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3 – ABORDAGEM INICIAL
Essa situação incorre em maior risco presumível que a anterior. O paciente não
manifesta queixas espontâneas e você precisa estimulá-lo verbalmente ou até com
estímulos táteis e dolorosos, para mais adiante chegar à conclusão que possa ter ocorrido
desde uma síncope, caso o paciente recupere em completo o conteúdo da consciência até
um comprometimento neurológico sério, se a resposta advém inadequada. Salutar ter a
noção do nível de orientação e do estado de consciência prévios quer seja através de
informações do prontuário quer seja por informações dos circunstantes. Assim será
possível definir se os défices pré-existiam. A RESPOSTA que se procura obter pode ser
verbal ou motora. Categorize como GRAVE e acione conduta MOVE (Monitor – O2 –
Veia – Exames) ou REMOVE, deslocando o paciente para a sala de reanimação ou setor
competente para tratar o agravo em questão. Trate o sensório como o quinto sinal vital.
3.3.3 – INCONSCIENTE e IRRESPONSIVO.
Após os poucos segundos necessários para avaliar e tratar a via aérea, procede-se
com outro rápido instrumento de avaliação: o VER – OUVIR – SENTIR. É através dele
que se evidencia através da inspeção dos movimentos torácicos, se presentes e simétricos,
da audição e percepção da expiração do paciente por meio do aproximar da face e orelha
do examinador à face e boca do paciente, ainda em posição de abertura de vias aéreas
(fig. 4).
Na hipótese de o paciente apresentar movimentos respiratórios completos
(inspiração e expiração), determina-se que ele não está em PCR, nem em parada
respiratória. Trata-se de um paciente em possível coma por causas variáveis a se
esclarecer (neurológica, metabólica, endócrina, eletrolítica, tóxicos, p.e.), devendo ter a
garantia de um acesso invasivo de via aérea, após ser descartada a pronta reversibilidade
do rebaixamento do sensório, mediante a repercussão neurológica, respiratória e
hemodinâmica presentes, individualizando sempre a decisão.
Se o paciente apresenta padrão ventilatório tipo “gasping” ou “peixe fora d’água”,
você VERÁ, mas não OUVIRÁ nem SENTIRÁ e este não deve ser considerado sinal
vital, de ventilação ou de circulação. Trata-se de um reflexo de tronco cerebral, sem
eficiência para a oxigenação do paciente. A outra possibilidade determinante para a
avaliação é a ausência da ventilação, quando se definirá, como no caso do “gasping”, de
pelo menos, parada respiratória.
Há uma tendência atual para a realização do chamado “Hands only”, quando se
tem uma forte hipótese de que a causa da PCR não tenha sido hipóxia, de não se executar
as ventilações, mas sim compressões torácicas contínuas. Ainda não é uma diretriz, mas
já se encara como uma forte tendência.
Fig. 4. Ver – Ouvir – Sentir ,(note máscara facial de bolso com valva unidirecional ao lado da cabeça)
Fonte: 2005 American Heart Association Guidelines for Cardiopulmonary Resuscitation and Emergency
Cardiovascular Care (Circulation. 2005; 112: IV-1–IV-211).
Fig. 7. Ritmo de Fibrilação Ventricular “grosseira” ou inicial evoluindo para “fina” ou terminal, numa representação didática
Fig. 8. Ritmo sinusal evoluindo para Taquicardia Ventricular, numa representação didática.
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