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NEGÓCIOS
Nº EDIÇÃO: 697 | Capa | 11.FEV - 21:00 | Atualizado em 14.02 - 08:53

Os novos magnatas do petróleo


Conheça as estratégias de empresários como Antônio Augusto de
Queiroz Galvão, Márcio Rocha Mello e Eike Batista para sair na frente
na corrida pela exploração das reservas bilionárias na América Latina e
África
Por Tatiana Bautzer

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Vídeo: editora de negócios globais da IstoÉ DINHEIRO, Tatiana Bautzer, fala quem são e o que pensam os novos magnatas do
petróleo

Na manhã gelada de 24 de janeiro em Nova York, o bilionário brasileiro Eike Batista fez uma provocação ao
encontrar Márcio Rocha Mello, dono da HRT Participações e seu concorrente na área de petróleo, no hall do
luxuoso hotel New York Palace.
– Você precisa produzir aquele óleo que você prometeu, né, Márcio? – disse o irreverente Batista.
– Vou produzir antes de você, Eike – respondeu Mello.
– Não acredito – replicou o dono da OGX.

Ambos estavam nos Estados Unidos para atrair investidores para seus negócios com o ouro negro, a nova
fronteira de riqueza do Brasil no século XXI. A pressão sobre os dois e suas empresas bilionárias no mercado
para começar a entregar o petróleo prometido aumentou na semana passada com a estreia de uma nova
concorrente na bolsa de valores, a Queiroz Galvão Exploração e Produção (QGEP).

Márcio Rocha Mello, da HRT: campos na Amazônie e África e expectativa para


próximas rodadas de licitação da Agência Nacional do Petróleo

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A companhia, baseada no Rio de Janeiro, captou R$ 1,5 bilhão em seu IPO (oferta pública inicial) e chegou ao
mercado já como a quarta maior produtora do País, atrás apenas da Petrobras e das multinacionais Shell e
Chevron.

A empresa detém 45% do campo de Manati, na bacia de Camamu, no litoral da Bahia, que produz 50 mil barris
de óleo equivalente por dia e participa de oito blocos exploratórios, incluindo reservatórios no pré-sal, nas
Bacias de Santos e Jequitinhonha.

Com a chegada da QGEP à bolsa valendo quase R$ 5 bilhões, as três petroleiras privadas brasileiras já
atingem capitalização de mercado de nada menos de R$ 70 bilhões.

Em outras palavras: as novatas empresas dos magnatas do petróleo brasileiro, Eike Batista, Márcio Mello e
família Queiroz Galvão já correspondem a 20% da gigantesca Petrobras, criada há mais de meio século.

E mais: esse clube de empresários poderosos só tende a crescer nos próximos dez anos, com os investimentos
previstos em US$ 600 bilhões para o setor petrolífero no período.

Novatas, mas não exatamente inexperientes. “Nossa experiência no setor antecede em muito a criação da
companhia. Prestamos serviços há 30 anos para a cadeia de óleo e gás e estamos na exploração há quinze”,
disse o presidente da QGEP, Antônio Augusto de Queiroz Galvão, na cerimônia que marcou a estreia de suas
ações, realizada na Bovespa, no centro velho da capital paulista, na última quarta-feira, 9.

O grupo Queiroz Galvão, dono da quarta maior construtora do País e com atuação em setores como rodovias,
energia, siderurgia e agronegócio, foi fundado em 1953, em Recife.

Hoje, tem cerca de 30 mil empregados e fatura mais de R$ 7 bilhões por ano. Com sua nova aposta, tende a
crescer ainda mais. “Um grupo empresarial que conhece o Brasil há tanto tempo não poderia ficar de fora

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deste momento tão promissor da indústria de óleo e gás, notadamente a descoberta do pré-sal”, afirmou o
empresário.

Ipo da OGX em 2008: lançada como um projeto, está sendo cobrada a entregar resultados

Nos documentos entregues aos investidores, a QGEP informa que usará o dinheiro arrecadado no IPO para a
compra de participações em blocos de exploração nas bacias de Campos, Santos e Espírito Santo.

Embora a cotação do barril de petróleo esteja acima de US$ 100, a Queiroz Galvão captou menos do que os R$
1,8 bilhão inicialmente previstos, em decorrência do nervosismo do mercado internacional diante da crise no
Egito. Nesse ambiente, captar R$ 1,5 bilhão já é um sucesso.

A QGEP é pequena em reservas, comparada às concorrentes: tem 345 milhões de barris de óleo equivalente em
recursos riscados (ajustados pela probabilidade de sucesso), enquanto a OGX tem reservas estimadas em 6,7
bilhões de barris e a HRT, em cerca de 1,5 bilhão.

As reservas da Petrobras somam cerca de 15 bilhões, mas esse número poderá dobrar quando forem
incorporadas as gigantescas reservas da camada pré-sal. Extrair todo esse óleo e comercializá-lo é tarefa para
gigantes.

No melhor estilo da elite das empreiteiras, os donos da Queiroz Galvão falam pouco. Antônio Augusto,
presidente do conselho de administração do grupo, é filho do patriarca Antônio Queiroz Galvão, que fundou a
empresa com os irmãos Mário, João e Dario.

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Engenheiro formado pela Universidade Federal de Pernambuco, tem cursos de especialização em petróleo no
Texas e na Louisiana, nos Estados Unidos. É chamado pelo presidente da QGEP, José Augusto Fernandes, de
“grande chefe e líder”. A estreia na bolsa reforçou seu estilo low profile.

Quando a HRT captou R$ 2,6 bilhões em sua oferta de ações, em novembro do ano passado, Marcio Mello levou
passistas e músicos da escola de samba Beija Flor ao pregão da Bovespa.

Nada mais distante da discretíssima cerimônia da Queiroz Galvão: Antônio Augusto chorou ao agradecer aos
pais e à esposa, que estavam presentes. A trilha musical estava a cargo de um singelo grupo de chorinho. “Eles
são muito mais contidos nas apresentações aos investidores”, diz um dos assessores financeiros do
empresário.

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Abertura de capital da HRT: A empresa levantou R$ 2,6 bilhões e deve captar outros R$ 500 milhões em Warrants

Monossilábico, Antonio Augusto não concorda em ser chamado de novo magnata do petróleo brasileiro e
economiza até a palavra “não” ao ser questionado pela DINHEIRO sobre seu novo status – apenas faz um meneio
com a cabeça. Gentil, não dá entrevista, mas concorda em posar para as fotos desta reportagem.

Lidar com as demandas de uma empresa de capital aberto será um dos principais desafios para o grupo, que
tem uma cultura conservadora, mesmo para os fechados padrões das grandes construtoras.

Enquanto a OGX e, principalmente, a HRT se colocam como concorrentes da Petrobras, a Queiroz Galvão diz
que uma de suas maiores vantagens competitivas é seu “bom relacionamento com a Petrobras”. No entanto,
alguns analistas consideram que essa proximidade é, na verdade, um problema, porque torna a QGEP mais
dependente da estatal.

Ao menos protocolarmente, a chegada da QGEP foi bem recebida pela concorrência. “Acho ótimo ter
concorrentes na bolsa. O mercado é agressivo e punitivo e, assim como cobra resultados da gente, vai
cobrar deles também”, disse o magnata por excelência Eike Batista, em entrevista à DINHEIRO na quinta-
feira, 10.

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Numa teleconferência na véspera – não por acaso o mesmo dia da estreia da Queiroz Galvão na Bovespa –
Batista anunciou que a OGX começa a produzir petróleo em agosto, num poço de alta produtividade em águas
rasas da Bacia de Campos.

“Nós passamos no nosso teste de São Tomé”, afirmou, referindo-se ao anúncio de que o poço Waimea
Horizontal tem vazão de 40 mil barris de petróleo por dia, um dos mais altos índices de produtividade da Bacia
de Campos.

O custo de extração do barril é baixíssimo, de US$ 8, porque o poço fica em águas rasas – um motivo e tanto
para comemorações. “Hellooo!! Teremos uma margem altíssima e no ano que vem a geração de caixa será de
US$ 1 bilhão”, afirmou Batista, rebatendo as críticas mais comuns do mercado às suas empresas: de que elas
não geram caixa. Por enquanto, a OGX está no vermelho. O prejuízo foi de R$ 84,7 milhões nos primeiros nove
meses do ano passado.

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Queiroz Galvão Exploração e produção: Valor de mercado de R$ 5 bilhões

Sempre otimista, o empresário continua com grandes planos. A OGX deve ser listada em Londres até o segundo
semestre do ano, para permitir o ingresso de investimentos de fundos de pensão estrangeiros que hoje não
podem comprar os papéis da empresa.

A empresa já chegou a valer mais de R$ 70 bilhões na bolsa, mas recuou para R$ 57 bilhões em meados de
fevereiro. Só neste ano, os papéis recuaram 10%, refletindo a decepção com o fato de Batista não ter concluído
a venda de participações em seus poços de petróleo a investidores estratégicos, o que estava previsto para o
fim do ano passado.

Batista diz que continua negociando com muitos grupos, mas não tem data para fechar negócio. Ele credita a
perda de valor de mercado a “rumores” que envolveriam sua saúde e uma eventual debandada de executivos
do grupo. Isso ocorreu depois da demissão do presidente da OGX, Rodolfo Landim, em 2009.

Rocha Mello, que desafiou Batista em Nova York, tem sido mais precavido e, desde que a HRT abriu capital, em
novembro passado, tenta mostrar que o início da produção de petróleo está próxima.

“No plano de negócios prometemos produção só em 2012, mas estamos antecipando para este ano”, disse
Rocha Mello à DINHEIRO. A HRT prevê chegar ao fim do ano com produção entre 500 e 5 mil barris diários, em
cinco poços na bacia do Solimões, na Amazônia.

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O modelo de negócios da HRT é autônomo: a empresa faz questão de ser a operadora dos campos e por isso não
deve disputar o pré-sal brasileiro, que será operado exclusivamente pela Petrobras.

“Com o conhecimento e a operação, você tem controle do seu destino”, afirma Rocha Mello. Além da
participação de 51% em 21 poços da bacia do Solimões, a HRT controla outros cinco na Namíbia.

“Somos focados na Bacia do Solimões e na África. Queremos disputar as próximas rodadas da Agência Nacional
do Petroleo (ANP) fora do pré-sal, e crescer na Namíbia, Congo e Angola”. Ele também pretende listar sua
companhia em bolsas do Exterior, começando pelo Canadá em 2012.

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Exímio vendedor, Rocha Mello é um geólogo formado numa carreira de 24 anos na Petrobras, onde recebeu o
apelido de Mr. Go Deeper por ter escrito artigos científicos já no ano 2000 apontando a possibilidade de
depósitos abaixo da camada de sal.

Foi o fundador do primeiro laboratório de geoquímica da estatal. Segundo ele, o investimento na África faz
todo sentido. “Os continentes são análogos, é possível encontrar reservas de pré-sal na Namíbia e em Angola”,
afirma. Há quem veja com cautela essa opção. Rocha Mello rebate as críticas. “A Namíbia é uma das
democracias mais estáveis da África.”

A modéstia, aliás, não é seu forte: Rocha Mello costuma dizer, escandindo todas as sílabas, que sua empresa
será a maior companhia independente do mundo e que já no ano que vem terá valor de mercado de R$ 30
bilhões. E compara seu estilo de administração ao do fundador da Apple, Steve Jobs.

“Eu me meto em tudo aqui na companhia, mas de uma maneira produtiva e não destrutiva.” Até agora, tem
conseguido convencer o mercado. A HRT é a única empresa do setor a subir na bolsa neste ano: 4,5%.

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Mas tanta euforia em torno do petróleo não será passageira, tendo em vista os investimentos crescentes em
energia renovável e as limitações de emissões negociadas internacionalmente? Especialistas e a Agência
Internacional de Energia (AIE) afirmam que não.

“A participação do petróleo na matriz energética mundial deverá continuar elevada por muito tempo, assim
como os preços”, afirma o analista de petróleo da consultoria Tendências, Walter de Vito.

Em seu último relatório, a AIE prevê que a era do petróleo barato acabou. Em 2035, prevê, o preço do
barril de petróleo deverá oscilar entre US$ 90 e US$ 140, dependendo das políticas adotadas contra a
emissão de carbono.

São esses dados que entusiasmam os investidores. A próxima onda de empresas que devem vender ações na
bolsa é a de prestadoras de serviços para a cadeia de óleo e gás. Uma delas é a Petroserv, que atua em
equipamentos e distribuição de petróleo.

A Odebrecht Óleo e Gás, braço do grupo Odebrecht no setor, chegou a avaliar a venda de ações na bolsa, mas
desistiu depois de receber US$ 400 milhões do fundo soberano Temasek, de Cingapura.

Nos EUA, as companhias de serviços representam 35% da capitalização no setor petrolífero. Na Noruega, 80%.
Aqui, menos de 5%. Se depender das novas apostas dos magnatas do petróleo, o cenário promissor vai se
concretizar.

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