sustentadas
ou com trombos murais é controversa e não
betes, beneficiaram-se em relação ao desfe- (TVNS) e extras sístoles ventriculares ocorrem
obrigatória.
cho combinado (IAM, AVC, doença cardio- em até 60% dos IAM dentro das primeiras
Heparina de baixo peso molecular (HBPM): vascular) com o uso de ramipril cronicamente. 24 horas. Não parecem aumentar a mortalida-
Ainda em estudo para associação com Em resumo, na ausência de contra-indica- de geral em um ano ou intra-hospitalar42. O
fibrinolíticos, já demonstrou resultados favo- ções, inicia-se IECA já nas primeiras 24 horas tratamento medicamentoso não é obrigatório,
ráveis, mas até o momento não pode ser do IAM em todos os pacientes com disfunção mas TVNS pode melhorar com beta-bloquea-
indicada rotineiramente. ventricular ou infarto anterior, sem contra- dores. As taquicardias ventriculares sustenta-
indicações (gestação, hipotensão, insuficiência das são freqüentemente polimórficas nas pri-
Heparina profilática renal avançada) e considera-se o uso no res- meiras 48 horas e estão associadas a morta-
Deve ser usada precocemente, com tante, especialmente nos infartos extensos, lidade intra-hospitalar de até 20%. Preco-
HBPM ou heparina não fracionada subcutânea, pacientes diabéticos ou hipertensos. Em nosso cemente, são relacionadas à isquemia,

218 Rev Assoc Med Bras 2004; 50(2): 214-20


INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO

sendo que no primeiro dia têm baixo valor grande área necrosada, com até 30% de evo- myocardial infarction. The objective of this
preditivo para recorrência de arritmias. No lução para BAVT. Dessa maneira, no IAM review is to emphasize the modern basic
entanto, tardiamente (mesmo dentro da pri- sugere-se o implante de marca-passo provi- concepts of the pathophysiology, diagnosis
meira semana), tem associação com disfunção sório nos seguintes casos: BAVT, BAV de and treatment of acute myocardial infarction,
ventricular e pior prognóstico. Se associadas segundo grau - mobitz 2, bloqueio alternante according to national and international
à instabilidade hemodinâmica, devem ser de ramo, bloqueio de ramo novo, bloqueio de guidelines. [Rev Assoc Med Bras 2004;
cardiovertidas eletricamente. Se estáveis, ramo com bloqueio fascicular ou BAV1,8,9. 50(2): 214-20]
podem ser tratadas com amiodarona ou Convalescência e alta
lidocaína. É mandatória em qualquer arritmia KEY WORDS: Acute myocardial infarction
ventricular a verificação e correção da causa de Os períodos de internação e restrição ao Fibrinolytics. Primary angioplasty.
base, como isquemia e distúrbios hidroe- leito dependem da evolução clínica e gravi-
letrolíticos (especialmente de potássio e dade do infarto. Pacientes com infartos sem REFERÊNCIAS
magnésio). A fibrilação ventricular, também complicações podem deambular a partir da
1. Van de Werf F, Ardissimo D, Betriu A,
associada à isquemia aguda, é responsável pela normalização dos marcadores de necrose. Cokkinos DV, Falk E, Fox KA, et al.
maior parte das mortes pré-hospitalares. Geralmente, recebem alta ao redor do quinto Management of acute miocardial infarction in
Deve ser tratada imediatamente com desfi- ou sexto dia de evolução. A estratificação de patients presenting with ST-segment eleva-
risco deve ser feita no período da internação tion. ESC task-force report. EurHeart J 2003;
brilação elétrica e antiarrítmicos. Posterior- 24:28-66
mente, associa-se à disfunção ventricular e ou até posteriormente em pacientes de baixo 2. Tunstall-Pedoe H, Kuulasmaa K, Mahonen M,
maior risco de morte súbita, com provável risco. Aconselha-se que a atividade sexual Tolonen H, Rokokoski E, Amouyel P.
benefício com o uso do desfibrilador auto- seja re-introduzida após a estratificação. Exer- Contribution of trends in survival and
mático implantável1,7,24. cícios físicos serão introduzidos gradualmente, coronary-event rates to changes in coronary
heart disease mortality: 10-year results from
A fibrilação atrial e o flutter estão presentes após teste máximo de esforço, entre a terceira 37 WHO MONICA project populations.
em cerca de 15%-20% dos IAM e geralmente e sexta semana após o infarto. Em infartos Monitoring trends and determinants in
são transitórios. Podem estar associados ao complicados, aguarda-se a resolução do cardiovascular disease. Lancet 1999;
infarto atrial, pericardite e disfunção ventri- quadro clínico para introdução progressiva das 353:1547–57.
3. Hasdai D, Behar S, Wallentin L, Danchin G,
cular. Os beta-bloqueadores devem ser utili- mesmas atividades. Gitt AK, Boersma E, t al. A prospective survey
zados para controle de resposta ventricular, na Conflito de interesse: não há. of the characteristics, treatments and out-
ausência de contra-indicações. As condutas comes of patients with acute coronary
syndromes in Europe and the Mediterranean
subseqüentes para FA, Flutter e outras arrit- SUMMARY basin. The Euro Heart Survey of Acute
mias supraventriculares são semelhantes a Coronary Syndromes (Euro Heart Survey
outros contextos clínicos e estão descritas no ACUTE MYOCARDIAL INFARCTION – ACS). Eur Heart J 2002; 15:1190–201.
capítulo de arritmias1,8,14. ACUTE CORONARY SYNDROME WITH ST- 4. Nicolau JC, Marin Neto JÁ, editores.
A bradicardia sinusal pode ocorrer princi- SEGMENT ELEVATION Síndromes isquêmicas miocárdicas instáveis.
palmente em infartos inferiores, por reflexo Cardiovascular diseases continue to be São Paulo: Atheneu; 2001.
5. Davies MJ. The pathophysiology of acute
vagal ou mesmo por isquemia do nodo sinusal the first cause of death in Brazil - responsible coronary syndromes. Heart 2000; 83:361–6.
(irrigado pela coronária direita em 60% dos for almost 32% of all deaths. In addition, they 6. Topol EJ, Yadav JS. Recognition of the
casos e circunflexa em 40%). Não deve ser are the third major cause of admission in the importance of embolization in atheros-
tratada, exceto quando sintomática. Nesses country. Among them, acute myocardial clerotic vascular disease. Circulation 2000;
101:570–80.
casos, utiliza-se atropina e raramente marca- infarction is still one of the major causes of 7. Braunwald E, Zipes D, Libby P. Heart disease:
passo, caso a resposta ao medicamento for morbidity and mortality. Despite of the last a textbook of cardiovascular medicine. 6 thed.
insuficiente. decade’s therapeutic advances, acute Philadelphia: W B Saunders; 2001.
Bloqueio átrio-ventricular (BAV) pode myocardial infarction still shows remarkable 8. Topol E, Marso S, Griffin B. Manual of
rates of mortality, and great part of the cardiovascular medicine. Philadelphia:
ocorrer em 5%-15% dos infartos inferiores, Lippincot Williams and Wilkins; 1999.
por reflexo vagal ou isquemia do nodo AV patients do not receive the adequate treat- 9. Manual de rotinas nas síndromes miocárdicas
(irrigado em 90% dos casos pela coronária ment. The opening of the Coronary Care Units instáveis – unidade coronariana do Instituto do
direita e 10% pela circunflexa). A maioria é and the introduction of reperfusion treatment Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade
with fibrinolytics or primary angioplasty were de Medicina da Universidade de São Paulo. São
transitória e reverte espontaneamente ou com Paulo; 2003.
atropina endovenosa . Quando o BAV ocorre fundamental to reduce mortality and 10. Killip T, Kimball J. Treatment of myocardial
no IAM anterior, há outra conotação. Geral- complications related to myocardial infarc- infarction in a coronary care unit: a two year
mente, são infartos graves com extensa tion. Important beneficial effects to the experience with 250 patients. Am J Cardiol
current treatment include less ventricular 1967; 20:457-65.
necrose do sistema de condução e mortalida- 11. Forrester J, Diamond G, Chatterjie K, Swan HJ.
de de até 80%. Da mesma forma, bloqueio dysfunction and better control of ventricular Medical therapy of acute myocardial infarction
agudo do ramo direito com ou sem bloqueio arrhythmias. The need of early reperfusion is by application of hemodynamic subsets (first of
divisional ântero-superior são indicativos de crucial for the good prognosis after a two parts). N Engl J Med 1976; 295:1356-62.

Rev Assoc Med Bras 2004; 50(2): 214-20 219


PESARO AEP ET AL.

12. Forrester JS, Diamond GA, Swan HJ. 24. Ryan TJ, Antman EM, Brooks NH, Califf RM, Hills 35. Single-bolus tenecteplase compared with
Correlative classification of clinical and LD, Hiratzka LF, et al. ACC/AHA Guidelines for front-loadedalteplase in acute myocardial
hemodynamic function after acute myocardial the management of patients with acute infarction: the ASSENT-2 double-blind rando-
infarction. Am J Cardiol 1977; 39:137-45. miocardial infarction. A report of the American mised trial. Assessment of the Safety and
13. Zimetbaum P, Josephson M. Use of the college of Cardiology/ American Heart Efficacy of a New Thrombolytic Investigators.
eletrocardiogram in acute myocardial Association Task Force on Practice. Available Lancet 1999; 354:716–22.
infarction. N Engl J Med 2003; 348:933-40. from: http://guidelines.www.acc.org:1999. 36. De Bono D, Simoons ML, Tijssen J, Arnold AE,
14. Moffa PJ, Sanches PC. Eletrocardiograma: 25. Fibrinolytic Therapy Trialists’ (FTT) Colla- Betriu A, Burgersdijk C, et al. Effect of early
normal e patológico. 7a ed. São Paulo: Roca; borative Group, Indications for fibrinolytic intravenous heparin on coronary patency,
2001. therapy in suspected acute myocardial infarct size, and bleeding complications after
15. Wellens HJ. The value of the right precordial infarction: collaborative overview of early alteplase thrombolysis:results of a randomized
leads of the electrocardiogram. N Engl J Med mortality and major morbidity results from all double blind European Cooperative Study
1989; 340:381-3. randomised trials of more than 1000 patients. Group trial. Br Heart J 1992; 67:122–8.
16. Adams J, Abendschein D, Jaffe A: Biochemical Lancet 1994; 343:311–22 37. Morrison LJ, Verbeek P, McDonald AC, Cook
markers of myocardial injury. Circulation 1993; 26. Widimsky P, Groch L, Zelizko M, Aschermann DJ. Mortality and pre-hospital thrombolysis for
88:750. M, Bednar F, Suryapranata H, et al. The acute myocardial infarction: a meta-analysis.
17. GISSI-3: Effects of lisinopril and transdermal PRAGUE study. Eur Heart J. 2000; 21:823-31. JAMA 2000; 283:2686-92.
glyceryl trinitrate singly and together on 6- 27. Keeley E, Boura J, Grines C. Primary 38. Pfeffer MA, E. Braunwald E, Moye LA, Basta L,
week mortality and ventricular function after angioplasty versus intravenous thrombolytic Brown EJ Jr, Cuddy TE, et al. Effect of captopril
acute myocardial infarction. Gruppo Italiano therapy for acute myocardial infarction: a on mortality and morbidity in patients with left
per lo Studio della Sopravvivenza nell’infarto quantitative review of 23 randomised trials. ventricular dysfunction after myocardial
Miocardico. Lancet 1994; 343:1115–22. Lancet 2003; 361:13-20. infarction. Results of the survival and ventricular
18. ISIS-4: a randomised factorial trial assessing 28. LATE Study Group: late assessment of enlargement trial. The SAVE investigators. N
early oral captopril, oral mononitrate, and thrombolytic efficacy study with alteplase. Engl J Med 1992; 327:669–77.
intravenous magnesium in 58,050 patients Lancet 1993; 342:759-66. 39. The Acute Infarction Ramipril Efficacy (AIRE)
with suspected acute myocardial infarction. 29. EMERAS Collaborative Group. Randomized Study Investigators. Effect of ramipril on
ISIS-4 (Fourth International Study of Infarct trial of late thrombolysis in acute myocardial mortality and morbidity of survivors of acute
Survival) Collaborative Group. Lancet 1995; infarction. Lancet 1993; 342:767-72. myocardial infarction with clinical evidence of
345:669–85. 30. Simoons ML, Maggioni AP, Knaterud G, heart failure. Lancet 1993; 342:821–8.
19. N. Freemantle N, Cleland J, Young P, Masson Knattterud G, Leimberger JD, De Jaegere P, et 40. Kober L, Torp-Pedersen C, Carlsen JE, Bagger
J, Harrison J. Beta blockade after myocardial al. Individual risk assesment for intracranial H, Eliasen P, Lyngborg S, et al. A clinical trial of
infarction: systematic review and meta hemorrhage during thrombolytic therapy. the angiotensin-converting-enzyme inhibitor
regression analysis. BMJ 1999; 318:1730–7. Lancet 1993; 342:1523-8. trandolapril in patients with left ventricular
20. Yusuf S, Lessem L, Jha P, et al. Primary and 31. Gruppo Italiano per lo Studio della dysfunction after myocardial infarction. Trando-
secondary prevention of myocardial infarction Streptochinasi nell’Infarto Miocardico (GISSI), lapril Cardiac Evaluation (TRACE) Study Group.
and strokes: an update of randomly allocated Effectiveness of intravenous thrombolytic N Engl J Med 1995; 333:1670–76.
controlled trials. J Hypertens 1993; 11(Suppl treatment in acute myocardial infarction. 41. Malmberg K, Ryden L, Efendic S, Herlitz J Nicol
11):61–73. Lancet 1986; 1:397–402. P, Waldenstrom A, et al. Randomized trial of
21. ISIS-2 (Second International Study of Infarct 32. The GUSTO Investigators. An international insulin-glucose infusion followed by subcu-
Survival) Collaborative Group, Randomised randomized trial comparing four thrombolytic taneous insulin treatment in diabetic patients
trial of intravenous streptokinase, oral aspirin, strategies foracute myocardial infarction. N with acute myocardialinfarction (DIGAMI
both, or neither among 17,187 cases of Engl J Med 1993; 329:673–82. study): effects on mortality at 1 year. J Am Coll
suspected acute myocardial infarction: ISIS-2. 33. Randomised, double-blind comparison of Cardiol 1995; 26:57–65.
Lancet 1988; 303:349–60. reteplase double-bolus administration 42. Eldar M, Sievner Z, Goldbourt U, Reicher-
22. Stone GW, Grines CL, Cox DA, Garcia E, with streptokinase in acute myocardial Reiss H, Kaplinsky E, Behar S. Primary
Tcheng JE, Griffin JJ, et al. Comparison of infarction (INJECT): trial to investigate ventricular tachycardia in acute myocardial
angioplasty with stenting, with or without equivalence. International Joint Efficacy infarction: clinical characteristics and mortality.
abciximab, in acute myocardial infarction. N Comparison of Thrombolytics. Lancet The SPRINT Study Group. Ann Intern Med.
Engl J Med 2002; 346:957–66. 1995; 346:329–36. 1992; 117:31-6.
23. Montalescot G, Barragan P, Wittenberg O, 34. A comparison of reteplase with alteplase for
Ecollan P, Elhadad S, Villain P, et al. Platelet acute myocardial infarction. The Global Use of
glycoprotein Ilb/IIIa inhibition with coronary Strategies to Open Occluded Coronary Artigo recebido: 03/02/04
stenting for acute myocardial infarction. N Engl Arteries (GUSTO III) Investigators. N Engl J Aceito para publicação: 26/02/04
J Med 2001; 344:1895–903. Med 1997; 337:1118–23.

220 Rev Assoc Med Bras 2004; 50(2): 214-20

Vous aimerez peut-être aussi