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Projeto de Iniciação Didática

Estudo de Conversores Chaveados e sua aplica-


ção no Laboratório da Disciplina de Eletrônica de
Potência

Relatório Parcial

Bolsista: Moises Santana Pereira


email: santanam1@hotmail.com
Orientador: Professor MSc. Francisco da Costa Saraiva Filho
Departamento de Engenharia Elétrica – FEI
saraiva@fei.edu.br

Outubro/2010
Centro de Laboratórios de Engenharia Elétrica do Centro Universitário da FEI

1. RESUMO

O presente trabalho visa o desenvolvimento de um conjunto de procedimentos


experimentais sobre Eletrônica de Potência, que serão utilizados nas discipli-
nas de mesmo nome do curso de Engenharia Eletrônica da FEI. Será enfatizada
a elaboração de um conjunto de “hardwares” (conversores eletrônicos de e-
nergia CC-CC), tais como o Conversor “Buck”, o Conversor “Boost”, e o
Conversor “Buck-Boost”, os quais são abordados atualmente em aulas teóricas
nas Disciplinas NEC46 e NEB460.

2. OBJETIVOS

O principal objetivo deste trabalho é a elaborar a infraestrutura necessária para


a implementação do laboratório nas disciplinas de Eletrônica Industrial e Ele-
trônica de Potência. A princípio, a elaboração de um “hardware” didático, on-
de seja possível explorar todas as variáveis que possam influenciar no funcio-
namento dos circuitos de chaveamento. Após a conclusão dessa etapa, proce-
dimentos experimentais serão elaborados visando à exploração de todo o
“hardware”, buscando atingir o máximo conteúdo abordado em sala de aula,
aos experimentos práticos realizados.

3. INTRODUÇÃO E REVISÃO TEÓRICA

O campo da Eletrônica de Potência tem recentemente experimentado um cres-


cimento sem precedentes em termos de pesquisa e atividade educacional. Suas
aplicações tem se expandido rapidamente abrangendo diversos setores da soci-
edade. Esse crescimento é devido a diversos fatores, sendo o principal deles o
avanço tecnológico da indústria de semicondutores, que acabou culminando no
aparecimento de dispositivos de alta velocidade e alta potência, além do alto
índice de integração dos componentes de potência. Outros fatores incluem a-
vanços revolucionários no campo da microeletrônica que levaram ao desenvol-
vimento de circuitos integrados eficientes usados para o processamento do con-
trole, a sempre crescente demanda para a miniaturização e a explosiva expan-
são de mercado na aplicação de dispositivos de eletrônica de potência tais co-
mo acionamento de velocidade variável, fontes chaveadas, robótica e “no-
breaks”.

A maioria dos equipamentos de eletrônica de potência são compostos de 2 blo-


cos principais: 1º O estágio de potência e 2º O estágio de controle. O estágio
de potência manipula a energia transferindo-a da entrada para a saída do equi-
pamento, e o circuito de controle controla os elementos de potência através de
realimentação da quantidade de energia transferida para a saída. A função bási-

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ca do circuito de potência e controle é converter o formato da energia elétrica


que está sendo manipulada, isto é, a conversão da forma da energia alternada e
e vice-versa.

A função do estágio de potência é processar a energia desde a entrada a saída


através de uma matriz de elementos de chaveamento. A manipulação da saída
de potência é feitaa através de sinais de controle aplicados nos dispositivos
dispos de
chaveamento. De uma maneira genérica a conversão de energia é feita através
de um circuito
cuito de potência que muda um dos seguintes parâmetros: formato da
tensão (CA
CA ou CC), Amplitude da tensão, frequência
f ência da tensão, forma de onda
da tensão (senoidal,
senoidal, quadrada, dente de serra etc.)
etc e número
mero de fases
fase (monofá-
sico ou trifásico).

Existem basicamente quatro circuitos de conversão:

a.) CA-CC - conhecidos como retificadores

b.) CA-CC - ciclo conversores e controladores CA

c.) CC-CC - Conversores CC-CC,


CC fontes chaveadas e “choppers
choppers”

d.) CC-CA - Inversores

Esta Iniciação Didática se concentra nos conversores do item c,


c ou seja, onde a
entrada de potência é corrente contínua e a saída também. Os conversores CC-
CC
CC são usados em eletrônica de potência para converter uma
um entrada de tensão
CC não regulada, em uma saída regulada ou controlada. Esses es circuitos domi-
dom
nam a indústria de fontes de alimentação e são mais comumente conhecidos
como fontes
ontes chaveadas. Em potências mais altas os conversores conhecidos
como “choppers” que são utilizados em tração elétrica. O controle é feito atra-
atr
vés da técnica PWM, modulação por largura de pulso. As freqüências que estes
conversores operam vão de dezenas de kHz até alguns MHz.

3.1 CONVERSOR BUCK (ABAIXADOR DE TENSÃO)

A primeiraa topologia apresentada é a do Conversor “Buck”.. Sua topologia típi-


ca é apresentada na figura abaixo:

Figura 01 – Esquema básico de um conversor “Buck”.


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O Conversor “Buck”, também conhecido como Conversor Abaixador, diminui


a tensão de saída através do chaveamento aplicado pela chave S. Para a sua a-
nálise, nós assumimos que todos os componentes do conversor são ideais.

Quando a chave S é fechada, uma corrente  circula pelo indutor. Essa corren-
te, que é conhecida como corrente de magnetização, faz com que o indutor ar-
mazene energia na forma magnética. Ao abrir da chave, essa energia é descar-
regada e transferida para a carga.

Considerando que  = 0 seja o instante em que a chave é fechada, temos que a


tensão no indutor será:

 = 

Como sabemos, a corrente em um indutor, quando aplicada uma tensão cons-
tante, sofre uma variação exponencial segundo a seguinte equação:

 () =   + (  −   ) 

Onde  é constante de tempo dada por ⁄ []. Quando o valor do período de
chaveamento  ≪ , podemos considerar que a variação de corrente ocorre de
maneira praticamente linear. Logo, do instante  = 0 até  = , temos que:

∆ (!á# − !í% )
 =  =
∆ ( − 0)

Logo,

 
!á# − !í% =  =
 &' 

Onde &' é a frequência de chaveamento da chave S.

4
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As formas de ondas para o conversor “Buck” são apresentadas a seguir:


iL
I m áx
I0 (a )
I m ín
dT T t
V L

V i -V o
(b )

Vo t
ii
IL m áx

(c )
IL m ín

Ii
t
iD Figura 02 - Formas de Ondas
para o conversor “Buck”: (a)
(d )
corrente no indutor, (b) tensão no
t indutor, (c) corrente de entrada,
ic
(d) corrente no diodo, e (e) cor-
IL (e )
rente no capacitor
m áx

dT T t
IL m ín

Como o diodo está polarizado reversamente, seu comportamento é o mesmo de


uma chave aberta, logo o indutor se encontra ligado em série com a fonte de
entrada e a carga de saída, com isso temos:

 = ( − )

Assim,

(( − ) )
!á# − !í% =
&' 
(Equação 01)

No instante seguinte, a chave S é aberta. O indutor agora terá uma função de


fonte de energia atuando como uma fonte de corrente, que fornecerá a energia
acumulada durante o período em que a chave S esteve fechada à saída. Essa a-
ção forçará a polarização direta do diodo D, que fechará o circuito fornecendo
um caminho para o retorno da corrente que saíra do indutor. Sendo assim, te-
mos que a tensão de saída é igual à tensão sobre o indutor:

) =  = −

Novamente a corrente no indutor variará de forma linear do instante  = 
até  = , porém agora ela será decrescente. Isso nos fornece:

(!í% − !á# ) (!á# − !í% )


) = − =
( − ) (1 − )

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Logo,

) (1 − )
!á# − !í% =
(Equação 02)
&' 

Igualando as equações 01 e 02 temos:

(( − ) ) ) (1 − )
=
&'  &' 

Portanto,

) = ( 

Com isso fica evidente que o conversor “Buck” apresentará em sua saída, uma
fração da tensão de entra que será determinada por .

A corrente que circula no indutor é a corrente média que circula na carga, logo:

) !á# + !í%
 = =
 2
Com isso, temos que:
,-. ,-0 1
!á# + !í% = =
/ /
(Equação 03)

Somando as equações 02 e 03, e as resolvendo para !á# , chegamos ao seguin-


te resultado:

(  (( − ( )
2!á# = +
 &' 

1 (1 − )
!á# = (  2 + 3
(Equação 04)
 2&' 

De maneira análoga, subtraindo as equações temos:

1 (1 − )
!í% = (  2 − 3
(Equação 05)
 2&' 

Determinado o valor de !í% , podemos calcular o menor valor da indutância


para que o conversor opere no modo contínuo de condução (CCM). Modo con-
tínuo significa que a corrente que circula no indutor não vai a zero durante a
condução do diodo. A Figura 03 a seguir, ilustra essa situação:

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Figura 03 – Comparação entre o CCM e DCM

O cálculo do indutor segue,


segue considerando que a corrente mínima que flui nele
seja igual a zero, ou seja, o limiar entre a troca dos modos. Logo, resolvendo a
equação para L temos:

1 (1 − )
!í% = (  2 − 3=0
 2&' 

(1 − )
45í(4) =
(Equação 06)
2&'

Então para um dado valor de , &' e , temos um menor valor de indutância pa-
ra que o conversor não entre no Modo Descontínuo de Condução (DCM).

3.2 CONVERSOR BOOST (ELEVADOR DE TENSÃO)

Em um conversor do tipo “Boost”, temos que a tensão de saída é maior do que


a tensão de entrada. O esquema básico desta topologia e as formas de onda são
apresentados a seguir:

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Figura 05 – Esquema básico de um conversor “Boost”.


“Boost”

iL
Imáx
(a)
Imín
dT T t
VL
Vi
(b)

-(Vo-Vin) t

iD
Figura 06 - Formas de Ondas
para o conversor “Boost”: (a)
Imáx
corrente
ente no indutor, (b) tensão
I0 (c)
no indutor, (c) corrente no
diodo, (d) corrente no capaci-
capac
t
ic
tor

ILmáx-I0 (d)
dT T t
-I0

Como feito no caso do conversor “Buck”,, assumiremos que todos os compo-


comp
nentes aplicados ao conversor são ideais.

Quando a chave S é fechada, temos que a tensão ( é aplicada ao indutor duran-


te um intervalo de tempo igual a . Como a tensão de saída ) é maior do que
a tensão de entrada ( , o diodo D fica reversamente polarizado, atuando como
uma chave aberta no circuito. Uma corrente de magnetização irá fluir
flui através
do indutor, fazendo com que ele armazene energia na forma magnética.

∆
 = ( = 

Logo,

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( 
∆ = !á# − !í% =

A seguir, a chave S é aberta. Neste instante, a energia armazenada no indutor,
será entregue a carga. Observando o esquema do conversor, verifica-se que o
indutor está em série com a fonte de entrada. A duração deste estado é dada pe-
lo intervalo de tempo em que a chave permanece desligada, sendo assim
∆ =  −  = (1 − ). Isso implica que:

) = ( + 

!á# − !í%  ( 
) = ( +  = ( +
(1 − )  (1 − )

( 
) = ( +
(1 − )

Logo,

(
) =
(1 − )
(Equação 07)

Calculado o limite da função quando  se aproxima de 1, verifica-se que a ten-


são de saída tende ao infinito. Na prática isso não acontece, pois existe uma li-
mitação imposta pelos componentes que compõem o sistema, permitindo que a
tensão saída chegue apenas a algumas dezenas de vezes da tensão de entrada.

Considerando que toda a energia fornecida pela entrada, seja consumida pela
carga de saída, as potências de entrada e saída podem ser igualadas:

( ( = ) )
-.
Como ) =
/
e sabendo que a corrente de entrada é a mesma do indutor

) ,
 = ( =
( 

( ,
8 9 (
(1 − )
(Equação 08)
 = =
(  (1 − ),

Essa corrente pode ser escrita em termos da corrente média que passa pelo in-
dutor

!á# + !í%
 =
2
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Igualando as equações

2 (
!á# + !í% =
(1 − ),

A variação de corrente do indutor durante o período em que a chave se encon-


tra ligada é expressa por:

( 
!á# − !í% =

Com essas duas equações, podemos resolver o sistema de equações para !á# e
!í% , encontramos os limites de máxima e de mínima corrente do indutor, ob-
tendo

( ( 
!á# = +
(1 − ) 2
(Equação 09)
,

( ( 
!í% = −
(1 − ) 2
(Equação 10)
,

Como feito no conversor “Buck”, o cálculo da indutância crítica para que o


conversor opere no limiar dos modos contínuo e descontínuo de condução, é
dado quando a corrente mínima do indutor é igual a zero, ou seja, !í% = 0.
Sendo assim, resolvendo a equação para , temos que:

 (1 − ),
45í =
(Equação 11)
2 &'

Uma particularidade deste conversor, é que a função que determina a indutân-


cia não é crescente no intervalo onde 0 ≤  ≤ 1. Aplicando técnicas de Cálcu-
lo Diferencial, nota-se que, quando  = 1⁄3, a função apresenta um ponto de
máximo. O gráfico seguinte representa a variação da indutância com a variação
do “duty”.

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Figura 07 – Indutância mínima em função do Duty Cycle.

3.3 CONVERSOR BUCK-BOOST (ABAIXADOR/ELEVADOR DE TEN-


SÃO)

O terceiro tipo conversor abordado trabalha com a intercalação do chaveamen-


to entre o diodo  e a chave <. Conhecido como conversor “Buck-Boost”
(BB), ele é capaz de obter um ganho de tensão que pode ser menor, igual ou
maior do que 1 (um). Além disso, esse tipo de conversor permite obter sem iso-
lação, uma tensão de saída negativa. Seu esquema elétrico é suas formas de
ondas, são basicamente apresentados nas seguintes figuras:

+
Figura 08 – Esquema básico de um conversor “Buck-Boost”.

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iL
Imáx
(a)
Imín
dT T t
VL
Vi
t
-Vo (b)

ii
IL máx
Figura 09 – Formas de Ondas
(c)
para o conversor “Buck-Boost”:
IL mín
(a) corrente no indutor, (b) tensão
Ii
t no indutor, (c) corrente de entra-
iD da, (d) corrente no diodo, (e)
corrente no capacitor
(d)

t
ic
IL máx
(e)
dT T t
IL mín

Observando a forma de onda (a) e (b), nota-se que a chave < permanece ligada
durante um intervalo de tempo igual a , onde acontece o armazenamento de
energia no indutor. Assim como feito na análise dos outros conversores, para
facilitar o entendimento será considerado que todos os componentes são ideais.
Logo, toda a energia absorvida pela entrada durante o intervalo em que a chave
< se encontrar fechada, será entregue à saída no intervalo em que a chave se
encontrar aberta.

=( = =)

No instante em que a chave é fechada, considerando que o sistema já esteja es-


tabilizado, o indutor se encontrará ligado paralelamente à fonte de entrada sur-
gindo assim uma corrente que cresce de forma praticamente linear.

 (!á# − !í% )
 = ( =

( 
=
(!á# − !í% )

No instante seguinte, a chave é aberta e o indutor estará ligado paralelamente


ao circuito de saída entregará a energia acumula à saída. A corrente que o car-

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regou durante o intervalo , será agora descarregada durante o intervalo de


tempo  − .

 (!á# − !í% )
 = ) = −
(1 − )

) (1 − )
=−
(!á# − !í% )

Igualando as equações

(  ) (1 − )
=−
(!á# − !í% ) (!á# − !í% )

( 
) = −
(1 − )
(Equação 12)

Observa-se que a tensão de saída possui polarização inversa à tensão de entra-


da. Esse conversor também é conhecido como regulador inversor. Verificando
os limites da função acima, quando  se aproxima de 0, a tensão de saída tam-
bém se aproxima de zero, sendo assim, operando como um abaixador. Quando
 = 0,5, a tensão de saída é igual à tensão de entrada. Quando  se aproxima
de 1, o denominador da função tende a 0, fazendo com a tensão de saída tenda
ao infinito. Na prática, sabendo que os componentes reais apresentam limita-
ções, a tensão de saída se limita a alguns múltiplos do valor da tensão de entra-
da.

Como vimos, a corrente que passa no indutor durante o intervalo em que a


chave está fechada, é a mesma corrente que sai da fonte. Sendo assim,

(!á# + !í% )
( =   = 
2
2 (
!á# + !í% =

Como dito anteriormente, pela idealidade dos componentes aplicados, podemos
considerar iguais as potências consumidas na entrada e na saída.

?( = ?)

(  ,
) 8− 9
(1 −  )
,
( ( = =
 

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( ,
( =
 (1 −  ),

Como,

2 ( 2 ( ,
!á# + !í% = =
   (1 −  ),
2 ( 
!á# + !í% =
 (1 −  ),

Sabendo que a tensão sobre o indutor no instante que a chave esta fechada é a
mesma da fonte, temos

!á# − !í%
( = 

( 
!á# − !í% =

A partir das equações obtidas para !á# + !í% e !á# − !í% , resolvendo o sis-
tema para cada uma das variáveis, obtém-se o seguinte resultado:

!á# = ( @ + F
A A
(Equação 13)
/ (AB)C , DE 

!í% = ( @ − F
A A
(Equação 14)
/ (AB)C , DE 

Igualmente ao que foi feito para os outros conversores, para que o conversor
opere no modo contínuo de condução (CCM), o menor valor de indutância ad-
mitido será quando o valor da corrente mínina que circula seus enrolamentos
seja igual a zero. Sendo assim,

 (1 − ),
45í =
(Equação 15)
2 &'

4. METODOLOGIA

A bancada do laboratório será composta de uma placa principal que conterá a


fonte de alimentação dos circuitos periféricos (“Buck”, “Boost” e “BB”) além
do circuito de controle PWM que acionará as mesmas.

4.1 ROTEIRO PARA O PROJETO DO TRAFO

Para alimentar as placas, será necessário um transformador abaixador de 60Hz.


Abaixo segue o detalhamento passo-a-passo para o projeto de pequenos trafos:

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a. DADOS PARA CÁLCULO

São definidos os parâmetros de entrada e saída do transformador, tais como a


frequência de rede e número de enrolamentos com suas respectivas tensões e
correntes de saída.

b. CÁLCULO DE CORRENTES PRIMÁRIAS E SECUNDÁRIAS

Calcula-se a potencia no primário acrescendo 10% a potencia total de saída


fornecida. Com a potência consumida da entrada, é calculado o valor da cor-
rente de entrada.

?A = 1,1 × ?,

?A
A =
A

c. CÁLCULO DA SEÇÃO DOS CONDUTORES

Tendo todos os valores de correntes que circularão nos enrolamentos primários


e secundários, fixamos um valor de densidade de corrente (H) em função da
dissipação de calor. Para trafos de até 500 I usar H = 3 I⁄JJ, . Trafos en-
tre 500 I e 1000 I, usar H = 2,5 I⁄JJ, . E para trafos entre 1000 I e
3000 I, usar H = 2 I⁄JJ, . Sendo assim,


<′ =
H

Consultando uma tabela de fios esmaltados, localizamos e adotamos fios que


possuam valores de seção transversal com maior proximidade ao valor calcula-
do.

d. CÁLCULO DA SEÇÃO MAGNÉTICA DO NÚCLEO

Partimos da seguinte relação:

L = 4,44 N & O!á# IP

L
N=
4,44 & O!á# IP

Sabendo que a forma quadrada para a seção transversal do núcleo apresenta


maiores vantagens construtivamente, considera-se que IP = Q, , tendo assim:

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L
N=
4,44 & O!á# Q,

Onde o parâmetro Q é a largura da perna central da lâmina padronizada con-


forme a seguinte ilustração:
0,5a 1a 0,5a

0,5a
Observando as áreas com hachuras da figu-
2,5a

1,5a
ra, concluímos que:

0,5a IR = 0,5Q × 1,5Q = 0,75Q,

3a

Figura 09 – Dimensional para lâminas padronizadas

A densidade de corrente que circulará nos enrolamentos, pode ser expressa da


seguinte maneira:

NT T
H=
IU

Logo,

IU
NT = H
T

Onde NT e T são, respectivamente, o número de espiras e a corrente nominal


de um dos enrolamentos denominado “a” e IU é a área de cobre líquido que
ocupa o enrolamento onde circula a corrente T . Não podemos ainda definir o
valor de IU , porém podemos impor algumas condições e escrever seu valor em
função de uma proporção desejada para que ele ocupe a janela:

IU = VR IR

Onde VR é o fator de ocupação do cobre líquido dentro da janela. Para trans-


formadores monofásicos, uma boa aproximação para esse fator é definida por:

LT
VR = 0,25 ×
(LT + LW + ⋯ + L% )

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Supondo que o transformador tenha um enrolamento primário “a” e dois enro-


lamentos secundários, “b” e “c”. Relacionando as equações descritas, chega-
mos ao seguinte resultado:

LT = 4,44 NT & O!á# Q,

0,25 × LT × 0,75Q,
LT = 4,44 × H × & O!á# Q,
(LT + LW + L4 )

LT (LT + LW + L4 )
QY =
4,44 × H × 0,25 × LT × 0,75Q, & O!á#

LT (LT + LW + L4 )
Q=Z
[

4,44 × H × 0,25 × LT × 0,75Q, & O!á#

Determinado o valor de Q, adota-se a lâmina padronizada com parâmetro ime-


diatamente superior ao valor encontrado. A nova lâmina apresentará um novo
valor para o parâmetro Q. Considerando que a seção terá forma quadrada, a no-
va seção será dada por:

IP = Q,

e. CÁLCULO DO NÚMERO DE ESPIRAS

A definição da seção do núcleo possibilita o cálculo do número de espiras,


lembrando que para os enrolamentos secundários, devem ser adicionadas 10%
de espiras ao valor encontrado para compensação de perdas.

L
N=
4,44 & O!á# IP

f. POSSIBILIDADE DE CONSTRUÇÃO

Em uma última etapa, é verificado se o enrolamento calculado caberá na janela


da lâmina escolhida. Isso é feito verificando se a razão entre a janela da lâmina
escolhida e a área total ocupada pelo cobre, é maior do que três, ou seja:

IR
≥3
IU

4.2 ROTEIRO PARA PROJETO DOS INDUTORES

Para definir o indutor a ser utilizado, admitimos inicialmente que todos os pa-
râmetros para o seu dimensionamento sejam conhecidos, tais como os valores
de corrente eficaz, corrente máxima, indução máxima, etc.

A partir de duas das equações de Maxwell sabemos que:

∮ O. I = Φ (Lei de Gauss para o magnetismo)


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∮ `. a = N
= ℑ (Lei de Àmpere)

Esta última equação sugere que o campo magnético total sobre um circuito
magnético fechado e que percorre um caminho a, é igual à força magnetomotriz
(fmm) total aplicada. Essa força fmm, é responsável pelo surgimento de um
fluxo magnético Φ que percorrerá a seção do núcleo envolvido pelas espiras do
indutor. Para um dado núcleo, teremos uma relutância ℜ, que se opõem a pas-
sagem do fluxo, ou seja, teremos um fluxo proporcional à fmm aplicada ao in-
dutor. Com isso temos:

ℑ = N
= ℜΦ

Logo,

N
= ℜOI

ℜO!á# IP
N=
!á#

Sabendo que a indutância de um circuito é dada por:

N,
=

Logo temos que:

N,
ℜ=

Com isso, substituindo na equação, chegamos a:

!á#
N=
O!á# IP
(Equação 16)

Onde !á# e O!á# são os valores máximos de corrente e indução do indutor,


respectivamente,  o valor da indutância e IP a área efetiva do núcleo.

Agora, a partir das características físicas do indutor, temos:

NPD(4Td H!á# I4e


H!á# = ∴N=
I4e PD(4Td
(Equação 17)

Onde H!á# é a densidade máxima de corrente que circula no indutor e I4e é a


área líquida de cobre do condutor utilizado.

Considerando que o enrolamento não ocupará efetivamente toda a área da jane-


la do núcleo escolhido, pois além da inserção de um carretel, que diminuirá a
área da janela IR , temos também imperfeições durante a execução do enrola-
mento da bobina. Por isso, determinamos então um fator de ocupação entre a

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área líquida de cobre utilizado e a janela do núcleo escolhido, de forma que es-
te fator deverá levar em consideração todas estas eventualidades previstas. Essa
relação é apresentada a seguir:

I4e
VR =
IR

Sendo,

I4e = N <4e

Logo,

I4e = VR IR

Substituindo na equação 17, temos:

H!á# VR IR
N=
(Equação 18)
PD(4Td

Igualando as equações 17 e 18 e resolvendo para IP IR , chegamos à seguinte


relação:

 !á# PD(4Td
IP IR =
(Equação 19)
O!á# H!á# VR

A escolha do fio condutor que será utilizado é apresentada a seguir:

PD(4Td
<4e =
H!á#
(Equação 20)

Com o valor obtido, consulta-se uma tabela de fios esmaltados e é escolhido


um fio que possua seção transversal imediatamente superior ao valor calculado.

Consultando um catálogo qualquer de um fabricante de núcleos de ferrite, veri-


ficam-se os núcleos que mais se aproximam deste parâmetro. Na prática, após
escolhido um núcleo, calcula-se o número de espiras N pela equação 16 e o fa-
tor de ocupação VR obtido para o núcleo escolhido. Se o valor de VR se encon-
trar abaixo do valor pré-determinado para atender a eventualidades previstas,
está confirmado que será possível executar a montagem física do indutor. Caso
contrário, deverá ser escolhido um novo núcleo com o parâmetro IP IR , imedi-
atamente superior ao escolhido e refeito então os cálculos descritos anterior-
mente.

Em uma última etapa, é verificado se o parâmetro I encontra-se dentro da


faixa de indutância que se pretende obter. O parâmetro é normalmente ofereci-
do nos catálogos dos fabricantes e diz respeito à relação:

19
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 1
=
N , ℜ
Isso indica que, se não for aumentada a relutância do núcleo através da inser-
ção de “gaps”, o mesmo terá uma indutância máxima  para uma quantidade
N de espiras. Novamente, em casos práticos, dificilmente se encontra um valor
para I que apresente a indutância desejada sem que seja feita alterações, logo,
uma prática muito utilizada se consiste na inserção “gaps” para aumentar a re-
lutância do núcleo e aproximar a indutância ao valor desejado.

5 MEMORIAL DE CÁLCULO

5.1 TRAFO DE ALIMENTAÇÃO DA PLACA MÃE

A seguir são apresentados os cálculos realizados para o dimensionamento do


transformador monofásico que alimentará todo o circuito.

• DADOS PARA CÁLCULO

PARÂMETROS DO TRAFO
Tensão de Entrada (V1) 127 [T4 ]
Frequência de rede 60 [`h]
Tensão de Saída (V2) 36 + 36 [T4 ]
Tensão de Saída (V3) 17 + 17 [T4 ]
Corrente de Saída (I2) 1,0 [I]
Corrente de Saída (I3) 0,1 [I]

• CÁLCULO DAS CORRENTES PRIMÁRIAS E SECUNDÁRIAS

?, = 36 × 1 + 17 × 0,1 = 37,7 I

?A = 1,1 × 37,7 = 41,47 I

41,47
A = = 0,33 I
127

• CÁLCULO DA SEÇÃO DOS CONDUTORES

0,33
<′A = = 0,11 JJ, ∴ <A = 0,128 JJ, → 26 I=k
3
1
<′, = = 0,33 JJ, ∴ <, = 0,325 JJ, → 22 I=k
3
0,1
<′l = = 0,033 JJ, ∴ <l = 0,040 JJ, → 31 I=k
3

20
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• CÁLCULO DA SEÇÃO MAGNÉTICA DO NÚCLEO

127 × 0,33 × 10m


Q=Z
[
= 2,6 × 10, J
4,44 × 3 × 0,25 × 0,54 × 0,75 × 60 × 1,1

É adotada a lâmina padronizada número 3, com Q = 3 nJ e IR = 675 JJ, .


Logo o valor da seção magnética será:

IoP) = 3 × 3 = 9 nJ,

9
I!To = = 8,18 nJ,
1,1

• CÁLCULO DO NÚMERO DE ESPIRAS

127 × 10Y
NA = ≅ 530 r
sQ
4,44 × 60 × 1,1 × 8,18

36 × 10Y
N, = + (10%) ≅ 2u 165 r
sQ
4,44 × 60 × 1,1 × 8,18

17 × 10Y
Nl = + (10%) ≅ 2u 78 r
sQ
4,44 × 60 × 1,1 × 8,18

• POSSIBILIDADE DE CONSTRUÇÃO

IU = 530 × 0,128 + 2 × 165 × 0,325 + 2 × 78 × 0,04 = 181,33 JJ,

IR 675,00
= = 3,7
IU 181,33

Como o valor obtido é maior do que 3, temos que será possível a construção fí-
sica do trafo.

5.2 CONVERSOR BUCK

Os parâmetros pré-definidos para cálculo do circuito seguem na tabela abaixo:

PARÂMETROS CONVERSOR BUCK


Tensão de Entrada (Vi) 50,0 [V]
Tensão de Saída (Vo) 12,0 [V]
Corrente de Saída (Io) 1,0 [A]
Resistência de Carga (R) 12 [Ω]

21
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A partir desses dados, primeiramente, determinamos o valor do Duty Cycle


() que o circuito operará.

12
= = 0,24
50
Sabendo que (0,2 ≤  ≤ 0,8), calcularemos em seguida o intervalo que L de-
verá estar para que o conversor opere sempre no CCM:

12
1vw,, = (1 − 0,2) = 240 x`
2 × 20 × 10l
12
1vw,y = (1 − 0,8) = 60 x`
2 × 20 × 10l
Logo, temos que nosso indutor estará no intervalo (60 x` ≤  ≤ 240 x`).
Como estes valores são para que o indutor opere no limiar do modo contínuo

Com isso, o valor de indutância é !á# = 300 x`.


para o descontínuo, será adotado um valor superior ao maior valor calculado.

Agora, calculamos os valores de !á# , !í%  PD(4Td .

50 × 0,24 50 × 0,24 × (1 − 0,24)


!á# = + = 1,76 I
12 2 × 20 × 10³ × 300 × 10m
50 × 0,24 50 × 0,24 × (1 − 0,24)
!í% = − = 0,24 I
12 2 × 20 × 10³ × 300 × 10m

B~ ~
1 (!á# − !í% ) (!í% − !á# ) !á# − !í%
, ,
PD(4Td = { |} 2  + !í% 3  + } 2 + 3 
  (1 − ) (1 − )
w B~

A, €w
1 (1,76 − 0,24) (0,24 − 2,00) 1,76 − 0,24 × 0,24
, ,
= { |} 2  + 0,243  + } 2 + 3 
50 0,24 × 50 50(1 − 0,24) (1 − )
w A,

PD(4Td = 1,09 I

Tendo em posse o valor da indutância e das correntes máxima e eficaz, partir-


mos então para o cálculo do núcleo a ser utilizado. Antes de calcularmos, defi-
niremos alguns valores a serem utilizados:

Jmáx = 3 [A/mm²] – Densidade máxima de corrente nos condutores;

kw = 0,3 – Fator de Ocupação do enrolamento na janela do núcleo para induto-


res;

Bmáx = 0,3 [T] – Indução máxima do material;

22
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A partir da equação 19, calculamos então o valor da relação IP . IR :

300 × 10m × 1,76 × 1,09


IP . IR = × 10, = 0,213 nJY
0,3 × 3 × 0,3

o núcleo modelo NEE 25/10/6 (Anexo I), com parâmetro IP . IR = 0,336 nJY .
Conforme os dados obtidos no catálogo Thornton – 1ª Ed. 2008, foi escolhido

A próxima etapa será calcular o número de espiras do indutor a partir do núcleo


selecionado. Para isso, aplicamos a equação 16

300 × 10m × 1,76


N= ≅ 45 r
sQ
0,3 × 39,29 × 10m

Com isso, definimos então o fio esmaltado que será usado na construção do in-
dutor:

1,09
<4e = = 0,363 JJ,
3
Consultando uma tabela de fios esmaltados, temos que o fio com seção trans-

seção igual a 0,412 JJ, . A nova área total ocupada pelo cobre a partir do fio
versal imediatamente superior ao valor calculado é o fio número 21 AWG com

escolhido é dada por:

IU = 45 × 0,412 = 18,54 JJ,

cleo satisfaz a condição imposta inicialmente, ou seja, se VR ≤ 0,3.


A seguir, verifica-se se o fator de ocupação da bobina dentro da janela do nú-

18,54
VR = = 0,22
85,47

Sendo assim, pelas condições iniciais impostas, temos que será possível a mon-
tagem do indutor.

Verificamos agora o parâmetro I ` ⁄r, . Para isso, calculamos o seguin-


te:

 300 × 10m
I ≥ = = 148,1 `/r²
N, 45,

cia superior a 148,1 `/r². Por conveniência, adotaremos o núcleo NEE-


Com isso, conforme Anexo I, temos um grande gama de núcleos com indutân-

25/10/6-1700-IP12R, pois o mesmo, pelo fato de não ter “gap” de fábrica, cos-

igual a 1700 `/r, , ou seja, para as 45 espiras, teremos uma indutância de


tuma ser encontrado com maior facilidade. Esse núcleo oferece um fator AL

3,4 J`. Para diminuirmos então esse valor de indutância que é superior ao de-

23
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sejado (300 x`), basta aumentarmos a relutância do núcleo. Isso é possível


aumentando o entreferro do núcleo durante sua montagem.

Incluiremos alguns “taps” no indutor. Seus valores serão escolhidos de forma


que envolvam as condições de operação imposta inicialmente. O cálculo do
número de espiras para cada “tap” a partir da expressão:

 1
= ∴ N = √ℜ 
N , ℜ
Como ℜ é constante, temos que:

N ∝ √

Então, segue abaixo os “taps” escolhidos, com suas respectivas indutâncias e


números de espiras:

 = 50 x`0 → N = 18 r
sQ
 = 100 x` → N = 26 r
sQ

 = 200 x` → N = 37 r
sQ

 = 300 x` → N = 45 r
sQs

5.3 CONVERSOR BOOST

Os parâmetros pré-definidos para cálculo do circuito seguem na tabela abaixo:

PARÂMETROS CONVERSOR BOOST


Tensão de Entrada (Vi) 50 [V]
Tensão de Saída (Vo) 100 [V]
Corrente de Saída (Io) 0,5 [A]
Resistência de Carga (R) 200 [Ω]

() que o circuito operará:


A partir desses dados, primeiramente, determinamos o valor do Duty Cycle

100 − 50
= = 0,5
100
De posse desse dado, partimos para o uso da equação 11 e definimos o menor
valor de indutância para que o circuito opere no CCM. Para encontrarmos o
mínimo valor de indutância, consideramos então que o menor valor de corrente
seja zero:

200
45( = 0,5 × (1 − 0,5), = 625 x`
2 × 20 × 10l

24
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mento (0,2 ≤  ≤ 0,8), observa-se que a função que determina o valor de L, é


Seguindo a mesma linha de que o valor de D irá variar no decorrer do experi-

 = 1⁄3. Sendo assim, o novo valor para 45( será:


uma função de 2º grau, na qual um ponto existe um ponto de máximo quando

45( = 741 x`

lor de indutância superior ao encontrado. Logo, é adotado  = 750 x`


Assim como feito anteriormente para o conversor “Buck”, adotaremos um va-

Agora, calculamos os valores de !á# , !í%  PD(4Td .

50 50 × 0,5
!á# = + = 1,83 I
200(1 − 0,5)² 2 × 20 × 10³ × 750 × 10m

50 50 × 0,5
!í% = − = 0,17 I
200(1 − 0,5)² 2 × 20 × 10³ × 750 × 10m

B~ ~
1 (!á# − !í% ) (!í% − !á# ) !á# − !í%
, ,
PD(4Td = { |} 2  + !í% 3  + } 2 + 3 
  (1 − ) (1 − )
w B~

,€ €w
1 (1,83 − 0,17) (0,17 − 1,83) 1,83 − 0,24 × 0,17
, ,
= { |} 2  + 0,173  + } 2 + 3 
50 0,5 × 50 50(1 − 0,5) (1 − )
w ,€

PD(4Td = 1,11 I

Tendo em posse o valor da indutância e das correntes máxima e eficaz, partir-


mos então para o cálculo do núcleo a ser utilizado. Antes de calcularmos, defi-
niremos alguns valores a serem utilizados:

Jmáx = 3 [A/mm²] – Densidade máxima de corrente nos condutores;

kw = 0,3 – Fator de Ocupação do enrolamento na janela do núcleo para induto-


res;

Bmáx = 0,3 [T] – Indução máxima do material;

A partir da equação 19, calculamos então o valor da relação IP . IR :

750 × 10m × 1,83 × 1,11


IP . IR = × 10, = 0,564 nJY
0,3 × 3 × 0,3

o núcleo modelo NEE 30/15/7, com o parâmetro IP . IR = 0,753 nJY.


Conforme os dados obtidos no catálogo Thornton – 1ª Ed. 2008, foi escolhido

A próxima etapa será calcular o número de espiras do indutor a partir do núcleo


selecionado. Para isso, aplicamos a equação 16:

25
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750 × 10m × 1,83


N= ≅ 76 r
sQ
0,3 × 60,00 × 10m

Com isso, definimos então o fio esmaltado que será usado na construção do in-
dutor:

1,11
<4e = = 0,370 JJ,
3
Consultando uma tabela de fios esmaltados, temos que o fio com seção trans-

seção igual a 0,412 JJ, . A nova área total ocupada pelo cobre a partir do fio
versal imediatamente superior ao valor calculado é o fio número 21 AWG com

escolhido é dada por:

I4e = 76 × 0,412 = 31,31 JJ²

cleo satisfaz a condição imposta inicialmente, ou seja, se VR ≤ 0,3.


A seguir, verifica-se se o fator de ocupação da bobina dentro da janela do nú-

31,31
VR = = 0,25
125,46

Sendo assim, pelas condições iniciais impostas, temos que será possível a mon-
tagem do indutor.

Verificamos agora o parâmetro I ` ⁄r, . Para isso, calculamos o seguin-


te:

 750 × 10m
I ≥ , = = 129,8 `/r²
N 76,

129,8 `/r². Por conveniência, adotaremos o núcleo NEE-30/15/7-1800-


Com isso, temos um grande gama de núcleos com indutância superior a

IP12R, pois o mesmo, pelo fato de não ter “gap” de fábrica, costuma ser en-

1800 `/r, , ou seja, para as 76 espiras, teremos uma indutância de


contrado com maior facilidade. Esse núcleo oferece um fator AL igual a

10,4 J`. Para diminuirmos então esse valor de indutância que é superior ao
desejado (750 x`), basta aumentarmos a relutância do núcleo. Isso é possível
aumentando o entreferro do núcleo durante sua montagem.

Incluiremos alguns “taps” em nosso indutor. Seus valores serão escolhidos de


forma que envolvam as condições de operação imposta inicialmente. O cálculo
do número de espiras para cada “tap” a partir da expressão:

 1
= ∴ N = √ℜ 
N, ℜ
Como ℜ é constante, temos que:

26
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N ∝ √

Então, segue abaixo os “taps” escolhidos, com suas respectivas indutâncias e


números de espiras:

 = 150 x` → N = 34 r
sQ
 = 300 x` → N = 48 r
sQ

 = 500 x` → N = 62 r
sQ

 = 750 x` → N = 76 r
sQs

5.4 CONVERSOR BUCK-BOOST

Para cálculo deste conversor, dividiremos em duas partes. A primeira, com o


conversor operando como “Buck”, com tensão de saída igual a 12 V. A segun-
da, com o conversor operando no modo “Boost”, com tensão de saída igual a
100 V.

5.4.1 CONVERSOR OPERANDO COMO ABAIXADOR (BUCK)

Os parâmetros pré-definidos para cálculo do circuito seguem na tabela abaixo:

PARÂMETROS CONVERSOR OPERANDO COMO


BUCK
Tensão de Entrada (Vi) 50,0 [V]
Tensão de Saída (Vo) 12,5 [V]
Corrente de Saída (Io) 1,04 [A]
Resistência de Carga (R) 12,0 [Ω]

A partir desses dados, primeiramente, determinamos o valor do Duty Cycle (D)


que o circuito operará.

12
= = 0,2
(50 + 12)

De posse desse dado, partimos para o uso da equação 15 e definimos o menor


valor de indutância para que o circuito opere no modo contínuo de condução
(CCM). Para encontrarmos o mínimo valor de indutância, consideramos então
que o menor valor de corrente seja zero:

12
45( = (1 − 0,2), = 192 x`
2 × 20 × 10l

27
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5.4.2 CONVERSOR OPERANDO COMO ELEVADOR (BOOST)

Os parâmetros pré-definidos para cálculo do circuito seguem na tabela abaixo:

PARÂMETROS CONVERSOR OPERANDO COM


BOOST
Tensão de Entrada (Vi) 50 [V]
Tensão de Saída (Vo) 100 [V]
Corrente de Saída (Io) 0,5 [A]
Resistência de Carga (R) 200 [Ω]

duty cycle () que o circuito operará.


A partir desses dados, conforme feito anteriormente, determinamos o valor do

100
= = 0,67
(50 + 100)

Agora aplicamos a equação 15 e definimos o menor valor de indutância para


que o circuito opere no CCM. Para encontrarmos o mínimo valor de indutân-
cia, consideramos então que o menor valor de corrente seja zero:

200
45( = (1 − 0,67), = 555 x`
2 × 20 × 10l
O indutor a ser calculado, deverá apresentar valores mínimos de indutância

600 x`, ou seja, com valor superior à maior indutância encontrada. Com isso,
compatíveis aos dois modos de operação. Para isso, adotaremos um indutor de

iremos determinar os parâmetros !á# , !í%  PD(4Td da corrente que circulará


no indutor:

50 × 0,67 50 × 0,67
!á# = + = 2,93 I
200(1 − 0,67)² 2 × 20 × 10³ × 600 × 10m

50 × 0,67 50 × 0,67
!í% = − = 0,14 I
200(1 − 0,67)² 2 × 20 × 10³ × 600 × 10m

PD(4Td
ll,l €w
1 (2,93 − 0,14) (0,14 − 2,93) 2,93 − 0,67 × 0,14
, ,
= { |} 2  + 0,143  + } 2 + 3 
50 0,67 × 50 50(1 − 0,67) (1 − 0,67)
w ll,l

PD(4Td = 1,73 I

28
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Tendo em posse o valor da indutância e das correntes máxima e eficaz, partir-


mos então para o cálculo do núcleo a ser utilizado. Antes de calcularmos, defi-
niremos alguns valores a serem utilizados:

Jmáx = 3 [A/mm²] – Densidade máxima de corrente nos condutores;

kw = 0,3 – Fator de Ocupação do enrolamento na janela do núcleo para induto-


res;

Bmáx = 0,3 [T] – Indução máxima do material;

A partir da equação 19, calculamos então o valor da relação IP . IR :

600 × 10m × 2,93 × 1,73


IP . IR = × 10, = 1,126 nJY
0,3 × 3 × 0,3

o núcleo modelo NEE 30/15/14, com o parâmetro IP . IR = 1,456 nJY.


Conforme os dados obtidos no catálogo Thornton – 1ª Ed. 2008, foi escolhido

A próxima etapa será calcular o número de espiras do indutor a partir do núcleo


selecionado. Para isso, aplicamos a equação 16:

600 × 10m × 2,93


N= ≅ 48 r
sQ
0,3 × 122,00 × 10m

Feito isso, definimos agora o fio esmaltado que será usado na construção do
indutor. Para isso, consideraremos a pior condição de fluxo de corrente elétrica.
No caso, quando o conversor estiver operando como “Buck”, teremos uma cor-
rente eficaz maior circulando nos enrolamentos.

1,73
<4e = = 0,577 JJ,
3
Consultando uma tabela de fios, temos que o fio com seção transversal imedia-

a 0,519 JJ, . A nova área total ocupada pelo cobre a partir do fio escolhido é
tamente superior ao valor calculado é o fio número 20 AWG com seção igual

dada por:

I4e = 48 × 0,519 = 24,91 JJ²

cleo satisfaz a condição imposta inicialmente, ou seja, se VR ≤ 0,3.


A seguir, verifica-se se o fator de ocupação da bobina dentro da janela do nú-

24,91
VR = = 0,20
122,00

Em uma última etapa, verificamos se o parâmetro AL ` ⁄r, , fornecido


pelo fabricante, permite o uso do núcleo em função da quantidade de espiras
calculadas. O parâmetro AL se refere à indutância do material em função da

29
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quantidade de espiras ao quadro. Na prática, temos que obter um valor de indu-


tância superior ao valor estimado no projeto para que o núcleo possa ser utili-
zado. Para isso, calculamos o seguinte:

 600 × 10m
I ≥ , = = 260,4 `/r²
N 48,

rior a 260,4 `/r, . Por conveniência, adotaremos o núcleo NEE-30/15/14-


Com isso, conforme, temos um grande gama de núcleos com indutância supe-

4000-IP12R, pois o mesmo, pelo fato de não possuir um “gap” de fábrica, cos-

igual a 4000 `/r, , ou seja, para as 48 espiras, teremos uma indutância de


tuma ser encontrado com maior facilidade. Esse núcleo oferece um fator AL

9,2 J`. Para diminuirmos então esse valor de indutância que é superior ao de-
sejado (600 x`), basta aumentarmos a relutância do núcleo. Isso é possível
aumentando o entreferro do núcleo durante sua montagem.

Incluiremos alguns “taps” em nosso indutor. Seus valores serão escolhidos de


forma que envolvam as condições de operação imposta inicialmente. O cálculo
do número de espiras para cada “tap” a partir da expressão:

 1
= ∴ N = √ℜ 
N, ℜ
Como ℜ é constante, temos que:

N ∝ √

Então, segue abaixo os “taps” escolhidos, com suas respectivas indutâncias e


números de espiras:

 = 175 x` → N = 26 r
sQ
 = 250 x` → N = 31 r
sQ

 = 450 x` → N = 42 r
sQ

 = 600 x` → N = 48 r
sQs

6. RESULTADOS EXPERIMENTAIS

Após a definição e montagem dos indutores que fariam parte do circuito, foi
necessário realizar ensaios para verificar se os mesmos atenderiam as condi-
ções impostas no projeto. Para a realização de tal necessidade, foi elaborada
uma placa com o auxílio da ferramenta PCAD 2002, onde um conversor do ti-
po “Buck” foi montado para a realização dos ensaios.

30
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Figura 10 – Ferramenta PCAD utilizada na elaboração da placa.

Após a confecção e montagem da placa, deu-se início ao processo de ensaio


dos indutores. A realização desses ensaios teve como objetivo a obtenção dos
valores de indutâncias experimentais, através da medição dos parâmetros ne-
cessários para os cálculos.

O esquema utilizado durante os ensaios segue abaixo:


VL ∆IL

3 4 L1 5 R1 1
S1 200mH 100mΩ
f=20 kHz

V1 C1 R2
Vcc D1
UF5004 220uF 11Ω

2
Figura 11 – Esquema elétrico e pontos para medições utilizados.

Para obter os valores de indutância, foi então utilizado o seguinte procedimen-


to:
• Medição da Variação de corrente no Indutor: através da queda de ten-
são no resistor série com o indutor (R1), calcula-se a variação de cor-
rente que ocorre no indutor.
• Medição da tensão sobre o indutor enquanto a chave S1 se encontra no
estado “on”.

31
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• Período ou frequência de chaveamento: através de qualquer uma das


duas medições realizadas, é possível verificar em qual frequência o cir-
cuito opera.

De posse destes valores, aplicamos os valores à seguinte expressão:


∆
 = 
∆
Logo,
†‡
 = 
!T# − !í%

• Indutor para o Conversor “Buck”.

†‡ = 18,8 x  = 10,2  ∆ = 633 JI

Resultando em:  = 303 x`

• Indutor para o Conversor “Boost”.

†‡ = 8,8 x  = 24,8  ∆ = 284 JI

Resultando em:  = 769 x`

• Indutor para o Conversor “Buck-Boost”.

†‡ = 8,6 x  = 24,2  ∆ = 345 JI

Resultando em:  = 602 x`

Buck Boost Buck-Boost


L projetado 300 μH 750 μH 600 μH
L experimental 303 μH 769 μH 602 μH
Desvio (%) 1,0% 2,5% 0,3%

Comparando os resultados obtidos com os valores de projeto, verifica-se que a


diferenças entre os valores são desprezíveis. Logo, o método adotado para a
construção dos indutores se mostrou satisfatório.

7. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Através da elaboração de uma placa parcial, foi possível verificar alguns aspec-
tos que poderiam influenciar no funcionamento do “hardware” final. Entre e-
les, foi observado que a técnica de preenchimento parcial da placa com cobre,

32
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conforme visto na Figura 10, gera perturbações no circuito devido ao apareci-


mento de capacitâncias parasitas. Estas perturbações acarretam no disparo irre-
gular do circuito gerador de PWM, influenciando diretamente no sinal de saída.
Uma medida paliativa adotada, foi a inserção de capacitores de desacoplamen-
to, nas fontes de tensão e nos amplificadores operacionais (AmpOp) utilizados
no circuito.

Corrigido o circuito, foi verificado que os indutores estão de acordo com os


cálculos realizados, permitindo assim a confecção e montagem das placas ini-
cialmente propostas.

8. CONCLUSÕES PRELIMINARES

A construção de indutores para pequenos projetos eletrônicos é sempre uma di-


ficuldade enfrentada pelo projetista. Porém, podemos concluir que este não se-
rá o único problema que pode vir a aparecer. Como observado, a confecção do
layout de circuito impresso deve ter uma atenção especial para evitar que pro-
blemas como o surgimento de capacitâncias parasitas venham a acontecer.
Uma outra prática também observada, está no uso de capacitores para desaco-
plar o circuito, permitindo assim filtrar interferências vindas da fonte de ali-
mentação ou até mesmo geradas pelo próprio circuito.

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Batarseh, Issa “ Power Electronics Circuits”, Wiley, USA, 2004

Mohan, N. , Undeland, T. and Robbins, W. “ Power Electronics : Converters,


Applications and Design” , 3ª Edição, Sanat Printers-India, 2007.

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