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RESUMO
Numa economia mundialmente globalizada, é de responsabilidade das organizações
promoverem os serviços logísticos necessários de maneira eficaz. Este artigo busca mostrar a
logística como uma ferramenta de integração que gerencia toda cadeia de suprimentos, cujo
principal objetivo consiste em apoiar suas decisões estratégicas, buscando atender as
necessidades do consumidor final. É através do gerenciamento das ferramentas logísticas que
as empresas estão fidelizando os seus clientes, criando barreiras de entrada para novos
competidores, e principalmente desenvolvendo serviços específicos a cada necessidade que
asseguram maior competitividade. A busca por sobrevivência e aquisição de novos mercados
determina que se criem novas estratégias organizacionais e essas estratégias estão ligadas
diretamente a logística. Apresenta-se a indústria automobilística como um exemplo de
interação organizacional e suas estratégias para atingir seus objetivos. Finalmente, destacam-
se consideráveis transformações nas práticas produtivas, no comportamento dos gestores que
esta visão traz consigo, apresentando a Logística como ferramenta para se alcançar os
objetivos.
ABSTRACT
In a globalized world economy, it is the responsibility of organizations to promote the
necessary logistics effectively. This article aims to show logistics as an integration tool that
manages the entire supply chain, whose main objective is to support their strategic decisions,
trying to meet the needs of end consumers. It is through logistics management tools that
companies are creating loyal customers by creating barriers to entry for new competitors,
especially developing specific services for every need to ensure greater competitiveness. The
search for survival and acquisition of new markets requires the creation of new organizational
strategies and these strategies are directly linked to logistics. It shows the auto industry as an
example of interaction and organizational strategies to achieve their goals. Finally, we
highlight significant changes in production practices, the behavior of managers that brings
this vision, providing the logistics as a tool to achieve the goals.
1
Alunos do Curso de Graduação em Administração do Centro Universitário Geraldo Di Biase – Vota Redonda –
RJ.
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INTRODUÇÃO
A logística das empresas, até os anos 1950, estava voltada apenas para as atividades de
transporte e armazenagem. Nas décadas seguintes esse quadro começa a mudar, as empresas
começam a perceber a importância da distribuição física dos produtos. Mas, é somente após a
década de 1970 que a logística começa a acumular novas funções.
Segundo Christopher (1997) a logística é o processo de gerenciar estrategicamente a
aquisição, movimentação e armazenagem de materiais, peças e produtos acabados (e o fluxo
de informações correlatas) através da organização e seus canais de marketing, de modo a
poder maximizar as lucratividades presentes e futuras através do atendimento dos preços a
baixo custo.
De acordo com Alvarenga e Novaes (2000), para o estudo da logística, o enfoque
sistêmico é bastante vital, pois os problemas advindos desse setor são múltiplos e de visões
antagônicas: marketing, produção, comercialização, transporte, finanças etc. Assim, longe de
ser um modismo, os conceitos de Teoria de Sistemas e, na prática, o enfoque sistêmico,
constituem um dos pilares básicos da Logística Aplicada. No enfoque sistêmico, é muito
importante identificar com clareza as relações de causa e efeito entre os elementos que
formam o sistema. Não basta conhecer as partes em detalhe, casos não se conheçam as
variáveis que influem nas bases do problema.
Para Figueiredo e Arkader (2000), a logística teve cinco eras, do século XX até
os dias atuais. No início do século XX, havia a preocupação com o escoamento da produção
agrícola. Essa fase é denominada “do campo ao mercado”. De 1940 até o início da década de
1960, a logística continuou com grande influência militar, uma preocupação com a
movimentação de materiais, principalmente armazenamento e transporte de bens, sendo essa a
era das “funções segmentadas”. As “funções integradas” foram umas fases, do início da
década de 1960 até os primeiros anos da década de 1970, com uma visão integrada, incluindo
custo total e abordagem de sistemas, foco mais amplo, transportes, distribuição,
armazenagem, estoque e manuseio de materiais. A partir da década de 1970, até a metade dos
anos 80, houve a fase do “foco no cliente”, ressaltando produtividade e custos de estoques, e
foi incluída no ensino nos cursos de Administração de Empresas. Atualmente, tem-se a fase
“logística como elemento diferenciador”, destacando-se a globalização, a tecnologia da
informação, a responsabilidade social e a sustentabilidade.
Aplicação da logística começou nos tempos de guerra, pela a necessidade de
abastecimentos das tropas militares. A Logística é um serviço de extrema importância para as
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organizações, haja vista que sua eficiência tem efeito direto em todas as outras atividades
associadas ao produto, orientando toda a estrutura organizacional a estabelecer-se em sua
função; a logística influencia o lucro da empresa, o custo do produto e a satisfação dos
clientes.
No Brasil, até meados da década de 90, a logística era o elo perdido da modernização
empresarial. A explosão do comércio internacional, a estabilização econômica produzida pelo
Real, o processo de abertura comercial e as privatizações da infra-estrutura foram os fatores
que mais impulsionaram esse processo de mudanças. O ambiente altamente inflacionário que
caracterizou o país por cerca de duas décadas, combinado com uma economia fechada e com
baixo nível de competição, levou as empresas a negligenciarem o processo logístico dentro
das cadeias de suprimento, gerando um atraso de pelo menos dez anos em relação às melhores
práticas internacionais (ARKADER e FIGUEIREDO, 2000).
Segundo Arkader e Figueiredo (2000), houve um gap temporal na adoção do conceito
de Suplly Chain Management. O longo período de alta turbulência ambiental, marcado pela
recessão e pelas elevadas taxas de inflação na década de 80, coincidiu com a época em que
eram dados os primeiros passos da evolução do conceito de Logística no exterior. O
fechamento da economia anterior a 1990 isolou-a do acirramento da concorrência e das
inovações em tecnologia da informação que, nos países mais adiantados, constituíram os
principais motivadores para a adoção dos novos conceitos. Uma das distorções vigentes era,
por exemplo, que as empresas podiam ganhar mais dinheiro com a aquisição e manutenção de
estoques do que com sua diminuição. A redução de desperdícios, e, portanto de custos,
associada os programas de redução de estoques, não fazia sentido aos olhos de empresas
preocupadas em lidar com índices astronômicos de inflação, que mascaravam quaisquer
ganhos reais que se pudesse alcançar. Além disso, as barreiras alfandegárias protegiam o
produtor nacional, diminuindo o poder do cliente, que não dispunha de alternativas de
fornecimento.
De acordo com Fleury (2000), o rápido crescimento do comércio internacional e,
principalmente, das importações, gerou enorme demanda por logística internacional, uma área
para a qual o país nunca havia se preparado adequadamente, tanto em termos burocráticos,
quanto de infra-estrutura e práticas empresariais. Além disso, o fim do processo inflacionário
induziu a uma das mais importantes mudanças na prática da logística empresarial: o crescente
5
Pode-se afirmar que uma empresa pode alcançar uma posição de superioridade
duradoura sobre os concorrentes, em termos de preferência do cliente, através da logística. "A
fonte de vantagem competitiva é encontrada, primeiramente, na capacidade de a empresa
diferenciar-se de seus concorrentes aos olhos do cliente e, em segundo lugar, pela capacidade
de operar a baixo custo e, portanto, com lucro maior" (BALLOU, 2001).
A logística pode ser uma fonte de vantagem competitiva para a empresa, tal como um
bom produto, a promoção e a estratégia de preços. Em suma, fatores como entregar no prazo,
prazos reduzidos de entrega, produtos entreguem em boas condições e tratamento eficaz de
problemas é importante para uma empresa que queira aumentar a satisfação do cliente
(LAMBERT, 1998).
A procura de uma vantagem competitiva sustentável e defensável tem se tornado a
preocupação de todo gerente alerta para as realidades do mercado. Não se pode mais
pressupor que os produtos bons sempre vendem, nem é aceitável imaginar que o sucesso de
hoje continuará no futuro (BALLOU, 2001).
O emprego da logística de uma forma integrada, como uma nova estratégia capaz de
criar, dentro das empresas, uma sincronização entre todos os seus departamentos, é ainda
recente no Brasil. Mesmo nos EUA, onde ela nasceu no pós-guerra, ou na Europa, o seu
emprego era na distribuição de produtos acabados.
Christopher (1997) visualiza a gestão da logística sob a ótica da geração de vantagem
competitiva, afirmando que o gerenciamento logístico pode proporcionar uma fonte de
vantagem competitiva, em outras palavras, uma posição de superioridade duradoura sobre os
concorrentes, em termos de preferência do cliente, pode ser alcançada através da logística. A
“fonte de vantagem competitiva é encontrada, primeiramente, na capacidade de a organização
diferenciar-se de seus concorrentes aos olhos do cliente, e, em segundo lugar, pela sua
capacidade de operar a baixo custo, e, portanto, com lucro maior”.
O nível de serviço ao cliente não apenas determina se os clientes atuais permanecerão
clientes, mas se clientes potenciais se tornarão clientes. Deve ficar claro que o nível ótimo de
serviços não é o nível de menor custo. O nível ótimo é aquele que retém clientes ao menor
custo possível e vai de encontro às necessidades de crescimento da empresa. Definido desta
maneira, um nível ótimo de serviço pode ser atingido barganhando-se algumas economias de
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custo (em logística) com vantagens de marketing mais valiosas ou eficiências de fabricação.
O ponto é que, com níveis de serviço ao cliente definidos e objetivos e um bom controle sobre
custos, todos sabem exatamente que tipo de troca estarão fazendo e o que receberão em
retorno (LAMBERT, 1998).
Segundo (Porter e Millar, 1999) as empresas mais competitivas não são as que
possuem acesso aos insumos de baixo custo, mas aquelas que empregam tecnologias e
métodos mais avançados em sua gestão. Os melhores resultados vem sendo alcançados por
empresas que possuem habilidade organizacional em adquirir novas competências e
coordenar as já existentes, levando-as a particularidades intangíveis que diferenciam seus
produtos e serviços em relação aos concorrentes. E, conseqüentemente, criando uma
vantagem competitiva de ordem superior.
Christopher (1997) apresenta com clareza, portanto, o desafio estratégico para a
logística: procurar estratégias que deslocarão o negócio da extremidade do mercado de
commodity para uma posição mais segura de poder, baseada na diferenciação e na vantagem
de custos.
4 – LOGÍSTICA INTEGRADA
8 – METODOLOGIA
O questionário realiza uma busca para comprovar como a logística está ligada à
estratégia das organizações.
11
5; 10%
18; 36%
7; 14%
13; 26%
7; 14%
O gráfico abaixo nos mostra como o grupo dos entrevistados está situado
hierarquicamente em sua empresa:
5; 10%
23; 46%
Podemos concluir no gráfico 1, que 50% dos entrevistados possuem mais de 10 anos
de experiência no setor logístico e que somando ao gráfico 2, 100% dos mesmos se encontram
em nível de coordenação/supervisão e Gerencial.
Podemos evidenciar na pergunta 3 do questionário que todos os colaboradores
possuem consciência de que a logística possui um papel importante na organização.
0; 0%
50; 100%
Sim Não
0; 0%
50; 100%
Sim Não
13
Outra questão relevante para a pesquisa foi quando perguntados sobre a redução de
custo em suas empresas. Todos os entrevistados, 100% sem exceção, disseram que acreditam
que logística implica na redução de custo na organização.
5. Você acredita que a Logística possa trazer redução de custo para sua
organização?
0; 0%
50; 100%
Sim Não
14; 28%
36; 72%
Sim Não
0; 0%
50; 100%
Sim Não
O Fato interessante é que desses 28% dos entrevistados que não conhecem nenhuma
norma certificadora em logística, todos os 50, 100% dos entrevistados, acreditam que a
certificação serve como alavancagem comercial.
24; 48%
26; 52%
Sim Não
Outro ponto a ser levantado é o fato de que mesmo quando 100% dos entrevistados
acreditam na certificação logística como alavancagem comercial apenas 52% possuem uma
certificação.
15
17; 34%
33; 66%
Sim Não
Este último gráfico nos mostra que 66% dos entrevistados não acreditam que o Brasil
está perto de ser referência no âmbito logístico, outro ponto que nos leva a afirmar que temos
muito a melhorar neste âmbito.
CONCLUSÃO
A Logística poderá ser o caminho para a diferenciação de uma empresa aos olhos de
seus clientes, para a redução dos custos e para agregação de valor, o que se refletirá no
aumento da lucratividade. Uma empresa mais lucrativa e com menores custos estará em uma
posição de superioridade em relação aos seus concorrentes. Porém, a Logística por si só não
alcançará esses resultados, sendo necessário que esteja inserida no processo de planejamento
de negócio da organização e alinhada com os demais esforços para atingir sucesso no seu
segmento de atuação. Não está se propondo que a Logística seja a tábua da salvação de um
negócio mal organizado e gerenciado, mas sim que seja vista como uma opção real para
aumento de sua competitividade com mercado brasileiro e mundial já que ela está ligada
diretamente à visão estratégica das organizações.
Diante das inúmeras mudanças no ambiente de negócios, as indústrias automotivas
buscam constantemente soluções para gerenciar sua cadeia de suprimentos com sucesso,
visando obter vantagens competitivas, o que se constituem em um dos seus maiores desafios.
Muitas foram às iniciativas neste sentido, desde o aperfeiçoamento de seus sistemas
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CHING, H. Y. Gestão de estoques na cadeia de logística integrada. São Paulo: Atlas, 2001.
RICHARDSON, Roberto Jerry. Pesquisa social: métodos e técnicas. 3.ed. São Paulo: Atlas,
1999.