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PRODUÇÃO DE ÁLCOOL COMBUSTÍVEL EM MICRO DESTILARIAS

Janete Basso Costa1, Samuel Rutz2, Leandro Noronha de Freitas3

INTRODUÇÃO

A produção de álcool em pequenas destilarias é uma proposta de descentralização da


produção de álcool, beneficiando os pequenos agricultores. Associado à produção de álcool
combustível é instalada uma agroindústria de derivados de cana de açúcar como cachaça, melados,
açúcar e doces.
O objetivo é implementar processo de produção de álcool combustível a partir de diferentes
fontes de matérias primas como cana de açúcar, mandioca e batata doce.
As micro destilarias são instaladas em grupos de pequenos agricultores com 10 a 20 famílias
onde cada famílias cultivará entre 01 e 02 hectares de matéria prima. A micro destilaria tem
capacidade de produzir até 500 litros de álcool por dia, com graduação alcoólica que varia entre 80
e 94ºGL.
No Rio Grande do Sul o Movimento dos Pequenos Agricultores, MPA, está desenvolvido
dois projetos de produção de álcool combustível em micro destilarias. Um projeto com sede em
Palmeira das Missões dirigido pela Cooperativa Mista de Produção Industrialização e
Comercialização de Biocombustíveis do Brasil Ltda, Cooperbio e outro dirigido pela Coopertaiva
Mista dos Fumicultores do Brasil Ltda, Cooperfumos, em Santa Cruz do Sul. Em cada um dos
projetos serão implantadas entre 30 a 40 micro destilarias que contarão também com uma coluna
retificadora que padronizará o álcool segundo as exigências da Agência Nacional de Petróleo Gás e
Energia, ANP.

DESENVOLVIMENTO

Instalar pequenas destilarias de álcool tem como objetivo desenvolver processo de produção
de álcool combustível a partir de cana de açúcar e amiláceas como mandioca e batata doce e
industrialização de demais derivados da cana de açúcar, conjugando a produção de alimentos e
agroenergia estimulando a diversificação da produção agrícola bem como a diversificação da matriz
energética.
Até o momento foram instaladas três micro destilarias com tecnologias desenvolvidas pelo
Geólogo Marcelo Guimarães, em Minas Gerais, e pelo Engenheiro Agrônomo e Pesquisador Jack

1
Eng. Agrônoma M.S., Instituto Cultural Padre Josimo, Colaboradora MPA. Janetebcosta@yahoo.com.br
2
Eng. Agrônomo e Agricultor, Colaborador MPA. prodmpars@yahoo.com.br
3
Eng. Agrônomo, Agricultor e Diretor Estadual MPA. prodmpars@yahoo.com.br
Eliseu Crispim, da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina. Tais
tecnologias estão sendo testadas em processo de validação tecnológica através de projeto
desenvolvido pela Cooperbio, em parceria com a Petrobrás, na região noroeste do Rio Grande do
Sul.
No Rio Grande do Sul, o MPA está desenvolvendo dois projetos de implantação de micro
destilarias: um na região noroeste do Estado que tem como sede o Município de Palmeira das
Missões e abrange 62 municípios, dirigido pela Cooperbio, e outro, na região vale do Rio Pardo,
dirigido pela Cooperfumos, com sede no Município de Santa Cruz do Sul abrangendo 60
municípos. Em ambos os projetos serão implantadas entre 30 e 40 micro destilarias, com
capacidade de produzir até 500 litros/dia de álcool etanol, em grupos de 10 a 20 famílias de
pequenos agricultores.
Metodologia de implantação das micro destilarias e produção de álcool
Produção de matérias primas e transporte até a agroindústria
Tomando como base de matéria prima a cana de açúcar, para abastecer uma micro destilaria
que produz 500 litros de álcool/dia, são necessários entre 25 a 30 hectares de cana. Cada família de
agricultores plantará de 01 a 02 hectares de cana. Coloca-se este limite de área plantada com a
cultura para não estimular a monocultura.
Os agricultores que participarão diretamente deste projeto ficam em um raio de cinco
quilômetros da localização da micro destilaria e agroindústria de derivados de cana de açúcar. Estes
agricultores formam um grupo de base do MPA. A produção de álcool e demais derivados da cana
de açúcar estará relacionada à produção de gado de leite e corte em Pastoreio Racional Voisin,
PRV. A cana é moída nas propriedades irá para as instalações da micro destilaria apenas a garapa.
Esta operação contará com um trator que transportará uma moenda móvel e um tanque que levará
apenas a garapa até a agroindústria. A ponta de cana e o bagaço ficarão nas propriedades onde serão
usados na alimentação animal e na adubação orgânica do solo.
Processo de produção do álcool
A destilação do álcool acontece em duas fases. A primeira fase é feita em um destilador de
aguardente, de fogo direto, abastecido por bateladas, que existe na quase totalidade das unidades
produtoras de aguardente. A segunda fase da destilação é efetivada em uma coluna aquecida de
vapor, gerado em uma pequena caldeira, que eleva o teor alcoólico para 94º GL. Como fonte de
energia calorífica, será utilizada lenha. A micro destilaria de álcool terá capacidade para produzir
500 l/dia de álcool que varia entre 80 e 94º GL. O vinhoto também será usado na alimentação
animal.
Fluxograma do Processo Industrial de Fabricação de Álcool Combustível

Ponta de Cana,
Moagem
Bagaço e Bagacilho

Filtração

Caldeira Ração Animal


Decantação

Alimentação de Bovinos
Caldo de cana

Leite Carne Adubo Orgânico


Fermentação

Vinho

Destilação

Álcool Combustível (94°GL) Vinhoto

Adubação

Coluna Retificadora
Como o álcool produzido pelas micro destilarias possui uma grande variação em sua
graduação, para ser comercializado, é necessário padroniza-lo dentro das especificações da ANP. A
padronização do álcool será feita por uma coluna retificadora. O álcool virá das micro destilarias e
será retificado até chegar aos 96ºGL exigidos pela ANP para sua comercialização.
Agroindústria
Juntamente à micro destilaria será instalada a agroindústria de derivados de cana: açúcar,
melado, cachaça, rapadura e outros doces. Alguns equipamentos como moenda e caldeira serão
usados conjuntamente pela agroindústria e pela micro destilaria.
CONCLUSÃO
A produção de álcool combustível em micro destilarias é uma forma de inclusão dos
pequenos agricultores no processo de produção de agroenergia sem prejudicar a produção de
alimentos. Ao contrário de concorrer com a produção de alimentos com desenho produtivo
proposto, de integração de atividades agrícolas, é possível incrementar e dinamizar a produção de
alimentos como leite e carne, já que, a cana de açúcar, que é um cultivo de inverno, fornece
alimento numa época do ano onde os animais carecem de alimentos para manter o ganho de peso e
a produção.
Outro fator de relevância é a possibilidade de massificar os cultivos ecológicos de produção
através da integração de atividades de produção animal e vegetal onde uma complementa a outra.
Por último, salienta-se a possibilidade dos pequenos agricultores não serem apenas
produtores de matérias primas, mas produtores de agroenergia e consumidores da mesma. Este é um
processo capaz de gerar autonomia energética com soberania energética ao país.

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CRISPIM, JACK ELISEU; VIEIRA, SIMÃO ALANO. Cana de açúcar: boa alternativa agrícola e
energética para a agricultura nacional. Disponível em<www.planetaorganico.com.br>. Acesso em
10/09/07.
SACHS, IGNACY. Biocombustíveis e Alimentos: concorrência ou complementariedade.
Disponível em: <www.cooperbio.com.br/artigos>. Acesso em 10/09/07.
VASCONCELLOS, GILBERTO FELISBERTO. A salvação da lavoura: receita da fartura para o
povo brasileiro. Editora Casa Amarela, São Paulo, 2002. 90p.

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