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PARTE 1 – COMPREENDENDO O RECURSO DO

GÁS DE ATERRO SANITARIO E AS APLICAÇÕES


POTENCIAIS

2
Gás de Aterro – Compreendendo o Recurso
2.1 Geração de LFG e Fatores de Geração

O LFG é gerado como resultado de processos físicos, químicos e


microbiológicos que ocorrem dentro do material refugado. Os processos
microbiológicos governam o processo de geração do gás dada a natureza
orgânica da maior parte dos resíduos (Christensen, 1989). Esses processos
são sensíveis ao meio-ambiente e, portanto, há numerosas condições naturais
e antrópicas que afetarão a população microbiológica e, dessa forma, a taxa de
produção do LFG. Estudos de curto prazo feitos em aterros de tamanho
grande, usando dados de testes de produção de LFG, indicam uma amplitude
de produção de LFG entre 0,05 e 0,40 m3 de LFG por quilograma de resíduo
instalado colocado num aterro (Ham,1989). A massa de resíduo é responsável
por tanto os materiais sólidos (75-80% da massa) quanto a umidade (20-25%
da massa). Esta porcentagem é uma função do conteúdo orgânico do resíduo
que é colocado no aterro. Esta quantidade de valores de produção de LFG
pode à primeira vista não parecer grande. No entanto, usando a população
base na LAC e o valor de combustível do LFG, a quantidade anual do
combustível de LFG é equivalente a dezenas de milhões de metros cúbicos de
gás natural cada ano. O típico gás natural apropriado a gasoduto tem
aproximadamente o dobro do valor de aquecimento ou conteúdo de
combustível de um LFG típico.

A composição de resíduo é o fator mais importante na avaliação do potencial


de geração de LFG de um local. O volume potencial máximo de LFG é
dependente da quantidade e do tipo de conteúdo orgânico dentro da massa de
lixo (Environment Canadá, 1996) uma vez que os resíduos orgânicos em
decomposição são a fonte de todo o LFG produzido. Outros fatores que
influenciam a taxa de produção de LFG incluem teor de umidade; conteúdo dos
nutrientes; conteúdo de bactéria; nível de pH; temperatura; e os planos de
operação e projeto específicos ao local. Os resíduos produzidos na LAC têm
tipicamente teor de umidade e material orgânico mais alto do que a maioria dos
resíduos norte-americano ou europeu e, portanto, se esperaria que gerassem
LFG a taxas mais altas ou equivalentes.

A umidade é o fator limitante primordial na taxa de decomposição de resíduo


(McBean et al., 1995; Reinhart, 1996). As condições de umidade dentro do
aterro são uma função de muitos fatores. Aterros são tipicamente construídos e
enchidos em padrão de camada seqüencial. Este fator é importante na
compreensão de como a umidade se move para dentro e através do resíduo. O
efeito de camada tende a resultar em características de fluxo substancialmente
diferentes para o movimento de chorume e infiltração de água no aterro. O
controle do teor de umidade e de outros fatores que influenciam a população
microbiológica que produz o LFG pode ter um grande impacto na porcentagem
do LFG total potencial que é produzido, e a taxa em que é produzido. É
possível controlar de alguma forma a taxa de produção de LFG por meio de
sistemas de manejo de lixo. Aterros sanitários convencionais, como praticado
na América do Norte nas décadas de 1970 e 1980 são referidos geralmente
como ‘tumbas secas’ porque o enfoque assumido em seu projeto foi minimizar
a água que contata o resíduo com o intuito de minimizar incursões do chorume
resultante para dentro do lençol freático. No entanto, esta prática também limita
a taxa de atividade anaeróbica dentro do lixo. A tendência atual é no sentido de
sistemas de Tecnologia de Biodigestor de Aterro Sanitário (LBT-Landfill
Bioreactor Technology), que aumentam o volume de água em contato com o
lixo, para rapidamente estabilizar os resíduos. Esta técnica pode produzir
grandes taxas iniciais de geração de LFG ao mesmo tempo em que diminui
agudamente a sua taxa de geração depois de alguns anos.

Para o objetivo de uma caracterização de local inicial, a produção de LFG pode


ser simplificada como uma função do tamanho e idade do volume de resíduo,
tipo de resíduo e conteúdo de umidade. O volume dos gases de estufa
liberados é diretamente proporcional ao potencial de geração de LFG. É
também relevante a outros impactos potenciais como queixas de mau cheiro e
situações de perigo. Em geral, quanto mais gás for produzido, é mais alta a
probabilidade de que questões de saúde, segurança e incômodo odorífero
serão levantadas, e igualmente importante, que exista utilização de LFG
economicamente viável.

A figura 2.1 proporciona um método de caracterização de um local com base


em seu potencial de produção de LFG. O primeiro passo é determinar o fator
de ajuste na tonelagem com base na composição de resíduo. Este fator de
correção dá conta da proporção de resíduos inertes no aterro, que não
produzirão LFG, e a proporção de resíduos industriais, comerciais,
/institucionais (ICI) no aterro que produzirão menos LFG do que resíduos
domésticos típicos. O fator de ajuste é determinado a partir do diagrama
triangular mostrado na Figura 2.1 com base na proporção de tipos de resíduo
que existam ou serão aceitos no aterro. A capacidade de aterro é multiplicada
pelo fator de ajuste de tonelagem para determinar a capacidade de local
ajustada.
Figura 2.1
CARACTERIZAÇÃO PRELIMINAR DO LFG LOCAL
MAUAL DE PREPARAÇÃO DE GÁS DE ATERRO
PARA PROJETOS DE ENERGIA
BANCO MUNDIAL
O aterro é então classificado como seco ou molhado. Um aterro seco terá uma
decomposição mais lenta do que um aterro molhado e, daí, a taxa de produção
de LFG será mais baixa, e o tempo de produção será mais longo. Alguns dos
fatores que influenciam o teor de umidade de um aterro incluem a precipitação
e a temperatura no local, tipo de cobertura de aterro, condição de cobertura
(isto é, lombada, integridade), tipo de sistema de coleta de chorume, e tipo de
base de aterro ou alinhamento natural. A classificação do local como seco ou
úmido é principalmente uma função da quantidade de precipitação que se
infiltra na massa de lixo. Um enfoque conservador para classificar um local
como molhado ou seco se baseia na média anual das precipitações. Um aterro
em que uma porção significativa do resíduo esta localizada dentro de um
monte de lençol freático/chorume deveria ser considerado também um local
molhado. Para discussão geral dentro deste Manual, locais situados em áreas
com menos de 500 mm/ano serão classificados como locais relativamente
secos, mais de 500 mas menos do que 1000 mm/ano como locais
relativamente molhados, e locais situados em áreas com mais de 1000 mm/ano
como locais molhados. A maioria dos aterros da LAC é considerada local
relativamente molhado ou molhados. Discussão mais aprofundada sobre a
importância deste aspecto relacionado aos locais da LAC será proporcionada
com o debate sobre modelagem e as designações de parâmetro aplicáveis.

A capacidade de local ajustada está localizada no eixo esquerdo da tabela de


aterro molhado ou seco. Isto enfoca o efeito que o tamanho do local (pequeno,
médio, grande) tem na produção de gás. O status atual do enchimento do local
está situado no eixo de baixo. Isto é definido como a porcentagem com que o
local é preenchido ou o número de anos desde o fechamento do local. Isso
enfoca a idade do local.

A produção de LFG é determinada pela interseção da capacidade do local


ajustada e a condição atual de preenchimento. A produção de LFG é
categorizada como “alta”, “media” ou “baixa”. Cada categoria é delineada por
números que indicam um nível crescente de severidade dentro da categoria. A
produção máxima de LFG ocorre tipicamente dentro de dois anos de
fechamento do local se o local tiver tido um cronograma de enchimento anual
bastante uniforme. É importante considerar o potencial de produção futura de
LFG na avaliação e planejamento da necessidade de controles de LFG. A
figura 2.1 demonstra que a produção de LFG de um local aumenta a medida
em que ele é preenchido e, daí, lentamente declina depois do fechamento do
local.

Outros assuntos relacionados à produção de LFG, que são de preocupação,


incluem o perigo de migração da sub superfície de LFG e o impacto de LFG
sobre a qualidade do ar.

Os fatores primários que influenciam a distância com que o gás migra desde os
resíduos até os solos adjacentes são a permeabilidade do solo adjacente ao
aterro e o tipo de cobertura de superfície de terra ao redor do aterro.
Geralmente, maior a permeabilidade do solo adjacente ao aterro, maior a
distancia de migração possível. O conteúdo de água do solo tem um efeito
importante em sua permeabilidade com respeito ao fluxo de LFG. À medida
que o conteúdo de água aumenta, a transmissibilidade efetiva de solo ou
resíduo para o fluxo de gás diminui. Alem disso, o tipo de cobertura de
superfície terrestre afeta a ventilação do LFG que pode escapar para a
atmosfera. Superfícies terrestres congeladas ou pavimentadas limitam a
ventilação de gás para a atmosfera e, portanto, aumentam a distancia de
migração potencial. Um alinhamento do aterro pode reduzir grandemente o
potencial para a migração de sub superfície. A presença de solos heterogêneos
ao redor do local ou esgotos e outro serviço de utilidade enterrado aumentara a
distancia de migração potencial ao longo desses corredores. O LFG pode
migrar uma distancia significativa a partir do aterro em esgotos ou leito de
esgoto. A avaliação do potencial para migração sub superfície a partir de um
local deve considerar esses fatores.

Os determinantes primários de impactos de qualidade de ar são a quantidade


de LFG emitida para a atmosfera, a concentração de compostos gasosos no
LFG, a proximidade do receptor do aterro e as condições meteorológicas.

2.2 O Modelo Scholl-Canyon

Modelos matemáticos são uma ferramenta útil e econômica para avaliar o


potencial de geração de LFG no local. Os resultados do modelo podem ser
usados para avaliar o potencial para migração/emissões de LFG perigosas, e
para avaliar a viabilidade do projeto de gestão do LFG.

Há numerosos modelos disponíveis para calcular a produção de LFG. Todos


esses modelos podem ser usados para desenvolver uma curva de geração de
LFG que prediz a geração de gás por algum tempo. A produção de gás total e
a taxa em que os gases são gerados podem variar um pouco com os diferentes
modelos, mas o parâmetro de insumo mais importante que é comum a todos os
modelos é a quantidade do resíduo presumido passível de decomposição. Os
outros parâmetros de insumo podem variar dependendo do modelo usado e
são influenciados por numerosas variáveis, incluindo os fatores que influenciam
a geração de LFG e as incertezas nas informações disponíveis sobre o local,
bem como o manejo da extração de LFG que afeta a geração de LFG ao
induzir qualquer infiltração de ar. Outro fator importante é a quantidade de
tempo presumida entre a colocação do lixo e o começo da decomposição
anaeróbica ou fase metanogênica dentro da massa do lixo. (Augenstein, 1991).

A natureza heterogênea e a variável tempo em todos os aterros dão uma


dificuldade inerente para a coleta de dados acurados de um local sem um
grande gasto no custo corrente. Qualquer modelo de produção é bom somente
na medida dos dados de insumo e freqüentemente há presunções muito
amplas necessárias com respeito a estimar quantidades e tipos de lixo.
Portanto, é apropriado usar um modelo simples que empregue parâmetros
menos numerosos que podem ser designados mais razoavelmente segundo as
condições especificas do local. O êxito previsível de qualquer modelo é
dependente na maior parte no grau de certeza necessário, na confiabilidade
dos dados de insumo, na experiência do individuo analisando os dados, e no
grau de semelhança entre o local em questão e outros locais que possam ter
sido modelados com sucesso. (Zison, 1990).
Todos os modelos usados para determinar a taxa estimada de produção de
LFG do local deveriam estar sujeitos a uma completa análise da sensibilidade
para determinar uma gama de resultados potenciais e para analisar quais
parâmetros têm influência maior nos valores de produção de LFG. A
identificação de parâmetros sensíveis pode levar à coleta de dados dirigidos e
ao melhoramento futuro de previsões de produção de LFG. Dada a natureza
heterogênea das condições dentro do aterro e as limitações típicas nos dados
de insumo que, com maior freqüência, estão disponíveis para um local
candidato, recomenda-se que uma gama de valores e uma avaliação de
sensibilidade possam ser estabelecidas para a avaliação de geração de LFG.
Usando os limites superiores e inferiores de uma geração de LFG versus o
perfil de tempo, baseado nas condições prováveis dentro do aterro, é possível
designar valores e insumos de projeto que são adequados para uso na
avaliação do potencial para um local e quaisquer fatores de risco que possam
ser aplicáveis.

Modelos cinéticos de primeira ordem são usados freqüentemente para avaliar a


produção de metano durante a vida de um aterro. Esses modelos são
adaptados para aterros específicos por numerosas presunções sobre
condições no aterro. O modelo empírico mais amplamente aceito, de primeira
ordem, da decomposição e usado pela indústria e por agências reguladoras,
inclusive a EPA norte-americana, é o relativamente simples e objetivo Modelo
Scholl Canyon. Este modelo está baseado na premissa de que há uma fração
constante de material biodegradável no aterro por unidade de tempo. A
equação de primeira ordem é dada abaixo:

QCH4i = k * Lo * mi * e -kt [1]


QCH4i = metano produzido no ano i a partir da seção i do resíduo
k = constante da geração de metano
Lo = potencial da geração de metano
mi = massa de resíduo despejada no ano i
ti = anos após o fechamento.

É pratica típica presumir que o LFG gerado consiste de 50 por cento de metano
e 50 por cento de dióxido de carbono para que o LFG total produzido seja igual
a duas vezes a quantidade de metano calculado a partir da Equação “1”.

A Equação “1” é a base para o Modelo de Emissões de LFG (LandGEM) do


U.S. EPA, que está disponível a partir do sítio da Internet da Agência de
Proteção Ambiental dos Estados Unidos (U.S. EPA)
(http://www.epa.gov/ttn/atw/landfill/landflpg.html). O Modelo Scholl Canyon
prediz a produção de LFG durante algum tempo como uma função da
constante de geração de LFG (k), do potencial de geração de metano (L0) e
dos registros históricos de despejo de lixo e das projeções do resíduo futuro
num aterro. A U.S. EPA designa valores pré-estabelecidos para cada um
desses parâmetros para uma avaliação preliminar conservadora do aterro. No
entanto, esses parâmetros de insumo precisam ser selecionados com
conhecimento das condições de aterro especificas e da localização geográfica.
Na LAC, as diferenças no conteúdo orgânico do lixo, a presença de umidade,
ou o grau ao qual o resíduo é compactado variarão e, na maioria dos casos,
aumentará o potencial para a geração de LFG em relação ao lixo tipicamente
encontrado na América do Norte e na Europa. Este modelo foi selecionado
para uso neste Manual não porque seja o único modelo disponível, ou mesmo
o melhor modelo disponível. No entanto, o Modelo Scholl Canyon: é adequado
para o objetivo pretendido; é o modelo mais comumente empregado e aceito
nas Américas do Norte e do Sul; e tem a melhor base de dados disponível na
LAC. O Modelo Scholl Canyon é também simples de se compreender e aplicar
e é, geralmente, aceito por aquelas agências e instituições financeiras que
estão interessadas em apoiar esses tipos de projetos na América do Norte e na
LAC.
BOX 1: IMPORTÂNCIA DA MODELAGEM DA GERAÇÃO DE LFG E DA
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE RECURSO LFG COMBUSTIVEL
Há dois principais aspectos para a avaliação de LFG. Primeiro, é preciso
calcular quanto LFG está sendo produzido num aterro. Segundo, mas muito
mais importante, é necessário avaliar que proporção do LFG pode ser razoável
e confiável obtida durante a longa vida de um projeto (>20 anos).
Por exemplo, o estudo de caso brasileiro abrange dois aterros, o velho lixão
aberto de Marambaia e o novo Aterro Sanitário de Adrianópolis. O aterro de
Marambaia deixou de receber lixo em janeiro de 2003 e tem um total de
aproximadamente 2 milhões de toneladas instaladas. O aterro Adrianópolis
começou o funcionamento em fevereiro de 2003 e deve fechar em 2022. A foto
a seguir proporciona uma vista aérea das áreas de despejo de aterro existentes
e novas.

A modelagem foi realizada em ambos os aterros para avaliar o volume de LFG


que cada um deve gerar usando o Modelo Scholl Canyon. Os volumes de
despejo de resíduo foram baseados em dados históricos do aterro de
Marambaia e os valores projetados para o aterro de Adrianópolis. Os
resultados da modelagem indicam que é possível coletar LFG no aterro de
Marambaia, mas como seria de esperar, a geração de LFG está atualmente em
seu pico e começando um declínio progressivo. O Adrianópolis acabou de abrir
e, embora tenha potencial de recuperação de longo prazo, ainda não esta
gerando quantidades significativas de LFG para serem coletadas e utilizadas.
Estes e todos os outros estudos de caso reforçam consistentemente os
benefícios da identificação antecipada e compromisso com o desenvolvimento
dos sistemas de controle de LFG. Caso se espere até que um aterro feche para
se decidir desenvolver o recurso, pode ser tarde demais. Deveria ser
observado também que pode ser possível coordenar o uso e a transferência de
equipamento e sistemas entre 2 aterros sob o controle do mesmo dono. À
medida que o LFG em um dos aterros esteja progressivamente diminuindo e o
outro aumentando, talvez seja possível coordenar o uso e transferência de
alguns dos recursos e instalações, presumindo que os arranjos contratuais
para o controle de LFG permitam este tipo de coordenação.

A figura 2.2 ilustra a curva de geração de LFG produzida usando o Modelo


Scholl Canyon com os valores pré-estabelecidos da EPA norte-americana
(k=0,05, Lo=170 m 3 de metano por tonelada de resíduo) para um aterro com
uma taxa de enchimento constante de 500.000 toneladas por ano durante 25
anos (de 1990 a 2015). A figura 2.2 será usada neste Manual como um
exemplo ilustrativo para os vários princípios, modelos de planilha e outra
informação que estão sendo proporcionados para auxiliar o leitor na
compreensão e aplicação dos princípios sendo destacados. O gráfico mostra
duas curvas, a quantidade total teórica de LFG produzida e o LFG coletado
presumindo uma eficiência de sistema de coleta típica de 75 por cento. Uma
avaliação da geração de LFG cuja premissa é que 75 por cento do combustível
possa ser coletado não é irracional, mas seria considerada relativamente
agressiva. Uma porcentagem de recuperação de 50 por cento do combustível é
considerada conservadora e prontamente atingível, presumindo-se que tanto a
caracterização do lixo como o exercício de modelagem estejam baseados em
dados e premissas razoáveis.

A constante taxa de geração de metano (k) representa a taxa de decomposição


biológica de primeira ordem à qual o metano é gerado depois a colocação do
resíduo. Esta constante é influenciada pelo teor de umidade, pela
disponibilidade de nutrientes, pelo pH e pela temperatura. Como mencionado
anteriormente, o teor de umidade dentro de um aterro é um dos parâmetros
mais importantes que afetam a taxa de geração de gás. A umidade serve como
um meio para transportar nutrientes e bactérias. O teor de umidade dentro de
um aterro é influenciado primariamente pela infiltração da precipitação através
da cobertura do aterro. Outros fatores que afetam o teor de umidade no aterro
e a taxa de geração de gás incluem o teor de umidade inicial do resíduo; a
quantidade e o tipo da cobertura diária usada no aterro; a permeabilidade e o
tempo de colocação da cobertura final; o tipo do alinhamento de base; o
sistema de coleta do chorume; e a profundidade do lixo no aterro. Típicos
valores k variam de 0.02 para aterros secos a 0,07 para aterros molhados. O
valor pré-estabelecido usado pela EPA dos EUA para aterros com mais do que
25 polegadas (625 mm) de precipitação por ano é de 0,05 (EPA dos EUA,
1994). Este valor se considera que produza uma estimativa razoável de
geração de metano em certas regiões geográficas e sob certas condições de
aterro.
Figura 2.2
EXEMPLO DE CURVAS DE GERAÇÃO DO LFG
MANUAL PARA A PREPAÇÃO DE GÁS DE ATERRO SANITÁRIO
PARA PROJETO DE ENERGIA
Banco Mundial

A tabela a seguir apresenta variações sugeridas e as designações de


parâmetros recomendadas para a taxa constante.

Campos de Valores para K Sugeridos Correspondentes à Precipitação


Anual

Precipitação Anual Campo dos Valores k


Relativamente Moderadamente Altamente
Inerte Degradável Degradável

<250 mm 0.01 0.02 0.03


>250 to <500 mm 0.01 0,03 O,o5
>500 to <1000 mm 0,02 0,05 0.08
>1000 mm 0,02 0,06 0,09

O potencial de geração de metano (Lo) representa a produção total de metano


(m3 de metano por tonelada de lixo). O valor de Lo é dependente da
composição do resíduo e, em particular, da fração de matéria orgânica
presente. O valor de Lo é estimado com base no conteúdo de carbono do
resíduo, na fração de carbono biodegradável e num fator de conversão
estequiométrico. Valores típicos para este parâmetro variam de 125 m 3 de
tonelada/metano de resíduo a 310 m 3 de tonelada/metano de resíduo. A maior
compactação do resíduo não tem efeito direto no parâmetro de Lo. No entanto,
a compactação e a densidade do lixo tem um efeito direto na massa de lixo
num dado volume e, portanto, no potencial de quantidade de LFG que pode ser
produzido durante algum tempo bem como nas características de desempenho
dos sistemas que serão necessários para coletar o LFG.

Tem havido também a percepção de que à medida que aumentam e melhoram


os programas de reciclagem e de compostagem, mais material orgânico, como
resíduo de alimentos e papel, pode ser desviado do aterro, reduzindo a
quantidade de LFG produzida. No entanto, as iniciativas de reciclagem tem tido
mais êxito até o momento na remoção de materiais inorgânicos do fluxo do
resíduo, tanto nos paises desenvolvidos como nos países em desenvolvimento.
Como conseqüência, a pratica típica não tem visto que o valor de Lo aplicável
diminua significativamente. A EPA norte-americana usa um valor pré-
estabelecido Lo de 170 m3 de metano/ tonelada de resíduo. (EPA dos EUA,
1994). O usuário do modelo pode aumentar ou diminuir o Lo para refletir o
conhecimento especifico da caracterização do lixo com conteúdos maior ou
menor de lixo orgânico. A quantidade (em toneladas) de lixo típico aterrado
num ano particular é representada por “m” na equação do Modelo Scholl
Canyon. Em aterros em que haja bons dados indicando que há uma
significativa porção do lixo que é inerte (não irá se decompor), como entulhos
de construção ou de demolição, este parâmetro poderia ser reduzido para
representar somente a quantidade do lixo que não é inerte. Contudo, em
muitos casos há dados insuficientes para se determinar o percentual do lixo
que é inerte.

Só é recomendado que o parâmetro Lo seja reduzido ou a quantidade de lixo


contribuinte seja reduzida se houver dados claros e concisos quantificando o
fluxo de lixo inerte ou relativamente inerte. Como observado anteriormente, o
parâmetro Lo já esta bem reduzido desde o valor teórico que refletiria os
resíduo orgânico puro em reconhecimento do fato de que há umidade e
materiais inorgânicos que compõem alguma parte de qualquer fluxo de lixo.
Uma redução especifica deveria ser feita somente se houver uma porção
prontamente identificável do lixo que seja diferente do lixo típico recebido na
maior parte dos aterros de resíduos sólidos misto convencional. A designação
pré-estabelecida para o Lo já reconhece que há uma mistura de resíduos
orgânicos que podem ser decompostos e de resíduos inorgânicos sendo
depositados num aterro típico. Se houver bons dados em relação às
quantidades e tipos de resíduos, pode ser possível refinar a avaliação de
modelagem usando o seguinte como designações de parâmetros diretrizes
para o fator de Lo. Seria necessário tornar a avaliação de geração de LFG
global uma soma das curvas geradas para os vários tipos de resíduo.
Valores Lo Sugeridos para o Conteúdo do Lixo Orgânico

Categorização do Lixo Valor Mínimo para Lo Valor Máximo para Lo

Lixo Relativamente Inerte 5 25


Lixo Moderadamente 140 200
Degradável
Lixo Altamente Degradável 225 300

2.3 Composição do LFG

A qualidade do LFG depende do sistema microbiológico, do substrato (resíduo)


sendo decomposto, e das variáveis especificas do aterro como acesso a
oxigênio para o aterro e o teor de umidade (Ham, 1989). O LFG é tipicamente
descrito como consistindo de aproximadamente 50 por cento de metano e 50
por cento de dióxido de carbono com menos de 1 por cento de outros
componentes gasosos, inclusive sulfetos de hidrogênio (H2S) e mercaptanos.
Há quatro fases de produção de LFG que ocorrem durante a vida de um aterro.
Farquhar e Rovers predisseram a geração de gás num aterro para lixo
municipal típico na década de 1970. Um gráfico das fases de geração de LFG
pode ser visto na Figura 2.3. A duração de cada uma dessas fases é
dependente de numerosos fatores incluindo o tipo de resíduo, teor de umidade,
conteúdo dos nutrientes, conteúdo de bactéria e nível de pH. Algumas
diretrizes gerais em relação à duração do ciclo de decomposição para as varias
categorias de resíduo são proporcionadas na tabela seguinte. Observe que
esta é uma diretriz geral apenas. A extrema heterogeneidade do lixo num
aterro típico, juntamente com o meio-ambiente num aterro especifico, tem uma
influencia significativa neste fator de tal forma que não pode ser mostrada
simplesmente num base genérica.
FASES CONDIÇÃO PERÍODO - TÍPICO
I AERÓBICA HORAS A 1 SEMANA

II ANÓXICA 1 A 6 MESES

III ANAERÓBICA, METANOGÊNICA, 3 MESES A 3 ANOS


INSTÁVEL
IV ANAERÓBICA, METANOGÊNICA, 8 A 40 ANOS
ESTÁVEL

V ANAERÓBICA, METANOGÊNICA, 1 A 40+ ANOS


DECLINANTE

TOTAL 10 A 80+ ANOS

Figura 2.3
FASES TÍPICAS DE PRODUÇÃO DO LFG
MANUAL PARA A PREPARAÇÃO DE
GÁS DE ATERRO PARA PROJETOS DE ENERGIA
BANCO MUNDIAL
FONTE:
FARQUHAR AND ROVERS, 1973,
AS MODIFIED BY REES, 1980,
AND AUGENSTEIN & PACEY, 1991.
Semi-Vidas dos Subprodutos da Biodegradação

Categoria de Lixo Semi-Vida Mínima Semi-Vida Máxima

Rapidamente Degradável ½ ano 1 ½ anos


(alimentos & restos de
jardinagem etc.)
Moderadamente Degradável 5 anos 25 anos
(papel etc.)

Decomposição Pobre 10 anos 50 anos


(algumas partes dos
entulhos de construção e
demolição, etc.)

A primeira fase, decomposição aeróbica, ocorre imediatamente depois do lixo


ter sido colocado, enquanto o oxigênio esta presente dentro do refugo. A
decomposição aeróbica produz dióxido de carbono, água e calor. O próximo
estágio é a fase anóxica, não metanogênica em que compostos ácidos e gás
hidrogênio são formados e enquanto há continuada produção de dióxido de
carbono. A terceira fase é a instável fase metanogenicida. Durante esta fase, a
produção de dióxido de carbono começa a declinar porque a decomposição do
lixo se move desde a decomposição aeróbica para a decomposição
anaeróbica. A decomposição anaeróbica produz calor e água, mas,
diferentemente, da decomposição aeróbica, também produz metano. Durante a
quarta fase, o metano é gerado numa forma entre 40 e 70 por cento do volume
total (McBean, 1995). Tipicamente, o lixo na maior parte dos aterros atingirá a
fase metanogênica estabelecida dentro de menos de 2 anos depois que o lixo
tenha sido depositado. Dependendo da profundidade das cargas do lixo, e do
teor de umidade do resíduo, a fase metanogênica pode ser alcançada tão
rapidamente quanto seis meses após a colocação. O LFG pode ser produzido
num aterro durante numerosas décadas com emissões mantendo-se em níveis
declinantes durante ate 100 anos desde a data de depósito. Isto pode ser visto
na Figura 2.2, que será usada para discussão no Manual como uma
representação típica de um aterro de tamanho moderado na LAC.

2.4 Impactos Potenciais do LFG

A taxa de emissão de LFG que se converte em problema com as autoridades


reguladoras e com os donos de propriedade vizinhos se relaciona com o
numero de parâmetros físicos incluindo a localização do aterro; a topografia
vizinha; usuários de terra adjacentes; as condições meteorológicas ambientes;
e as características do aterro que causam impactos na geração e na coleta
(Mosher, 1996).

São geralmente os constituintes de traço, o sulfato de hidrogênio (H2H) e os


mercaptanos os compostos primários associados às emissões com mau cheiro
dos aterros. Esses compostos tipicamente constituem menos de 1 por cento de
LFG, mas o mau cheiro é específico dos compostos e pode ser detectado em
concentrações químicas específicas até o mínimo de 0,001 a 0,005 partes por
milhão (ppm). O nível em que esses químicos podem ser prejudiciais à saúde
humana varia, mas são tipicamente ordens de magnitude maiores do que as
referenciadas. Isso significa que detectar o odor não é necessariamente uma
indicação de uma preocupação com a saúde, mas pode ser um incômodo real
e uma condição adversa em relação à qualidade de vida na área do aterro.

O odor resultante da emissão do LFG opera num princípio de limite. Assim, se


a quantidade de LFG exceder o nível de limite de condições particulares no
aterro, haverá odor relacionado à produção de LFG. A seguinte analogia pode
ser usada para melhor se compreender o conceito de um limite de odor.
Deixemos o volume de uma xícara representar a quantidade total de LFG que
pode ser emitida antes de se atingir o limite do odor. O tamanho desta “xícara”
para cada aterro é determinado por numerosos fatores, incluindo a localização
do aterro, a topografia vizinha e as condições meteorológicas e ambientais.
Deixemos a água derramada dentro da xícara representar a emissão do LFG
sem tratamento. A xícara pode estar “cheia até a borda” e ainda não derramar
líquido algum. No entanto, se a capacidade da xícara for excedida, mesmo por
uma gota, vai haver fluxo excessivo e o líquido se derramará. Portanto, a
quantidade de água na xícara pode variar com a capacidade da xícara, desde
que o limite de volume não seja excedido. Este conceito é análogo para
emissões odoríferas de LFF. Para se assegurar que o odor incômodo não seja
uma preocupação, a quantidade de LFG emitida precisaria ser menor do que o
limite de odor no aterro, para dadas condições meteorológicas e outras.
Portanto, na situação em que o odor de LFG é uma preocupação de destaque,
é menos importante quanto LFG é coletado em comparação com quanto LFG é
emitido do aterro (Mosher, 1996), e se ou não essa quantidade de LFG emitida
exceda o limite do aterro. Este assunto é um pouco complicado pelo fato de
que o limite não é um número fixo. Ele varia dependendo de condições
meteorológicas sensíveis ao tempo e da distância de separação entre o aterro
e os receptadores do odor (por ex., moradores).

O componente mais importante do LFG, a partir da maioria das perspectivas, é


o metano, que constitui aproximadamente 50 por cento do volume de LFG
produzido. O metano é um perigo potencial por ser combustível e explosivo em
concentrações entre 5 e 15 por cento no ar. O LFG pode migrar abaixo a
superfície do chão nas zonas não saturadas, especialmente durante os meses
de inverno e primavera quando o chão está congelado ou saturado com
umidade na superfície. O LFG pode então se acumular em estruturas fechadas
causando um perigo potencial. O metano não tem odor e é, portanto,
impossível de ser detectado sem instrumentação apropriada.
O metano emitido de aterros pode ser identificado também como um
contribuinte significativo às emissões de gás de efeito estufa (GHG), que
contribuem para o aquecimento global. Num horizonte de tempo de 100 anos,
em comparação com o dióxido de carbono, o metano é considerado 21 vezes
mais eficiente em isolar o calor dentro da atmosfera (IPCC, 1995). Este valor
está atualmente sob revisão e poderia ser potencialmente revisado para cima
no futuro, aumentando ainda mais o incentivo para projetos de gerenciamento
de LFG. O metano gerado de resíduo sólido e de água servida, por meio da
decomposição anaeróbica, representa cerca de 20 por cento das emissões de
metano induzidas pelo homem (IPCC, 1999). As emissões de LFG à atmosfera
podem ser reduzidas por meio das medidas de redução de resíduo tradicionais,
como reciclagem e formação de composto. As emissões podem também ser
reduzidas pela captura e queima do LFG numa alta temperatura, convertendo a
fração de metano do gás em dióxido de carbono e vapor d’água que é menos
prejudicial.

2.5 Benefícios de LFG Potenciais

Embora haja vários pontos negativos que possam surgir da presença do LFG,
há numerosos benefícios associados ao manejo adequado do LFG, e seu uso
potencial como fonte de energia. Os projetos de gestão de LFG que coletam e
queimam o LFG tem o potencial de gerar receita por meio da venda e
transferência de créditos de redução na emissão, o que proporciona um
incentivo e meios para melhorar o desenho e a operação do aterro e para
desenvolver um sistema global de manejo de lixo melhor.

O LFG contém aproximadamente 50 por cento de metano e pode ser


considerado um combustível de valor baixo/médio. Este recurso aproveitado
em numerosas aplicações, incluindo uso de combustível direto em
aquecimento, geração elétrica e subprodutos químicos comerciais. Além da
mitigação da migração de LFF e das preocupações com o odor, a utilização de
LFG pode também gerar receitas com a venda da “energia verde” e de outros
produtos de LFG que podem diminuir os custos de operação e manutenção de
aterro e proporcionar incentivo para melhorar o desenho e operação de aterro.

As reduções de emissão representam os objetivos globais e nacionais para


melhorar a qualidade do ar global. Os pagamentos de Créditos de Emissão
(Créditos de GHG) e da eletricidade da Energia Verde são dois dos
mecanismos chaves que estão sendo propostos para ajudar a atingir o objetivo
de “Reduções de Emissão”. A venda desses créditos pode ser usada para
melhorar a parte econômica de um projeto potencial. Há terminologia
diferenciada usada para se referir às reduções de emissão como ERs, CERs e
créditos de GHC. Esses termos se referem essencialmente ao mesmo item,
que é melhor definido como a quantidade de reduções de emissão convertida e
presente na unidade comum de toneladas equivalentes de reduções de
emissão de dióxido de carbono. Para o equilíbrio do Manual, o termo CER será
usado e a unidade de definição será sempre equivalente a toneladas de dióxido
de carbono. A designação de CER presume que as reduções de emissão
tenham sido certificadas para corresponder um grupo específico de padrões e
requisitos. Pode haver outras agências ou órgãos certificadores que possam
usar acrônimos diferentes, mas os princípios e a base subjacentes para o
reconhecimento e quantificação permanecerão sempre os mesmos.

Antes que qualquer projeto de gerenciamento de LFG possa ser lançado, as


emissões de LFG e os resultantes CERs precisam ser cuidadosamente
avaliados e os mercados potenciais explorados. Isto é discutido em muito mais
detalhe nas seções posteriores.

2.6 Sistema de Coleta de LFG


Há numerosos materiais de referência e informação com respeito aos meios e
métodos bem sucedidos para colecionar e queimar o LFG que estão
geralmente além do escopo deste Manual. NO entanto, uma compreensão
básica da natureza e da operação dos sistemas de coleta de LFG é necessária
para se compreender os elementos fundamentais de um projeto de gestão do
LFG e os fatores de riscos inerentes ao manejo do recurso de LFG. Para se
verem as questões de interconexão e interdependência, oferece-se uma breve
relação dos elementos de um sistema de coleta. Um sistema de coleta de LFG
típico engloba os seguintes componentes:

• campo de coleta de LFG (drenos e valas);


• tubulação de coleta (laterais, subcabeçotes, cabeçotes etc.);
• sistema de encerramento e despejo condensado;
• sistema de ventilação e acessórios relacionadas; e
• queima de LFG.

O gerenciamento de LFG pode ser atingido por meio do uso desses


componentes e há potencial, por meio do desenvolvimento do mercado de
carbono internacional, para este tipo de sistema gerar receita por meio da
criação de créditos de redução de emissão de GHG. A receita proporcionada
por um sistema desses cria um incentivo para melhor desenho e manejo do
aterro e uma contribuição no sentido de melhora do sistema global de manejo
do lixo.

O apêndice A proporciona numerosas figuras para revisão e referência dos


vários componentes de um típico sistema de coleta e queima de LFG.

Campo de Coleta de LFG

Uma rede de drenos verticais de extração de LFG e /ou de camadas


horizontais de coleta de LFG é instalada no aterro para coletar LFG. O princípio
operacional básico é bastante simples, aplicar um aspirador para extrair os
gases da massa de resíduo o mais próximo possível à taxa em que o gás está
sendo gerado dentro da área de influência do dreno ou da camada da forma
mais prática. O objetivo-alvo idealizado é estabelecer um gradiente neutro de
pressão/vácuo continuamente por cima de toda a superfície do aterro. É
importante reconhecer que a condição ideal não pode não pode ser alcançada
a um custo razoável e, portanto, é importante equilibrar o custo-benefício de
instalar drenos adicionais numa grade mais apertada de drenos juntamente
com um sistema de tampa complementar versus o valor inerente na
recuperação de combustível.

O aumento de custo para extrair o LFG até aproximadamente 75 por cento do


LFG sendo gerado é considerado relativamente linear em natureza. No
entanto, para alcançar eficiências de recuperação muito altas, talvez seja
necessário empregar uma grade muito apertada de drenos/valas de extração
e/ou um sistema de cobertura sintética, que resultaria importantes aumentos de
custo de capital relativamente ao ganho de recuperação de LFG. A figura 2.4
ilustra a relação entre a eficiência do sistema de recuperação de LFG e o custo
relativo.
Drenos verticais são instalados tipicamente num aterro depois que as
operações de enchimento tenham sido completadas. A figura 2.5 mostra a
construção de um típico dreno de extração de LFG vertical A figura 2.6 mostra
a construção de uma típica vala de extração de LFG horizontal. A utilização de
drenos de extração de LFG verticais tem as seguintes vantagens:

Figura 2.4
CUSTO VERSUS EFICIÊNCIA DE RECUPERAÇÃO
MANUAL PARA A PREPARAÇÃO DE
GÁS DE ATERRO SANITÁRIO PARA PROJETOS DE ENERGIA
BANCO MUNDIAL
Figura 2.5
DETALHE TÍPICO DE UM DRENO VERTICAL DE EXTRAÇÃO DO LFG
MANUAL PARA A PREPARAÇÃO DE
GÁS DE ATERRO SANITÁRIO PARA PROJETOS DE ENERGIA
BANCO MUNDIAL
CORTE
CAMADA DE COLETA HORIZONTAL TÍPICA
FORA DE ESCALA

Figura 2.6
DETALHE DA VALA DE COLETA HORIZONTAL TÍPICA DE LFG
MANUAL PARA A PREPARAÇÃO DE
GÁS DE ATERRO SANITÁRIO PARA PROJETOS DE ENERGIA
BANCO MUNDIAL
• melhor controle aéreo das emissões de gás;
• o campo de drenos pode ser expandido para refletir as modificadas
condições de aterro; e
• a coleta de condensação pode ser minimizada.

Para maximizar a eficiência de coleta, os drenos devem ser colocados em


consideração à profundidade e idade do resíduo e à geometria física do aterro.
Se houver uma preocupação em relação à migração da subsuperfície de LFG,
os drenos colocados nos limites exteriores do resíduo deveriam estar
agrupados mais perto para agir como um sistema de controle de migração.

Algumas das regras gerais para a instalação de drenos de extração verticais


são:
• mínimo de 3 a 6 m de profundidade de aterro a ser mantido acima das
perfurações do dreno de extração para minimizar o ar que entra no sistema de
coleta de LFG:
• as perfurações da profundidade para superfície deveriam ser aumentadas
perto das encostas do aterro; e
• a capacidade de instalar drenos ao longo da imersão (4.1) é limitada com o
equipamento de perfuração convencional.

Essas condições podem não ser absolutamente idênticas em cada aterro, mas
elas servem como uma boa diretriz para assegurar o funcionamento apropriado
do sistema de coleta de LFG e minimizar a intrusão de ar na queima da usina
de LFGTE.

As camadas horizontais de coleta de LFG são tipicamente usadas para coletar


gás enquanto o aterro ainda estiver em atividade. Depois da colocação e
compactação de uma carga de lixo, tubos de coleta perfurados são instalados e
daí cobertos com outra camada de resíduo. Isto permite que o LFG seja
coletado desde o resíduo diretamente abaixo de uma área onde preenchimento
ativo esteja ocorrendo. Ainda que esta técnica possa controlar as emissões de
LFG em áreas do aterro ativas, as camadas de coleta horizontais não são
geralmente adequadas para o controle do gás localizado.

Em geral, os princípios operacionais para drenos verticais e camadas


horizontais são os mesmos. Os dois tipos de coletores deveriam ser equipados
com seções de telescópio de tubulação não perfurada para permitir
acomodação de refugo, que ocorre com o tempo. Descobriu-se que de 10 a 15
polegadas de vácuo de coluna de água na cabeça do dreno ou vala
representam um compromisso razoável entre as zonas de maximização de
influência e minimização da intrusão de ar no refugo, ao mesmo tempo do uso
de equipamento econômico de extração de LFG. O raio da zona de influência
com este vácuo varia de menos de 20 m a mais de 100 m, dependendo da
heterogeneidade do resíduo e outras características relacionadas.
Um sistema de coleta de LFG deveria ser usado juntamente com boas práticas
de gerenciamento de chorume. O ajuntamento de chorume dentro do refugo
pode impactar dramaticamente a taxa de recuperação de LFG porque o líquido
nos drenos de extração e valas de coleta restringe eficazmente sua capacidade
de coletar e entregar o LFG. Em aterros extremamente úmidos, a recuperação
de combustível de LFG eficaz pode cair a menos de 50 por cento da
quantidade estimada de LFG que esteja disponível.

Os custos para instalar drenos verticais podem variar dramaticamente como


uma função de custos locais para materiais como agregados, tubo e reboco;
disponibilidade de empreiteiro; tipos de capacidades de equipamento
disponíveis; e as características específicas do desenho do dreno. Por
exemplo, o custo unitário para instalar um dreno até 30 metros de profundidade
numa massa de resíduo típico é mais alto do que para uma profundidade de
apenas 20 metros. Similarmente, os ciclos de reposição/conserto para os
drenos de LFG podem variar substancialmente com base nas condições e
desenho específicos do aterro. Algumas variações típicas para instalações de
LFG são:

Variação Geral dos Custos no Dreno Vertical


Descrição Variação Baixa Variação Alta Comentários
(US$/metro vertical) (US$/metro vertical)

Drenos com $150 $250


diâmetros entre 100
a 150 mm (<15
metros de
profundidade)

Drenos com $200 $350


diâmetros entre 100
a 150 mm (>15
metros mas inferior
a 30 metros em
extensão
Drenos com 900 mm >$500 Esses drenos não
de diâmetro são
(qualquer recomendados
profundidade) como custo
efetivo. A
Rejeição ao
avanço
de um furo
calibrado no lixo
não é evento
incomum que
pode resultar em
aumento no custo
de drenos fundos

Tubulação de Coleta de LFG

Uma rede de tubulação é construída para ligar o campo de coleta de LFG à


queima de LFG ou usina de LFGTE. Um típico sistema de coleta de LFG inclui
o seguinte:
• diâmetro pequeno (mínimo de 100 mm), laterais curtas conectando com
os drenos/camadas;
• sub cabeçotes que conectam as laterais; e
• cabeçotes conectando os sub cabeçotes à usina de extração.

Há vários padrões de rede de tubulação de LFG projetados para facilitar a


drenagem de líquidos e minimizar o comprimento da tubulação requerido para
o sistema de coleta. Duas das mais comuns composições são a espinha de
peixe e o cabeçote de anel. O arranjo espinha de peixe tem um único cabeçote
principal com sub cabeçotes e cabeçotes que saem dele. Este é o mais
eficiente uso da tubulação, e pode ser projetado para minimizar a quantidade
de condensação, que se acumula no sistema de coleta de LFG, por meio da
disposição em encosta da maior parte dos tubos em direção aos drenos de
LFG.

Um cabeçote de anel no aterro pode ser usado quando não houver terra
disponível para a construção de um sistema de cabeçote fora do limite do
resíduo. Cabeçotes de anel fora do aterro reduzem parte dos problemas
associados com a colocação de tubos no refugo. Cabeçotes de anel devem ser
equipados com válvulas para permitir o isolamento de partes do aterro, e portos
de monitoramento para monitorar a qualidade e a quantidade de gás. Sistemas
de cabeçote duplo têm sido utilizados em alguns aterros grandes e profundos
que têm uma longa vida ativa de aterro para segregar o gás rico em metano a
partir de porções mais profundas do aterro desde o gás coletado de perto da
superfície que pode ser diluído via intrusão de ar. Há numerosos
critérios/restrições de desenho relacionados às instalações de tubos para
especificar como encostas de mínimo e máximo; remoção da umidade
condensada; estresses de diferenciais e assentamentos totais; e estresses de
carga morta e viva.

Os custos relativos dos sistemas de tubulação para coletar e transportar o LFG


à instalação podem variar substancialmente com base em condições de local
específica e a base de desenho aplicável. Por exemplo, sistemas de tubulação
acima do grau são menos caros de construir e são usados freqüentemente
para sistemas temporários ou consertos no curto prazo mas também têm sido
usados com êxito para sistemas de plena escala a longo prazo. Há vantagens
e desvantagens nos dois enfoques, o acima e o abaixo da superfície, para a
instalação dos sistemas de tubulação de conexão. Os custos de diâmetro
pequeno acima da tubulação de grau podem ser menos que $30/metro, mas
tubulação enterrada de diâmetro maior pode custar até $200/metro ou mais. O
custo é altamente influenciado por fatores como:
• a natureza do desenho (por exemplo, acima ou abaixo do grau);
• a necessidade de remover e mudar de lugar qualquer resíduo;
• a necessidade de acrescentar áreas de enchimento ou grau da tampa e áreas
perimetrais;
• a extensão e números das armadilhas de remoção de condensação;
• o custo do petróleo e produtos associados; e
• a disponibilidade e custos para empreiteiros adequados.
As características específicas de um aterro terão muitas implicações diretas
para as opções de desenho e custos relacionados de sistemas de tubulação.
Como tais, é altamente recomendado que esses custos sejam revisados
cuidadosamente numa base de projeto específico. É também importante
observar que a tubulação de polietileno de alta densidade (HDPE) é altamente
recomendada para a maior parte da tubulação de LFG, além do seu preço ser,
em grande parte, controlado pelo custo relativo do petróleo e da proximidade a
instalações de fabricação de tubos adequadas.

Sistema de Ventilação e Acessórios Relacionados

O sistema de ventilação deveria ter a capacidade para manejar 100 por cento
da taxa estimada de produção do LF no período de pico, além de alguma
capacidade extra para controlar a migração. Algum nível de redundância de
defesa é normalmente recomendado para todos os sistemas de ventilação que
fornecem combustível para um sistema de utilização de LFG que gera receitas.
Dependendo do tamanho e idade de um aterro, uma abordagem por etapas na
construção da usina de controle de LFG é, freqüentemente, benéfica caso os
incrementos graduais na produção de LFG forem antecipados.

Os custos dos sistemas de ventilação são uma função de vários fatores e


podem somente ser designados com base em requisitos específicos para o
sistema como um todo. Alguns dos principais fatores que afetam a seleção dos
ventiladores são:
• variação do fluxo de LFG que se propõe ser coletado;
• desenho de sistema de tubulação e critérios de perda de cabeça;
• vácuo de cabeça de dreno disponível;
• comprimento do sistema de tubulação; e
• demanda de pressão por qualquer sistema de queima ou utilização sendo
fornecido com o LFG.

Como uma diretriz simples, o custo de um sistema de ventilação para uma


aplicação de queima pode variar de $25.000 a $50.000 por 1000 m3/hora de
LFG. Se a aplicação final é uma instalação de utilização, a variação de custo
para o sistema de ventilação pode aumentar por um fator desde 2 a 5, ou mais,
dependendo dos requerimentos de fornecimento de combustível.

Sistema coleta de condensado

O LFG é extremamente molhado e, portanto, produz muito condensado dentro


dos drenos e tubulação de coleta de LFF. É importante que todos os canos
sejam projetados com o mínimo de encostas para que o condensado não
permaneça dentro dos tubos, mas flua no sentido de um dreno ou fossa
próximo. Drenagem imprópria do condensado pode levar a bloqueios na
tubulação que podem estragar grandes partes do sistema de coleta do LFG
limitando a quantidade de LFG que pode ser coletada.

Um separador de fossa e/ou umidade pode remover condensado. Num mínimo,


uma fossa deve ser construída no sistema de tubulação para drenar
condensado e prevenir inundação de canos. Separadores de umidade
removem gotículas de líquido do LFG que flui, portanto reduzindo os efeitos
contrários que o condensado corrosivo possa ter no equipamento de lidar com
o LFG.

A IMPORTÂNCIA DO GERENCIAMENTO DE CONDENSADO PARA O


DESEMPENHO DO SISTEMA DE COLETA DE LFG
Um dos mais comuns problemas operacionais para os sistemas de coleta de
LFG é o bloqueio líquido na tubulação ou drenos, que tem o potencial de aleijar
a operação do sistema. O bloqueio das laterais ou subcabeçotes geralmente
resulta de um acúmulo de condensado. Os sistemas de remoção de
condensado deveriam ser instalados para coletar e remover o condensado de
LFG dos sistemas de tubulação. Os problemas de bloqueio causados por
tubulação de tamanho inadequado ou tubulação projetada com uma encosta
inadequada podem efetivamente terminar a coleta de LFG desde a seção
afetada de um aterro. Outra razão para o acúmulo de condensado é a
instalação desigual ou diferenciada do resíduo que pode causar um
afundamento ou ponto baixo nos sistemas de tubulação que podem então se
encher com condensado. É por esta razão que os sistemas de coleta de LFG
deveriam ser projetados com muita capacidade de excesso e consideração
específica no desenho para identificação e avaliação das questões de
assentamento.

Uma demonstração das conseqüências catastróficas potenciais que o manejo


não efetivo de condensado podem ter é o projeto de LFGTE Kemerburgaz na
Turquia. Durante a fase de início e de comissionamento, descobriu-se
inicialmente que dois terços dos drenos de extração do LFG não tinha pressão
de sucção, o que significou que não houve LFG suficiente para abastecer as
máquinas que estavam sendo utilizadas. Por sorte esta condição foi remediada
depois de uma semana quando se descobriu que uma seção da tubulação
tinha sido instalada de forma que o condensado estava sendo coletado e
bloqueando o cano, impedindo a extração de LFG de uma significativa parte do
aterro.

O projeto de LFGT em Cracóvia, Polônia, tem experimentado dificuldades com


a inundação de suas valas de coleta de LFG horizontais por causa do acúmulo
de chorume dentro da massa de resíduo. No futuro, eles estão planejando usar
só os drenos de extração de LFG verticais para combater este problema. O
projeto de LFGTE em Olsztyn, Polônia, tem experimentado níveis tão elevados
de chorume que todas as perfurações de drenos de extração de LFG verticais
estão bloqueadas e os drenos foram declarados disfuncionais.

No Aterro Waterloo, no Canadá, a quantidade de LFG recuperada não tem


aumentado para corresponder com a quantidade de drenos que estão
colocadas no momento. As condições neste aterro servem para reforçar a
importância da compreensão do aterro e sua operação da mesma forma que as
condições físicas dentro do aterro. O aterro se descobriu ser muito úmido,
prejudicando a capacidade de obter gás que está sendo gerado em algumas
partes do aterro. Sistemas para atender à presença de condensado e rastrear
as impurezas de gás no LFG podem requerer lavadores e outros sistemas de
tratamento semelhantes ao equipamento mostrado na figura anexa de uma
porção da sala de tratamento de gás no Aterro Waterloo.

A importância e os benefícios associados com o gerenciamento de condensado


efetivo para desempenho dos sistemas de gerenciamento de LFG, tanto a curto
como no longo prazo, não podem ser suficientemente declarados. Este é um
item crítico para o êxito de todos os projetos de gerenciamento de LFG que
nem sempre recebe a consideração merecida.

Uma vez separado do LFG, o condensado precisa ser despejado numa


maneira saudável do ponto de vista ambiental. O condensado é geralmente
mais concentrado do que o chorume e pode ser considerado um resíduo de
líquido prejudicial em algumas jurisdições.

Queima de LFG

O LFG coletado de um aterro precisa ser despejado de uma forma saudável


sob o ponto de vista ambiental como um sinalizador de tambor embutido e/ou
sistema de utilização. Um sinalizador de LFG pode ser usado como backup
para o sistema de utilização no caso de quedas prolongadas para eventos de
operação e manutenção programadas ou não. A necessidade de um
sinalizador de backup e redundância de equipamento é opcional dependendo
da confiabilidade dos sistemas globais e da sensibilidade a perda em curto
prazo da extração de LFG e capacidade de controle. A queima de alta
temperatura de LFG resulta na conversão de componentes de metano do LFG
a dióxido de carbono e água. Da mesma forma, esta combustão de alta
temperatura assegura que os componentes de traço no LFG são largamente
destruídos. A maioria dos sistemas de utilização de LFG proporciona
eficiências de destruição iguais ou melhores do que as obtidas nas queimas em
tambor blindado.

Da mesma forma que a maioria dos outros componentes do sistema, o custo


dos sistemas de queima é uma função do desenho global do sistema de gestão
do LFG e dos requisitos de desempenho que são esperados para a queima. Há
dois desenhos de queima básicos, a queima de tambor blindado discutida
acima e a queima de gás de lixo que simplesmente acende o metano sem
quaisquer controles de combustão extensivos. Este segundo tipo de queima
está em uso comum em muitas jurisdições, mas não tem sido o foco deste
Manual, primordialmente porque seu uso não é considerado aceitável, caso
haja qualquer intenção de qualificar para os CERs.

Para dar uma simples diretriz de custo, uma queima de gás de resíduo de
combustão de 1000 m3/hora de LFG custaria na faixa de $50.000 e $100.000
dependendo dos controles periféricos e dos apetrechos de segurança
requeridos. Para comparação relativa, um tambor blindado com uma
capacidade semelhante tem uma variação de custo duas vezes a da queima de
gás de resíduo. Alguns componentes como os sistemas refratários ou de
controle podem variar substancialmente de preço dependendo dos requisitos
de desempenho.

2.7 Operação do Sistema de Coleta de LFG

A coleta e a utilização ativas de LFG são altamente efetivas para mitigação de


impactos de LFG no aterro e fora dele bem como para redução de emissões de
GHG para a atmosfera. O potencial de captura de LFG é altamente dependente
de fatores relacionados a desenho de aterro como:

• Configuração do aterro (profundidade do resíduo, área do aterro,


profundidade da mesa de água);
• desenho de sistema de alinhamento;
• desenho de sistema de cobertura;
• adição de umidade/recirculação de chorume; e
• restrições operacionais.

A configuração do aterro tem um grande impacto no potencial de coleta do LFG


de um aterro. Aterros que são preenchidos acima do nível natural tendem a ter
maiores áreas de superfície, desta forma aumentando as chances de emissões
de LFG. Os aterros enchidos abaixo do grau têm uma maior tendência a
migração de LFG fora do aterro por meio de solos próximos.

Um sistema de solo de baixa permeabilidade ou de alinhamento sintético


combinado com um sistema de coleta de chorume é benéfico no controle tanto
da migração como do acúmulo de chorume dentro do refugo. O objetivo
primário de um alinhamento de baixa permeabilidade é mitigar os impactos de
lençol freático potenciais permitindo a recuperação de chorume desde o fundo
do refugo mas é também recomendado para o controle da migração de LFG.

A permeabilidade do sistema de cobertura final é um fator importante no


gerenciamento de LFG e desempenho de sistema. As coberturas de baixa
permeabilidade minimizam a ventilação de LFG para a atmosfera, a intrusão de
ar para dentro do resíduo, bem como a infiltração de umidade. Uma cobertura
de baixa permeabilidade pode ajudar a melhorar o desempenho e áreas de
influência para drenos de extração verticais muito pequenos. No entanto, se o
sistema de cobertura é muito apertado e permite muito pouca infiltração, pode
retrasar ou diminuir a taxa de decomposição na porção superior do aterro que
talvez não seja o conteúdo de umidade ótimo para encorajar a decomposição.
Esses dois fatores competidores devem ser considerados na avaliação de
geração de LFG.

A adição de umidade/estabilização de resíduo rápida é a tendência atual na


recuperação de LFG, de outro modo referido como sistemas de tecnologia de
biodigestor de aterro (LBT-landfill bioreactor technology). Este processo
aumenta a quantidade de água em contato com o resíduo, para estabilizar
rapidamente os resíduos, aumentando significativamente as quantidades
iniciais de LFG produzidas com taxa de geração agudamente diminuída após a
colocação do resíduo. Esta taxa de produção de LFG inicial aumentada
poderia ser benéfica a alguns projetos de utilização de LFG pois poderia
fornecer usinas maiores, mais eficientes. Este enfoque poderia encurtar o
período de pagamento do projeto, afetando adversamente sua viabilidade
financeira a menos que uma serie de células fosse desenvolvida e fosse
utilizada operando em seqüência. Esta estabilização rápida poderia também
potencialmente aumentar a migração e emissões de LFG e, portanto, é melhor
aplicada em aterros com adequada capacidade de coleta de LFG bem como o
alinhamento e a cobertura final como elementos de desenho.

A estabilização rápida precisa ser criticamente avaliada durante os estágios de


desenho do aterro conceituais e preliminares. Num mínimo, as seguintes
questões têm que ser consideradas:

• taxas maiores de produção de LFG num período de tempo menor;


• capacidade de manejo e coleta de LFG aumentada;
• exigência de capacidade maior de destruição (queima e/ou utilização);
• assentamento aumentado do aterro sanitário;
• maior teor de umidade no gás, gerando volumes maiores de
condensado;
• aumento no volume de chorume dentro do aterro;
• capacidade do sistema de coleta do chorume; e
• efeito na característica do chorume.

As operações diárias têm uma influência importante no potencial de


recuperação de LFG. A utilização de cobertura diária permeável, como areia,
resultará em taxas mais altas de infiltração de umidade, portanto levando a
maior conteúdo de umidade no lixo e maior taxa de produção de LFG. A
seqüência e o método de preenchimento do lixo afeta grandemente o tipo de
campo de coleta selecionado. As camadas horizontais de coleta de LFG são
usadas melhor em aterros com carregamentos relativamente rasos em áreas
grandes. Para aterros que usam cobertura diária de baixa permeabilidade, a
disposição em camadas/estratificação de um aterro é ampliada. Isso pode criar
condições de água empoleirada que pode aumentar os custos de coleta de
LFG bem como as taxas de produção de LFG em algumas áreas do aterro.

Alguma consideração especial precisa ser feita por causa de questões


associadas com a coleta de condensado, remoção e despejo a partir de
sistemas de tubulação e drenos instalados no aterro e também o condensado
coletado e removido na instalação de utilização de LFG. É também crítico
compreender as implicações da acomodação e da acomodação diferenciada
do resíduo. A quantidade média de acomodação de um aterro depende
primordialmente do desenho específico e das características operacionais do
aterro. A acomodação total que pode ser esperada de um aterro pode variar de
20 a 40 por cento da profundidade total do resíduo, após a sua colocação e
compactação iniciais. Em termos simples, um aterro de 30 metros de
profundidade poderia experimentar total acomodação de 6 a 12 metros quando
da conclusão do processo. A taxa de acomodação está em seu pico quando o
aterro estiver ainda recebendo resíduo ativamente. Tanto a acomodação
relacionada a carga como a acomodação relacionada a decomposição estão
tipicamente em seu pico durante a vida útil do aterro. Mais importante do que a
acomodação total é a acomodação diferenciada. A acomodação em áreas
localizadas pode ser muito maior e muito mais rápida do que a média
dependendo do material aterrado, da quantidade de compactação que recebe e
de outros fatores como intrusão de ar ou a infiltração de água da superfície.
Características como drenos verticais de gás podem ser áreas de problemas
localizadas se não forem levadas em consideração durante tanto a fase de
desenho como uma consideração importante na fase de operações e
manutenção de qualquer projeto.

2.8 Melhores Práticas de Gerenciamento para Operações de LFG


Projetos para Maximizar o Potencial de Recuperação de Energia

A otimização da coleta de LFG está diretamente relacionada à maximização do


potencial de utilização, à realização dos benefícios econômicos da venda de
energia de LFG e à redução das emissões de GHG. É preciso sempre ser
compreendido que a operação de aterro em si é o objetivo primário das
atividades do aterro e de todos os outros sistemas ou atividades de apoio,
sejam benéficas ou não, precisa permanecer subserviente a esta atividade.
Uma área de problema que tem sido observado através da história dos projetos
de gerenciamento de LFG é a operação imprópria de um sistema de coleta de
LFG para apoiar um sistema de utilização que pode causar riscos de incêndios
de aterro e redução da quantidade de combustível que são tanto perigosos
quanto contra-produtivos para ambos os sistemas. A compreensão das
ligações e interações entre esses dois sistemas é importante para desenvolver
e manter um projeto viável através de todo o termo de um contrato de 20 anos
ou mais, o que pode ser crítico para uma usina de LFGTE.

CAMPO DE COLETA DE LFG

Um sistema de recuperação de LFG bem desenhado, construído e operado


pode coletar 75 por cento ou mais do LFG produzido num aterro. É importante
para um sistema de coleta ser projetado e operado para igualar o potencial de
geração de LFG em mutação do aterro sem retirada a menos ou a mais do
campo de coleta. Além da taxa de geração de LFG em modificação durante a
vida do aterro, a taxa de geração de LFG efetiva também varia em curto prazo
como uma função de fatores como: condições meteorológicas; acomodação
diferenciada; eficiências de equipamento; e condições de sistema de cobertura.
O campo de coleta precisa ser ajustado para equiparar a efetiva taxa de
geração. um pouco durante a vida do aterro. O campo de coleta de LFG
precisa ser monitorado e ajustado periodicamente para otimizar a eficácia do
sistema de coleta. O ajuste dos controles de válvula para reduzir ou aumentar
os fluxos de LFG de áreas de baixa ou alta produção do aterro é requerido
para maximizar a coleta de LFG sem retirar demais desde essas áreas do
aterro que podem ser suscetíveis á intrusão de ar. Um princípio que é
freqüentemente mal compreendido ou ignorado, mesmo por aqueles que
trabalham na indústria de LFG, é que a base operacional para um dreno ou
vala individual precisa ser baseada somente na qualidade do LFG naquele
dreno ou vala individual. A operação de um dreno ou vala com base em taxas
de recuperação demarcadas ou produções de desempenho esperadas é
contraproducente.

A intrusão de ar para dentro do aterro precisa ser minimizada por ter um


impacto negativo na decomposição natural do resíduo. Dentro de poucos
meses após a colocação, o lixo depositado alcançou tipicamente uma fase
estável de decomposição anaeróbica (sem oxigênio). A essa altura, a
introdução de oxigênio retornará este meio-ambiente para condições aeróbicas,
com o resultado de reduzir a geração de metano e um declínio associado na
recuperação de combustível potencial, maior taxas localizadas de acomodação
diferenciada, temperaturas maiores de sub superfície no resíduo, e
potencialmente maiores problemas de odor. Esta condição pode também levar
a incêndios de aterros e aumenta o potencial para a disseminação de
quaisquer incêndios iniciados.

A monitoração em campo em cada um dos pontos de coleta (cabeças de


dreno/camadas) deveria incluir:

• vácuo;
• pressão diferencial;
• temperatura;
• composição de LFG (metano e conteúdo de 02); e
• posição da válvula.

O monitoramento de cada ponto de coleta deveria começar com a medição do


vácuo/pressão para evitar interferência com a atividade de extração da amostra
de LFG. Os dados essenciais do monitoramento para coletar são o vácuo, a
composição de LFG e a posição de válvula. O que se segue indica as leituras
sob condições de operação ideais para maximizar a recuperação de energia
em cada ponto de coleta:

• Vácuo de no máximo 20 polegadas de WC;


• metano 45 a 55 por cento por volume;
• 02 menos do que 2 por cento por volume.

A tabela 2.1 apresenta uma simples ferramenta de diagnóstico para destacar


alguns problemas comuns na operação das instalações de coleta e utilização
de LFG e suas prováveis soluções.
Quadro 2.1 – Questões Comuns do Sistema de Coleta do LFG e de Recuperação do
Combustível

Diagnóstico Resultados potenciais Solução recomendada


O2 > 2 por cento v/v • Diluição do combustível • Ajuste das válvulas e re-
LFG, portanto com redução equilíbrio baseado na
na recuperação de energia qualidade do gás
• Taxas de acomodação • Verificar a cabeça do
diferenciada aumentada dreno para indicações de
• Temperaturas da sub- tensão na acomodação
superfície altas diferenciada
• Problemas com odor migração das emissões
• Incêndios no Aterro
Sanitário
CH4 < 45 por cento v/v • Como acima • Ajuste das válvulas e re-
equilíbrio baseado na
qualidade do gás
• Verificar a cabeça do
dreno para indicações de
tensão na acomodação
diferenciada
CH4 > 55 por cento v/v • Teor de energia • Ajuste das válvulas e re-
aumentado por unidade equilíbrio baseado na
de LFG recuperado qualidade do gás
• Problema de odor • Caso a qualidade e a
• Tensão na vegetação quantidade de gás forem
• Emissões e migração indicativo de gás
aumentadas adicional na área,
acrescentar drenos ao
sistema
Vácuo > 20 " • Intrusão potencial de ar • Ajuste das válvulas e re-
WC com taxas de fluxo • Taxas de acomodação equilíbrio baseado na
relativas altas diferenciada aumentadas qualidade do gás
• Incêndios no Aterro • Caso a qualidade e a
• Problema de odor quantidade de gás forem
indicativo de gás
adicional na área,
acrescentar drenos ao
sistema
Vácuo < 10 " • Bloqueio/quebra da • Verificar a cabeça do
WC com taxas de fluxo tubulação de extração dreno para indicações de
relativas baixas • Questões do condensado tensão na acomodação
• Problema de odor diferenciada
• Tensão na vegetação • Identificar e cuidar da
Emissões e migração tubulação bloqueada
aumentadas
Como parte do programa regular de monitoramento as válvulas da cabeça do
dreno deveriam ser ajustadas para maximizar a eficácia. Esse ajuste deve ser
realizado na revisão dos dados históricos de desempenho e dentro do contexto
geral de funcionamento de campo. Por exemplo, qualquer variação grande dos
dados históricos nas leituras de vácuo pode indicar defeitos com a tubulação
coletora de LFG, tais como quebras ou inundações devido a acomodação
excessiva. Por essa razão, todos os dados coletados devem ser vistos como
um todo.

Num aterro fechado o potencial de geração de LFG está diminuindo com o


tempo, portanto algumas áreas do aterro podem requerer coleta de LFG
reduzida para equiparar esta geração diminuída. Em aterros ativos o potencial
de geração de LFG aumenta até alguns poucos anos depois do fechamento.
Portanto, o desenho de sistema de coleta de LFG em aterros ativos precisa
permitir a expansão progressiva para acomodar a maior geração de LFG.

USINA DE COLETA DE LFG

A operação apropriada e a manutenção regular da usina de coleta de LFG


(incluindo a coleta de condensados, ventilador(es), equipamento associado e
de sinalização) aumentam a eficiência do sistema de coleta e maximiza a vida
do equipamento.

Inspeção regular deveria ser realizada na usina de coleta de LFG para registrar
o fluxo de gás, a temperatura de chama, as concentrações de combustível e
oxigênio do LFG, temperaturas suportáveis, vezes de funcionamento do motor
e quaisquer outros parâmetros críticos. Só pessoal familiarizado com a
operação do sistema de coleta de LFG deveria realizar a correção de
irregularidades ou ajuste da operação do sistema.

Procedimentos menores de manutenção, como engraxamento dos rolamentos,


troca de correias e calibragem dos detectores, podem ser realizados num ciclo
mensal. Grande fechamento do sistema e reforma de equipamento devem ser
realizados anualmente, segundo as recomendações do fabricante do
equipamento.

QUESTÕES DE INTERCONECÇÃO E INTERFERÊNCIA NO SISTEMA

A coleta ativa de LFG precisa estar ligada a outros sistemas ativos no aterro,
como operações de aterramento ativos, coleta de chorume, alinhamento de
linha e sistemas de cobertura finais. O desenho final do aterro precisa levar em
consideração todos os sistemas numa maneira progressiva para assegurar a
interconexão de sistemas e a expansão potencial de aterro progressiva.
Algumas das questões de interconexão e/ou interferência com a coleta de LFG
ativa incluem:
• A conexão do sistema de coleta de LFG ao sistema de coleta de
chorume. A quantidade e qualidade de LFG coletáveis a partir do
sistema de chorume podem ser significativas. Uma válvula precisa ser
instalada no ponto de conexão para permitir ajuste de fluxo e pressão
aplicados sobre o sistema de coleta de chorume. O risco desta conexão
é que se vácuo excessivo for aplicado o oxigênio pode ser puxado para
dentro dos sistemas de coleta de LFG e de chorume.. A intrusão de
oxigênio para dentro de ambos esses sistemas pode ser um perigo tanto
de segurança quanto de operação.
• As operações de aterramento em andamento podem resultar em
intrusão de ar no sistema de coleta de LFG bem como no aterro em si.
Em aterros ativos, precisa-se tomar cuidado para proteger/cobrir os
tubos de coleta de LFG com cobertura adequada de resíduo/ínterim
antes da ativação pra minimizar a intrusão de ar. A intrusão de ar
excessiva diluirá o LFG coletado, reduzindo seu conteúdo de energia, e
pode causar incêndios de aterro. Em locais abertos outro risco é
equipamento pesado danificar tubulação subterrânea exposta ou mal
enterrada.
• A expansão progressiva do campo de coleta de LFG é benéfica ao
aumentar a capacidade de coleta de LFG mas pode interferir com o
alinhamento existente e sistemas de cobertura finais. Após a expansão
do campo de coleta de LFG (instalação de drenos/valas e laterais
associadas), qualquer interrupção da cobertura final precisa ser
reconstruída até sua condição original.

Geralmente é sempre importante lembrar que um sistema de gerenciamento de


LFG é uma operação suplementar ao negócio central de aterramento no aterro
candidato. Este fator precisa sempre ser considerado quando olhando a
instalação e operação de sistemas de coleta de LFG em áreas de um aterro
que ainda estão recebendo materiais de resíduo e cobertura.

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