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SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE DO PARÁ - SESPA

DEPARTAMENTO DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA


DIVISÃO DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR

Nota Técnica nº 02/2008 – SESPA/DVS/DCIH - 20 de Agosto de 2008.

OCORRÊNCIA DE CASOS DE INFECÇÕES POR MCR


(MYCOBACTERIUM DE CRESCIMENTO RÁPIDO) PÓS-
PROCEDIMENTO INVASIVO.
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ÍNDICE

1. A DOENÇA - MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS .....................................................................3


2. AGENTE ETIOLÓGICO .....................................................................................................4
3. PERÍODO DE INCUBAÇÃO ..............................................................................................5
4. DIAGNÓSTICO ..................................................................................................................5
5. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL......................................................................................5
6. TRATAMENTO ..................................................................................................................6
7. VIGILÂNCIA EM SAÚDE ...................................................................................................6
7.1. PROCEDIMENTOS EM CASOS DE SUSPEITA DE CONTAMINAÇÃO POR
MICOBACTÉRIAS DE CRESCIMENTO RÁPIDO .................................................................6
7.1.1. DEFINIÇÃO DE CASO SUSPEITO.........................................................................6
7.1.2 INVESTIGAÇÃO DA CCIH DO EAS...........................................................................7
7.1.3 INVESTIGAÇÃO DA VISA-MUNICIPAL.....................................................................7
7.1.4 COLETA DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS....................................................................8
7.1.5 CONSERVAÇÃO DAS AMOSTRAS...........................................................................8
7.1.6 ENVIO DAS AMOSTRAS........................................................................................9
8. DETERMINAÇÕES DA SESPA.............................................................................................9
9. ANEXO.................................................................................................................................11
10.BIBLIOGRAFIA.......................................................................................................................15
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SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE DO PARÁ - SESPA
DEPARTAMENTO DE VIGILÂNCIA À SAÚDE
DIVISÃO DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR

Nota Técnica nº 02/2008 – SESPA/DVS - 20 de Agosto de 2008.

OCORRÊNCIA DE CASOS DE INFECÇÕES POR MCR


(MYCOBACTERIUM DE CRESCIMENTO RÁPIDO) PÓS
PROCEDIMENTO INVASIVO.

O número de casos notificados de infecções por micobactérias de crescimento rápido


(MCR) em todo o Brasil, no período 2003 a 04/2008, foi de 2012 sendo destes 315 casos
confirmados e diagnosticados no Estado do Pará. Após Maio de 2008 a Secretaria de Estado
de Saúde do Estado recebeu denúncias ainda em processo de apuração. A transmissão destes
microrganismos está fortemente relacionada a falhas nos processos de limpeza, desinfecção e
esterilização de artigos, sendo estas falhas relatadas em estudos científicos e observadas nas
inspeções nos EAS no período do surto de MCR no Estado do Pará.
Estamos diante de uma situação nova para os profissionais da saúde em todo o mundo.
As infecções por MCR, na proporção como as alcançadas no Brasil, não têm registro aqui e
nem outros paises, se configurando epidemiologicamente uma doença emergente.
A Secretária de Saúde do Estado do Pará, presta abaixo os seguintes esclarecimentos e
determinações aos profissionais de saúde e diretores de Estabelecimentos Assistenciais de
Saúde (EAS):

1. A DOENÇA - MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

Normalmente a infecção se manifesta por lesões nodulares na pele, próximas ao portal


cirúrgico ou pelo simples aparecimento de secreção serosa, na deiscência ou na cicatriz
cirúrgica. Geralmente não há febre, sendo a queixa mais comum o aparecimento de
secreção no local da incisão. A lesão poderá estar restrita à epiderme e à derme, ou mais
freqüentemente estar presente em todo o trajeto cirúrgico, inclusive com implantação em
parede abdominal, articulações ou em outras cavidades. A infecção evolui com aspecto
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inflamatório crônico e granulomatoso, podendo formar abscessos, freqüentemente com
crescimento lento e com manifestação até um ano após o ato cirúrgico.

2. AGENTE ETIOLÓGICO
Infecções causadas por MCR (Mycobacterium abscessus) foram identificados em
procedimentos cirúrgicos estéticos, como liposucção e lipoescultura (MURILLO et al., 2000);
administração parenteral de vitaminas, extrato de córtex adrenal, lidocaína (GALIL et al., 1999;
VILLANUEVA et al., 1997; TORRES et al., 1998) e silicone (FOX, 2004); tratamento de
acupuntura (SONG et al., 2006); colocação de piercing mamilar (TRUPIANO et al., 2001);
banhos em piscinas (DYTOC et al., 2005).
As MCR constituem microrganismos problemáticos em vários setores dos serviços de
saúde, sendo associadas com fluídos de hemodiálise (LOWRY, 1990) e algumas soluções
desinfetantes (CARSON et al., 1978).
No Brasil, são poucos os casos publicados de infecções descritos por MCR. Segundo
Blanco, existe um relato de caso de ceratite por M. chelonae após cirurgia para correção de
miopia (BLANCO et al., 2002; SEABRA et al., 2002), um resumo sobre infecções cutâneas por
M. abscessus e M. fortuitum após aplicações em mesoterapia ou cirurgia plástica (OSUGUI et
al., 2001) e um artigo de Leão sobre o risco crescente de infecções por essas espécies de
micobactérias em pacientes submetidos a procedimentos médicos invasivos (LEÃO, 2002). Há
dois anos descreveu-se um caso de ceratite no qual M. abscessus foi isolado de uma cultura de
córnea, mesmo após seis meses de tratamento com antimicrobianos (GUSMÃO et al., 2005).
Recentemente, divulgaram-se surtos de micobactérias acometendo aproximadamente 1000
pessoas, principalmente no estado do Rio de Janeiro, sendo isolados como agentes etiológicos
M. abscessus, chelonae e fortuitum em pacientes submetidos à cirurgia vídeo-endoscópica,
plástica, entre outros.
As amostras biológicas, colhidas durante as investigações, em pessoas submetidas
procedimentos invasivos, em sua maioria do tipo "scopias", particularmente naquelas efetuadas
por videocirurgias, confirmaram a ocorrência de infecção pela espécie M. massiliense.
5

3. PERÍODO DE INCUBAÇÃO
Duas semanas a doze meses (alguns estudos colocam até 2 anos).

4. DIAGNÓSTICO
Infecções por MCR podem envolver praticamente qualquer tecido, órgão ou sistema do
corpo humano, sendo mais freqüente o acometimento de pele e subcutâneo. Diversas
publicações relatam a ocorrência de surtos de infecções por MCR após cirurgias de
revascularização miocárdica, diálise peritoneal, hemodiálise, mamoplastia para aumento de
volume mamário e artroplastia. Não existem relatos de transmissão de pessoa a pessoa, sendo
as fontes ambientais as mais importantes. As infecções de pele e subcutâneo por MCR
geralmente se apresentam como abscessos piogênicos, com reação inflamatória aguda e
supuração, ou evoluem lentamente, com inflamação crônica, formação de nódulos, ulceração,
formação de loja e fistulização. O curso da doença é variável, sendo mais freqüente a evolução
crônica progressiva, com raros casos de cura espontânea. Não existem sinais patognomônicos.
A suspeita normalmente é levantada devido à falta de resposta aos antibióticos mais utilizados
no tratamento de patógenos habituais de pele.

5. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL

Baciloscopia: pesquisa de BAAR em secreção - habitualmente o agente é identificado


como um BAAR fortemente positivo.
Cultura: é de fundamental importância para a confirmação de que é uma micobacteria e
que se trata de uma espécie de crescimento rápido, o que diferencia da M. tuberculosis
(MNTB).
Anátomo-patológico: em caso de peça cirúrgica pós-ressecção, observa-se alterações
histopatológicas típicas de infecções por micobactérias.
OBSERVAÇÃO: todos os espécimes clínicos colhidos durante a ressecção cirúrgica
devem ser preservados, parte em solução salina para realização da cultura, parte em
formaldeído para o exame anátomo-patológico.
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Ultrassonografia e/ou Ressonância Magnética são indicados para diagnóstico,
identificação e localização de coleções líquido-caseosas a serem ressecadas.

6. TRATAMENTO

1º Etapa: Ressecção cirúrgica das lesões, com prévia exploração por propedêutica armada da
parede da cavidade, se esta foi acessada durante o procedimento prévio;

O tratamento clínico dependerá do tipo de infecção e agente etiológico:

1) Infecções localizadas e em pacientes imunocompetentes: claritromicina


2) Infecções disseminadas, acima de três locais (abcessos, nódulos ou ulcerações): terapia
combinada. A primeira droga deveria ser claritromicina, a
3) segunda e terceira droga seria dependente da espécie.
a) M. abscessus: imipenem e cefoxitina
b) M. massiliense: amicacina e doxiciclina ou minociclina
c) M. chelonae: tobramicina, moxifloxacina e doxiciclina ou minociclina
d) M. fortuitum: moxifloxacina, doxicilcina ou minociclina

Tempo de tratamento: depende da localização e resposta ao tratamento. De quatro a doze


meses.

7. VIGILÂNCIA EM SAÚDE

7.1. PROCEDIMENTOS EM CASOS DE SUSPEITA DE CONTAMINAÇÃO POR


MICOBACTÉRIAS DE CRESCIMENTO RÁPIDO

7.1.1. DEFINIÇÃO DE CASO SUSPEITO

Paciente submetido a cirurgia vídeo-cirurgia, plástica ou a outros procedimentos


transcutâneos que acessaram cavidades e ou tecidos estéreis, com apresentação
após o processo invasivo de uma das manifestações abaixo, com ou sem febre, e
sem resposta ao tratamento antimicrobiano para agentes infecciosos habituais de
sítios cirúrgicos.
7
Infecções de pele e subcutâneas que se apresentam como abscessos frios e ou
piogênicos, com reação inflamatória aguda e supuração, ou evolução crônica ou
com nódulos.
Ulcerações nos portais de entrada de cânulas ou laparoscópios.
Fistulizações após procedimentos invasivos.
Abscessos em cavidades pós-procedimento cirúrgico.
Observação - Pacientes com bacteriologia negativa (baciloscopia direta e cultura)
terão seu diagnóstico estabelecido através de critério clínico/epidemiológico,
somado a histopatologia com achado de granuloma, com ou sem necrose caseosa,
em tecido retirado por biópsia ou ressecção.

7.1.2. INVESTIGAÇÃO DA CCIH DO EAS:

Realizar busca ativa, de todos pacientes que realizaram vídeo cirurgias, plástica,
cirurgias com implante e genito-urinárias após a notificação do primeiro caso
suspeito, pelo período de, no mínimo, de dois meses, em caráter retroativo.

7.1.3. INVESTIGAÇÃO DA VISA-MUNICIPAL:

Realizar investigação epidemiológica nos EAS com notificação de casos suspeitos:


tipo de procedimento envolvido; serviço de saúde onde foi realizado; profissional
que o realizou, se este profissional realiza estes procedimentos em outros serviços;
se o instrumental utilizado no procedimento pertence ao serviço de saúde ou ao
profissional, e qual o processo de desinfecção/esterilização utilizados no
instrumental e quem o processa ;
Estas condutas devem ser realizadas pela CCIH do Hospital em conjunto com os
serviços de vigilância sanitária e epidemiológica do município/estado;

Considerando o período longo de incubação da doença (2 semanas a doze meses)


as CCIH dos Hospitais deverão realizar busca ativa de pacientes submetidos aos
procedimentos descritos na definição de caso suspeito, pelo período de, no mínimo,
dois meses, em caráter retroativo, verificando os seguintes itens: tipo de
8
procedimento envolvido; serviço de saúde onde foi realizado; profissional que o
realizou, se este profissional realiza estes procedimentos em outros serviços; se o
instrumental utilizado no procedimento pertence ao serviço de saúde ou ao
profissional, e qual o processo de desinfecção/esterilização utilizados no
instrumental e quem o processa.

7.1.4 COLETA DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS


- BIÓPSIA

a) Realizar assepsia da superfície do local da coleta com gaze e solução salina


estéril.
b) Coletar a amostra por biópsia do sítio cirúrgico, de preferência no momento da
ressecção cirúrgica.
c) Acondicionar metade das biópsias em solução salina estéril e metade em
formol.

- SECREÇÃO

a) Realizar assepsia da superfície do local da coleta com gaze e solução salina


estéril.
b) Coletar 2ml de secreção por punção com seringa e agulha estéril / descartável.
c) Transferir toda a amostra para frasco estéril com tampa de rosca.
Obs.: a coleta é de responsabilidade do serviço de saúde que está assistindo o
paciente.

7.1.5 CONSERVAÇÃO DAS AMOSTRAS

a) As amostras de biópsia para baciloscopia e cultura devem ser armazenadas


em frasco com solução salina estéril, em temperatura de 2 a 8°C por até 24
horas. As amostras de secreção devem ser armazenadas da mesma maneira.
b) As amostras para Anátomo-patológico (AP) devem ser conservadas em
formol.
9

7.1.6 ENVIO DAS AMOSTRAS

a) As amostras de baciloscopia e cultura devem ser encaminhadas em solução


salina estéril para o LACEN.
Obs:Todas as amostras devem ser acompanhadas de uma cópia da Ficha de
Notificação devidamente preenchida.
b) As amostras para anátomo-patológico devem ser encaminhadas em
formaldeído, para o laboratório de referência do serviço de saúde onde ocorreu
o caso.
c) Contatos no LACEN: 3202-4900 ou lacen@sespa.pa.gov.br.

8 – DETERMINAÇÕES DA SECRETARIA DE SAÚDE DO ESTADO DO PARÁ


A DCIH/DVS/1º CRS/SESPA e a SCIH/DEVISA/SESMA determina:

1- Os EAS’s que realizam procedimentos cirúrgicos a apresentarem protocolos que detalhem


todo o processamento de artigo (ANEXO).
O prazo para o envio destes documentos é de até 30 dias a contar do recebimento deste.

2- Informamos que os EAS devem notificar todo o caso suspeito, imediatamente à SESPA e
SESMA, por meio da CCIH do EAS.
Para a DCIH, a notificação deve ser imediata, através do fone 91 40064281 e pelo e-
mail: dvs@sespa.pa.gov.br e ccihsespa@hotmail.com .
O modelo de “FICHA DE NOTIFICAÇÃO DE CASOS DE MICOBACTERIOSE NÃO
TUBERCULOSA APÓS PROCEDIMENTO INVASIVO” se encontra no site da ANVISA.
Esta ficha deve ser preenchida completamente (todos os campos) pelo serviço de saúde
e enviada via fax para o órgão de Vigilância Sanitária local (municipal). Este deve encaminhá-la
à Regional de Saúde, que por sua vez deve encaminhar a DCIH - Divisão de Controle de
Infecção Hospitalar, através do fone (91) 4006 – 4281, aos cuidados do Departamento de
Controle de Infecção Hospitalar do Estado.

3- Os pacientes com quadro clínico suspeito ou confirmado de MCR deverão ser


acompanhados por um médico infectologista, preferencialmente do EAS.
10
4- Os Laboratórios deverão notificar as culturas positivas/negativas para micobactérias de
crescimento rápido (MCR), imediatamente à SESPA/DCIH e SESMA/DEVISA/SCIH.

Esclarecemos que as Vigilâncias Sanitárias estarão intensificando as inspeções de rotina nos


EAS, para a fiscalização dos processos de trabalho.

O não envio do protocolo aos órgãos fiscalizadores implicará processo administrativo instaurado
nos termos da Lei Nº 6.437, de 20 de Agosto de 1977 – ANVISA.

Esta nota técnica entra em vigor na data de sua publicação.

Laura Rosseti
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ANEXOS

ASPECTOS LEGAIS E COMPLEMENTARES

a. Os serviços assistenciais de saúde (EAS) são responsáveis pela efetividade do


reprocessamento dos artigos utilizados em suas dependências, inclusive aqueles
reprocessados fora de seu estabelecimento, ou seja, todo equipamento a ser utilizado
no hospital deve ser reprocessado antes de qualquer procedimento,
independentemente se o material é particular do médico ou do hospital, ficando este
serviço de saúde responsável pelo não cumprimento desse requisito e suas possíveis
conseqüências, segundo a legislação vigente.

b. Em caso de terceirização do processo de esterilização, a empresa reprocessadora


deverá possuir licença sanitária de funcionamento atualizada e, todo o processo
deverá ser acompanhado por um laudo microbiológico a ser monitorado pela CCIH.

c. Novos produtos estão surgindo no mercado com tempo de esterilização factível


(30min), à base de ácido peracético; porém, precisam ser devidamente validados e
também estão sujeitos a falhas de manipulação.

DETERMINAÇÕES

Os responsáveis legal e técnico de todos os estabelecimentos de saúde públicos, privados,


civis e militares da administração direta ou indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios a adotarem as diretrizes para o reprocessamento de artigos críticos e
semicríticos para todos os tipos de procedimentos realizados nos Estabelecimentos
Assistenciais de Saúde (EAS):

1. Todos os artigos críticos passíveis de reprocessamento utilizados em procedimentos


realizados nos EAS’s cirúrgicos e outros procedimentos transcutâneos que acessam cavidades
devem ser esterilizados por vapor saturado sob pressão (autoclave) ou método físico-químico
gasoso automatizado em baixa temperatura.
A ANVISA orienta, conforme Nota Técnica de 08/08/2008, os Serviços de Saúde para que
realizem a esterilização de artigos críticos com outros métodos disponíveis para esterilização,
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citados acima, como medida cautelar, diante dos indícios de resistência da Micobacterium
massiliense ao glutaraldeído a 2%.
Para o método de esterilização escolhido deve haver controle da eficácia e segurança do
processo de esterilização por meio de:
1.1 - Parâmetros Físicos: controle de tempo, controle da pressão e controle de temperatura
1.2 –Parâmetros Químicos: Fita de exposição (todos os pacotes), teste de Bowi-Dick nas
autoclaves autoclave pré-vácuo (diáriamente) e Integradores ou Emuladores (todos os pacotes
cirúrgicos);
1.3 – Parâmetros Biológicos: Realização de teste biológicos, preferencialmente todos os dias.
Todos com registros e arquivados no período de um ano na CME;
1.4- Se realizar a esterilização química deverá ser, no mínimo, monitorada com fita de
concentração mínima efetiva; obedecendo todas as etapas do reprocessamento (limpeza,
enxágüe, secagem, esterilização, enxágüe e secagem), sendo o artigo de pronto uso.

2. É expressamente proibido o reprocessamento de produtos médicos enquadrados como de


uso único, de acordo com a legislação RDC 156 de 11 de Agosto de 2006.

3. É expressamente proibido o uso de pastilha contendo paraformaldeido ou formaldeido nos


processo de desinfecção ou esterilização, obedecendo a RDC nº 37 de 03 de Junho de 2008.

4. O ciclo flash de esterilização a vapor só é permitido para uso imediato, em situações de


emergência ou não planejadas. Este processo não pode ser utilizado de rotina por razões de
conveniência ou como alternativa à aquisição de instrumentais cirúrgicos, óticas e
equipamentos ou para poupar tempo.
4.1 Devem ser seguidas as orientações do fabricante quanto aos parâmetros de exposição dos
artigos (tempo e temperatura).
4.2 Cada ciclo flash deve ser realizado com um indicador biológico e um indicador químico
integrador específico para este tipo de ciclo.
4.3 Deve haver o registro de cada ciclo flash com no mínimo os seguintes dados: data, item
esterilizado, nome do profissional que realizou a limpeza, parâmetros de exposição (tempo e
temperatura), número do ciclo, nome do paciente, motivo para utilização do ciclo flash,
resultado dos indicadores químico e biológico.
13
5. O serviço de saúde deve implantar protocolo de reprocessamento de todos os artigos
médico-hospitalares, destacando os instrumentais de videocirúrgias e plásticas utilizadas nos
procedimentos assistenciais, elaborado pelo enfermeiro (a) da Central de Material Esterilizado
(CME) e Centro Cirúrgico e aprovado pela Comissão de Controle de Infecção Hospitalar
(CCIH).
O protocolo deve contemplar:
5.1. A relação dos insumos utilizados no reprocessamento de artigo, como os saneantes e
embalagens constando a nome do produto, marca, nº da nota fiscal, lote, validade, quantidade,
emissão e entrada;
5.2. As medidas de proteção coletiva e equipamentos de proteção individual;
5.3. Descrição dos mecanismos de rastreabilidade dos produtos médicos e insumos;
5.4. Descrição detalhada de cada etapa do reprocessamento: limpeza,enxágüe,
secagem, inspeção, empacotamento, rotulagem, esterilização e armazenamento
observando, no mínimo os seguintes itens:
a) Imersão de todos os instrumentais imediatamente após o término do procedimento cirúrgico
em solução de limpeza;
b) Retirada da sujidade visível em água corrente;
c) Desmontagem de todos instrumentais compostos por partes antes da imersão em detergente
enzimático;
d) Imersão dos instrumentais e preenchimento dos lumens com auxílio de seringa em solução
de detergente enzimático. O detergente enzimático deverá possuir no mínimo três enzimas,
estar devidamente registrado no órgão competente e deverão ser seguidas as instruções do
fabricante, quanto ao tempo de imersão, concentração e descarte da solução;
e) Limpeza manual do instrumental com água sob pressão e utilização de escovas próprias, de
acordo com sua configuração (lúmens, articulações, cremalheiras, etc);
f) Limpeza automatizada (opcional) de acordo com as instruções do fabricante;
g) Enxágüe final abundante em água corrente sob pressão nas superfícies interna e externa do
instrumental a fim de remover resíduos do produto utilizado;
h) Secagem imediata das superfícies interna e externa do instrumental, principalmente dos
artigos com lúmens, utilizando dispositivos de ar comprimido ou vácuo;
i) Inspeção visual do material com auxílio de lupa iluminada (opcional) para avaliar a limpeza,
conservação e integridade.
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j) Rotulagem contendo nome do artigo, nº. de lote, data de esterilização, nome do profissional
que preparou o material, tipo de esterilização a que foi submetido e data de validade (Informe
Técnico ANVISA nº 04/07).
6. Para a implantação do protocolo de reprocessamento o serviço de saúde deve
promover capacitação dos profissionais envolvidos nesta atividade, com devido registro.
7. A esterilização rotineira dos artigos médico-hospitalares deve ocorrer na Central de Material
Esterilizado.
8. O serviço de saúde deve aditar periodicamente os procedimentos do reprocessamento e
realizar busca ativa de infecções pós-alta dos pacientes submetidos à videocirurgias,
plásticas,cirurgias com implante e genito-urinárias com o devido registro, por meio da CCIH do
EAS.
9. O serviço de saúde deve possuir um único protocolo de reprocessamento que deve ser
seguido pelos seus profissionais, equipe cirúrgica e prestadores de serviço.
10. O serviço de saúde deve normatizar a utilização de produtos, equipamentos e
instrumentais cirúrgicos de terceiros em suas dependências, principalmente no que diz respeito
à garantia da esterilização, com supervisão do enfermeiro responsável pela CME do EAS.
11. O Serviço de Saúde que terceirize o processamento de artigos deverá ter o protocolo
validado e enviar as Vigilâncias Sanitárias a relação dos clientes que utilizam esse serviços.
13. O serviço de saúde deve possuir equipamentos e instrumentais em quantidade suficiente
para realizar os procedimentos a que se propõe, atendo-se as perfeitas condições de
higienização e funcionamento dos mesmos.
14. Todos os produtos médicos devem possuir registro/isenção de registro na
ANVISA/MS
15. O serviço de saúde deve manter registro da manutenção preventiva e corretiva dos
equipamentos de esterilização.
16. O serviço de Saúde deve ter um Enfermeiro responsável pela CME.
15
9- Bibliografia:

1. Alpha, M J Medical-Device Reprocessing Infect Control Hosp Epidemiol 2000; 21: 496-498.
2. Association of peri-Operative Nurses AORN Journal. Recommended practices for sterilization
in perioperative practice setting (Recommended Practices) Date:03/01/02006
http://www.encyclopedia.com/ doc/1G1-143524727.aspl acessado em 13/04/08
3. APECIH. Esterilização de Artigos em Unidades de Saúde, 2deg. edição, São Paulo:
Associação Paulista de Estudos e Controle de Infecção Hospitalar, 2003.
4. BELO HORIZONTE. Portaria SMSA-SUS/BH nº 015, de 19 de julho de 2001 que "dispõe
sobre roteiros de Vistoria Fiscal Sanitária da Gerência de Vigilância Sanitária da Secretaria
Municipal de Saúde". Diário Oficial [do] Município de Belo Horizonte.
Poder Executivo, Belo Horizonte, MG, Ano VII, Nº 1421, 24 de julho de 2001.
5. BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RDC nº 156, de 11
de agosto de 2006. Dispõe sobre o registro e reprocessamento de produtos médicos, e dá
outras providências. Diário oficial da União da [República Federativa do Brasil], Brasília, 11 ag.
2006.
6. BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
RE/ANVISA nº2605 de 11 de agosto de 2006. Estabelece a lista de produtos médicos
enquadrados como de uso único proibidos de ser reprocessados. Diário oficial da União [da
República Federativa do Brasil], Brasília, 11 ag. 2006.
7. BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
RE/ANVISA nº 2606, de 11 de agosto de 2006. Dispõe sobre as diretrizes para
elaboração, validação e implantação de protocolos de reprocessamento de produtos médicos e
dá outras providências. Diário oficial da União [da República Federativa do Brasil], Brasília, 11
ag. 2006.
8. BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
RE/ANVISA nº 2305, de 31 de julho de 2007. Prorroga o prazo estabelecido no Art. 17 da RE
ndeg. 2606 de 11 de agosto de 2006. Diário oficial da União [da República Federativa do
Brasil], Brasília, 31 julho. 2007.
9. BRASIL. Portaria ndeg. 2616 de 12 de maio de 1998. Controle de Infecção
Hospitalar. Diário Oficial [da] União, Poder Executivo, Brasília, DF, 13 de maio de 1998.
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Devices www.cdc.gov acessado em 19/03/08
16
11. Centers of Disease Control and Prevention - CDC Sterilization or Desinfection of Patient-
Care Equipment www.cdc.gov acessado em 19/03/08
12. Constantine, T.; Smith, D.; Ratka, J.F. Five steps to better flash sterilization OR Nurse. 2007
www.ORNurseJournal.com acessado em 13/04/09
13. Couto, R. C.; Pedrosa, T. M. G.; Nogueira, J. M. Infecção hospitalar e outras
complicações não infecciosas da doença: epidemiologia, controle e tratamento. 3 ed. Rio de
Janeiro: Medsi, 2003.
14. Fernandes, T. A.; Fernandes, M. O. V.; Ribeiro, N.F. Infecção hospitalar e suas interfaces na
área da saúde. São Paulo: Atheneu, 2000.
15. Gouveia, V. R., Pinheiro, S. M. C. e Graziano, K. U. Métodos de Esterilização por baixa-
temperatura e novas tecnologias. Rev Latino-am Enfermagem 2007;15 (3)
16. Graziano, K. U. et al Critérios para avaliação das dificuldades na limpeza de artigos de uso
único. Rev Latino-am Enfermagem 2006; 14 (1): 70-76.
17. Informes técnicos da ANVISA números 01, 02, 03 e 04.
18. Informes Técnicos dos Estados de São Paulo, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Rio Grande
do Sul e Paraná.
19. Jülich, W. D. and von Woedtke, T. Reprocessing of thermosensitive materials - efficacy
against bacterial spores and viruses. Journal of Hospital Infection 2001; 48 (supplement A): S69-
S79.
20. Lacerda, R. A. Controle de Infecção em Centro Cirúrgico Fatos, Mitos e
Controvérsias. São Paulo: Atheneu,2003.
21. Martins, M. A. Manual de infecção hospitalar: epidemiologia, prevenção e controle. 2 ed. Rio
de Janeiro: Medsi, 2001.
22. Nogaroto, S. L. e Penna, T. C. V. Desinfecção e Esterilização, São Paulo:
Atheneu,2006.
23. Oliveira, A C. e Armond, G. A. Infecções Hospitalares: Epidemiologia, Prevenção e Controle.
1deg. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.
24. Padovese, M. C., Quelhas, M. C. Análise Crítica da Esterilização em Autoclaves Tipo Flash.
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27. Schraag, J. To Flash or Not to Flash? That's the Question for Many Healthcare
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29. SOBECC. Práticas Recomendadas, 4deg. edição, 2007.
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