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de Disciplina para a regulação da advocacia, contudo alguns pontos da Lei 8.906 de 94 são
superados por súmulas do Supremo Tribunal Federal e outros são tachados de
inconstitucionais. Serão postas em exame as limitações para o exercício da profissão e as
garantias que mantém a livre prática do princípio constitucional de que o advogado é
fundamental para a administração da justiça. Assim, veremos na seqüência a análise do bloco
legal que guia a atividade.
DA ORIGEM DA ADVOCACIA
No Brasil até 1994 o advogado assalariado, tanto no setor publico quanto no privado não
recebia tutela especifica, até a criação do Estatuto, o qual procurou definir-lhes direitos básicos
em relação ao empregador, teto salarial, honorários, sucumbência e jornada de trabalho.
De acordo com uma pesquisa nacional patrocinada pela OAB, 31% (trinta e um por
cento) dos advogados exercem a advocacia extrajudicial, ou seja, consultoria e assessoria de
empresas, de organizações não governamentais e de entidades públicas. Esse resultado
expressivo é uma resposta à demanda da sociedade insatisfeita com o nosso Poder Judiciário,
criando-se assim um espírito de advocacia preventiva para que de todas as formas possíveis
se evite o litígio.
DA ATIVIDADE DE ADVOCACIA (ARTS. 1º AO 5º)
O advogado não deve ter participação obrigatória em qualquer ato jurídico no sentido
estrito e negócios jurídicos, porém devido à complexidade dos contratos atuais o advogado
encontra outra área aonde sua presença torna-se quase indispensável. Tudo isso baseado
sempre na advocacia preventiva, cada vez mais praticada, sempre visando evitar qualquer tipo
de litígio. Dessa forma o Estatuto considera nulos os atos que não estejam visados por
advogados.
Quando temos atos que são privativos de advogado, porem são praticados por
pessoas não inscritas na OAB temos a nulidade em seu sentido estrito, denominada também
nulidade absoluta do ato, sendo que a mesma não pode ser suprida nem sanada. Responderá
também o praticante do ato na esfera cível pelos danos decorrentes, ao prejudicado, devido a
pratica do ilícito, e responderá também criminalmente por exercício ilegal da profissão e até
mesmo administrativamente caso lhe couberem sanções.
Neste ponto há uma ênfase em destacar que o curso emissor deste requisito deve ser
autorizado a funcionar e após, com o funcionamento regular, dever ser reconhecido, ambas as
ações pelo MEC. Ainda só serão aceitas certidões acompanhadas de histórico escolar
autenticado para que a OAB possa verificar a carga horária exigível e o conteúdo mínimo.
O exame apenas pode ser prestado na Seccional da OAB de domicílio civil de pessoa
natural do requerente ou no Estado de conclusão de seu curso superior de direito. Não pode
prestar no Estado em que se pretende estabelecer vida profissional ou escritório de advocacia
sem cumprimento do descrito anteriormente. Estão dispensados do Exame de Ordem os
bacharéis que concluíram com aproveitamento o estágio anterior até o dia 4 de julho de 94 e os
que tiveram suas inscrições canceladas porque exerceram atividades como magistratura,
promotoria e os ex-integrantes de carreiras jurídicas quando solicitam nova inscrição.
Muito foi questionada a aplicação do exame de ordem pelos muitos cursos privados
de graduação em direito que não viam interesses em obter bons professores, bibliotecas,
estágios adequados pelo seu alto custo. Isso afeta diretamente a formação de seus estudantes.
Com a obrigatoriedade do exame fica cada vez mais difícil se montar uma faculdade de direito
baseada na “saliva e giz” (baixo custo).
A Prova é justificada por Paulo Lobo quando “o Exame de Ordem – por apreender
apenas alguns aspectos da formação jurídica, principalmente os práticos – não avalia o curso,
nem mesmo o estudante, mas tão somente constitui modo de seleção para o exercício da
profissão de advogado, uma entre tantas que o bacharal em direito pode escolher”. Ou seja, ele
não interfere na autonomia universitária porque não impede a concessão de diploma de
bacharel e assim também não fere a liberdade de profissão que os bacharéis possam vir a
exercer. Apenas tem finalidade de seleção e fiscalização pela OAB a profissão de advogado.
Advogado Estrangeiro
Estagiário
O estagiário que se refere nossa Lei é aquele inscrito na OAB sendo estudante de
direito ou já bacharel em direito. O estagiário atua sempre com a assistência de um advogado e
não pode isoladamente praticar atos da profissão, exceto os autorizados pelo Regulamento
Geral. A inscrição deve ser feita sempre na seccional da OAB do Estado do Curso Jurídico do
estagiário e ele deve reunir os incisos I, III, V, VI e VII do art. 8º já comentados e o
comprovante de matricula. O estagiário está sujeito as mesmas regras de impedimento e
incompatibilidade que veremos quando estudarmos este assunto e seu estágio durará no
máximo dois anos. Não há dispensa do Exame de Ordem para o exercício da advocacia e o
estágio da OAB não é obrigatório, apenas para os interessados em integrar o quadro de
estagiários da instituição.
Domicilio Profissional
Nos casos de transferência de tal domicílio para outro Estado o advogado pode ou
não ter inscrição suplementar na nova Seccional, se possuir, esta não pode negar-se de aceitar
a transferência do domicílio profissional original caso a inscrição principal não possua vícios.
Essa transferência é obrigatória sempre que o advogado passar de fato a sede principal de sua
atuação profissional para a outra Unidade da Federação.
Cancelamento da Inscrição
Licenciamento do Cargo
A razão social deve e apenas pode constar o nome de pelo menos um advogado
responsável pela sociedade e o seu licenciamento temporário deve ser averbado no registro da
sociedade sem mais alterações no registro. O parágrafo terceiro do art. 16 do Estatuto é claro
quando veda o registro, nos cartórios civis de pessoas jurídicas e nas juntas comerciais, de
sociedade que inclua atividades de advocacia. Tanto a sociedade quanto o sócio responde
subsidiariamente e ilimitadamente pelos danos causados aos seus clientes por ação ou
omissão no exercício da profissão.
“Sem independência profissional não há advocacia” Assim registra o autor para dar
clareza à relação de emprego que não pode atingir a independência do advogado subordinado.
Ou seja, a decisão de ajuizar alguma ação é do empregador, entretanto a realização da peça
ou da negociação processual é ato profissional do advogado. Não se devem confundir os
interesses pessoais do empregador com os definidos na relação de trabalho. Assim: o
advogado contratado para o setor jurídico da empresa não pode prestar serviços ao
empregador para atender, por exemplo, uma ação de direito de sua família, uma vez que ele foi
contratado para defender os interesses da empresa. Nestes casos deve ser remunerado como
se não fosse advogado empregado.
O Código de Processo Civil estabelece no seu artigo 20 uma proporção entre 10% a
20% sobre o valor da condenação, por sucumbência, determinando ao juiz que observe o grau
de zelo do profissional, o lugar da prestação de serviço, a natureza e importância da causa, o
trabalho realizado pelo advogado e o tempo que o serviço exigiu. Contudo, o parágrafo 4º do
mesmo artigo deixa a critério do juiz, especificar o valor das causas de pequena monta ou de
valor inestimável e nas que vencida for a fazenda pública.
Os tipos de honorários são três: os convencionados - que devem ser contratados por
escrito -, os arbitrados judicialmente e os de sucumbência. Também podem ser
convencionados verbalmente em presença de testemunhas, ou na falta de convenção, serão
arbitrados judicialmente. A sucumbência é a condenação por honorários contra a parte vencida
no processo e pode ser acumulada com os honorários contratados. O direito ao recebimento
dos honorários de sucumbência é indisponível, não podendo ser negociável, sob pena de
nulidade. O que ocorre que a eficácia do dispositivo do Estatuto que garante esta prerrogativa
ao advogado foi suspensa pelo STF por liminar resultando o seguinte entendimento: “os
honorários de sucumbência pertencem ao advogado ou advogado empregado se não existir
convenção expressa em contrário” e “os honorários se sucumbência pertencem à parte
vencedora se houver contrato ou convenção individual ou coletiva que assim estabeleçam”.
O atual Estatuto da OAB optou por uma enumeração taxativa das hipóteses de
alcance dos impedimentos e incompatibilidades, portanto, não se pode interpretar a ocorrência
de um dos vícios, pois não há legislação genérica, uma vez que. Como salientado, a letra da lei
traz em si todas as possibilidades.
A ética profissional faz parte da ética geral, tratando-se de uma ciência da conduta.
Leciona o autor que a sociedade tem em sua concepção a idéia de um profissional correto,
exemplar, fazendo parte do senso comum.
Quando acontece a lide temerária, que é a postulação em litígio criado sem nenhuma
fundamentação legal, apenas para prejudicar ou pressionar a outra parte, o advogado
responde solidariamente com o cliente que patrocina. Exige-se, para tanto, dolo específico,
devendo ficar clara a intenção em prejudicar terceiro.
Com relação à publicidade da advocacia, esta também deve se pautar pela descrição
e correição esperada da classe. Não se pode fazer propagandas em televisão, outdoors,
distribui panfletos, haja vista que a advocacia não é uma mercadoria, não atividade mercantil.
Fazendo-se isso, está-se desprestigiando a classe. As informações passadas aos clientes
devem ser as básicas para o conhecimento do profissional e a área na qual ele atua, vedando-
se promoções, garantias de sucesso e propagandas de outros empreendimentos e negócios.
A censura é aplicável nas hipóteses previstas nos incisos I a XVI e XXIX do art. 34
supracitado, bem como quando o advogado violar preceito do Código de Ética e Disciplina ou
violar preceito do Estatuto da OAB quando a infração seja apenada com sanção mais grave. A
censura pode ser convertida em advertência quando presente circunstância atenuante.
- Conduta incompatível
O estatuto em si não define o que exatamente seja uma conduta incompatível. Crê-
se que seja toda aquela que se reflete prejudicialmente à reputação e à dignidade da
advocacia.
- Inépcia profissional
É a falsa prova dos requisitos para a inscrição (capacidade civil, diploma de graduação, título
de eleito, quitação militar, Exame da Ordem, desincompatibilização, idoneidade moral, compromisso).
Ao se confirmar a falsidade, o Conselho, além de aplicar a sanção, cancelará a inscrição e comunicará às
autoridades competentes.
- Inidoneidade moral
A inidoneidade moral não é apenas exigível para se obter a inscrição, mas acompanha toda a
vida profissional do inscrito. A perda de qualquer dos requisitos necessários à inscrição acarreta o
cancelamento, sem outra sanção.
- Crime infamante
Crime infamante é todo aquele que acarreta para seu autor desonra, a indignidade e a má fama.
A gravidade do delito não o qualifica como infamante, mas sim a repercussão inevitável à dignidade da
advocacia.
Além disso, não se exige que haja condenação criminal transitada em julgado, sendo suficiente
a comprovação do fato, a juízo do Conselho competente.
Reincidência
Atenuantes
Efeitos
Agravantes
Efeitos
Prescrição
Divisões da OAB
O voto é feito por delegação e não individual. Apenas o presidente tem voto
unipessoal e é legitimo para um recurso especial: poder embargar uma decisão não unânime,
obrigando o Conselho a reapreciar a matéria em outra sessão.
- Recurso (IX)
Na realidade, o que ocorria era uma literal desproporção entre o número mínimo ou
máximo dos membros do conselho e a quantidade de advogados inscritos numa determinada
Seccional.
A matéria não é mais regulamentada pela lei, sendo tal competência delegada ao
Regulamento Geral, com ressalva quanto ao critério da proporcionalidade.
Quando presentes, possuem direito à voz, mas não são considerados seus membros
permanentes o presidente nacional, os conselheiros federais, o presidente da caixa de
assistência e os presidentes das Subseções.
Nos moldes do art. 57, determina-se que são suas atribuições, observada a limitação
territorial, as vedações, competências e funções do Conselho Federal. A redação do referido
artigo nos remete à leitura da competência do Conselho Federal da OAB, estabelecida pelo art.
54.
Para a criação da Caixa de Assistência, tenha-se em mente o disposto pelo art. 45, §
4°, que estabelece um mínimo de mais de hum mil e quinhentos inscritos nos quadros da
Seccional.
Assume também a função de Conselho Fiscal, pois é ele o órgão que fiscaliza e
aprova as contas de sua diretoria, das diretorias das Subseções e da Caixa. Para tanto, dispõe
de uma comissão permanente eleita pelo Conselho Seccional dentre seus membros, inclusive
podendo utilizar-se de auditoria independente para auxiliá-lo na execução do mister.
No caso de não haver Subseção, o pedido será instruído pela Secretaria do Conselho
Seccional e distribuído ao Relator ou Comissão, que o submeterá à Sessão da Câmara
competente ou ao Pleno do Conselho, nos moldes do seu regimento interno.
Ressalta-se que somente são de acesso restrito aos órgãos da OAB as informações
que versarem sobre sanções de censura, processos disciplinares em andamento ou em grau
de recurso, as sanções de advertência e as que foram canceladas em virtude de reabilitação,
que têm arquivo à parte e mantido sob sigilo.
Cabe ao Conselho Seccional intervir nas Subseções e nas Caixas de Assistência, nas
mesmas condições exigidas para intervenção do Conselho Federal nos Conselhos Seccionais.
Aqui, importante dizer que nos casos de intervenção nas Subseções e na Caixa de Assistência
exige-se quorum especial de dois terços.
Ao Conselho da Subseção cabe igualmente zelar pela ética profissional, sendo uma
de suas atribuições a instrução de processos disciplinares para decisão do Tribunal de Ética.
No exercício das funções que lhe são atribuidas, não mais conta com imposições do
Estatuto quanto à especificidade da assistência e dos benefícios, sendo tal matéria tratada pelo
estatuto aprovado ou modificado pelo Conselho da Seccional.
O sistema de eleição para os cargos da OAB foi unificado, ocorrendo na mesma data.
A eleição é direta para todos os cargos, exceto para o de presidente nacional da OAB, ocasião
em que se dará pela eleição indireta.
O Estatuto prevê ainda quatro hipóteses de perda do mandato (art. 66): cancelamento
da inscrição; licenciamento voluntário ou legal; condenação disciplinar de qualquer tipo, em
caráter definitivo; e, falta injustificada a três reuniões sucessivas de qualquer órgão deliberativo
da OAB a que se vincule.
Ocorrendo dúvida quanto à ordem dos suplentes eleitos, prevalece a regra geral da
preferência à inscrição mais antiga.
Os prazos, para qualquer ato administrativo na OAB, tanto para os membros de órgão
da OAB como para as partes, foram unificados em quinze dias.
A contagem dos prazos é feita da seguinte forma: se a notificação foi pessoal, conta-
se a partir do dia útil seguinte (inclusive da data em que foi anotado o recebimento, não
necessariamente ao da juntada do AR); se a notificação foi feita mediante imprensa oficial,
contam-se a partir do primeiro dia útil seguinte, inclusive da publicação. Fundamental dizer que
no período de recesso os prazos são suspensos, reiniciando-se no primeiro dia útil que se
seguir ao seu término.
A dilação de prazo poderá ocorrer por decisão do relator, desde haja razoável
motivação para tal medida.
Encerra-se a instrução com o parecer do relator, que deve conter a descrição clara
dos fatos e o enquadramento legal.
Enquanto o processo não tiver decisão definitiva, o seu acesso fica restrito aos
defensores, às partes, ao relator e aos seus auxiliares.
No caso de revisão, assevera-se que deverá ser dirigido ao Conselho Seccional, por
se tratar de apreciação de matéria de fato.
Importante dizer que somente são considerados ex-presidentes com direito a voto os
que assumiram os que assumiram os cargos originariamente – até 05 de junho de 1994.
O direito adquirido prestou ainda seus reflexos sobre os critérios de ingresso nos
quadros da OAB, pois dispensava do exame de ordem os que realizassem estágio (na
advocacia, prática forense ou de organização judiciária) desde que concluíssem regularmente
até o dia 05 de julho de 1996, com aprovação em exame final.
CONCLUSÃO