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CAPÍTULO 7

O Semeador
(Mateus, 13:1 a 23; Marcos,4:1 a 20 e Lucas, 8:4 a 15)

PERGUNTA: — Quais são as características mais eluci-


dativas da parábola do Semeador, tão comoventemente
expressa por Jesus no seu inolvidável “Sermão da Monta-
nha”?
RAMATIS: — Todas as figuras e minúcias expostas por
Jesus em suas parábolas devem ser examinadas sob cari-
nhosa atenção, porque são mensagens definindo os diver-
sos aspectos e estados de espírito do homem, absolutamen-
te relacionadas com o “reino de Deus”! Na parábola do
“Semeador”, desde o início deve-se vislumbrar os dois ele-
mentos fundamentais e de grande significação espiritual em
sua enunciação verbal. Primeiramente distinguir-se o
Semeador como símbolo do homem pacífico, que lavra,
semeia e produz, em vez de destruir ou prejudicar, como é
o lavrador laborioso. Mas além da presença do Semeador
em sua atividade criativa e útil à coletividade, Jesus também
destacou o campo ou o terreno, isto é, o local de atuação;
enfim, a base onde opera o lavrador! Assim, o Semeador
configura em tal exemplo o tarefeiro do Senhor, que
semeia a palavra redentora e distribui o ensinamento liber-
tador do mundo ilusório da matéria; o campo simboliza a
própria humanidade, com os vários tipos de espíritos, os
bons podendo lembrar o terreno fértil, e os maus o terreno
pedregoso, e os desatentos a figura da semente que é comi-
da pelos pássaros do esquecimento!

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Ramatís

Nessa parábola o Mestre Nazareno não valoriza


nenhum guerreiro revestido de armadura ou municiado
com armas destruidoras, que possa tingir de sangue a relva
delicada das campinas ou pilhar os bens do próximo; nem
destaca o político do mundo que mistifica na semeadura
demagógica visando ao seu exclusivo bem! Mas é o lavra-
dor escolhido por símbolo do Semeador, que lança a
semente do Evangelho no campo das mentes humanas,
aguardando pacientemente as messes a frutificar no amor e
na tolerância pela ignorância do seu próximo.
Na linguagem figurada pelo Cristo-Jesus, as diversas
espécies de solo, em que foram lançadas as sementes da
parábola, correspondem, eletivamente, às várias gradua-
ções da alma humana, cujas variações são a pureza, a inte-
ligência, a ternura, e principalmente o espírito liberto de
preconceitos e eletivo à recepção da semente da verdade
espiritual! O Mestre distingue de modo sutil, e, ao mesmo
tempo, identifica o grau espiritual de cada tipo de criatura,
conforme a sua reação à semente que lhe é ofertada no
ensinamento do Evangelho. Não é difícil distinguirmos o
terreno árido do convencionalismo social, da pretensa cul-
tura, da liberdade luxuriosa, ou do fanatismo religioso, por-
quanto muitos são escravos exclusivos das circunstâncias
de sua educação, poder, fortuna, distinção social ou prima-
rismo anímico. Assim, certos grupos humanos reagem
negativamente à atividade semeadora do Senhor, por força
do seu condicionamento educacional ou por temerem pre-
judicar os interesses e destaques mundanos de uma falsa
sociedade que dilapida a pobre empregadinha mãe soltei-
ra, enriquece prodigamente explorando o assalariado, mas
atravessa a noite na jogatina desenfreada.
Em conseqüência, Jesus refere-se simultaneamente aos
vários tipos de terreno, os quais se prestam à semeadura do
lavrador laborioso, na oferta da palavra do Senhor! Mas, ao
mesmo tempo e através das imagens semelhantes, ele iden-
tifica os ouvintes diante da semeadura. Assim, o primeiro

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O Evangelho à luz do Cosmo

terreno é o improdutivo, batido, pisado e impossível à ger-


minação da semente, e corresponde ao tipo de ouvinte e
crente de censura rígida, apegado aos convencionalismos
humanos, onde a semente mensageira não penetra e certa-
mente será facilmente arrebatada pelas aves, ou seja, des-
prezada. A imagem simboliza o ouvinte cuja força condicio-
nante ou instintiva o impede de penetrar no ensinamento,
e isso o torna incapaz de entender a verdade. O espírito
imantado pelo atavismo da carne só se influencia pelos
fenômenos objetivos e utilitaristas da vida material. É a cria-
tura moldada pelos padrões convencionais de um ambien-
te medíocre, cuja inteligência não lhe permite uma liberda-
de de escolher ou porque erigiu a matéria como o princi-
pal motivo do seu culto, por temer palmilhar sendas e
caminhos desconhecidos, embora verdadeiros! É o terreno
em que, pela composição química espiritual, falta a vitali-
dade constitucional para a germinação da semente. Entre-
tanto, às vezes ela permanece e subitamente, ante o
“húmus” da dor, começa a germinar. É o solo humano rígi-
do comandado por um cérebro que não deixa penetrar a
mensagem da boa nova, salvo se trouxer no seu bojo algo
de utilitário aos interesses humanos, seja de projeção polí-
tica, religiosa ou social!
No segundo caso, a semente brota, mas sem a raiz pos-
suir profundidade e a planta é tenra, e não cresce ou seca
facilmente no terreno rochoso e duro. Simboliza os ouvin-
tes entusiastas da primeira hora, porém criaturas volúveis e
superficiais, portadoras de bons sentimentos, mas não pos-
suem firmeza nas convicções, por falta de uma boa estru-
tura psicológica, que ajude a enraizar e aprofundar a
semente recebida! Sem as raízes de uma cultura “universa-
lista” e adesão aos princípios profundos da vida eterna, não
encontra base para a sua fixação. É a flor do cáctus de uma
vivência efêmera, fruto das emoções passageiras das almas,
infelizmente, vazias! Em tais personalidades a semente
evangélica parece germinar com aparente vigor e impetuo-

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Ramatís

sidade no primeiro instante de percepção, para depois se


estiolar abruptamente, por falta de interesses mais profun-
dos pela vida verdadeira do Espírito Imortal! (1) São os cren-
tes demasiadamente emocionais, cuja alegria veemente
com algo que os entusiasma é rápida e passageira, por falta
de melhor estrutura mental ou estado evolutivo. Falta-lhes
a convicção da sabedoria que lhes aprofunde as raízes da
semente em germinação, pois ante a primeira intempérie
fenece-lhes na alma a mensagem divina, por ser fundamen-
tada numa crença defeituosa e débil! São os crentes cuja
vida não obedece aos ditames da palavra do Cristo, e, por
isso, estiolam os arbustos dos ensinamentos superiores por
falta da seiva vitalizante de uma crença e fé, que possa
encarar a razão face a face!
No primeiro caso a semente evangélica fica exposta no
solo duro, batido e pisado pelas atividades interesseiras do
mundo material, e esta camada estratificada torna-se inútil
para a germinação. No simbolismo do ensinamento de
Jesus, é um terreno no qual a semente não penetra e
exposta à superfície é facilmente apanhada pela avidez das
aves. No segundo exemplo, a semente brota, mas sem raí-
zes e a planta seca, não cresce, porque o terreno é rocho-
so, e abrange os ouvintes que, na realidade, não passam do
dito tão comum de “fogo de palha”! São criaturas de emo-
ções passageiras e promessas insinceras, cuja crença super-
ficial e sem convicção nada vitaliza em torno de si! Final-
mente, no terceiro trato de terra a semente então penetra,
germina e cresce; mas a planta que dali surge é asfixiada
pelos espinhos que medram simultânea e prodigamente em
torno. Em resumo, no primeiro trato de terra a semente não
germina por causa de um solo pisado e estratificado,
impróprio para o cultivo e apesar de brotar, fenece desam-

1 — Esse tipo de ouvinte ou crente mencionado por Ramatis lembra-me certo


tipo de arvoredo, que nasce no Paraná, a conhecida bracatinga, cuja madeira pro-
duz um imenso fogaréu em poucos minutos, mas logo termina em cinzas, por ser
de fraca consistência. (N. do M.)

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O Evangelho à luz do Cosmo

paradamente. No terceiro, a semente penetra, germina e


cresce, mas a planta que surge é absorvida ou sufocada
pelos espinhos agressivos e destruidores!
Jesus então retrata, nesse terceiro exemplo, os crentes
capacitados para o “reino de Deus”, mas cujo espírito ainda
se perde pelo apego aos bens terrenos ou divagam em
raciocínios filosóficos estéreis! Eles enfraquecem a fé, por-
que acendem ora uma vela a Deus, ora outra a Mamon!
Finalmente, surge o quarto exemplo na figura do bom ter-
reno, que é fértil e dadivoso, no qual os ensinamentos cris-
tãos germinam e produzem messes fartas, por serem men-
tes de espíritos mais experientes nas lutas reencarnatórias,
e parcialmente libertos dos preconceitos de um mundo pri-
mário e dominado pela efervescência do instinto animal!
Abrange as criaturas retas e boas, que aceitam o Cristo inte-
grando-se completamente às normas evangélicas de liber-
tação espiritual, sem reservas e com absoluta sinceridade e
fé! São os crentes que revelam à luz do mundo uma vivên-
cia sadia, simples, serviçais, tolerantes e acima de tudo fiéis
nas suas ações para com o próximo e respeito para com os
princípios da vida espiritual!

PERGUNTA: — Porventura Jesus teria condenado os


demais crentes primários, que ainda não podiam entender
ou absorver o significado do ensinamento oculto das
sementes do seu Evangelho?
RAMATIS: — Jesus nunca condenou e lembremo-nos
de que é dele a severa advertência de “Não julgueis para
não serdes julgados”, ou, ainda, “Com a mesma medida
com que medirdes sereis medidos”, comprovando que
conhecia perfeitamente as deficiências humanas! Coube-lhe
a missão de especificar e distinguir quais são os atos e as
atitudes eletivas, a fim de conduzir mais breve a alma
humana para o “reino de Deus”. Os quatro tipos de terre-
nos enunciados na parábola do Semeador, não somente
definem as graduações tão comuns entre os homens, quan-

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