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Introdução ao Estudo do Direito

Apontamentos das Aulas Teóricas – Nuno Gaspar – 1º Ano - 1º Semestre –


Noite

Capítulo I -Lei vs Direito – O Dto. não pode ser reduzido à lei. Não é só uma
manifestação do poder político, a lei utiliza conceitos indeterminados ou
cláusulas gerais que fazem apelo a valorações de juízos que aplicam a lei ao
caso concreto. Porém, conforme o art.º 334º do CC (…)boa fé e bons costumes
(…) estes são conceitos indeterminados que são sedimentadas por decisões
dos tribunais. A lei acaba por reconhecer que há algo que a transcende, o
direito é descoberto no caso concreto através de um conjunto de conceitos
que não se resumem à lei, a lei é uma das fontes de direito.

Distinção da Perspectiva Interna da Perspectiva Externa do Direito – Esta


distinção é utilizada para compreender o Direito no contexto das ciências
sociais. Desenvolvida pelo sociólogo Max Webber e e o filósofo do direito
Herbert Hart:

Perspectiva Interna – De quem discute uma solução correcta feita para o caso
concreto, discute-se um sentido normativo que se tenha por correcto, fazem-
se qualificações através de termos normativos como sejam “certo”, “errado”,
“válido” ou “devido”, o encontrar de respostas e aduza argumentos a favor da
verdade ou falsidade de certa resposta.

Perspectiva Externa – Do observador que verifica como determinado caso foi


resolvido de uma p. exterior. Afirma-se ou Discute-se o que é factualmente
afirmado ou discutido como o correcto sentido normativo. Aqui as respostas
da p.interna acontecem ou não, são mais ou menos prováveis, são raras ou
frequentes, sendo irrelevante a sua verdade ou falsidade

- Estas perspectivas podem ser encaradas de modo cumulativo: em que todos


os ramos do saber admitem simultaneamente as duas perspectivas, ou no
modo alternativo em que a perspectiva interna é exclusiva de alguns ramos do
saber, designadamente todo o pensamento normativo, em que o direito não
admite uma exterioridade do sujeito em relação ao objecto do seu
conhecimento. Para Castanheira Neves, o jurista assume a própria intenção do
direito, compreende, assimila e actua o direito, é o “sujeito da sua própria
manifestação consciente e explícita”. Importa-nos a perspectiva que interessa
para a nossa profissão, a Interna, pois somos juristas e não sociólogos pois
resolvemos casos concretos.

Distinção entre Facto e o Direito – É a mesma diferença entre o “ser” e o


“dever ser”. Os factos não nos importam na sua natureza, um jurista observa a
sua relevância na perspectiva do Direito. O Facto é apenas uma situação
concreta, importa no entanto saber qual a sua importância para o Direito, para
a aplicação de uma determinada norma jurídica e demonstrá-la – (problema da
prova) apresentando uma questão de facto e de seguida encontrar o critério
jurídico e estabelecer o juízo concreto para decidir o caso.
Axiologismo e Positivismo: Distinção – O modo como resolvemos um
determinado problema é justo porque o Direito assim o diz ou porque de
facto, assim resolvido, torna-se justo? O problema entre a Justiça e o Direito (o
Positivismo e o Direito Natural).

3 Princípios Jurídicos: 1º Principio da Dignidade da Pessoa Humana – art.º


1 da CRP. É a base de todo o ordenamento jurídico, só a pessoa é o ser (o
sujeito) éo objecto de direito e deveres, todos os outros seres são objecto de
direitos reais (posse).A pessoa não se pode dispor enquanto objecto, só pode
estabelecer relações obrigacionais no sentido de deveres de agir ou de se
abster de o fazer. Consequências: Igualdade – Todas as pessoas são iguais à
luz da lei (igualdade formal), apesar das desigualdades fácticas, não há
qualidades de pessoas para efeitos de aplicação da lei, princípio que tem um
valor intocável. É um valor inerente à pessoa humana – segundo Kant: Tratar o
teu semelhante sempre como um fim sem si mesmo e nunca apenas como um
meio.

2º Princípio – Monopólio Estatal da Força – Ex: Art.º 1 Código Processo Civil


(?) – Só o estado pode fazer impor os Dtos. e os Deveres. Os particulares não
podem recorrer à força (ainda que existam excepções).

3ºPrincípio da Autonomia Privada – Espaço de liberdade para realizar os


próprios fins e objectivos. Existe a liberdade jurísgena onde as pessoas
produzem efeitos jurídicos próprios/ particulares e os conflitos resolvem-se
com base nas leis.

Outros princípios relacionados: O estado de direito ou “the rule of law”


consagrado no art.º 2 da CRP. Ninguém é juiz em causa própria. Um estado de
Direito é um estado de Governo das Leis e não dos homens, ninguém está
acima da lei, todos se sufragam a ela.

Distinção entre Direito Objectivo e Subjectivo: Dto. Objectivo: Conjunto de


regras que vigora numa determinada ordem jurídica – dto positivo. É
seccionado em áreas / ramos do direito, conjuntos normativos que regulam
problemas idênticos e constituem normas orientadas pelos mesmo princípios
jurídicos. O Dto. como norma de agir, acima dos indivíduos que governa, cria,
modifica e extingue o dto. Subjectivo e se reconduz a regras de
comportamento em sociedade, precede o dto. Subjectivo. dto. Subjectivo:
stricto senso: Direitos a exigir uma prestação a outrem. É a faculdade de agir,
o poder de agir ou exigir um comportamento de outrem, uma prerrogativa.
São os dois lados da mesma moeda.

Ramos de Direito – Critérios de Distinção entre o Direito Público e Privado


– feita à luz de 3 critérios:

1º Teoria do Sujeito – Tem subjacente o critério da qualidade dos sujeitos,


sendo que o Dto. Público tutela as relações em que intervém o Estado ou uma
entidade pública e o Dto. Privado as relações em que intervêm os particulares.
Crítica: uma vez que todas as pessoas colectivas de direito público são
simultaneamente titulares de Dto. Público e Privado.

2º Teoria dos Interesse – Dto. Publico é o que regula as relações jurídicas que
visem a satisfação dos interesses públicos. Dto. Privado e o que regula as
relações jurídicas que visem a satisfação dos interesses privados. Crítica: Não
há uma linha radical de factura entre o int. público e o int. privado, pode ser
um critério errado pois por vezes o estado surge em relações de direito
privado. É um critério frágil pois há privados que, por exemplo, levam a cabo
serviços de interesse público.

3º Teoria da Sujeição ou Subordinação: O Critério da Subordinação – De poder


de autoridade que surja investido uma parte numa determinada relação
jurídicae advindo desse facto, possa alterar unilateralmente a situação de dtos.
e deveres entre ambos sem a intervenção de um juiz. O Dto. Público contratos
entre Administração e Privados quando podem estar sujeitas aos poderes de
autoridade de uma entidade pública – «poderes de reserva». O Estado pode
actuar como sujeito de situações privadas, bastando para isso que não esteja
revestido de ius imperii.

Este critério trás a vantagem de ser mais flexível que os anteriores , mas
também é um critério falível pois pode haver um particular que altere a esfera
jurídica de outro. Ex: Um inquilino denuncia o contrato de arrendamento,
provoca alterações na esfera jurídica do senhorio e este terá que se sujeitar –
Direito Potestativo.

Para o Prof. Menezes Cordeiro a diferencia entre os dois ramos do direito


reside no facto de no Direito Publico dominar a AUTORIDADE e a
COMPETÊNCIA e no Direito Privado prevalece a IGUALDADE e a LIBERDADE,
ainda que sejam ramos complementares entre si. Para a Distinção entre Direito
Público e Direito Privado – temos como exemplo a Justiça Distributiva e a
Justiça Correctiva ou Comutativa. Justiça Distributiva – Ideia de Distribuição
dos recursos da sociedade pelos seus membros através do direito fiscal, por
exemplo. Justiça Correctiva ou Comutativa – As manifestações da justiça
distributiva no Dto. Privado, são excepção e não a regra – Ex: Relação Privada
entre 2 privados na aplicação da protecção da maternidade. Existe uma
abertura para existir essa justiça distributiva, legítima pelo Dto. Público.
Existem porém algumas intromissões de justiça distributiva no Direito Privado.
O Direito Penal é parte do Direito Público ou Privado? Pela forma como é
leccionado na FDL, é parte do Direito Privado. O Direito Penal disciplina os
deveres dos privados entre si porque protege bens essenciais na vida em
sociedade. Assim o Dto. Penal é parte da esfera do Dto. Privado, em outra
perspectiva, o estado cuida da punição – Polícias e MP).

Dto. Comum e Dto. Especial: A distinção pode assentar no facto de haver


ramos do Direito que disciplinam determinadas matérias genéricas e outro que
adaptar determinadas matérias ou circunstâncias específicas. Ex: Adaptar o
Direito Privado ao Direito do Trabalho, porque há uma desigualdade entre as
partes. Ex1: Direito Comercial: Disciplina as relações de comércio, os actos de
comércio. Ex2: Direito Administrativo Especial: Direito do Ambiente, Direito da
Polícia Municipal. Ex2: Dto Comum – Dto. Constitucional e Dto. Administrativo
– Dto. Especial: Ambiente, função pública, polícia.

Direito Substantivo e Direito Processual: Dto. Substantivo -Tudo o que foi


falado até aqui é direito substantivo, disciplina na vida real quer o Dto. Público
quer o Privado. Dto. Processual: Disciplina a actividade dos juízes no âmbito
da sua actividade de resolução dos litígios que surgem da aplicação do Direito
Substantivo. O Direito poderá ser Público ou Privado conforme a natureza das
matérias nas quais seja usada e segue a natureza do Dto. Substantivo.

Direito Comum e o Direito Institucional -O Dto Privado Comum: Normas


que fornecem o enquadramento das relações entre os cidadãos em geral, não
estão ligadas a nenhuma instituição em particular (vide conceito infra) é
diferente do Dto. Especial e do Dto. Institucional, este último regula
determinadas instituições como seja o Dto. de Família e o Dto. de Sucessões.

Esta distinção implica saber o conceito de Instituição – realidades


objectivas que não dependem dos estados psíquicos dos seus membros mas
que não têm existência para além deles. (Ex: instituição família. Instituição
sucessória).

Há normas que estão fora dos ramos de direito atrás elencados. São
difíceis de enquadrar nas categorias. Ex: Diploma que aprove normas para
etiquetagem de bens alimentícios. Será Público? Privado? São normas de
Direito Público e Privado e não interessam, pela sua tecnicidade, enquadrar nas
categorias e ramos de direito.

Capítulo II: Caracterização do Direito como Ordem Normativa – Relações entre


o Dto. e a Sociedade – é um fenómeno social, onde há sociedade há Direito e
das relações entre o indivíduo e a sociedade nasce a necessidade do Direito
caracterizada por uma polaridade:

Indivíduo Contexto Social que não é uma simples soma


de indivíduos que a compõem.
Os indivíduos surgem em determinadas estruturas sociais, papéis pré-
determinadas nas sociedades actuais. Não depende da livre vontade do
indivíduo. A sociedade baseada num contrato social é errada porque é
impossível estabelecer a anterioridade do indivíduo à sociedade. O direito
surge como forma de impedir que uma realidade prevaleça a outra.

Autodeterminação Prevalência dos Interesses Comuns da


Sociedade
Indivíduo

Regras de direito

O Direito é parte integrante da ordem social “O Direito não tem qualquer


existência em si mesmo, a sua essência é antes a própria vida das pessoas,
vista a partir de uma determinada perspectiva), é uma ordem jurídica, que é o
conjunto de normas jurídicas positivadas (vigência efectiva) numa determinada
sociedade (num espaço e num tempo) cuja unidade decorre da respectiva
destinação ao espaço território de uma sociedade, da determinação temporal
da respectiva validade pela sua referência a um momento dessa sociedade e
pela recondução dessas normas a determinados princípios – Ex: Liberdade,
Igualdade perante a Lei, Estado de Direito.
SISTEMA E NORMAS DE COMPORTAMENTO 1ª Nota: A OJ apela à ideia de
sistema, a OR é uma ordem escalonada, em que nos escalões superiores há
normas que reconhecem os valores fundamentais e disciplinam a produção
jurídica (Ex: CRP) até aos actos concretos de aplicação de Direito, ao caso
concreto.
Devemos lembrar que a ordem jurídica é um conjunto de normas de
comportamento para os seus destinatários. A OJ é uma ordem imperativa
numa ideia de dever incondicional. (ao contrário da norma jurídica – (normas
permissivas que não impõem condutas mas antes as permitem ou normas
sobre normas).
Emanuel Kant definiu dois imperativos: IMPERATIVO HIPOTÉTICO – em que
se almejamos um resultado devemos adoptar um determinado comportamento
– SER. IMPERATIVO CATEGÓRICO – ideia de dever ser que se impõe a todos
os destinatários da OJ – DEVER SER ex: Não Matar.

Há muitas regras de Dto. que parecem formuladas para ser um imperativo


hipotético, temos que interpretar essa norma para saber o seu verdadeiro
sentido. EX: Art.º 7 da Lei Uniforme de Letras e Livranças que se a letra de
câmbios tiver assinaturas de “incapazes” não invalidam as assinaturas dos
restantes – aqui parece um Imperativo Hipotético mas não é.

FUNÇÕES DO DIREITO aqui é a sociedade que depende do direito:


ORDENAÇÃO SOCIAL – o direito para resolver os conflitos sociais e dirige o
comportamento das pessoas para determinado objectivos e limite o campo de
actuação entre si e as pessoas. Ex: Protege Bens e permite a Estabilização de
comportamentos e seguranças para permitir a previsibilidade.
ANTROPOLÓGICO-SOCIAL – Reconhece o indivíduo como o único sujeito de
direito atribuindo-lhe direitos subjectivos. IDEOLÓGICA – Serve o bem estar
de todos ou promove os interesses de uns a desfavor de outros? – Para K.Marx
o Dto. é visto como uma forma de manter uma classe dominante no poder,
usando construções ideológicas como a legitimidade, a igualdade e a justiça
para manter as instituições e processos capitalistas. Mas são esses mesmos
valores que nos permitem chegar a um consenso básico acerca de uma
questão num contexto de uma sociedade.

Direito e Moral – Critérios de Diferenciação Critério do Mínimo Ético –


direito como círculo concêntrico menor, rodeado pelo maior, que representa a
moral, o Direito como mínimo indispensável para preservar a vida em
sociedade. É criticado, por O.Ascensão, porque nem toda a regra jurídica tem
carácter moral. Segundo o MRS o critério não serve para explicar o que
delimita as áreas da moral e do direito.

Critério da Coercibilidade das normas jurídicas – Falha porque há regras


jurídicas que não têm sanção (ex: deveres dos cônjuges) (ex1: normas que
prevêem o prazo para promulgar um diploma não tem norma sancionatória –
Art.º 401 do Código Civil – estas são obrigações naturais).

Critério da Exterioridade: Diz-nos que o Direito atende ao lado externo das


condutas e a Moral ao lado Interno. Porém a moral tem que se ejectar no
campo das acções e para o direito e a motivação também conta. O ponto de
partida do Direito é a exteriorização da conduta.

MORAL apresenta 3 realidades distintas: Moral Autónoma – Actuação das


pessoas individualmente quando se movem por um imperativo de consciência,
não se pode identificar completamente com o Direito, porém não há uma
separação estrita, pois do Dto. não é indiferente a motivação das pessoas e há
pontos de intercepção: O Direito é um ponto de apoio importante para a Moral
Autónoma (o Dto. de Consciência – Art.º 41 da CRP – é um espaço protegido
pelo direito ao desenvolvimento da sua liberdade individual. Moral no Plano
Religioso – ou certos cultores do ateísmo – A dimensão da ética que assuma
uma vocação universal, embora interior, compreende um elemento de
exterioridade, uma vez que requer actuações susceptíveis de apreciação
supra-individual. Moral Social – Comportamentos Éticos impostos pela
sociedade dos seus membros (ideias de bons costumes) Aqui importa o
cumprimento dos padrões morais de conduta de determinada sociedade.
Moral Humana – regras isoladas e aplicáveis a toda a humanidade, aqui não se
destaca qualquer legislador.

Direito e Moral Autónoma – 3 teses: Tese da Unidade, apenas possível para


quem adopte a perspectiva do participante e procure a obtenção de soluções
jurídicas jutas, de acordo com os princípios que fundamentam a ideia do
Direito em cada Ordenamento Jurídico. Tese da Separação Estrita –
atendendo ao critério da exterioridade não se entende como viável. Tese da
Diferença – relação de apoio mútuo entre Dto. e Moral, o Dto cria um espaço
protegido de Liberdade que é propício ao desenvolvimento da moral – Direitos
fundamentais e sobretudo a liberdade de consciência. Do lado da moral
encontramos a justificação para um dever de obediência das normas jurídicas.
Há situações de conflito, a moral individual pode considerar correcta certa
conduta, mas a mesma norma é proibida pelo Dto. (ex: Robin dos Bosques). A
ideia de objecção de Consciência é permitida pelo Direito ( uma pessoa que
não queira ser militar pode invocar a objecção de consciência) – terá que se
sujeitar a outras obrigações. A diferença entre Moral e a Ética dos Grandes
Sistemas (religiões) é que temos a tese de fenómenos diferentes com ponde de
apoio mútuo e da separação em outros. A CRP separa os poderes e
tradicionalmente há uma tendência convergente entre direito e moral social.
Porém a Moral Social não pode ser admitida como comportamento
dominantes, mas somente o apelo que estejam protegidos na CRP. Já não se
pode invocar comportamentos em consonância à ideia de ordem pública ou
bons costumes (nudismo ou prostituição). O Direito desenvolve-se para que
não seja necessário recorrer aos “bons costumes”. O Direito Penal ou Direito
Contra-Ordenacional não visa proteger os direitos essenciais mas protege os
direitos que segundo o poder político, importa proteger (protecção da saúde
pública, ambiente) é uma intervenção moralizadora do estado. A relação entre
moral social e direito era uma relação de convergência, passou a uma relação
de consumpção, tende a tornar inútil a ideia de moral social.

Ordem de Trato Social - ou normas de cortesia disciplinam as relações de


boa educação entre as pessoas no seu dia-a-dia e não são assistidas de
coercibilidade.

DIREITO E PODER: Poder de influenciar condutas, de Poder determinar a


conduta de outras pessoas de forma vinculada sob ameaça de sanções. Função
do Direito na ordem social consiste na resolução de conflitos com vista à
preservação da paz social a esta função assiste o pressuposto do exercício do
poder. PODER DE INFLUÊNCIA – condicionar condutas, sem as vincular,
recorrendo à recompensa e não à punição – PODER DE INJUNÇÃO – poder de
determinar vinculativamente condutas alheias através da execução forçada.
PODER POLÍTICO – coercibilidade como susceptibilidade do uso da força, com
duas manifestações: execução e sanções.

Verificando-se que o Direito e o Poder se implicam, vamos abordar três


relações possíveis: a) Oposição – Poder mau e Direito bom, B) Equiparação – o
poder está na mão de quem determina o direito e c) Complementaridade – o
direito precisa do poder para se impor e o poder carece do direito para se
legitimar. – Interpenetração – O direito não se apoia apenas no poder, como
algo a ele externo, mas não prescindo do poder na sua própria estruturação.

DIREITO E ESTADO - O Poder Político é exercido através do Estado: Definido


por 3 elementos – Território, Povo e Poder Político. Território: Não há estado
sem território, o mesmo limita também a acção do poder político e é o espaço
de actuação política do estado. Povo – conjunto de súbditos ou cidadãos de
cada estado a ele ligados por um vínculo de nacionalidade. Poder Político:
Faculdade de um povo se organizar politicamente através de órgãos, pelos
quais exerce o poder.

FUNÇÕES DO ESTADO – Político-legislativa; Administrativa e Jurisdicional


(criação e aplicação do direito)
Relações entre Estado e Direito: a) Prioridade do Direito sobre o Estado – só
aceitável do ponto de vista histórico uma vez que não há direito antes de haver
Estado. b) Prioridade do Estado sobre o Direito, em que o direito é
positivado pelo poder político do Estado, ainda que nem todo o dto. seja
estadual. O Direito pode ser SUPRA ESTADUAL - O direito da sociedade
internacional, não há um aparelho coactivo imponha essas regras do Dto.
Internacional. INFA ESTADUAL- Exemplos – Comunidades primitivas –
anteriores ao Estado, Autónomas – Autarquias Locais que têm um Pode
Normativo Próprio que depende do poder coactivo do Estado, através dos
Tribunais ou da Polícia (Poder regulamentar das autarquias, Regiões
Autónomas e Associações Privadas.) c) Identidade do Estado e Direito – Teoria
pura do direito de Kelsen, em que só não existe direito fora do Estado,
explica-se em 3 vértices – O estado é enquanto organização política uma
ordem jurídica. Todas as funções do Estado se exprimem através do direito e
ao Governo cabe criar e aplicar normas jurídicas às quais os súbditos se acham
vinculados. Não há duvida que o Estado constitui uma ordem jurídica, mas há
Estado para além do direito e direito à margem do Estado. d) Diferenciação –
Convergências – O Direito permite ao Estado planificar e legitimar a sua
actuação, o Estado confere eficácia ao direito, carácter comum dos fins últimos
do Estado e do Direito. Divergências – Razão de Estado, actuação do Estado à
margem da Lei, Estado de Necessidade, oposição entre estado totalitário e
Estado de Direito.

Segurança Jurídica ou Paz Jurídica: A positivação do Direito Legislado com


base em regras gerais e abstractas permite saber as consequências das
condutas seguidas, valor essencial para o tráfego económico moderno.

Justiça: Significa dar a cada um o que lhe é devido, é difícil saber as exigências
da justiça no caso concreto. No Direito Positivo prevalece a ideia de certeza
jurídica sobre o valor da justiça, a não ser que o contradiga a um nível
insuportável, aí a segurança jurídica deixa de representar algo de positivo em
confronto com esse grau de violação da justiça, nesse caso não poderá
duvidar-se que o direito positivo injusto deve ceder perante a justiça.
(Radbruck)

FONTES DE DIREITO - O Direito como Ordem Jurídica ou Normativa: Ordem


de Conduta, Ordem Imperativa, Um Sistema – conjunto complexo e articulado
que estabelece entre si relações de liberdade assentes na CRP e Coercibilidade.

Teoria tradicional das fontes de Direito: para todos os autores, há uma


teoria tradicional, que é das mais antigas, e todos eles fazem referência a essa
teoria. É o ponto comum, citado por todos, seja concordando ou discordando.
Em geral, começam pensando assim: “bom, tenho à mão uma teoria tradicional
já existente, então desenvolverei a minha a partir dela.”
Na teoria tradicional, cujo autor se perdeu no tempo, veremos quais são as
fontes de Direito. De onde ele surge?
1. Leis é fonte mediata de direito. A lei exprime a supremacia da vontade
popular – princípio democrático. A lei está assim no topo da cadeia
normativa.
2. Costumes: o homem vivendo através dos costumes criará para ele um
Direito que será o consuetudinário. Aqui surge como um
comportamento comunitário estabilizado , veiculando toda uma
comunidade.
Essas duas são as chamadas fontes primárias. Não só porque vêm primeiro,
mas aparecem na base de tudo. Entretanto surgem, ao longo do tempo, outras
fontes, em decorrência dessas:
Doutrina: os juristas estudam o Direito, dissecam o Direito, e constroem seu
pensamento para torná-lo o mais científico possível. Assim, eles apresentam
novas facetas para o Direito. Vêem a lei pelas suas necessidades, pelas suas
origens, etc. indicam, também, outras coisas que surgem em consequência
desse raciocínio. Eles têm, portanto, que estar constantemente lendo e se
actualizando. E, ao ler livros de bons “doutrinadores”, entenderam melhor o
Direito e, se forem convencidos pelas ideias dele, elas serão adoptadas.
Jurisprudência: decisão que acontece nos tribunais em virtude de na
sociedade ter surgido um facto novo, para o qual ainda não há uma norma
especifica, e que faz com que as pessoas corram aos tribunais para saber qual
é o Direito existente ali. O juiz, então, dá sua decisão entre os limites da lei (se
for um bom juiz). Ele analisará o fato novo e produzirá uma resposta, num
processo similar ao que ocorria na Escola da Glosadores. Hoje em dia, o que se
usa é a hermenêutica: buscar um entendimento para dar um parecer. Os
pareceres num mesmo sentido, semelhantes, formam a jurisprudência.
São essas duas, de acordo com a teoria tradicional das fontes de Direito, as
fontes secundárias. O exposto acima é um resumo do que diz a teoria
tradicional, que a maioria dos livros de introdução ao Direito citam. Em todos
encontraremos pelo menos uma explicação para as fontes do Direito; essa
teoria deve aparecer quando o autor iniciar a introdução da teoria que ele
defende.
Fontes do Direito, de acordo com a   teoria tradicional: LEI, COSTUME,
DOUTRINA E JURISPRUDÊNCIA.
LEI - Sentido Material: Uma regra jurídica enunciada pelo Estado, com
matéria idêntica independentemente do órgão que a faz e a forma que a faz.
Sentido Formal: Actividade legislativa propriamente dita, emanada pode
determinado(s) órgãos oficialmente qualificados e legitimados na Const.

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